Amor sem Compromisso escrita por BecaM


Capítulo 49
Capítulo Quarenta e Nove


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, estou demorando para postar, me desculpem!!! Estou tentando ao máximo deixar os capítulos longos e com acontecimentos marcantes...
Me desculpem se este capítulo ficar um pouco confuso, fiquei um tanto sem idéias para narrar o primeiro dia de Ally de volta em casa.

Para quem não entendeu o que aconteceu no capítulo anterior, eu vou explicar:
Aos 16 anos, depois do acampamento, Ally levou um tiro da Kira e logo, foi para o hospital. No hospital, ela teve um sonho (que no caso são os capítulos seguintes) a partir do momento que Lester diz que vão se mudar para Sidney. Entenderam? :)

Eu adoraria receber sugestões para a continuidade da fanfic, assim vocês podem ficar mais envolvidos no processo de criação ;)

Boa Leitura



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– E foi isso o que aconteceu. - disse Ally.

Eu havia ido à casa de Ally após o almoço e ela me contou todo o sonho, nos mínimos detalhes. Haviam pontos bons e ruins.

Bons:

Estávamos juntos (noivos)

Eu estava no auge de minha carreira

Ally estava investindo em seu talento

Meus pais estavam juntos de novo

Clary havia se formado

Trish não estava namorando aquele idiota do Brody

Ally e eu estávamos tendo uma vida perfeita (se assim podemos dizer)

Ruins:

Estávamos (aparentemente) em crise em nosso relacionamento

Havíamos ficado separados por 4 anos

Ela estava noiva de outro cara

Clary e Dallas estavam namorando

Ally estava sendo “perseguida” pela mídia

Jimmy disse que eu devia escolher entre minha carreira e Ally

Estávamos no quarto dela, sozinhos. Lester tinha ido para a loja retomar o trabalho, Trish foi sair com o namorado e Dez foi com Dallas e Clary no cinema.

Ally vestia um moletom azul escuro dos Yankees, short jeans e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo bagunçado.

– Então quer dizer que - falei - Você sonhou seis anos de sua vida em três dias?

– Não diga que é só um sonho! - reclamou ela - Foi tudo tão real… Tão perfeito…

Quando percebeu que eu não tinha mais nada a dizer, ela abaixou a cabeça e disse:

– Eu só… Queria que fosse real.

– Ainda pode… - falei sem pensar - Tudo isso pode acontecer no futuro.

– Você acha?

– Talvez. Quer dizer, nem tudo, mas algumas coisas talvez…

Ela soltou um meio sorriso e beijou minha bochecha.

– O que aconteceu com a Kira? - perguntou ela.

– Jimmy tirou Kira da escola e agora ela está estudando em casa…

– Ah…

Ficamos alguns segundos em silêncio. Então eu disse:

– Senti sua falta… - murmurei - Desde o dia do acidente eu não saí do hospital…

– Não devia ter ficado tanto tempo lá por mim. - disse ela.

– Eu sei… Quer dizer, eu estava dividido. Uma parte de mim dizia para eu ficar e esperar você sair e a outra dizia para eu ir embora e evitar receber uma noticia ruim. Acho que fiz a escolha certa.

Ela sorriu, de verdade, mas depois este sorriso desapareceu, se tornando uma expressão de dúvida.

– Austin… Se algum dia, o Jimmy ter fizer escolher entre eu ou a sua carreira… O que você escolheria?

– O que? P-Por que ele perguntaria isso?

– Só me responda…

Pensei um pouco. As duas coisas ligavam a outra… Se eu escolhesse Ally, estaria desistindo do meu sonho, mas se eu escolhesse a minha carreira, perderia minha compositora e minha namorada…

Fiquei um pouco em silêncio, então levantei e peguei um violão no canto do quarto. Sentei novamente de frente para Ally e comecei a dedilhar as primeiras notas.

There’s no way

I can make it without you

Do it without you

Be here without you

It’s no fun

When your doing a solo

With is like wow

Yeah

And I know cause i-i-i-i-i-i-i own this dream

Cause i-i-i-i got you with me

There’s no way

I can make it without you

Do it without you

Be here without you…

Assim que terminei de tocar, ela sorriu mais. Deixei o violão no chão e a abracei.

Ally estava fria, mas não o tipo de frio comum de se sentir, um frio gélido e mórbido… Ela me abraçava com pouca força, talvez estivesse um pouco fraca ainda. Seus braços estavam sobre meus ombros, passando em volta de meu pescoço. Nos afastamos cerca de dez centímetros até ficarmos cara a cara. Senti sua mão deslizar até meu pescoço e a outra brincar com os fios de cabelo na minha nuca.

Ela me olhava diferente, como se estivesse tentando decifrar algo em mim…

Deslizei minha mão até sua bochecha, e a trouxe para perto, acabando de vez com a distância de nossos lábios. De calmo e lento, o beijo foi se tornando cada vez mais ofegante e profundo...

Entre pausas para retomar o fôlego, Ally pôs a mão em minha cintura e me trazia para perto enquanto ela deitava na cama.

Ela estava deitada em baixo de mim até então, mas algo me disse que eu deveria deitar ao seu lado.

Algo dentro de mim dizia para parar com isso pois uma coisa leva a outra, e a outra, e a outra… Mas não dei ouvidos.

