P.O.V Percy

– Mas isso não é meio que... Impossível?– Beatriz diz - porque até onde eu sei, Poseidon não pode ter filhas.
– Na verdade pode. Mas é extremamento raro. - digo.
– Mas meu professor de histó...
– Não acredite nos professores de história. Eles são uns manés. - diz Thalia e não me preocupo em conter o riso.
– Então é verdade? Eu sou filha de Poseidon? - Seus olhos brilhavam. Thalia assente. - Que maneiro!

Encosto o rosto na janela e fico observando a chuva por alguns minutos. Espera. Porque. Estava. Chovendo?
– Thalia. - digo olhando para ela. Observa a janela por uns segundos e depois levanta as mãos como quem dissesse "Não fui eu"
Ouço um barulho, como se algo estivesse se estilhaçado. Olho para trás e vejo uma das garrafas de vinho do Sr. D no chão.
– Ai meus deuses! - Thalia diz, correndo em direção ao banheiro. Ela volta depois com um rodo na mão, e uma vassoura na outra. Entrega os dois para Beatriz. Vou ajudá-la.
– Obrigado - diz ela.
– Somos irmãos agora. Acho que é meio que minha obrigação. - sorrio e ela retribui. Ela limpava o vinho no chão, enquanto pegava os cacos de vidros que estavam espalhados.
– Thalia, você poderia...
– Tchau! - ouço o barulho da porta. Engulo um palavrão e caminho até o hall de entrada e me desfaço do vidro. Fecho a porta, mas algo me impede. Olho para baixo e vejo um All Star vermelho sujo de terra. Volto a abrir a porta e encontro Logan, Matheus, James e Giovana em seu colo.
– O que aconteceu? - pergunto dando passagem para poderem entrarem.
– Giovana. Reclamada. Zeus. - James diz recuperando o fôlego e colocando Giovana no sofá.
– Eu. Reclamada. Poseidon. - Beatriz aparece atrás de Logan.
– Cadê o Sr. D ? - James ignora Beatriz e coloca um pedaço de Ambrósia na boca de Giovana.
– Também quero saber. - digo. - Estamos aqui há uma hora. E Quíron?
– Está fazendo seu discurso - Matheus dá um longo gole numa garrafa d'água - De sempre.

Giovana se senta, cuidadosamente.
– Preciso avisar Maicon...
– Não! Você não vai falar com ele novamente. - James franze o cenho.
Giovana ia dizer algo, mas é interrompido por um pigarro de Sr. D.
– Parker, Henderson, Maslow. Fora. - sua expressão estava séria. Sem dizer nada, os três saíram silenciosamente. Ao ouvir o barulho da porta, ele continua.
– Como isso aconteceu? - ele aponta pra Bêa. Explico tudo - E isso? - aponta para Gi.
– Eu não sei.
– O.k, chama o Marshall e vá embora.
– É Maslow. - começo a dizer. - E a respeito da profecia...
– O que você quer?
– Quero que Beatriz e Giovana me sigam.
– Você enlouqueceu? Duas novatas sem experiencia. De jeito nenhum.
– Três partiram ao leste / Zeus e Poseidon seus filhos devem guiar. – recito. - Não é Thalia. Nem Tyson. São elas.
– Vá embora.
– Não até me responder. - Está O.k. Ele não me transformou em uma videira.
– Você está me pedindo pra ir á uma missão com duas novatas?
– Eu posso ensinar Beatriz com os truques e... Não é muito difícil voar.
Olho para a dupla no sofá, que conversam sem prestar atenção em nós.

