Timeline: Choice Your Future escrita por Rubys Queen


Capítulo 3
Capítulo 3




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Fui procurar o nome “Brian” em minha lista de amigos. Tinham 5! Como eu saberia qual era o certo? Fui no perfil dos 5 e descartei 3 logo de cara: dois eram adolescentes e um era criança; a menos que eu também fosse pedófila não poderiam ser esses.

Analisei o perfil dos dois Brians. E notei que apenas um deles morava na mesma cidade que eu: Brian Clifford. Analisei sua foto do perfil: tinha cabelos pretos, usava um óculos escuros e parecia muito descuidado. Aliás, que sobrenome estranho! Quem tem Clifford como sobrenome?

Abri a janela do bate-papo e, novamente, não pude ver nenhuma conversa antiga. Comecei a digitar um simples oi, mas deletei. Se nós tínhamos um caso e eu era uma pessoa horrível, nada melhor que falar de acordo com as circunstâncias.

“Oi Freddy Krueger.”

5 minutos depois ele me respondeu.

“Freddy Krueger? Essa é nova. Oi Lauren, tudo bem?”

“Tudo sim. E você, está bem?”

“Pode-se dizer que sim.”

Como ele não continuou a conversa, tentei ser o mais natural que pude com as informações que Sam tinha me dado; com isso precisaria me forçar um pouco a ser indelicada, mas nada que eu não pudesse fazer.

“Então, gatão, hoje você quer que eu vá a sua casa hoje à noite?” Perguntei.

“Gatão? Está estragando o clima de terror.”

“Quer ou não?”

“Não, Lauren. Você já faz muito por mim. Hoje eu estou bem.”

Como assim eu já faço muito por ele? Meu Deus, Sam tinha razão. Ele era ninfomaníaco e eu contribuía pra isso!

“Mas a gente não tem negócios pendentes?” Perguntei.

Nossa. Eu era péssima nisso.

“Negócios?”

“Você sabe.”

“Lauren, eu já disse que estou bem hoje.”

Eu demorei um pouco pra enviar oque eu tinha digitado, mas assim que o fiz me arrependi. Estava sendo muito direta e pouco casual, mas, talvez, nosso relacionamento fosse assim mesmo. Afinal, como nós chegamos a esse ponto, certo?

“SEXO, caramba. Eu tenho que ser uma péssima profissional e apoiar sua ninfomania! Esqueceu?”

Ele demorou 5 minutos pra responder.

“Ah, claro, havia esquecido. Então você pode vir aqui agora! Não aguento te esperar. Já estou tirando a roupa.”

Finalmente ele admitiu. Que bom. Pelo menos consegui isso. Embora parecesse meio sarcástico, eu não poderia duvidar, afinal, não sabia ao certo como era nosso relacionamento.

“Eu não deveria fazer isso com você. É errado! Eu tenho que te ajudar a superar o problema, não agravá-lo! Não quero que você seja mais meu paciente.” Disse, por fim.

“Lauren...”

“Pare! Eu estou tentando fazer o certo aqui, caramba.”

Era verdade. Essa era minha chance de consertar pelo menos uma coisa errada de meu futuro e eu não iria desperdiçá-la.

“Você não está brincando?”

“Não, sinto muito.”

“Você bebeu?”

“Claro que não! Por que? Por que eu estou tentando te ajudar!?”

“Eu não sou ninfomaníaco.”

“Ah, não? Então, me diga, qual é o seu problema?”

Ele demorou um pouco pra responder.

“Ano passado, depois que minha esposa e meus filhos morreram, eu tentei me suicidar. Aconteceram muitas coisas, mas no fim acabou que me recomendaram você e aqui estamos. Felizmente a história toda não foi divulgada e poucas pessoas sabem disso.”

Muitas coisas me passaram pela cabeça, mas, nem de longe, algo como isso que ele me contou. Me senti mal por Brian e por tudo que aconteceu a sua família. Mas como ter um caso com ele pode ajuda-lo a superar tudo isso? Ainda não entendia.

“Entendo... Sinto muito por tudo isso.” Disse.

“Eu já estou bem melhor.”

“É por isso que nós temos esse lance, não é?”

“Lance?”

“O caso?”

“Caso?”

“Sim.”

“Lauren, nós não temos um caso. Não sei oque deu em você hoje.”

“Não temos um caso!? Mas e as minhas idas à sua casa!?”

