Dezesseis Anos e Meio escrita por Lady Padackles


Capítulo 20
Capítulo 20




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Dean e Sam passaram a trocar e-mails regularmente. Nos finais de semana, não saiam de perto do computador. Trocavam mensagens de amor, e, finalmente, começavam também a se conhecer melhor. Dean absorvia cada detalhe da vida e da personalidade do seu amado com muito entusiasmo. Estava cada dia mais apaixonado. Quanto à Sam, é claro que já sabia bastante sobre Ross e Dean, o primeiro. Dean Ross era a reencarnação de ambos, mas tinhas suas particularidades, que precisavam ser descobertas também.

Em pouco tempo, Sam já sabia bastante sobre a vida de seu jovem namorado. Ficou horrorizado ao descobrir que fora a própria irmã quem empurrara o menino escada abaixo, e, por mais que Dean estivesse sofrendo com isso, se tranquilizava em saber que Mackenzie e Saul estavam completamente afastados da família do menino. Dean, por sua vez, ficou sabendo das aventuras de Sam em seu tempo de garoto, e sua amizade com Clark e Garth. A única coisa que o moreno não ousou mencionar foi seu namoro, e nem mesmo sua amizade, com o irmão mais velho do louro. Tinha medo que Dean Ross não se sentisse bem com aquilo. Depois, pensava ele, no momento certo, contaria ao menino toda a linda história de amor que viveram juntos, em existências anteriores.

Alguns dias foram o suficiente para que já se sentissem íntimos. Dean não via mais Winchester como o professor inatingível por quem estava apaixonado. Ele agora era seu namorado, sua paixão, que calhava também ser seu professor. Apesar da recém adquirida intimidade, os encontros que tinham fora da escola eram muito escassos. Era difícil arranjar desculpa plausível para saírem juntos de carro, e precisavam ser discretos. Brian muitas vezes atrapalhava, pois estava sempre prestando atenção. As poucas vezes que conseguiram sair, foram até o mirante, como da primeira vez. E a cada vez que lá estiveram, se beijaram e se abraçaram de forma doce a apaixonada, mas não foram mais além.
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– Você não acha que o Dean está diferente? - Jo estava pensativa. Olhou em seguida para Ruby, que sugava seu milk shake com o canudinho, sem muita vontade. A ruiva esperou uma resposta, que não veio. Então insistiu:

– Ele está diferente sim... Sei lá... Anda mais distraído... Menos interessado nas coisas. Será que só eu reparei isso?

Ruby nem esboçou reação. Será que não estava prestando atenção?

– Ruby! Presta atenção! - reclamou a ruiva. - Você ouviu o que eu falei?

– Ouvi... - respondeu a outra menina com pouca paciência. - Pra mim ele está igualzinho, como sempre foi... Em seguida suspirou. Ela estava preocupada com assuntos mais importantes.

– Jo... Eu preciso descobrir se o Sam é gay... Eu não acredito que um homem lindo desses possa ser gay... É muito desperdício! - exclamou então a morena, finalmente revelando a dúvida que assolava seus pensamentos desde o dia em que foram à Smokey Gray.

Jo se irritou. Se Ruby não queria prestar atenção à sua preocupação com Dean, por que ela haveria de ligar para o professor Winchester?

– Tanto faz! Ele não quer nada com você, mesmo... Para de insistir!

– E Dean não quer nada com você também! - retrucou a morena, ofendida.
Jo e Ruby se olharam enraivecidas. Teriam começado a brigar ali mesmo se Misha e Justin não tivessem chegado.

– E aí? O que contam de novo? - Perguntou Misha, sem perceber o clima pesado.

Jo e Ruby deram uma trégua. Ambas precisavam da opinião de alguém. Aqueles dois garotos serviam. E então, Dean estava diferente? E como saber se Winchester era gay ou não?

– Dean está namorando... - Justin resolveu admitir depois de algum tempo de conversa. Achou que era melhor acabar logo com as esperanças de Jo. - É uma pessoa que a gente não conhece... - mentiu.

Gostaria de confirmar que Sam era gay e que estava namorando também, mas ele não haveria de ter tais informações... Tudo o que ele e Misha fizeram foi tentar que Ruby deixasse o assunto de lado. E ela deixou, pouco tempo depois, ao perceber que a amiga estava chorando - por causa de Dean, é claro. Esqueceu-se completamente da quase briga que tiveram e correu para consolá-la.

– Não chore, Jo! Você não merece sofrer por homem nenhum! - dizia a morena enquanto alisava os cabelos da amiga.
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– Sam! Você por acaso vai sair do colégio hoje?

