Amor sem Compromisso escrita por BecaM


Capítulo 50
The End of Auslly


Notas iniciais do capítulo

Confesso que fiquei bastante triste com o feedback do último capítulo, apenas 3 comentários...
Eu já disse e vou dizer de novo, essa fanfic, é movida a comentários, se vocês não comentarem sem capítulos.
Agora uma troca, só posto o próximo capítulo se este tiver pelo menos 7 comentários ;)

Boa Leitura



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POV Ally

Eu estava no escuro. Sozinha, abandonada, esquecida…

Haviam risadas abafadas me seguindo. Estariam rindo de mim?

Uma mão segurava a minha. Quem está aí?

Então, de repente, uma luz clara e intensa toma conta de meus olhos. Estaria eu, indo embora?

Não. É apenas a luz do sol atravessando o vidro do carro de meu pai.

Ele está entrando no estacionamento do colégio. Os alunos estão conversando e rindo alto como sempre. Eu costumava conviver com eles? Tudo me parecia tão estranho… Tão… Normal.

Avisto Trish, Dez, Austin e Dallas perto de uma árvore. Para falar a verdade, uma pequena parte dos estudantes estão perto daquela árvore. É como se estivessem observando algo, ou escondendo de alguém…

Meu pai estaciona perto da pequena multidão e eu digo:

– O que tem naquela árvore? - pergunto olhando para o mesmo lugar.

– Er… Não ligue para isso, querida. Foi uma forma de seus colegas de demonstrar solidariedade.

– Solidariedade? A quê?!

Ele não soube o que responder. Em vez de me responder com uma frase concreta e legível, ele ficou apenas gaguejando sílabas e vogais em busca de um modo para me explicar.

– Quer saber? - falei - Eu não quero saber.

Ele sorriu. Parecia aliviado.

– Boa aula, querida. - disse ele após beijar minha testa.

– Obrigada.

Sorri e saí do carro.

Bastou 5 segundos após fechar a porta do carro para eu virar o centro das atenções. Brooke, com seus gritinhos histéricos e exagerados anunciou minha volta, consequentemente todos me olharam.

Senti que 75% das pessoas estavam me cercando naquele momento. Todos repetindo as mesmas perguntas:

– Você está bem?

– Quer alguma ajuda?

– Dói muito?

– Como você conseguiu sobreviver?

– Por que se arriscou assim?

– Como você voltou?

Eu estava começando a ficar sem ar, até que uma figura baixinha de cabelos cacheados abriu uma brecha no meio da multidão e gritou com todas as suas forças:

– VOCÊS QUEREM MATÁ-LA LOGO NO PRIMEIRO DIA? DEIXEM ELA EM PAZ! JÁ NÃO ACHAM PRESSÃO SUFICIENTE ELA SER O ASSUNTO DO MOMENTO?! VÃO ARRUMAR ALGO ÚTIL PARA FAZER!

Sabendo da reputação de Trish, todos saíram andando. Alguns tentaram conversar comigo mas ela proibiu. Assim que todos já tinham se afastado, ela pôs as mãos em meus ombros e disse:

– Tá tudo bem?

– Sim. - menti.

Com a intervenção de Trish, a vista para a árvore estava liberada, mas Austin, Dez e Dallas tentavam impedir que eu visse.

– O que tem na árvore? - perguntei a Trish.

– Nada de mais, bobagem.

– Não, eu quero ver.

– Ally… - disse ela um tanto preocupada.

– Trish. - repreendi-a - Eu quero ver.

Ela suspirou, mordeu o lábio mas depois cedeu. Ela virou para os meninos e fez um sinal para se afastar da arvore. Austin hesitou, mas após olhar minha expressão cedeu.

Os meninos liberaram o a visão direta da árvore. Ao certo não entendi do que se tratava, aproximei para ver melhor e entendi. Era um memorial. Pra mim.

Cheguei mais perto da árvore. Diversas fotos minhas espalhadas pelo solo em volta dela. Haviam algumas flores (umas mortas outras não), bilhetes com mensagens do tipo:

“Sentimos sua falta, Ally”

“Volte para nós”

E algum engraçadinho escreveu:

“No céu tem pão?”

