Dezesseis Anos e Meio escrita por Lady Padackles


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Gente, queria compartilhar com vocês! Eu estou morando fora do país (só por um tempinho, mas eu volto!) e a minha vida mudou bastante desde que cheguei aqui (há dois meses). Por isso as vezes demoro muito a atualizar as minhas histórias (no momento estou escrevendo essa e "Mama Dean"). Mas sabe o que acabei de descobrir??? Que os Js (os dois!) estão morando na mesma cidade que eu!!! Não, eu não estou em Vancouver! Estou falando de onde moram com suas esposas e filhos... Austin (Texas). O Jay já morava aqui há algum tempo, e o Jen acabou de se mudar para perto do Jay (porque eles não conseguem ficar longe um do outro... Ahhhh, fofos!) Será que eu consigo ver algum deles por aqui??? Torçam por mim! Beijos e espero que gostem do capítulo!



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Era quarta-feira e Ruby não parava de falar no professor Winchester desde cedo pela manhã.

– Ele olhou bem dentro dos meus olhos, e disse que iria me sequestraaaarrr! Ahhhh... Foi tão fofo... Tão romântico... – suspirou a menina, ainda se referindo ao ensaio do dia anterior.

Dean já estava de saco cheio. Aliás, a própria Jo já estava deixando-o sem paciência. A garota era grudenta... Queria ficar beijando e abraçando o tempo todo... As vezes o menino se pegava pensando como seria bom terminar logo o namoro com ela. Ele era ainda muito novo para um compromisso sério...

– Vou sentar lá com os garotos! – anunciou Dean abruptamente quando Ruby guinchou o nome de Sam Winchester mais uma vez. O louro se desvencilhou das mãos de Jo e jogou seu material na carteira vazia ao lado de Misha e Justin, que estavam um pouco mais afastados.

– Já sei... A Ruby só fala no professor Winchester... E você não aguenta mais... – divertiu-se Misha.

Dean riu e acenou a cabeça em concordância. Ainda bem que os meninos tinham uma conversa mais interessante... Falavam sobre esportes , bandas de rock e jogos eletrônicos. Sem dúvida assuntos muito mais agradáveis que os suspiros apaixonados de Ruby.

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Dean estava distraído quando Sam entrou na sala. Assim que o garoto avistou o professor, corou envergonhado. Era impossível olhar para o homem e não se lembrar do sonho safado que tivera com ele...

Será que Sam era musculoso como no sonho? O louro tentou decifrar os contornos do professor através da camiseta que usava. Talvez fosse mais fácil chegar a uma conclusão quando tocasse os braços de Sam durante o ensaio da luta que teriam no dia seguinte... O menino sorriu sem perceber.

– Dean? Está rindo de quê? – perguntou Justin curioso.

– Ahhh. Nada... – assustou-se o louro.

Meu Deus... Onde ele estava com a cabeça? Tudo bem ter um pouquinho de curiosidade... Mas seus pensamentos estavam indo longe demais... Tanto fazia afinal se Sam era flácido ou musculoso... Ele não tinha nada com isso... O garoto suspirou e tentou se concentrar na aula.

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Sam já tinha percebido que Dean mudara em relação a ele. Não que o menino fosse indiscreto. Longe disso... Mas desde que haviam se olhado nos olhos e trocado juras de amor durante o ensaio, Sam as vezes percebia o louro olhando em sua direção. É claro que durante a aula, é isso que se espera e um aluno... Que olhe para o professor... E isso Dean fazia cada vez mais atentamente. Era fora do horário das aulas, entretanto, que a mudança de comportamento se tornava mais perceptível. Volta e meia os olhares dos dois se cruzavam, na cafeteria ou mesmo pelos corredores do Castelo. Dean desviava o olhar o mais depressa possível, visivelmente encabulado. A presença de Sam mexia com o garoto de alguma forma, e isso deixava o homem esperançoso e até mesmo emocionado.

Quando uma troca de olhares acontecia, Sam respirava fundo, e seguia em frente. Sabia que não havia nada a fazer por enquanto, a não ser esperar... O menino devia estar tão confuso com os sentimentos que lhe despertavam... A vontade de Sam era puxá-lo para perto de si e enchê-lo de carinho. Tranquilizá-lo e dizer a ele que não tivesse medo de amar. Aconchegado em seus braços, Dean teria certeza que não tinha nada a temer. Sam o protegeria e amaria por toda a eternidade...

