– E o vencedor da categoria Melhor Cantor Pop é… - falei dando um mistério no ar - Justin Bieber!

O publico pirou. Pelo jeito haviam muita beliebers na plateia, logo, no telão apareceu um vídeo, no qual aparecia o Justin agradecendo o prêmio.

Após o vídeo dele, eu voltei ao lado do Austin e disse:

– Sinto muito.

– Não sinta. Eu ganhei como melhor hit, já ta bom pra mim. Você ganhou como melhor compositora, e agora, falta como Shipp favorito.

Eu sorri e o beijei. Antes de beijá-lo, vi com o canto do olho que havia uma câmera virada na nossa direção. Quando nos separamos, a câmera estava virada na outra direção novamente.

Cerca de uma hora depois, anunciaram a categoria de Shipp favorito, que foi apresentada por Ansel Elgort e Nat Wolff.

Nat pegou o cartão com o vencedor e leu (óbvio que fazendo suspense):

– E o Shipp Favorito escolhido pelo público é… Auslly!

Tudo bem, eu mantive a calma e subimos no palco para pegar o premio e agradecer.

AH QUEM EU QUERO ENGANAR? É óbvio que eu pirei por completa, dei um grito e beijei Austin no meio da passarela que levava ao palco (http://1.bp.blogspot.com/-90zhJRr-Oxk/UXyCmbXBQ5I/AAAAAAAAEuE/RrTcX3-xX2Y/s1600/tumblr_ln49aqp6Rc1qhg4mno1_500.gif )

Austin já estava com a plaquinha no bolso da camisa, então subimos, cumprimentamos Ansel e Nat e começamos a agradecer:

– Isso é… Uau! Incrível. - disse Austin - Já é bom saber que meus fãs gostam de nós dois juntos, mas saber que a maioria dos votos foi para nós é increditavel. Obrigada mesmo.

– Concordo com o Austin, pois, é dificil de imaginar que existam pessoas que realmente acreditaram nas fofocas à meu respeito, mas é muito melhor saber que elas ainda gostam de você mesmo depois delas. Obrigada mesmo de coração!

– Ah, nós esquecemos de dizer uma única coisa. - disse Austin.

– Esquecemos? - perguntei já sabendo a resposta.

Ele jogou a plaquinha para um dos câmeras e automaticamente a imagem apareceu nos telões:

(http://sd.keepcalm-o-matic.co.uk/i/keep-calm-and-vamos-nos-casar-2.png

http://www.twhantigua.com/wp-content/uploads/2013/03/keep-calm-we-re-getting-married-6.png )

Ele me beijou e o publico entrou em euforia. O beijo foi curto, quando nos separamos eu sorri. Agradecemos mais uma vez o prêmio e descemos.

(...)

Saímos da premiação cerca de 22 horas. Ou seja, cinco horas lá dentro.

Fiquei perto do estacionamento enquanto Austin pegava o carro. Estava tudo calmo, até alguém me chamar.

– Ally! - disse a voz de Taylor.

Ela andou até mim e me abraçou.

– Oi. Desculpa não ter falado com você na premiação, eu tava muito nervosa e impressionada com tudo.

– Não tem problema. Eu também me senti assim na minha primeira premiação. Mas, não vim falar sobre isso.

– Sobre o que então?

– A música que você cantou com o Ed. Something New do Tom Fletcher.

– Ah, é. Eu… Adoro essa música.

– Uhum… Não me engane pois eu sei exatamente a história dessa música e o clip. Vamos lá, desembucha.

– Ok, ok… O que você quer saber?

– Você ta grávida, né?

– Sim…

– É por isso que vai casar com o Austin? Casamento indesejado?

– Não! Eu amo o Aus, a gravidez veio de surpresa.

– Ah… Mas, como você está. Sabe… Segunda gravidez…

– To positiva. Prometi pra mim mesma, sem stress, brigas ou qualquer coisa que comprometa-o.

– Ok, se precisar de alguma coisa pode me ligar.

– Obrigada.

Ela me abraçou de novo, logo, ouvi uma buzina. Austin

– Olha, eu odeio estragar esses momentos entre amigas, mas… Temos que ir.

– Tudo bem. - falei - A gente se fala depois.

– Ok.

Nos despedimos e Austin e eu fomos embora. Quando eu estava quase entrando em casa Kate me ligou:

– Alô. - falei

– Ally, emergência. Agora.

– O que aconteceu?

– O Gary e o Spencer estão brigando.

– Só isso, Kate?

– Só isso?! O Gary é estudante de educação fisica e o Spencer é praticamente menor de idade! Nunca vi o Gary tão bravo antes.

– Mas qual é o motivo?

– Ninguém sabe! Vem logo pra cá antes que isso se torne uma tragédia!

– Já to indo. Onde vocês tão?

– Na casa deles.

– Ok.

