Amor sem Compromisso escrita por BecaM


Capítulo 32
Capítulo Trinta e Um




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/530132/chapter/32

POV Ally

Acordei perto das cinco da manhã, sendo que Austin, Trish, Dez e eu combinamos de nos encontrar no aeroporto às sete. Acordei por falta de sono mesmo, além do mais, eu tive um sonho horrível.

Eu estava na minha cama (no sonho), aparentemente tudo parecia normal, mas comecei a sentir algo molhado em cima de mim, como um vazamento ou uma goteira. Mas quando olhei para o meu corpo, vi uma mancha de sangue enorme em cima de mim, mas precisamente na área das pernas. Então eu acordei.

Assim que levantei da cama, desci as escadas e fiquei no sofá assistindo nada na televisão, exatamente, fiquei apenas encarando a TV desligada. Depois, decidi tomar um banho. Andei até o banheiro de baixo, me despi, liguei o chuveiro e entrei.

Depois do banho, subi para o meu quarto para me vestir. Estava apenas de calcinha e sutiã, e quando estava prestes a me vestir, parei na frente de um espelho e comecei olhar o meu corpo. Então pensei:

Por que raios o Austin foi se apaixonar logo por mim, não sou bonita e nem tenho o corpo de uma mulher da minha idade. Chego a ser magra de mais para a minha altura, mesmo não passando de 1,75 m. Meu rosto estava parcialmente inchado e minha barriga havia parcialmente aumentado. Ou seja, além de magra, tenho uma barriga desproporcional.

Vesti um moletom velho que Austin me deu (o mesmo que eu usei quando tivemos a nossa “2ª primeira vez”), uma calça jeans e um tênis vans. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo e voltei para sala.

Olhei para o armário da cozinha e resolvi preparar o café da manhã, ou seja, panquecas. Mas do que adianta fazer panquecas sem o ser humano maravilhoso que me apresentou elas, não é mesmo?

Saí de casa e assim que fechei a porta senti um vento frio bater em mim. Nunca havia feito tanto frio em Miami quanto agora. Andei até a casa de Austin, mas ao invés de bater na porta, andei atá a lateral, fiz uma bola de neve e taquei na janela do Aus. Bem no alvo.

Atirei mais duas bolas de neve na janela dele. Até que ele finalmente acordou.

– Mas que porra é essa Dawson?

– Despertador da madrugada! - falei fazendo uma pose esquisita.

– Mas qual é a razão de a senhorita acordar a pessoa que vos fala às cinco da manhã?!

– Nada mais, nada menos do que panquecas!

– Já to descendo.

– A porta de casa ta aberta!

– Beleza!

Corri de volta para casa e andei até a cozinha. Preparei as panquecas, Austin chegou quando eu estava decorando elas.

– Me parece maravilhoso.

– É, o cheiro ta muito bom. - concordei.

– Er… Eu não tava falando das panquecas.

– Austin Mônica Moon! - falei pasma.

– Que foi? A culpa não é minha se o meu moletom te cai tão bem.

– Muito engraçado. Mas é melhor você encher essa boca de panquecas se não quiser que eu te dê uns tapas!

Servi quatro panquecas para ele e duas para mim, ambas com caramelo e frutas vermelhas.

Austin pareceu ter gostado delas, a cada garfada ele suspirava de olhos fechados.

Depois de comer tudo, lavei a louça e ele me esperou na sala, à pedido meu.

Sentei ao seu lado e deitei a cabela em seu ombro. Aus começou a fazer carinho na minha cabeça e disse:

– Sabe… Ontem a noite, quando você foi embora, eu quase desarrumei toda a minha mala só para te chamar de volta e passar mais tempo com você.

– Você é muito trouxa pra acreditar que eu voltaria só para arrumar a sua mala.

– Ah é?

– É.

– Você vai ver só quem é o trouxa.

Ele começou a fazer cócegas em mim, e eu pirei, odeio cócegas.

– Para Austin! - gritei entre risadas.

– O que você faz se eu parar?

– Qualquer coisa que você quiser, só para! - falei desesperada.

– Qualquer coisa?

– Sim!

Então ele parou. Eu estava praticamente deitada em cima dele, só que ele estava sentado. Ele sorriu e se aproximou lentamente, então me beijou. Eu estava quase sentando no colo do Aus, quando meu telefone tocou. Era a Trish:

– Fala Trishina.

– Você viu o pop-star-que-acha-que-pode-sumir-do-nada?

– Se está falando no Austin, sim, eu sei onde ele está.

– Então me diga, por que ele não ta atendendo o celular.

– Ele ta comigo.

– Vish, interrompi vocês?

– Tipo isso. Mas o que aconteceu?

– O nosso vôo. Eu errei o horário, não é às sete e meia, é às seis e meia!

– Que horas são agora?

– 5:47.

– Puta que pariu! A gente já ta indo.

– Ta bem.

Desliguei e levantei do sofá puxando o Austin pelo braço.

– O que aconteceu?

– A Trish passou o horário errado do vôo. Vai pegar as suas coisas e se despede da sua mãe.

– Ta bem.

– Eu te levo no meu carro.

– Valeu.

Ele saiu correndo até sua casa. Eu subi as escadas e peguei minha bolsa, as chaves de casa e do carro. Saí de casa, fechei a porta e fui até o carro, uns dez minutos depois Austin saiu correndo de casa com a mala na mão, a mochila nas costas, fone de ouvido no pescoço, e violão na outra mão. Ele abriu a porta traseira do carro e jogou tudo o que carregava, então sentou-se ao meu lado.

