– Porra Violetta, já percebeu que você não pensa em mim? Eu sempre faço tudo por você, paro tudo que eu estiver fazendo pra ficar do seu lado. - Ele pegou minha mão, mas eu logo a puxei de volta pra mim.

– Se não quiser me levar pra casa eu entenderei. - Me virei novamente e escutei um suspiro pesado atrás de mim, por um lado ele tinha razão, mas por outro era totalmente inaceitável.

–= Narrado por Violetta =-

Cheguei ao carro de Leon e logo entrei, depois de alguns minutos o vi entrar no banco do motorista e ligar o carro, me olhou de canto e suspirou.

– Ah, qual é, Violetta? Você vai ficar brava mesmo? O que é isso? Ciúmes?
– Quase quis matá-lo. Tudo bem. Podia ser um pouco de ciúmes, mas eu nunca admitiria isso. Nem para mim mesma. Ele perceber me deu ódio.

– Por que eu teria ciúmes de você, seu idiota? Lógico que não é isso! É só que essa menina me atormenta e você, como meu melhor amigo, não devia se relacionar com essa gentalha. Está me traindo! Confraternizando com o inimigo.

Estou segurando em sua corda

Me tem 10 metros do chão

– Você não acha que já faço muitas coisas por você? Sou o seu melhor amigo quando ninguém mais quer ser, trato você super bem, deixo de sair com outras pessoas para ficar com você, tento convencer todo mundo de que nada que dizem sobre você é verdade... Acha mesmo que tem o direito de reclamar só porque peguei uma menina que a trata mal?

– Nunca lhe pedi para ser meu amigo ou me tratar bem. Nunca pedi para você fazer nada disso. Então, se na segunda-feira você quiser fingir que não existo, ser popular, pegar as menininhas populares e ser feliz e cafajeste com elas, faça isso. Tire o peso de ter que cuidar da “loser vadia virgem” dos seus ombros – falei, cruzando os braços.

E estou ouvindo o que você diz

mas simplesmente não posso emitir um som

– Não seja ridícula. Você sabe que sou seu amigo simplesmente pelo fato de você ser a pessoa que mais amo na vida. É por isso que faço essas coisas por você. Só não acho que é certo a senhorita ficar dando escândalo só porque dormi com uma garota que a trata mal.

– Ótimo. Não me importo. Você pode se casar com ela, se quiser. Não faz diferença – retruquei irritada, ele apenas revirou os olhos, seguimos viagem naquele silêncio infernal, mas por um lado era bom, não queria mais brigas com ele. Antes de chegarmos ele parou em uma rua escura.

Você diz que precisa de mim depois você parte e me derruba

Mas espere

– Você vai mesmo ficar sem falar comigo? - Perguntou rodeando minha cintura com os braços e me puxando um pouco pra mais perto, já que o carro atrapalhava um pouco.

– Vou – respondi emburrada. – Você está me trocando por uma líder de torcida barata que me maltrata.

Você diz que está arrependida

E não achava que eu daria a volta por cima e diria: (isso)

– Desde quando sexo casual significa alguma coisa? – disse ele.

– Mas você está certo. Não estou no direito de ficar chateada. Você não é meu namorado. - Ele apenas riu pelo nariz.

– Não. Sou algo muito melhor. Sou seu amigo e você é a única menina nesse mundo com a qual me importo. Se está chateada comigo, fico mal – disse ele, chegando com o rosto ainda mais perto. Leon estava com o nariz colado no meu e a boca perigosamente próxima. O nervoso que senti nesse momento não poderia ser explicado por nenhuma ciência.

Que é tarde demais para se desculpar
É tarde demais

– Eu o desculpo – falei.

– Não pedi desculpas – disse ele.

– Não quero discutir – falei.

– E o que você quer fazer? – perguntou ele. Encarei os seus olhos verdes e senti o meu corpo tremer por inteiro.

– Não sei – falei sinceramente. Ele deu um meio sorriso voltando a dirigir o carro, já estávamos na nossa rua.

Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa

levaria um tiro por você

– Violetta, eu estava pensando... Se não tiver nada pra fazer amanhã a gente poderia ir ao lago. Sei que o pessoal da escola que você detesta fica lá ás vezes... Mas acho podíamos ir os dois. Vai ser divertido. - Os olhos dele estava de cachorro sem dono. Sorri.

– É claro que vou. - Ele sorriu de volta, parecendo feliz.

– Que bom. - Abri a porta para sair do carro. Ele saiu também porque nossas casas eram uma ao lado da outra. Virei a chave na porta e ele fez o mesmo. Só que, antes de abrir, chamei:

E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida,

mas isso não é novidade

– Ei Leon - Ele me olhou e murmurou algo como “hum?”.

– Eu te amo – pronunciei estática, como se tivesse dito “boa noite” ou “durma bem”. Por que eu tinha mesmo falado isso? Não consegui entender. Só sei que era algo que precisava sair e que me fez sentir leve. Ele não sorriu. Na verdade, nem se moveu. Só me encarou como se eu tivesse dito o maior absurdo da história. Assenti com a cabeça e entrei em casa, porém antes de fechar a porta ouvi-lo gritar:

Eu te amei com um fogo vermelho agora está se tornando azul

E você diz: "Eu sinto muito" como o anjo

– Letta! - Coloquei a cabeça para fora, sentindo o meu coração na boca. E fiquei o esperando falar. Ele piscou os olhos verdes algumas vezes. – Eu te amo também. - Leon entrou em casa rápido antes que eu pudesse me pronunciar. Todavia, quando vi a porta dele fechada, não pude evitar sorrir. O que estava acontecendo? Eu não sabia.

O céu me fez pensar quem você era

Mas eu tenho medo