Entre um beijo e outro, ela começou a puxar a bainha de minha camiseta, consequentemente tirando a. Deitei ao seu lado, e consequentemente ela foi para cima de mim. Ally tirou o moletom, ficando somente de sutiã.

Quando se curvou para me beijar novamente, ela gemeu. Arrumou a postura e pôs a mão no canto da barriga.

Ally deitou do meu lado e eu me sentei para ajudá-la. Ela ainda estava com a mão na lateral da barriga, impedindo que eu visse o que ela cobria.

– O que aconteceu? - perguntei.

Ela olhou para o teto, depois fechou os olhos com força e tirou a mão da barriga.

A cicatriz.

Era pequena comparada a outras que já vi, mas grande o bastante para ser do tamanho de minha mão.

Como um único tirou foi capaz de fazer isso?

Ally abriu os olhos e respirou fundo. Pegou o moletom e vestiu de novo. Tapou os olhos para evitar me olhar e sussurrou:

– Desculpa…

– Tá doendo? - falei me referindo a cicatriz.

– Um pouco… - ela se sentou - Às vezes eu me esqueço dela, mas a dor volta vez ou outra.

– Eu não devia ter forçado… - murmurei.

– Você não fez nada. Eu que me animei um pouquinho além da conta por ter você aqui.

Eu sorri e lhe dei um beijo na bochecha.

Olhei as horas no relógio digital dela: 16:47. Acho que deveria ir para casa. Fiz impulso para me levantar mas ela segurou minha mão e disse:

– Fica mais um pouco?

Assenti e pus minha camiseta novamente.

Ela deitou a cabeça no travesseiro e me olhou com um leve sorriso no rosto. Algo me disse para deitar ao seu lado, e assim fiz.

Analisei seu rosto com todo o cuidado… Quem diria? A minha vida toda eu procurei a garota perfeita. Encontrei Kira, Cassidy, Brooke, Piper… Mas nada da tal garota. E entre planos e canções para conquistá-las, estava ali, bem na minha frente: a garota que eu procurava. Quem diria que eu ia me apaixonar pela minha melhor amiga? Quem diria que eu ia me apaixonar pela minha parceira? Quem diria que eu ia me apaixonar pela garota que me ajudou a namorar com outras? Quem diria que uma dia eu iria namorar esta garota?

Ally mantinha no rosto uma expressão serena, parecia concentrada em seus pensamentos. Ally começou a acariciar minha bochecha e murmurou para si mesma:

– Isso é real…

Com um sorriso leve no rosto, Ally fechou os olhos e adormeceu.

Imaginei que se levantasse agora, poderia acordá-la, não sabia ao certo se seu sono era leve ou não.

Ally se mexeu pouco enquanto dormia, os únicos movimentos que fez foi acomodar melhor a cabeça no travesseiro, coçar o nariz e abraçar meu tórax.

Alguns minutos depois, olhei o relógio novamente: 18:36.

Ouvi um certo movimento na casa. Lester havia voltado. Os passos foram subindo pelas escadas até entrar no quarto. Lester abriu a porta com cuidado, assim que me viu com Ally, sua expressão era de surpresa. Mas quando notou como Ally estava calma, surgiu um sorriso muito leve e seu rosto. Ele fez um sinal para que eu fosse com ele, assenti.

Lester saiu do quarto.

Tirei com cuidado o braço de Ally de cima de mim, e me levantei lentamente. Peguei meu casaco, dei a volta na cama dela e beijei sua testa. Andei até a porta, abri desci as escadas até a sala.

Lester estava sentado no sofá, com os cotovelos apoiados nos joelhos e esfregando as mãos uma na outra. Assim que me viu no corredor eu disse:

– Eu só vim fazer companhia para ela. Estava indo embora mas ela pediu que eu ficasse…

– Como ela está? - disse ele sem mais nem menos.

– Não sei ao certo…

– Ela contou do sonho?

– Sim. Não sei nem o que dizer…

– Muito menos eu…

– Acha que ela pode levar tudo aquilo a sério?

– É com isso que estou preocupado. Se a Ally começar a tentar fazer com que tudo aquilo aconteça, ela pode ficar obcecada!

– Lester, eu não acho que ela pode chagar a esse ponto. Agora a pouco ela parecia mais certa que aquilo não aconteceu…

– Austin, vou ser sincero com você. Se a minha filha começar a tentar tornar aquele sonho realidade, não vou pode fazer outra coisa a não ser levá-la a um psiquiatra.

– Não acha um pouco radical? Ela sonhou o futuro dela e realmente está muito abalada por nada ter sido real. Temos que dar espaço para ela…

– Você realmente se importa com ela, né?

– Muito…

– Tudo bem, vamos ver onde isto vai dar.

Sorri um pouco aliviado.

– Eu tenho que ir. Minha mãe deve estar preocupada.

– Ah, sim, certo.

Nos levantamos e ele me acompanhou até a porta.

– Er… Obrigado por ficar com ela um pouco.

Eu não soube o que dizer neste momento, então apenas sorri e saí pela porta da frente.

Lester estaria falando sério em levar Ally para um psiquiatra? Eu não vou deixar ele fazer isso. Não se Ally não quiser...


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