Sem perceber, haviam lágrimas em meus olhos. Virei para eles e disse:

– Quem… fez isso? - falei quase chorando de raiva.

– Todos. Eu acho… - disse Dez.

– Quem começou com esta merda?! - disse aumentando o tom de voz

– Hey, Ally. - disse Austin - Calma, ninguém fez por mal.

– Quem começou com isso?! - repeti.

– Ninguém sabe. Um dia apareceu uma foto e algumas flores e todos começaram a imitar.

– Quanto tempo eu fiquei desacordada?

– Eu já te disse. - disse Austin um pouco constrangido.

– Dez! - falei alto - Quanto tempo?!

Ele hesitou, suspirou e disse:

– Três semanas e meia.

Olhei para Austin totalmente sem palavras.

Um mês? Você disse que eu fiquei desacordada por três dias!

– Que diferença isso faz? - murmurou ele.

– A diferença é que todos pensavam que eu estava morta! Mas que merda, Austin! Tudo o que eu queria era voltar para as aulas, retomar a minha vida e continuar sendo a garota invisível que ninguém conhece! Mas não! Alguma coisa tinha que dar errado!

– Você está me culpando? - disse ele.

– Não. Mas também não quer dizer você é o santinho da história!

– Ally, calma. O Austin só… - disse Trish.

– Vão á merda! - gritei para ela.

– Ally! - repreendeu Dallas.

– Que foi? Vai me dizer que vocês não fizeram nada de errado a respeito disso.

– Claro que não!

– Ah é? Vocês ao menos disseram a eles que eu estava viva? Que eu não tinha morrido?!

Eles ficaram em silêncio.

– Sabia. - murmurei.

– Ally… - disse Dez

– Não, Dez. Não tenta consertar as coisas. Afinal, agora eu sou “a garota cadáver que levou um tiro por roubar o namorado de outra garota”. Muito obrigada. - disse ironicamente com os polegares para cima.

Andei até a entrada da escola. Haviam dois policiais na entrada, um monitorando os alunos e outro cuidando do detector de metais.

Pus minha mochila no detector de bagagem e passei pelo policial com o detector “de mão”. Durante a revista, o policial perguntou:

– Não lembro de ter visto você nas últimas semanas.

– É porque eu não estava aqui.

– Aluna nova?

– Não exatamente.

– Abra os braços de pernas. O detector está com defeito.

Obedeci. Ele começou a apalpar meus braços, pernas até chegar na cintura.

– Ai! - exclamei quando ele pressionou a cicatriz.

– Levante a blusa.

Puxei a lateral da blusa até a altura do peito, deixando a marca a mostra.

– Er… Me desculpe. Sabe… Norma de segurança.

– Tudo bem.

Peguei minha mochila e segui pelo corredor.

Senti os olhares de alguns grudados em mim. Minhas mãos tremiam e suavam frio. Minha respiração estava trêmula e abafada.

É impossível que tudo isso seja real. É tão… Real. O real é tão ruim…

Pus meu capuz e andei até meu armário. Pus a senha e destranquei o cadeado, observei um pouco o que havia nele. Meus livros continuavam nos mesmos lugares, o calendário de provas, espelho, fotos… Havia um bilhete caído em cima dos livros. Um papel azul claro e o texto escrito de caneta hidro-cor preta:

Let Me Be Your Superhero

Austin…

Pus o bilhete dentro de um de meus livros e fechei o armário. E lá estava ele, encostado no armário ao lado do meu.

– Recebeu o bilhete? - disse ele.

– Quando você escreveu isso?

– Há alguns dias, quando o médico disse que você estava em processo de recuperação. Ou seja, acordando gradualmente.

Ele me olhava fixamente. Respirei fundo, tirei o capuz e disse:

– Olha, desculpa por ter explodido daquele jeito. É só que… É muita coisa para absorver só de uma vez.

– Eu sei. E… Desculpa por mentir pra você, achei que não faria diferença.

– Mas fez… - murmurei.

– Ei! Não precisa descontar sua raiva em mim, ok? - disse ele aumentando seu tom de voz.

– E você não precisa ser tão grosso! - falei no mesmo tom.

– Ah, me desculpa se você sonhou com o resto da sua vida perfeita, e que todos pensaram que você estava morta! Essa é a vida real! Vê se acorda! Nada disso foi culpa minha ok?

