POV Ally

Mais um dia de aula. Não sei se fico feliz ou se fico triste, feliz porque gosto de estudar e triste porque tenho que ver o Austin conversando com a Kira. Ela é muito legal eu admito, mas não é fácil ver ele perto dela. Mas eu me distraio mais com o Elliot, ele é um bom amigo. Nós estudamos juntos, e ele tem a mesma paixão por livros como eu. E até é bonito, muito bonito, aliás. Mas como o Austin eu nunca vi! Ele tem os cabelos loiros, seus olhos castanhos, seu corpo não é musculoso demais, e também não é magro. Ele é forte. Seu sorriso que ilumina o dia, e até o seu estilo de se vestir me encanta.

Afasto meus pensamentos dele e finalmente me levanto e vou para o banheiro. Me olho no espelho e penso se o que a Trish me falou fazia sentido: Que eu era linda, e que só precisava de uma repaginada no visual. Balanço a cabeça negativamente. Não eu não sou. Não há como eu ficar bonita, a não ser que eu nasça de novo. Tomo um banho, e me preparo para mais um dia.

Estou arrumando minhas coisas na mochila quando Austin entra pela porta da varanda do meu quarto, grito me assustando, como sempre.

–Austin! Você não cansa de fazer isso?! – grito colocando a mão no peito tentando me acalmar, e ele só faz ri.

–Bom dia para você também querida! – ele pisca e eu reviro os olhos rindo – Dormiu bem?

–Dormi sim obrigada, e você? – perguntei sorrindo, o susto já tinha passado.

–Também, ahn, Ally você pode ir comigo depois da aula no shopping? – ele indagou passando a mão nos cabelos.

–O que você vai fazer no shopping? – perguntei curiosa

–Quero comprar um presente. – ele falou rápido

–Ah para quem? – perguntei curiosa

–Para Kira. – foi só o que ele falou e foi o bastante para arruinar minha manhã.

–E para quê que você quer que eu vá? Se ela é sua namorada você que compre. – falei ríspida e me arrependi no mesmo momento, ele me olhou assustado.

–Eu só quero a sua ajuda para escolher, não precisa me tratar assim. E ela não é a minha namorada. – ele disse

–Desculpe, não foi minha intenção. É que eu ando meio irritada ultimamente. – ele sorriu e me abraçou, o cheiro do seu perfume adentrou minhas narinas e eu fiquei extasiada, como sempre fico quando ele me abraça.

–Está tudo bem não se preocupe - ele beijou o topo da minha cabeça – então você vai me ajudar? O aniversário dela é amanhã e eu só descobri ontem, e não é nada demais, você sabe que eu gosto de dar presentes nos aniversários dos meus amigos. – me afastei dele

–Ah tudo bem. Vamos comprar então. – ele sorriu e eu forcei ao máximo um sorriso em resposta.

–Vá tomar café, que eu te espero para nós irmos. – Ele ficou lá parado com os braços encruzados.

–Ahn, Austin? – eu disse, ele estava esquecendo-se de alguma coisa.

–O quê? – Ele perguntou

–Você vai para sua casa ou vai ficar aqui no meu quarto mesmo? – ele estirou a língua para mim enquanto eu ria.

–Tá bom, eu já vou, e não demore já são 06:30h ou nós vamos perder o ônibus . – Ele piscou e saiu pela minha varanda como sempre.

Respirei fundo e desci. Meus pais estavam na cozinha, eles são Lester e Penny. Meu pai é advogado assim como o pai do Austin, há alguns anos eles começaram uma parceria e juntos abriram um escritório de advocacia aqui na cidade. Já a minha mãe é médica pediatra, ela trabalha no hospital de Miami, e o seu plantão é o dia todo.

Eles já estavam tomando café, me sentei e comecei a me servir.

–Bom dia. – falei enquanto pegava um copo de suco de laranja.

–Bom dia querida. – minha mãe disse enquanto beijava minha testa.

–Bom dia filha, levantou sozinha ou o Austin te acordou como o normal? – ele perguntou com o tom brincalhão de sempre.

–Haha senhor Lester eu acordei sozinha, mas ele veio ter certeza disso. – ele gargalhou

–Eu sabia. – ele disse por fim

–Ally como a Trish está? Você em falado com ela? – minha mãe perguntou

–Sim nos falamos ontem, ela está bem, já está estudando em outra escola e mandou um beijo para vocês. Gente eu vou indo, Austin está me esperando. Beijo! – gritei pegando uma maça na cesta e correndo porta a fora.

POV Austin

Já estava na frente da casa dela a esperando. Era para ser ao contrário, eu que devia ser o dorminhoco, mas não a Ally tem que ser preguiçosa pela manhã. Estava olhando a casa, eu sempre gostei de lá, tinha as paredes brancas assim como as janelas, era de primeiro andar como a minha, e tinha um pequeno alpendre que dava de frente ao jardim bem verde e florido, um caminho de pedras ligava a casa ao pequeno portão da frente, e a árvore que eu sempre subia dava uma boa paisagem.