“Você vem à minha casa quando me sinto sozinho ou quando me sinto triste. Eu não tenho muitos amigos, entende? Você é uma ótima pessoa! Nunca teria um caso com um paciente.”

Eu me sentia estúpida agora. Eu sabia exatamente como as fofocas alheias eram, principalmente as que vinham da Tia Tifanny, mas preferi acreditar na palavra de Sam e ignorar minha índole completamente. Nem agora, nem nunca eu faria uma coisa dessas.

“Sinto muito por insinuar essas coisas, Brian.”

“Tudo bem, mas você está muito estranha hoje.”

“É que eu não estou lembrando de algumas coisas.”

“Que coisas? Talvez eu possa te ajudar.”

Pensei um pouco. Depois de tudo que Brian me contou, eu não deveria dar mais trabalho a ela com minhas perguntas idiotas. Decidi esquecer o assunto por enquanto.

“Não sei se você pode responder minhas perguntas, Brian.”

“Nem vai saber se não perguntar. Pode perguntar. Você faz muito por mim é justo que eu também te ajude, não é?”

Organizei meus pensamentos. A imagem que Sam passou de mim e oque ele tinha dito se distanciavam muito, eram duas versões que não batiam; quase como se fossem duas pessoas diferentes.

Nunca pensei em duvidar de Sam, mas como ela havia dito que nós havíamos nos distanciado, talvez ela, tivesse distorcido um pouco as coisas ou apenas se deixado levar por fofocas alheias. Não sei ao certo. Brian parecia entender meu ponto de vista e saber, com precisão, das coisas. Ele era minha melhor opção.

Eu ainda precisava entender muitas coisas. Ainda não entendi direito porque Dave e eu havíamos terminado e ainda havia muitas lacunas em minha mente. Lembrei automaticamente daquele vídeo de um minuto com todas aquelas rostos desconhecidos.

Havia muitas coisas que eu poderia perguntar, mas resolvi fazer uma pergunta simples e ao mesmo tempo importantíssima.

“Algo importante que eu deva saber?” Perguntei.

“Defina importante.”

“Sei lá. Eu tenho filhos, marido?”

“Você teve uma filha, mas você não é responsável por ela.”

“Como assim?”

Imaginei a assistência social tirando minha filha de meus braços por não suprir suas necessidades básicas ou algum outro motivo horrível. Afinal, eu nunca colocaria uma filha para a adoção.

“Você ajudou dois amigos seus, gays, numa inseminação artificial.”

“Então quer dizer que ela não é minha filha biológica?”

“Ela é, mas, como eu disse, você não é responsável por ela”

Nunca imaginei um dia ter uma filha e dar a outras pessoas pra que a criassem. Fiquei chocada. Tudo bem que eu nunca quis ter um filho nem planejei isso, mas se eu tivesse, tenho certeza que iria cria-lo.

“Você sabe por que eu fiz isso?”

“Olha, você só me disse que não eles a mereciam e que ficava feliz em ajuda-los.”

“Eu a vejo?”

“Sim. Constantemente.”

“Ah.”

Nossa. Eu tinha aberto mão de minha filha para dá-la a dois amigos e fazê-los felizes? Isso era muito bom, ou extremamente estúpido.

“E marido?”

“Steve?”

“Nós nos divorciamos?”

“Não, Lauren. Ele morreu de câncer há.. 3 anos, eu acho.”

Quando Brian falou isso me lembrei automaticamente de Dave. Será que ele sabia algo sobre ele? Não perderia nada arriscando.

“Eu já te falei de um cara chamado Dave?”

“Dave Hudgens? O jogador de futebol americano? Sim.”

“O que?”

“Que ele foi seu namorado.”

“Você sabe o porquê de termos terminado?”

“Não tenho nem ideia, mas um dia você me falou uma coisa que pode responder essa pergunta.”

“O que?”

“Você disse que quando se ama realmente alguém, deve fazer essa pessoa feliz, independente se você se inclui ou não nos planos dela. Deve deixar que ela siga em frente. Sabe aquela expressão? Livres pra voar? É exatamente isso que você queria dizer.”

Agora eu entendi um pouco. Eu o deixei quando me mudei daqui pra que ele fosse feliz, conhecesse outra pessoa, se concentrasse no futebol americano qualquer ou outra coisa. Queria apenas que ele fosse livre.

Até agora não sabia ao certo se eu era feliz ou completamente louca, porque eu não entendia metade das decisões que eu havia tomado.


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