O moreno levou o maior susto e virou-se depressa, reconhecendo a voz de Brian. Maldito Brian! Por que tinha que se entrometer tanto na sua vida? Por que se importava se ele haveria de sair ou não? Sam pretendia sair sim... E com Dean! Fazia uma semana que eles não ficavam a sós, e ambos estavam morrendo de saudades. A desculpa de comprar mais material para a peça tinha que colar, porquê ele não tinha outra...

– Não sei... Talvez... - disse titubeante. - Talvez tenha que ir comprar umas coisas...

– Desculpa te perguntar, mas é que eu vou estar ocupado quase o dia todo... E você, volta e meia, sai do colégio pra comprar material...

Pelo jeito aquele desgraçado prestava atenção em todos os passos que ele dava... Sam encarou o treinador com desânimo. Estava com medo que o homem destruísse seus planos.

– Será que você poderia levar o Pablo com você? É que nós estamos precisando de bolas novas...

Como capitão do time de basquete, Pablo as vezes ajudava Brian, indo com ele comprar material para os treinos. Infelizmente todo o material que precisavam para o colégio era vendida em uma única loja de departamento, que tinha uma parceria com o Saint Peter. Se Sam saísse com Dean, não teria desculpa alguma para não carregar Pablo com eles.

– Claro... - o Winchester respondeu desgostoso. - Se por acaso eu for, te aviso...

Brian despediu-se sorridente, e Sam, desapontado, mandou um e-mail para Dean desmarcando o encontro. Não adiantava nada sair arrastando outro aluno junto, ainda por cima porquê eles não tinham material algum pra comprar. E sair sem avisar Brian Scrotíssimo seria suspeito e perigoso - afinal aquele homem prestava atenção. E muita!
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– Que droga! - praguejou Dean. - Assim a gente não vai conseguir se ver nunca mais... O treinador Scroto (agora até ele usava o apelidinho carinhoso dado por Sam) parece que atrapalha de propósito... - suspirou o menino. Estava visivelmente chateado.

– Poxa Dean... Sinto muito... - Justin ficou com pena.

– Por quê vocês não se encontram no fim de semana? - sugeriu Misha.

– No fim de semana, como? Meu pai não sabe do nosso namoro, Misha! Você está maluco?

Foi aí que surgiu a ideia. Dean não podia pedir que seus pais o levassem para a casa de Sam, ou que Sam o buscasse em casa. Passar umas horas fazendo trabalho com um colega, na casa do mesmo, entretanto, era outra história. Seria perfeitamente natural...

–Meu pai te busca em casa, e em vez de te levar pra minha casa, te leva pra casa do Sam! - ofereceu Misha entusiasmado.

– Mas por que seu pai aceitaria fazer isso? O que você diria pra ele?

– Eu digo a verdade: que você vai namorar, e precisa de uma força... Meu pai é gente boa. - garantiu o moreno de olhos azuis. - tenho certeza que ele vai te ajudar. No fim da tarde ele te busca e te lava pra casa...

Parecia um ótimo plano. Mas será que Richard, o pai de Misha, aceitaria mesmo fazer esse enorme favor? Afinal ser gente boa não significava aceitar servir de motorista... Misha ligou para o pai, e a resposta, para felicidade de Dean, foi afirmativa. O louro ficou tão entusiasmado que escreveu para Sam imediatamente. Em poucos minutos já tinham combinado tudo.
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Quando o sábado finalmente chegou, Dean não podia se conter de tanta excitação. Acordou bem cedo pela manhã, se arrumou e esperou impaciente por Misha e seu pai.

Já no carro, sentia seu coração bater acelerado. Era maravilhoso demais poder ter várias horas sozinho ao lado do seu amor!

– E então, Dean? Animado?

O louro balançou a cabeça afirmativamente. Estava sentado no banco de trás, e Misha no banco do carona, ao lado do pai.

– E então, qual o nome da felizarda?

– Errr... - Dean titubeou. Já ia inventar um nome qualquer quando foi cortado por Misha. - É felizardo, pai...

– Ahh, jura? É... você tem uma carinha mesmo de que gosta de garotos...

Dean enrubesceu. Queria abrir um buraco para se enfiar... Por que Misha foi falar a verdade para Richard? Pelo menos o homem parecia bem liberal. Nem ligou em saber sua opção sexual, e isso não deixou de ser um alívio... Seria tão bom se seu pai fosse como ele...