– Eu quase morri! - falei mais alto.

Ele se calou, apenas ficou me olhando com raiva.

– Estávamos melhor antes disso. - falei mais calma.

– Isso o que?

– Nós dois.

– Está dizendo que…

– É melhor nós darmos um tempo. Ou melhor, você me dar um tempo.

Olhei para ele por alguns segundos, assim que o sinal tocou eu disse:

– Eu tenho que ir…

Arrumei a mochila nas minhas costas passei por ele e segui pelo corredor, hesitei em olhá-lo mais um vez, mas não resisti. Ele continuou parado, na mesma posição.

Eu não tinha culpa, às vezes acho que nós dois valorizávamos mais um ao outro antes de namorar. Como um amor sem compromisso…

POV Austin

Ela está terminando comigo? Não, está apenas pedindo um tempo. E quanto tempo isso vai durar? Merda!

Corri até o refeitório e como imaginei, encontrei Trish e Dez conversando em umas das mesas. Aproximei-me deles e disse:

– É oficial. Sou o pior namorado do mundo. - falei sentando ao lado de Dez.

– O que você fez? - perguntou Trish.

– O que eu fiz? Por que todos acham que sou sempre eu que faço a coisa errada?

– Porque você disse que é o pior namorado do mundo.

– Ah, certo. Eu me irritei e gritei com a Ally. E ela me pediu um tempo.

– Isso não é bom… - murmurou ela.

– Por quê? Acha que ela vai terminar comigo?

– Fala sério, Austin. Você já viu alguma garota pedir um tempo para o namorado e depois voltar para ele depois de uma discução?

– Não… Mas eu e a Ally somos diferentes! Somos…

– Melhores amigos além de namorados. - terminou Dez.

– Exato.

– E é exatamente isso que atrapalha o relacionamento de vocês. - disse ele.

– Como assim?

– Vocês são amigos de infância, parceiros de composição e vizinhos, são praticamente irmãos de outra mãe! Vocês são tão amigos que podem contar tudo um para o outro, até mesmo o que não devem.

– Você está dizendo que nós não ficamos bem juntos?

– Não é isso, Austin. Você sabe que nós adoramos que vocês estejam felizes. Não é mesmo Trish?

Trish pensou um pouco e disse:

– Eu não vou mentir. A Ally tem razão. Tudo estava melhor antes de vocês namorarem.

Ela pegou os livros e saiu do refeitório. Dez e eu estávamos surpresos, ela tinha ficado tão feliz quando soube do meu namoro com Ally…

Levantei da cadeira e a segui.

– Trish! - gritei.

Ela parou e se virou para mim.

– O que você disse lá, é verdade? - perguntei.

– Sabe Austin, você devia ouvir mais os seus amigos…

– Mas…

– Mas nada! - disse ela aumentando o tom de voz - Me diga a ultima vez que nós saímos juntos, a Equipe Austin. Ou a última vez que você estudou para uma prova, pelo menos o normal. Ou quem sabe a última vez que…

– Já entendi! Mas eu estava com a Ally o tempo todo, Trish. Eu estou feliz!

– Me escute, Austin! Você está apaixonado, está cego! Você não vai mais nos ensaios, não compõe mais com a Ally, quase não canta… Qual foi a última vez em que você saiu com o Dez? Ou com a sua irmã? Você só tem olhos para a Ally. Eu mal consegui falar com ela depois da saída do hospital!

– Eu sei que você está irritada conosco. Mas, tenta entender como nós estamos felizes. Nunca a vi tão feliz antes. Nós somos melhora juntos.

– ELA QUASE MORREU POR NAMORAR VOCÊ!

Paralizei.

– Ta explicado porque eu não gosto que vocês namorem? Eu aceitava esse relacionamento, até vocês completarem dois meses de namoro, desde então você mudou ela por completo. Você arrancou a minha melhor amiga de mim. E eu não aceito isso.

Ela fez uma pausa, respirou fundo e continuou:

– Austin, você é um dos meus melhores amigos. Eu te adoro, mas isso está fugindo do controle. E para ser sincera, eu ficaria feliz se ela terminasse com você. Acho que agora, é o melhor pra ela…


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