Depois de conseguir convencer Dionísio, saio da Casa Grande assim que James entra.
– Minha namorada é sua irmã - Diz Logan. Esboço um sorriso.
– Parece que somos cunhados.
– E o que deu lá dentro? - Matheus, que está com um violão na mão, pergunta.
– Vamos para uma missão.
– Nós três? - Logan coça a cabeça.
– Não. eu, Giovana e Beatriz.
– VOCÊ ENLOUQUECEU ? - Matheus grita.
– Não grite comigo. Obrigado. E não, eu não enlouqueci. "Zeus e Poseidon seus filhos devem guiar". A príncipio pensei em Thalia e Tyson, mas agora tudo faz sentido.
– E como você consegui convencer a Racha? - ele se referiu ao Sr D.
– Um pouco de Percyzisse não faz mal há ninguém.
– Seja como for... - Logan mordisca uma maça. - Como vão entrar no mundo inferior?
– Não faço a mínima ideia. - E realmente não fazia.
– Eu conheço alguém que sabe. - Matheus canta.
– Não faz mais isso.
– Vai querer minha ajuda ou não? - Permaneci calado. - Venham comigo.

Vamos caminhando em silêncio até o chalé 07. Suas paredes eram num amarelo dourado. Em destaque, ficava um sol com dois arcos em cada lado. Havia desenhos de cavalos carregando carruagens por toda a parte e em suas colunas, encontrava-se duas liras.
Matheus abre a porta primeiro, para se certificar de que não há ninguém lá, depois foi Logan e por ultimo eu.
– Senta ai. - Logan aponta pra uma beliche com um lençol vermelho e junto ao travesseiro, uma foto do Nico. Deduzi ser de Helena e estava certo.
Logan e Matheus se sentam ao meu lado e logo depois Helena aparece furiosa.
– O que vocês querem?
– Precisamos de sua ajuda. - Logan cerrava os punhos.
– Envolve o Nico. - me apresso em dizer e sua expressão muda.
– Creio que é a respeito da missão... ? - ela pergunta e faço que sim. - Estava esperando por vocês.
– Então você sabe de uma entrada para o mundo inferior? Que não seja M.A.C nem a do Central Park. - me apresso em dizer.
– Porque não entra por nenhuma delas? - ela arqueia uma sobrancelha.
– A profecia diz que devemos ir á leste.
Ela franze o cenho, como se estivesse pensando.
– Tem uma em Connecticut. Mas vocês precisam de um filho de Hades para poder abrir a passagem, então...
– E é claro que você sabe onde podemos encontrá-lo...
– Sim. Eu sei. Mas creio que vocês não vão gostar nem um pouco disso.
– Desembucha.
– Tem uma filha... Amanda. Amanda Becker. Nico me contou que ela não gostava da ideia de ter que ser macabra sempre. Então resolveu ir pra uma escola de garotas.
– Você só pode estar brincando. - Matheus diz, rindo.
– Não! É sério! Mas isso é tudo o que eu posso dizer.
– Mas aonde fica essa escola? - pergunto. Para Giovana e Beatriz seria fácil, pois elas eram MENINAS!
– Você saberá. Boa sorte. Já podem ir embora.

***

Já era hora da Janta. Beatriz estava sentada comigo na mesa do refeitório. É bom não ter que ficar sozinho, mas ao mesmo tempo estranho.
– Então nós podemos respirar debaixo d'água? E falar com os animais marinhos, tipo golfinhos? - Beatriz dizia. Ela não havia parado de falar um minuto.
– Já disse que podemos controlar a água?
– Sério ? - faço que sim - Que show!

Me levanto em direção á fogueira e Beatriz me segue.
– Porque estamos aqui?
– Temos que jogar algo do nosso alimento na fogueira, em oferenda aos deuses. É uma tradição.
– Vou ter que jogar minha salsicha empanada?
– Não necessariamente. Pode jogar o que quiser.
Annabeth estava na minha frente.
– Essa menina não sabe calar a boca?
– Parece alguém que conheço. - digo sorrindo e ela me dá um leve tapa nas costas, enquanto sorri.

Quíron me olhava fixamente e quando o olhei, fez menção para ir até ele.
– Você tem certeza que quer elas contigo ? - faço que sim.
– Não vai ser tão difícil.
– Você quem sabe.
– E quando iremos?
– Amanha, ao nascer do sol.

Volto para a fila e jogo um pedaço de frango na fogueira.
"Ainda sou seu predileto, pai?" digo baixinho e volto para a mesa.