Uma garota de cabelos pretos, pele macia e pálida, olhos verdes como esmeraldas. Chamava-se Lua Darkenss. Seus pais haviam morrido assim que ela completou dois anos. Como seus parentes haviam morrido também, ela foi mandada para um reformatório chamado Sorriso Cinza, um lugar frio e sem amor. Assim Lua se tornou uma garota fria, irônica e sem nada de bom no coração.

Quando completou dezoito anos, o reformatório deu duas semanas para ela achar um emprego, se mandar dali e seguir sua vida. E assim fez ela.

Era sua última noite ali, quando Lua acordou do nada e se sentou em sua cama. Olhou a sua volta, vários pôsteres dobrados num canto, um guarda-roupa pequeno perto da porta, três malas em outro canto arrumadas. Lua voltou a se deitar, quando um vulto apareceu no meio do pequeno quarto, Lua pulou da cama.

Era um garoto ou homem, sei lá. Tinha olhos vermelhos, era alto, usava uma capa preta que lhe cobria todo o corpo. E tinha asas!

– Lua – sussurrou ele. Era uma voz doce e gelada.

– Quem é você? – perguntou Lua, enquanto se encolhia na cama debaixo das cobertas.

– Sou a Morte, minha amada – disse o garoto, que se aproximou, sentou na borda da cama e ficou contemplando Lua.

– Morte? Sério?... Nossa – Lua disse com uma voz que deixou claro que ela não acreditara em nada.

– Sério... Quer que eu prove? – disse Morte com uma voz de desafio.

– É, eu quero – disse Lua saindo debaixo das cobertas ( claro, que ela usava a sua blusa enorme do Green Day com uma bermuda ) ficando de frente para ele.

– Então, ta! – ele disse isso e, do nada, Lua caiu e... Morreu.

Segundos depois Morte estalou os dedos e pegou Lua no colo. Ela acordou, olhando para ele transtornada.

– Acreditou minha querida?

– Sim, agora sim... Mas o que faz aqui? Chegou a minha hora? – perguntou Lua arregalando os olhos.

– Não se preocupe... Estou aqui por outra coisa – disse ele.

– O que?

– Você, Lua, é a minha prometida.

– Sua, o quê?

– Prometida, sabe... Você foi “trocada” a mim, entendeu? – perguntou ele colocando-a no chão e a fazendo sentar.

– O que? Não estou entendendo nada.

– Seus pais morreram para te salvar... Era para você morrer, mas... Eu... Acabei me apaixonando por você mesmo tendo dois anos... Era você ou eles – disse Morte envergonhado.

Lua não sabia o que dizer, por causa dela, seus pais morreram.

– Eu... Não... Sei... O que dizer a você – disse ela baixinho e se encolhendo.

– Simples, diga que vai ficar comigo para a eternidade – disse ele segurando suas mãos e beijando-as.

Lua sentiu os lábios dele em sua pele, era gelada e ela amava o frio.

– Bem... Não sei... – disse Lua se levantou e ficou andando pelo quarto.

– Por favor, Lua, não quero levá-la á força – disse ele, de repente, bem em sua frente e segurando-a firmemente no lugar.

– Não faria isso – disse ela olhando desconfiada para ele.

– Pois acha – disse Morte com uma voz de dar medo.

– Tudo bem eu vou – disse ela baixo, pois estava morrendo de medo.

– Fico feliz em saber – disse Morte, abraçando ela.

Lua imaginou que seria frio, mas não foi. Foi quente, caloroso e carinhoso. Ele ficou com suas mãos na cintura dela. Ela com as mãos em seu peito e com a cabeça encostada no peito dele. “Seu batimento é lento” pensou de repente.

Do nada Lua sentiu alguém a pegando nos braços e a levantando pra cima. Mas não pode saber o que aconteceria a seguir, pois um cansaço lhe atingiu e ela adormeceu nos braços da Morte, seu futuro marido.