Apenas Corte escrita por Aprimorada


Capítulo 9
Mais dor.


Notas iniciais do capítulo

:



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Depois daquele ocorrido, ainda sim tive que me levantar, mesmo sem forças para ir a escola. Caminhei lentamente, meu olhos ardiam e pareciam que iam fechar, depois de tanto choro e uma noite mal dormida, era o que eu podia esperar. Meus pulsos latejavam de dor, e queimavam ao mesmo tempo. Cheguei na escola de cabeça baixa, percebi que falavam de mim enquanto eu andava, mas tentei não ligar, me desliguei de tudo. Ouvi Alex gritando meu nome, mas continuei a andar, talvez fosse exagero meu, mas eu estava acabada, não aguentava mais. Algumas garotas me pararam na porta do banheiro, não deixando eu sair. Uma agarrou meu braço, o que ainda doía, com os cortes recém abertos, enquanto outra gritava:

VOCÊ ACHA MESMO QUE UM DIA CONSEGUIRIA SER IGUAL A NÓS? VOCÊ É UM LIXO DESPREZÍVEL.

E me deu um tapa no rosto, que doeu até a minha alma, então elas me largaram, sai correndo direto para a sala, enquanto ainda ouvia as pessoas falando de mim. Meus Deus quando isso irá acabar? Era somente isso que eu pensava. Não sai da sala, nem na hora do intervalo, fiquei lá sentada, tentando me conter, e esquecer tudo que ainda estava acontecendo. Eu sei que eu devia ir falar com o Alex, mas eu não iria, estava mal de mais para lidar com as minha dores.

Deu a hora de ir embora, e sai o mais rápido que podia. No caminho, as mesmas meninas, uma delas me lembrou, aquela que me humilhou na festa, meu coração apertou minha respiração saiu do controle. E a única coisa que me passou pela mente, foi: Irei apanhar até não aguentar mais. Talvez fosse bom, muito bom, quem sabe, elas não me dessem uma pancada tão forte na cabeça, que eu morresse. Seria realmente bom, simplesmente bom de mais para ser verdade.

Elas me pegaram, segurando com força meus braços. Tentei me livrar, mas não consegui e fiquei desesperada quando me levaram para um beco onde ninguém passava. O medo correu em meu corpo, mas decidi que elas não iriam fazer algo comigo sem sair pelo menos com um olho roxo. Começaram a me bater. Não foram tapinhas, mas doloridos socos em meu estômago, rosto, chegaram até mesmo a puxar meus cabelos. Aquilo doeu bastante e quanto mais eu tentava me defender mais elas batiam. Creio, que elas cansaram e me deixaram lá jogada no chão. Meu corpo doía e provavelmente eu devia estar toda roxa. Fiquei deitada, creio que por quase que uns 10 minutos. Então criei forças e me levantei quase que caindo, andei para casa, bem devagar, quase não aguentava andar, tinha uma vontade imensa de chorar, mas aguentei, até chegar em casa, mas também assim que cheguei, desabei. Chorei, sem parar, corri para o banheiro, e me sentei no chão. Eu tentei controlar o choro, mas como sempre ele saiu do controle, eu não podia, eu não queria, mas foi inevitável, eu comecei a lembrar, dos xingamentos, das chacotas, senti algo mexendo, tocando, em minhas feridas, em meus machucados e aquilo foi um peso, foi de mais pra mim. Então eu peguei a lâmina e a posicionei em meu pulso, eu fechei os olhos, enquanto cortava, enquanto alojava dentro mim, abri os recentes cortes costurados, o sangue jorrou, aquilo me aliviou, tirou o peso de minhas costas, que não aguentava mais carregar, e consegui dormi, finalmente, tive uma noite sossegada e dormi, como se não fosse nunca mais aquilo fosse acontecer.


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