Por mais cansados que estivessem, eles só encontraram um hotel que tivesse um quarto grande o suficiente para todos caberem às quatro e meia da manhã. Era um hotel caro, mas um cartão de crédito de Maison e umas boas palavras de Andrômeda conseguiram para eles a suíte presidencial e alguns colchonetes.

– Quase não tem colchões o suficiente. - Maison percebeu.

– Não tem problema, a gente divide, não é, Maisonzinha? - Luke abraçou a garota com um braço, que ela jogou pra longe.

– Sonha, querido. - Ela se levantou e foi para o banheiro.

– Vocês, garotos fedidos e suados vão dormir pra lá, enquanto nós, divas e maravilhosas para cá. - Diana disse, apontando para o outro lado do quarto.

– Eu não vou dormir do lado dela. - Lilah apontou para Mariana. - Sei muito bem de que fruta você curte.

Mariana deu uma gargalhada sonora.

– Deve ser legal ser vidente. - Ela pensou em voz alta.

– Não quando vê um amigo morrer. Mas fora isso, é um sonho. - Lilah rebateu.

– Eu não tenho amigos, não tenho como saber. - Mariana se aprumou na cama de solteiro. Ela estava algemada no vão da cama. - Aliás, quando é que eu vou tomar um banho? Eu tô toda suja de poeira e sangue.

– Quando Maison terminar o banho. - Daphne disse. - E depois dela sou eu.

– Quando é que os meninos poderão tomar banho? - Calebe perguntou. - Até agora tem folha no meu cabelo.

– Não tem nada, eu tirei todas. - Daphne se levantou do colchonete que estava sentada e foi até Calebe, que estava ajoelhado no tapete olhando televisão. Ela remexeu o cabelo dele em busca de folhas.

– Larga da minha cabeça, garota. - Calebe, grosso como sempre, a empurrou, embora sem muita força.

– Viu? Nenhuminha, eu tenho bons olhos. - Daphne cruzou os braços.

Calebe bufou. David deu risada da cena. Luke acertou um travesseiro na cara dele. David revidou e logo os dois estavam no meio de uma guerra. David jogou sem querer um travesseiro com força na cara de Allec, e a brincadeira parou por um momento. Luke pensou que Allec iria dar um tiro na cabeça de David, mas Allec pegou um travesseiro e jogou como um míssil na direção do irmão gêmeo de Diana, o acertando em cheio. Logo, Luke jogava travesseiros em mais amigos, criando uma verdadeira guerra.

– Parem! - Grim pediu, tentando manter todos parados, sem conseguir.

Maison saiu do banheiro enxugando o cabelo castanho com uma toalha e foi recebida por um travesseiro no rosto enviado por Charlie, que deu risada. Então ela pegou uma almofada do sofá e jogou em Charlie, para acertar no ombro de Andrômeda, que revidou sem muita pontaria em Clary. Clary jogou um travesseiro em Diana.

– Agora é guerra! - Diana pegou todos os travesseiros perto de si e começou a jogar em qualquer um que se intrometesse no caminho. Acertou um no rosto de Oliver, que caiu para trás, um em Rafael, que acabou caindo por cima de Grim, quase esmagando a garota, em Hugo que revidou acertando sem querer em Pietro, na pobre Daphne e em Catherine, que atirou de volta.

Logo estavam todos emaranhados em pilhas de travesseiros e jogando em qualquer um. Catherine jogou um travesseiro com toda a força que possuía no rosto de Allec, que ficou vermelho. A brincadeira só ameaçou parar quando Hugo, invisível, acertava todo mundo o com uma enorme travesseirada.

– Ah, agora é pra usar os poderes, hein? - Pietro sorriu.

– Pietro, não... - Oliver foi interrompido por um travesseiro enviado por Catherine.

Pietro jogou um travesseiro com uma força moderada na direção de Aaron, que na mesma hora se duplicou até virar sete Aaron's. Um pequeno exército, que mirou sete travesseiros em Pietro. Diana deu um choque em Charlie sem querer, e a garota ficou com o braço dormente. Clary deu um banho de água em David, que na mesma hora extinguiu o fogo. Hugo continuou invisível e acertava tantos travesseiros quanto podia nos amigos, enquanto que Rafael ligava o "farol" nas mãos e apontava para todos. Catherine deu um pontapé em Rafael, o fazendo cair para trás, desligando a luz. Daphne se desviava de todos, já que lia suas mentes. Não foi acertada por ninguém.