–E aí cara! – Dez falou me chamando a atenção, suas roupas coloridas e nada combinando sempre me fizeram rir. Eu ainda não entendo como ele se veste assim, mas é o gosto dele assim como a Ally tem o dela.

–E aí irmão! – fizemos nosso cumprimento (Valeeu) e ele olhou semicerrando os olhos para a casa da Ally.

–Ela se atrasou de novo não foi? – ele disse

–E desde quando isso é novidade? – ela apareceu na porta e andou em nossa direção

–Bom dia Dez. – ela falou enquanto nós caminhávamos para o ponto do ônibus que ficava no fim da rua.

–Bom dia Allyzinha. – nós rimos, a Ally odeia quando ele a chama assim. Íamos andando calmamente porque ainda estávamos com sono, até que escutamos o barulho do ônibus, olhamos para trás, e depois nos encaramos assustados.

–CORRE! – Foi só o que eu gritei enquanto saiamos feito loucos correndo na rua, o Dez ainda tropeçou e eu fazia de tudo para não parar para rir. O ônibus chegou primeiro que nós no ponto, mas foi só as outras pessoas entrarem para nós chegarmos a tempo. Sentamos atrás exaustos e descabelados, mas foi só um olhar para o outro e começamos a rir.

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O intervalo chegou e eu fui para o refeitório com o Dez, e não vi a Ally depois que chegamos, ela tinha aula com o Elliot e não com a gente. Peguei minha bandeja e fui comprar meu lanche, a Kira já estava sentada nos esperando, vamos dizer que ela ‘’anda’’ com a gente. E ela estava linda, seu cabelo negro estava em uma trança de lado, e usava um vestido preto godê, de altura nas coxas.

Sentei ao seu lado e ela sorriu.

–Olá Kira sumida. – falei

–Sumida não, só não tive aula com vocês. Cadê a Ally? – ela perguntou rodando o lugar com os olhos.

–É o que eu também queria saber. – eu disse nada animado, Dez chegou e sentou junto a nós. Ficamos conversando coisa à toa, até que a Ally apareceu e com ela estava o Elliot, ele nunca tinha sentado conosco, na verdade eu nunca o vi na cantina, ele gosta de ficar na biblioteca. Observei eles pegarem o lanche e se sentarem em nossa mesa.

–Oi galera. Vocês já conhecem o Elliot não é? Ele veio comer com a gente hoje. – forcei um sorriso, ao contrário de Dez e Kira que o cumprimentaram.

–Só porque a Ally insistiu muito. – ele falou olhando para ela, Ally deu um sorriso tímido e eu estava contando os minutos para o sinal tocar, infelizmente isso não aconteceu tão rápido. Kira ficou rindo das palhaçadas do Dez, Ally conversava animadamente com o Elliot, e eu tinha perdido o apetite. Não sei o porquê de eu ficar tão incomodado com ele perto dela, mas de todo jeito, evitei pensar no assunto. É só um sentimento fraterno bobo de proteção. O sinal tocou e nós fomos para nossas aulas, eu e Ally tínhamos essas últimas aulas de história juntos. Ela se despediu de todos assim como eu, e nós fomos para os armários pegar os livros.

–Você anda bem próxima do Elliot ultimamente né? – falei puxando assunto, ela estava calada há muito tempo.

–Ele vem sendo um bom amigo, e me faz bem a companhia dele. – ela sorriu

–Tá tudo bem mesmo? All eu te conheço sei que há algum problema... – ela sorriu mais uma vez

–Está sim, é só a falta da Trish você sabe. – a abracei de lado e nós fomos para a sala.

Quando a aula acabou nós nos despedimos do Dez e pegamos um ônibus para ir ao shopping. O caminho todo ela se manteve calada, só falava quando eu perguntava alguma coisa. Eu decidi respeitar seu silêncio. Chegamos ao shopping e fomos procurar o que comprar.

–E então o que você está pensando em comprar? Uma roupa? Uma jóia? – ela perguntou curiosa, seus olhos redondos e castanhos me pareciam tristes.

–Não sei. É só um presente All, pode ser uma coisa que qualquer garota goste não uma coisa grande demais, só para não passar despercebido, afinal eu não sou nada dela para comprar uma coisa importante. – eu disse

–Mas pretende ser? – ela indagou olhando ao redor do lugar.

–Não sei, acho que não. Você me conhece mais do que qualquer outra pessoa, sabe que eu nunca me envolvi com alguém de verdade, e se não for para gostar mesmo dela, prefiro não iludi-la, ela é muito legal, mas se no futuro a coisa mudar, quem sabe. Agora vamos. – eu falei pegando na mão dela e a guiando para dentro do shopping.

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Compramos um livro. Depois de ter rodado todos os lugares, nós fomos à livraria. Ally lembrou que a Kira tinha falado que tinha assistido ao filme A Culpa é das Estrelas, e que ela disse que queria muito ler o livro. Então eu comprei, eu e Ally almoçamos na praça de alimentação e depois fomos para casa.