– Dean, não precisa ficar com vergonha! - Misha riu, vendo o que o amigo se encolhera no banco traseiro.

– Vergonha?! - surpreendeu-se Richard. - Que bobagem... Eu mesmo sou bi assumido. Já fiquei com muito homem antes de casar com a mãe dos meus filhos.
E a partir daí Richard começou a contar suas aventuras quando solteiro. Misha, pelo jeito, estava mais do que acostumado com as histórias, e achava graça delas. Aquela família era estranha... Mas um estranho legal!
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Sam abriu a porta com um sorriso enorme no rosto. Lá estava ele, seu bebê, prontinho para jogar-se em seus braços. Depois de um beijo doce e um abraço bem gostoso, o mais velho convidou o outro para ir até a cozinha.

– Estou terminando de preparar o nosso almoço: salada de atum!

Dean arregalou os olhos. Que comida mais nojenta! Mas ele não podia rejeitar o que Sam preparara para ele... Forçou um sorriso, e, em seguida, viu o moreno cair na gargalhada.

– Brincadeira, bobinho. Eu sei que você não gosta de atum!

Dean riu, e respirou aliviado.

– Vamos almoçar pizza, e de sobremesa, bolo de chocolate. Estou acabando de bater o bolo!

Ahh, aí sim, comida gostosa! O louro ficou feliz e seguiu o namorado até a cozinha.
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A massa do bolo já estava pronta. Sam despejou-a em uma forma e em seguida pegou a tigela, ainda com alguma sobra. Bastante sobra na verdade, já que a massa crua é tão gostosa... Convidou Dean a lamber com ele, após colocar o bolo para assar. A princípio usaram colheres. Depois, enfiaram os dedos mesmo.

– Eu sou especialista em raspar massa com o dedo, quer ver? - Dean passou o dedo indicador com muita habilidade. Enfiou tudo na boca rindo, já com o rosto lambuzado. Tinha conseguido raspar uma boa quantidade da massa.

– Ahh é, espertinho... Olha o que eu consigo fazer... - E então foi a vez do moreno. Suas mãos eram enormes, e Sam conseguiu pegar ainda mais que o namorado.

– Ahh, isso não é justo! - reclamou o louro, avançando para lamber o doce do dedo de Sam. - Seu dedo é maior!

O Winchester tentou impedi-lo, rindo. Pareciam duas crianças, brincando de brigar. O maior começou então a correr em volta da mesa, mas Dean, engessado, não conseguiu acompanhar. Acabou se desequilibrando e por pouco não caiu no chão.

– Ah, pobrezinho... - Exclamou Sam, amparando o louro. Não era justo brincar assim com ele... - Aqui! - disse então, oferecendo o dedo lambuzado para Dean lamber.

Dean enfiou o dedo de Sam inteirinho na boca, e chupou com vontade. Em seguida lançou ao moreno um olharzinho tão libidinoso que o mais velho quase subiu pelas paredes. Ele também queria Dean com calda de chocolate... Servia o pouquinho que menino tinha deixado cair em seu rosto.

O moreno então aproximou-se devagar. Envolveu o namorado em seus braços e pôs-se a acariciar a sensível pele de seu rosto com a língua. Quando chegou na boca, aproveitou para beijá-lo, enquanto Dean sentia os pelinhos de sua nuca arrepiarem.

Aquela brincadeira tornara-se tão gostosa que os dois se viram usando o restinho que tinha na tigela para lambuzarem um ao outro, lambendo em seguida.
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– Dean, você sujou a camisa...

O louro olhou assustado para as manchas de chocolate. Deveria ter tomado mais cuidado. Sua mãe iria matá-lo...

– Dá tempo de lavar e secar... Me dá ela aqui. - disse Sam ajudando o louro a se livrar da peça.

– Por que não aproveita e lava a sua? - o louro perguntou dengoso. Queria ver o namorado sem camisa também...

– Minha camisa está limpa... - sorriu Sam Winchester provocativo, examinando a própria roupa.

– Estava... - completou o louro, faceiro, após lambuzar a camisa do namorado de propósito.

– Seu levado! - ralhou Sam. Mas premiou o louro com a visão que ele queria: seu peito e ombros musculosos a mostra.

– Você é lindo... - suspirou Dean.

– Você que é, meu neném...

E então se abraçaram. Pele com pele era tão mais gostoso... E eles nem precisavam mais de massa de bolo para se deliciar lambendo e mordiscando um o corpo do outro. Recostaram-se no sofá da sala e aproveitaram para namorar bastante até sentirem o cheiro do bolo queimando na cozinha.


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