Allan estava em seu apartamento.Ele organizava os livros de pesquisa que tanto lotavam sua casa.Eram tantas páginas que se poderia formar uma biblioteca pré-histórica somente com o que era contido por aquelas paredes.Ele tinha acabado de voltar de uma Universidade onde tinha dado uma aula sobre dinossauros.Vinha tentando seguir uma vida normal,mas era meio impossível.Como quando ele andava na rua.As pessoas olhavam para ele e murmuravam entre si:

"Nossa,é aquele homem que foi para a ilha dos dinossauros."

Ou com o apelido que o filho de Ellie(sua amiga),tinha dado a ele:

"Homem dinossauro".

Ele tinha se tornado conhecido assim,pelo fato de ter estado na real presença dessas criaturas.Primeiro no parque construído por John Hammond e depois quando foi enganado e pousou de novo lo lugar que atormentava seus pensamentos.Não na Ilha Nublar,onde foi construído o centro do Parque dos Dinossauros,mas na Ilha Sorna onde algum tempo antes Ian Malcom também tinha ido.Para resgatar a namorada ou algo do gênero.Allan se lembrava que na época em que soube,ficou preocupado e até com um pouco de pena do homem.Não gostava muito do Malcom,mas a ideia de uma pessoa retornar a um lugar onde já tinha sido quase morta pelas criaturas que lá vivem deveria ser atormentador.Bom,depois que ele também fez uma pequena "visitinha" aquele lugar pensou que agora os dois estavam quites e tinham passado pela mesma coisa.

Atualmente,existem cinco ilhas que servem de habitát para os dinossauros.São mais conhecidas como "As cinco mortes",já dá para ter uma noção da situação pelo nome do lugar.De alguma maneira,o que antes acontecia em somente uma ilha se espalhou como um vírus e tomou posse dos arredores.As ilhas ficam isoladas do resto dos continentes,mas isso não diminui o perigo que Hammond criou para as pessoas.Ele era tão obcecado pelo fato dos dinossauros poderem voltar á vida que não pensou nas consequências que poderiam vir a ocorrer.Quando Allan foi para lá com o objetivo de aprovar ou reprovar o parque,mas o que era para ser um passeio de fim de semana acabou com terror e muitas mortes.

Ás vezes ele ainda tem sonhos com aquelas ilhas,em quantas vezes já tinha sido quase morto.Não sabia o por quê de continuar sendo tão fascinado por aquelas criaturas.Talvez fosse pela inteligência ou até mesmo a beleza que muitas pessoas não conseguiam ver nesses animais.Muitas pessoas os imaginavam somente como máquinas mortíferas,mas outras sabiam que não era só isso.Eram animais espertos,que planejavam o melhor modo de ataque e de captura de sua presa.

Com uma balançada de cabeça ele voltou a arrumar os livros por ordem alfabética.Ao longe,ouviu o telefone tocar na sala.Largou o que estava fazendo e atendeu ao telefonema.

-Alô?

-Dr. Grant?-perguntou a voz masculina do outro lado da linha.

-É ele.Quem fala?-Allan não fazia ideia de quem seria,costumava lembrar das pessoas pela voz mas naquele momento não lhe pareceu familiar.

-Ben Stuart.Sou diretor da Vancouver Island University,do Canadá.Depois de uma pequena reunião com alunos e professores,gostaríamos que fizesse uma palestra sobre os seus conhecimentos pré-históricos.-explicou o homem.

-Quando?-pergunta Allan.

-Daqui a dois dias.Há um voo esperando para as pessoas que aceitarem.Recrutamos vários outros que participarão desse evento,você poderia ser um deles.

-Não sei...eu tenho meus compromissos.-Allan diz.A ideia de que ficaria preso em um avião por horas com pessoas que nem ao menos conhecia era perturbadora.Imaginava todos olhando para ele e murmurando abertamente.

-Seria uma grande honra Dr. Grant,nós asseguramos de que tudo acabará bem.Não é ,muito demorado o simples fato de você vir já algo.Os alunos estão loucos para te conhecer.-Ben revela.

Allan pensa por um minuto.Ele gostava dos alunos,não gostava dos professores.Os alunos faziam perguntas sobre as características dos animais e coisas do tipo.Já os professores faziam questão de irritá-lo e perguntavam sobre o acidente nas Ilhas com dinossauros e como ele sobreviveu vendo seus amigos e companheiros morrerem.A maioria das vezes ele permanecia calado,não tinha coragem para responder aquelas perguntas.Mas talvez,daquela vez fosse diferente.

Allan suspira e diz ao homem no telefone:

-Nos vemos daqui a dois dias.