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Para Dean, o resto do dia passou depressa. A noite, ele custou a dormir, ansioso pelo dia seguinte. Parara de pensar nos músculos do professor, finalmente... Mas agora não conseguia deixar de temer ser um péssimo lutador. E se não conseguisse fazer movimento nenhum? E se Sam o achasse fraco e descoordenado? Ele deveria ter treinado na frente do espelho... Iria fazer um papel ridículo...

Fechou os olhos e contou carneirinhos. O melhor que podia fazer agora era adormecer depressa para acordar bem disposto.

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Dean estava sozinho. Chegara primeiro que todo mundo na sala para se reunir com o professor Winchester. Estava ansioso afinal de contas...

Mas... Na pressa... Esquecera de uma coisa... E muito importante por sinal! O garoto, horrorizado, percebeu que estava apenas de cueca. Que vergonha!

Dean se encolheu em um canto quando ouviu alguém chegando. “Que não seja Sam Winchester... Que não seja Sam Winchester...”, torcia ele, desesperado. Por sorte era Misha...

– Misha! Vai lá no meu quarto e busca as minhas roupas, por favor! – implorou Dean.

Misha olhou para o louro, pouco se importando com o seu desespero.

– Já vou... Mas deixa eu acabar de comer... – falou o moreno, enquanto dava cabo, lentamente, de um sanduíche gigantesco que acabara de tirar da mochila.

– Misha... Vai logo! Eu estou quase pelado! – insistiu o louro – antes que o professor chegue...

– Deixa eu acabar de lanchar... – respondeu o menino, tirando da mochila um cacho inteirinho de bananas. Dean só faltou chorar. Por que Misha ignorava seu sofrimento?

– Pelo amor de Deus! Vai logo, garoto!

Misha finalmente concordou. Saiu calmamente do aposento, deixando Dean novamente sozinho e apavorado. O louro estremeceu quando mexeram na porta de novo. Dessa vez, era Sam...

– Professor... Eu... Eu... Esqueci de...

Sam aproximou-se de Dean. Assim como Misha, parecia não notar seu desespero. Era como se andar pela escola de cueca fosse a coisa mais natural do mundo...

– Você está com frio? – perguntou o homem.

– N... Não... – respondeu o garoto.

– Então não tem problema...

Dean engoliu em seco quando percebeu que o professor também começava a se despir.

– Os meninos me contaram que você tinha sonhado comigo... E que queria ver se eu era mesmo musculoso... – disse o homem, displicente – Pode ver... Pode tocar se quiser...

Dean estava morrendo de vergonha. Não se lembrava de ter contado nada aos meninos... Poderia choramingar e se colocar na defensiva, mas a curiosidade era maior. Quando deu por si já estava apalpando o corpo do professor todinho. Ele era forte e duro. Todo bem feito...

– Professor... Eu tenho uma namorada... – ponderou Dean.

– E daí? – riu o homem.

Ele tinha razão... E daí? O louro não pode mais resistir... Se atirou nos braços de Sam para uma gostosa troca de beijos e apertões. Se pudesse ficaria assim com ele para sempre.

Dean abriu os olhos. Havia ejaculado durante a noite mais uma vez... E pela segunda vez sonhara com Sam Winchester... Será que ele estava mesmo se sentindo atraído pelo professor? Isso fazia dele gay? O coração do garoto palpitava agoniado. Não conseguiu mais dormir...

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Jo espantou-se quando, logo de manhã cedo, foi agraciada por um beijo quente.

– Bom dia, meu lindo! Acordou de bom humor?

Dean forçou um sorriso. Bom humor não era bem a palavra... Estava assustado. Precisava gostar daquela garota, por mais chatinha que fosse. Era isso ou corria o risco de se encantar de vez pelo professor Winchester e virar gay para sempre...

– Vem cá... Me abraça... – pediu o menino, dengoso. A ruiva não custou a apertá-lo contra si, feliz da vida.

Os braços de Jo eram aconchegantes. Estar junto dela podia não ser excitante, mas era seguro. E Dean, após se amassar com o professor Winchester em seus sonhos por duas noites seguidas, não podia deixar de sentir-se tenso.