Nos fundos eu ouvi o som de um vaso quebrando e gritos.

– Ai meu Deus. - murmurei.

– O que aconteceu?

– O Gary e o Spencer estão brigando.

– E o que você vai fazer?

– Eu vou até lá. Me desculpa Aus, mas eles são meus amigos e se eu não fizer nada eles podem se matar. Ok, eu exagerei.

– Não precisa pedir desculpas. Pode ir. Vou descansar um pouco e faço o jantar. Qualquer coisa me liga.

– Ok.

Peguei as chaves e dirigi o mais rápido que pude até a casa deles. Assim que entrei na portaria o porteiro não disse nada, simplesmente liberou a minha entrada. Corri até o apartamento dela e assim que entrei quase fui acertada por um vaso. Gritei e logo, Spencer correu até mim.

– Ally! - disse ele.

– O que ta acontecendo?! - gritei.

– Pergunta pra esse merda aí! - disse Gary, ele estava literalmente vermelho e alterado.

– Me respondam! - gritei mais alto.

– O Gary ta irritado com o Spencer por que ele ta namorando.

– E o que isso tem de mais?! - falei - É aquela tal de Gabriela? - perguntei a Spencer.

Ele abaixou a cabeça, estava um pouco vermelho e seu olho roxo, a boca com pequeno corte na lateral.

– Isso é incrível, Spencer! - falei - Agora me digam qual é o problema.

– Vai ver que essa Gabriela, é Gabriel. - brincou Kate.

– SIM, KATE! - gritou Gary - É EXATAMENTE ISSO! O MEU IRMÃO, É UM BOIOLA DE MERDA!

– QUAL É O PROBLEMA?! - disse Spencer.

Gary andou andou até Spencer e lhe deu um soco no rosto. Então, eu fiz a coisa mais estúpida porém certa: me meti no meio dos dois.

– GARY! - berrei - Qual é o problema do seu irmão ser homossexual?! Isso não é uma doença é “o que ele é”!

Então, o esperado, aconteceu: Gary me deu um tapa, que pareceu mais um soco.

Eu caí no chão e senti tudo girando. Kate e Hailey se ajoelharam do meu lado. Spencer ficou atrás de nós. Onde estava o Frank numa hora dessas? Ah é, segurando o Gary.

– CALA A BOCA SUA VADIA! ME POUPE DESSES SEUS DISCURCINHOS CONTRA A HOMOFOBIA! SE EU PUDESSE EU TE ATROPELAVA UMAS CEM VEZES E MAIS CEM PRA TER CERTEZA QUE ME LIVREI DE VOCÊ! - gritou ele.

Após eu dizer isso, Spencer deu um soco na cara de Gary. Nunca pensei que fosse possível, mas Spencer deixou Gary literalmente tonto. Enquanto Gary se recuperava, Spencer disse:

– ESCUTA SÓ: PODE BATER EM QUEM QUISER, MAS NÃO NOS MEUS AMIGOS! O PROBLEMA É SEU SE VOCÊ NÃO ACEITA O QUE EU SOU! E FODA-SE ESSES SEUS COMENTÁRIOS MACHISTAS! SE EU PERGUNTASSE COM CERTEZA TODOS DIRIAM QUE EU SOU MAIS HOMEM QUE VOCÊ!

Gary se recuperou do soco e tentou avançar em Spencer, mas eu fuii mais rápida e me pus na frente dele.

– Gary, para. Vai acabar fazendo algo que vai se arrepender. - disse calmamente.

– Podia ser qualquer pessoa, mas… o meu irmão… - disse Gary se acalmando, ele parecia atordoado, talvez chateado.

– Hey, ei… calma… - falei pondo as mãos no rosto dele.

– CALMO? QUER QUE EU FIQUE CALMO QUANDO EU DESCUBRO QUE O MEU IRMÃO É GAY?!

Eu não sei se estava meio tonta com o tapa de Gary ou se estava sonhando, só sei que fiz a primeira coisa que pensei: beijei-o. Assim que separamo-nos eu disse:

– Calma, vamos lá fora.

Ele parecia em choque, eu também estava. Se Austin descobrir disso, nem sei o que vai acontecer… Ai Deus…

Puxei ele para fora do apartamento até o corredor.

– Que merda foi essa? - disse ele - Você… Você me beijou.

– Eu sei… Na verdade, nem sei por que fiz aquilo. Não achei outra maneira de te acalmar!

Ele ficou calado por um tempo, então disse:

– Ai meu Deus, você está sangrando. Me desculpa.

– O que? Eu não… Ta tudo bem…

– Não, não está. Eu… Ai meu Deus. O que eu fiz? A culpa é…

– De ninguém. Ninguém tem culpa de nada. Escuta Gary. Todos temos que fazer escolhas na vida. O Spencer fez a dele. Quer dizer… Ser homossexual não é uma escolha, simplesmente acontece. Mas o que eu quero dizer é: Esta é a vida dele, não a sua. Entenda isso.

