Let Me In escrita por Mercury


Capítulo 8
Capítulo 8 - New Perspective


Notas iniciais do capítulo

Parei de escrever por um tempo, sorry guys, mas brotaram ideias novas e aqui estou eu :D



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Acordo em uma sala de espera de um hospital. Estou em uma cadeira de rodas meio sem entender nada. Logo avisto minha mãe, ela sai de um corredor com um copo de água na mão e vem em minha direção. Quando se senta no banco ao meu lado diz:
–Oi filho. Você esta se sentindo bem?
–Ahm —Respondo— não me lembro exatamente do que aconteceu, e nem como eu vim parar aqui.
–Você recebeu uma ligação do hospital. Você me contou de forma bem agitada que falaram para você que a sua amiga, Astrid, estava aqui. A enfermeira me disse que você era um dos principais contatos do celular dela, depois da avó. —Ela explica.
–Mas... E os pais dela?
–Eles também estão aqui. A avó esta ali ó—Ela aponta pra uma das cadeiras no fundo do lado dela e eu vejo a avó de Astrid sentada com uma expressão aflita e meio inquieta, ate me lembro de quando a Astrid demorava para terminar a atividade e ficava na sala ate mais tarde e eu tinha que explicar para a avó dela que ela já estava a caminho e que ela não precisava se preocupar. —Chamaram ela e ela pediu pra que te chamassem também, disse que Astrid iria gostar. —Termina ela.
–Ah... Mas porque eu não me lembro? O que aconteceu comigo exatamente, você sabe? —Pergunto.
–Depois que você recebeu a ligação veio correndo para o hospital, eu o segui, e quando falaram o que tinha acontecido você desmaiou na entrada do hospital, deve ter batido a cabeça muito forte no chão, ai te colocaram nessa cadeira aqui.

Nossa. Eu desmaiando que coisa anormal.

–Ah entendi. E já deram noticias dela? Como ela está? E os pais dela?—Pergunto.
–Ainda só disseram que ela sofreu um acidente de carro, e que chegou desacordada assim como a mãe e o pai —Me ajeito na cadeira tentando parecer menos aflito.
–E o pai dela e o irmão dela?
Ela fica em silêncio e abaixa a cabeça, e eu a observo esperando ansiosamente a resposta, quase já imaginando qual será.
–O irmão dela... —Ela finalmente responde.— Ele teve alguns ossos quebrados, mas está bem. Já o pai... Chegou em péssimo estado, foi levado urgentemente para a UTI e ate agora nada de novo.

Tenho tantas perguntas que quero fazer, queria que nada disso estivesse acontecendo. Quero me levantar procurar onde ela esta e ficar ao lado dela, ate que acorde.
–Onde... —Decido perguntar.— Você sabe onde ela está?
–Não exatamente. E claro, ainda não pode receber visitas, nem a avó a viu. —Olho para onde a avó de Astrid estava sentada e percebo que ela não esta mais lá.
–Hm, okay... é... acho que vou andar um pouco por ai, me esticar um pouco.
–Okay filho, esperarei aqui, qualquer novidade eu te procuro.

Saio pelo corredor tentando processar tudo o que acabei de ouvir. Pego um elevador e vou parar na parte da maternidade, continuo andando pelos corredores ate chegar na área das crianças, não sei exatamente porque estou aqui. Vou observando janela por janela, ate que o vejo. O irmão de Astrid esta deitado em uma cama no meio do quarto de hospital incrivelmente branco com uma faixa de tinta azul no meio das paredes. A avó esta sentada do lado dele. Ela esta chorando. Sinto vontade de chorar também. Tomara que Astrid fique bem, ou pelo menos..., viva. Vou andando de volta sem prestar atenção onde, paro no meio de um corredor meio perdido. No final do corredor avisto uma maquina de refrigerante e ha uma pessoa nela, mas não reparo na pessoa, só tiro uma nota do bolso e sigo ate lá observando meus pés enquanto ando. Quando chego ate a máquina a pessoa que estava parada lá olha pra mim. Uma garota. Bella, a amiga de Astrid. Ela olha novamente para onde a nota de 2 reais sai novamente e ela a coloca de novo e diz:
–Não sabia que você estava aqui. Já deve saber de tudo né? —Fala com um pouco de raiva na voz.
–Hm, acredito que sim.
–QUE DROGA DE MÁQUINA! —Grita. E bate na máquina.— Eu quero meu Sprite!
– Deixe-me tentar. — Coloco minha nota na maquina e seleciono o que ela quer. O refrigerante cai e o barulho causa um pouco de eco no corredor praticamente vazio. Coloco outra nota na máquina e seleciono meu suco de maracujá.
–Obrigado, toma — Ela fala enquanto pega a nota que não entrava na máquina para me pagar.
–Obrigado mas não precisa.
–Okay então. —Ela começa a caminhar pelo corredor e eu a sigo.
Ficamos em silêncio por um tempo. Ate que ela o quebra:
–Eu não sei o que fazer.
Fico em silêncio.
–Eu—Ela continua.—sinceramente não sei o que fazer.
–Sobre a Astrid?
–Sobre isso também, mas tudo vai de mau a pior.—Ela fala enquanto se encosta na parede ao lado de um banco e se senta devagar... Me pergunto pra que serve o banco ao lado nessas horas.
–Calma—Eu me agacho na frente dela, ela tira as mãos do rosto e olha pra mim.— Eu sei que é difícil, pra mim também é. Mas seja lá o que você esteja passando fora o que esta acontecendo aqui, eu não gosto de ser clichê, mas eu acredito que vai tudo se acertar, seja lá o que for. Você é bonita, não merece se sentir assim, nem pense em chorar por favor. Não sei o que fazer quando as mulheres choram.
Ela ri um pouco e se vira, fecha os olhos e deixa uma lagrima cair mas rapidamente a enxuga. Se vira pra mim de novo. E do nada. Me beija.
Eu a afasto olhando para ela sem entender. E digo:
–Por que? Você sabe que isso é errado! Eu gosto da sua amiga e você? Você tem namorado!
–Tinha. Me desculpe. Não sei o que deu em mim. Você só foi muito legal.
–Aham. —Viro os olhos e saio andando pelo corredor. Ela demora mas me segue, não olho para trás mas escuto os passos dela.


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