Quanto mais se aproximava a hora da reunião do grupo de teatro, mais nervoso ia ficando. Como seria ensaiar a tal luta com Sam? Continuava com medo de se sair mal, mas mais do que isso, temia ficar excitado na frente de todo mundo. Ia ser o maior mico do mundo...

Quando a hora do encontro chegou, Dean só pensava em fugir para bem longe...

– Bom dia! – exclamou Sam com aparente bom humor. O homem, ao contrário do garoto, conseguia esconder melhor seu nervosismo.

Estivera sonhando há tempos com o momento em que finalmente poderia encostar suas mãos na pele macia do seu amor. No seu caso, ao contrário de Dean, sonhava acordado. Ahhh, como queria poder tocar seu bebê... Não importava que fosse durante o treino de uma luta para um peça escolar... Não importava que não fosse rolar nada por enquanto... Ele só queria poder chegar mais pertinho e se embriagar com o cheiro de neném que a nova versão do amor de sua vida exalava.

– Sam, vamos ensaiar as nossas falas de novo! – exclamou Ruby, toda espevitada.

Por um instante, Dean pensou que estivesse livre. Nesse momento, o pânico de se aproximar de Sam era tanto, que ele respirou aliviado. Talvez pudessem adiar aquele ensaio para outro dia...

Mas Sam não iria recuar por nada. Já tinha percebido o interesse da aluna, e pretendia cortar suas investidas. Suspirou.

– Hoje não, Ruby... Combinei de ensaiar a luta com o Dean.

Dean quase podia ouvir seu coração batendo. Estava apavorado. Mais apavorado ainda ficou quando notou o professor se aproximando dele. Iria finalmente encostar naquele homem...

– Toc toc toc. Dá licença?

Sam viu, incrédulo, que Brian estava ali para atrapalhar.

– Desculpa interromper, mas já interrompendo... – Brian riu de si mesmo. – É que eu decidi fazer um primeiro treino do time de basquete agora. Coisa de última hora... E eu queria pedir o Dean emprestado.

Que cara de pau! Sam se irritou. Eles estavam iniciando um ensaio... Por que Brian achava que os treinos de basquete eram mais importantes que a peça de final de ano? O homem respirou fundo e conteve a fúria. Falou com educação.

– Sinto muito, Brian. Mas o Dean está ocupado. Nós estamos ensaiando...

– Ahh, mas vocês vão ter muito tempo ainda... Esse é o primeiro treino do time! É importante que ele vá... – insistiu o homem. - Aproveita para ensaiar os outros alunos...

– O horário das minhas reuniões com os alunos já está marcado há muito tempo, Brian... – sibilou Sam, impaciente.

– É só hoje... Os outros treinos serão pela manhã... Deixa de ser chato, Sam... Libera o garoto.

Brian falava como se ir ao treino de basquete fosse um grande prêmio e, Sam, o professor chato e carrasco, que negaria a Dean o grande prazer de participar do evento. Trincou os dentes. Não queria parecer inflexível. Poderia deixar Dean decidir por si mesmo. Tinha certeza que o menino queria ensaiar a luta tanto quanto ele.

– Tudo bem por mim, mas deixa o menino decidir. Dean, se você quiser, pode ir. Se preferir ficar, fica...

Dean olhou o treinador Brian Scott, que, sorridente, esperava por ele na porta. Era uma boa desculpa para fugir dali. O menino não pensou duas vezes. Estava aliviad

– A gente ensaia a luta na terça, pode ser? – perguntou para Sam, envergonhado.

Droga! Menos de um segundo depois de ter se pronunciado, Sam se arrependeu. Brian encarava Dean, colocando pressão na escolha. É claro que ele se sentia intimidado... Era só um garoto afinal.

– Claro... Pode ir...

Para Dean a decepção do professor de teatro foi aparente. Com certeza Sam achara que o menino estava dando pouca importância ao projeto de teatro. Tarde demais... Se o professor pudesse ao menos imaginar o que estava se passando com ele... Mas, graças a Deus, isso era impossível!

O menino seguiu ao lado de Brian, que falava sem parar sobre as vitórias do time do ano passado. Dean não conseguia prestar a menor atenção... Sentira-se aliviado por um minuto, adiando sua luta com o professor Winchester. O sentimento agora, entretanto, era de angústia. A angústia por ter desapontado o homem e adiado seu sofrimento mais ainda... Seu primeiro dia de treinos com o time de basquete estava fadado ao fracasso.


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