– Mas… Existem 7 bilhões de pessoas no mundo e justo o meu irmão?!

– Olha, que eu vou te dar um tapa. - ameacei - Pare com isso. Vai dar uma volta, refresque seus pensamentos. Temos dois meses de férias ainda, vá viajar um pouco, sei lá…

– Alguma dica?

– Ahn?

– De lugar, para eu ir.

– Ah. Sim, tem… Tem um acampamento em Los Angeles, o mesmo que eu fui quando terminei meu noivado. É um lugar incrível para relaxar. Eu te dou o link do site, você pensa e se for, diga que é meu amigo.

– Ta, eu… Vou pensar… Me desculpa mesmo, eu nunca vou me perdoar. Acho que bebi um pouco além da conta.

– É… senti o cheiro de vodka do outro lado da rua.

Ele riu. E me abraçou. Ficamos assim por alguns segundos. Nos despedimos e ele entrou no apartamento, depois disso, só paz, eu acho…

– Eu beijei o Gary… - murmurei sem acreditar.

O gosto de vodka e cigarro ainda estava na minha boca. O gosto era ácido e amargo, bem como me lembro…

Desci de elevador e andei até o meu carro. Fiquei um tempo pensando, quando percebi, já eram onze e quarenta. Liguei o carro e dirigi até minha casa.

Assim que estacionei na frente de casa, vi Austin parado na varanda. Ele sorriu ao ver o carro, eu sorri de volta. Saí do carro e assim que o encarei sem nenhuma camada entre nós, eu desabei. Ao perceber que estava chorando, ele andou até mim e eu até ele. Assim que nos encontramos eu disse:

– Me desculpa! Eu fiz uma coisa… Horrível. Me perdoa…

– Ei… Calma… Ta tudo bem… - disse ele me abraçando.

– Ele tava ali… O Spencer… O tapa… Me desculpa…

– Desculpa pelo o que?

– E-Eu… Eu beijei o Gary… Não soube o que fazer, ele tava batendo no Spencer, depois me bateu, aí as coisas ficaram muito estranhas…

Ele riu. Tipo, riu da minha cara!

– Ta assim por que beijou um amigo pra defender outro? - disse ele rindo.

– É mas… Você não ta bravo?

– Não! Quer dizer, um pouco chateado e confuso, mas você não sabia o que fazer.

Ele riu mais ainda, e por incrível que pareça eu também ri.

– Você é inacreditável. - falei abraçando-o.

– Espera… Você disse que ele te bateu?

– Sim, foi só um tapa. Nada de mais. Ele tava alterado.

– Mas afinal, o que aconteceu? Por que eles estavam brigando?

– O Gary descobriu que o Spencer é gay.

– Ah… Entendi. Vamos entrar, ta frio aqui fora.

– Ta, acho que vou tomar um banho. To muito cansada…

– Ok. Vem.

Ele passou o braço nos meus ombros e andamos até dentro de casa. Subi para o meu quarto e entrei no banheiro. Tomei um banho de aproximadamente cinco minutos, vesti um pijama e voltei para o quarto. Austin não estava lá.

Desci as escadas e fui até a sala. Ele estava sentado em uma poltrona virada para a janela. Ele não me viu, então fui atrás dele o abracei por trás:

– Quer deitar? - perguntei.

– Daqui a pouco. Não to com muito sono.

– Quer que eu fique com você?

– Claro.

Ele arrumou a posição e eu sentei em seu colo. Achei que ele ia me beijar ou pelo menos pegar a minha mão, mas não. Ele ficou olhando para a rua. Depois de alguns minutos eu disse:

– Ta bem, o que aconteceu?

– Ahn?

– Você tá aí parado olhando pro nada. O que aconteceu?

– Nada. Ta tudo bem, Ally.

– Não, não está. Eu acabei de dizer que beijei outro cara e você riu! Agora ta aí parado sem dizer nada!

– Só to pensando.

– Em que, meu Deus?!

– Na vida! Eu to pensando em como eu vou cuidar dessa criança quando você estiver na faculdade! Eu não era capaz de cuidar da minha própria vida há um ano atrás, você acha que sou capaz agora?! E que se foda o que aconteceu com o Gary! Eu sei que você não gosta dele, caso o contrário nem teria aceitado casar comigo!

Fiquei calada por uns segundos, então disse:

– Ta, desculpa… Eu só… To nervosa com tudo isso.

– Ta tudo bem. Não precisa se preocupar.

Então, ele fez o que eu queria, ou melhor, parte do que eu queria. Austin segurou minha mão e me abraçou com um braço.

E ficamos assim, pelo menos até que eu me lembre. Acho que peguei no sono… Mas pelo menos sei que não terei pesadelos...