– Pronto? - perguntei.

– Pra ir embora? Não. Para voltar a fazer shows? Com certeza.

Eu sorri e dei a partida.

Chegamos no aeroporto em quinze minutos. Assim que entramos no mesmo, avistamos Trish e Dez perto do check-in. Nos aproximamos deles.

– Esperamos você pra fazer o check-in. - disse Dez.

– Põe as malas no meu carrinho que eu vou lá. - completou Trish.

Austin pôs a mala no carrinho junto com a mala de oncinha da Trish e a mala verde florescente do Dez. Dez levou o carrinho até a fila, deixando apenas Trish, Austin e eu.

– Quanto tempo até o embarque? - perguntei.

– Cerca de vinte minutos, ou menos. - respondeu Trish.

– Vou sentir falta de vocês. - confessei.

– É, nós sabemos. Somos únicos.

– E nada modestos. - completei.

– Nem acredito que não vamos ficar para o seu aniversário.

– Isso não importa, é só o dia que me lembra que eu estou envelhecendo.

Eles riram.

– Não esquece de me mandar as fotos. - lembrou Austin

– Que fotos? - perguntou Trish.

– O Aus me pediu para mandar uma foto de cada mês da gestação.

– Awn… Eu também quero!

Então eu tive uma idéia.

– Trish, pega o celular.

– Para…?

– Tira uma foto do fim do primeiro mês, ou início do segundo…

– Ok.

Ela tirou o celular, nos afastamos do tumulto das filas, posicionei-me de lado perto de uma parede, levantei o moletom até a altura inferior do peito, olhei para a camêra do celular da Trish e sorri. Após bater a foto, abaixei o moletom, Austin veio até mim e disse:

– Vou sentir saudade.

– Eu também.

Ele passou os braços em volta do meu pescoço, e eu, os meus em volta de sua cintura. Fiquei na ponta dos pés e nos beijamos.

Antes de nos beijar, ouvi um som parecido com um “click” de uma câmera. Olhei para Trish e ela mostrou a tela do celular, uma foto na hora exata em que íamos nos beijar.

Eu sorri para o Aus, e dei um beijo na bochecha dele. Logo em seguida, Dez voltou e disse:

– Check-in feito. Três minutos para o embarque.

– É. Acho que agora é a hora da despedida. - falei chateada.

– Abraço em grupo! - gritou Dez alto o suficiente para que sete pessoas o olhassem como se ele fosse doido.

Mesmo constrangidos com o grito de Dez, atendemos seu pedido. Nos abraçamos. Ainda abraçados eu disse:

– Não importa o que aconteça nessa turnê, seremos melhores amigos para sempre.

– Você tem razão. - concordou Dez.

– Seremos sempre esse grupo de deslocados retardados. - completou Austin.

– Dizem que as melhores amizades são aquelas que surgem sem motivo ou razão alguma. - concluiu Trish.

– O pop star idiota e egocêntrico.

– A compositora tímida e nerd.

– A empresária violenta e mal-educada.

– E o diretor lerdo e sem noção.

– Vou sentir saudades seus retardados do meu coração. - falei.

– Nós também baixinha. - brincou Dez.

Então nos separamos. Acompanhei eles até a entrada para a sala de embarque. Austin foi o último á entrar, assim que o segurança permitiu sua entrada, ele olhou para mim, eu acenei, ele olhou para o chão, sorriu e entrou.

Fiquei parada olhando a fila se movendo por uns cinco minutos, até que resolvi ir embora.

Assim que entrei no meu carro, recebi duas notificação no celular, uma mensagem de texto e uma notificação no Instagram. Li a mensagem primeiro, era do Aus.

“Eu te amo, e como diz no seu livro favorito: ‘E eu sei que o amor é apenas um grito no vazio, e que o esquecimento é inevitável, que estamos todos condenados e que chegará um dia em que todo o nosso trabalho será devolvido à poeira, e eu sei que o sol vai engolir a única terra que sempre vai ter, e eu amo você.’

Prometo escrever uma música para você na turnê. Aus.”

Eu também te amo. pensei.

Depois, olhei a notificação do Instagram. Alguém havia me marcado em uma foto. Trish. A mesma foto que ele tirou minha e do Aus. Além da foto havia uma legenda muito bonitinha:

“Alguns dizem que a amizade é o amor que nunca morre. Mas no caso desses dois é o amor que fortalece essa relação. Esse é o único casal que eu conheço que se separou por quase cinco anos, ficou na friendzone, reatou, está se separando novamente e nunca deixou de se amar. Acho que não existe casal que tenha mais amor, confiança, amizade e companheirismo do que esse. A+A= Eu shippo! Haha, amo vocês!”

Liguei o carro, e dirigi até em casa. Assim que entrei em casa, subi as escadas, entrei em meu quarto, revirei minhas gavetas e tirei de uma delas, uma foto minha e do Aus. Fiquei observando a foto por alguns longos segundos. Tiramos essa foto no meu aniversário de 16 anos; Austin havia me dado um colar com uma palheta como pingente, na palheta estava desenhado em letras douradas “A&A”, mas acabei perdendo o colar durante a mudança de Sidney para cá. Eu daria tudo para ter aquele colar novamente, ele era o símbolo da nossa amizade… Mas agora nós temos outro símbolo, mas dessa vez, representando nosso amor...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!