– Se continuarem com isso vão acabar se matando, seus idiotas! - Grim disse, com o tom de voz alto.

Isso cessou a brincadeira, não os risos. Andy e Charlie se dobravam de rir e Clary e Maison ainda se empurravam, de brincadeira. Os meninos estavam rindo também. Apenas quando a porta do banheiro abriu os risos pararam também.

– Não é possível. - Allec se levantou da cama em que estava sentado. - Você tava algemada na cama!

– Ninguém mais liga para um rato passando pelo meio dos seus pés. - Mariana riu.

– O que você fez com seus cabelos? - Connor perguntou.

– Isso se chama tinta. - Mariana passou a mão pelos cabelos recém pintados com tons de azul e rosa sobrepondo o roxo.

– De onde você tirou essa tinta? - Daphne perguntou.

– Vai por mim, não pergunta. - Mariana andou calmamente pelo meio deles e se jogou na cama de novo, pondo as algemas no pulso. - Pronto, estou presa de novo.

– Essas roupas são minhas! - Maison percebeu.

– Ah, fala sério, são só roupas. - Lilah rolou os olhos.

– Cala a boca, Collins. - Maison olhou assustadoramente pra ele. - Aquela blusa é de marca!

– Afe. - Charlie puxou a amiga pelo braço. - É só uma blusa, quando o perigo passar podemos comprar outras. Espera. Essas tintas estavam na minha mochila!

– Você ia pintar o cabelo? - Andrômeda perguntou, confusa.

– Não, mas as tintas de cabelo dão um excelente sombreado em um desenho. - Charlie se defendeu. - Você acabou com a minha tinta!

– Não me culpe, mas é que assim não vão me reconhecer. - Mariana sorriu. - Vocês não sabem quantos inimigos uma garota de quase dezoito pode ter.

– Ah, eu imagino. - Maison disse, ainda irritada pela garota ter pegado suas roupas.

– Para com isso, você tá linda com essa roupa. - Clary tentou elevar o ânimo da amiga.

– É um pijama. - Maison protestou.

– Patricinha. - Lilah pronunciou a palavra sílaba por sílaba.

Em dois segundos Maison estava atracada em cima da loira, a pegando pelos cabelos.

– Loira oxigenada! - Maison grunhiu, com os cabelos sendo puxados por Lilah.

– E você? Sua rodada! - Lilah e Maison estavam protagonizando uma briga histórica enquanto os amigos apenas observavam, chocados. Maison puxou a cabeça de Lilah pra trás, mas a loira pegou a raiz dos cabelos da adversária e puxou para o lado. Logo as duas estavam berrando de dor pelo cabelo sendo puxado. Maison mordeu a mão de Lilah, que deu uma pisada no pé de Maison. Com isso as duas caíram no chão, a mão de Lilah e o pé de Maison doloridos. - Vadia.

– Oxigenada. - Maison disse, acariciando o pé.

A primeira a se despertar do torpor foi Diana, que foi até Lilah e a puxou para longe de Maison. Depois Charlie, Clary e Andrômeda foram ajudar Maison. Luke, Aaron e David começaram a dar risada.

Grim e Daphne estavam chocadas com a briga, enquanto que Catherine filmava pra postar no YouTube, recebendo reclamações de Allec, e incentivo de Mariana. Rafael gargalhava e ficou fazendo uma retrospectiva dos fatos com Hugo.

Maison estava com o cabelo armado e emaranhado de tanto Lilah puxar. E esfregava o pé com raiva. Já Lilah estava com a mão sangrando pela mordida de Maison.

– Ela me mordeu! Mordeu! - Lilah disse, sem acreditar, para Diana, que riu.

– Isso é pra você perceber que Maison não é só uma patricinha, ela tem dentes. - Diana retrucou a amiga.

– Se ela virar canibal e eu sumir aposte que eu fui a primeira vítima. - Lilah fez uma careta ao pensar na ideia.

– Pensei que você era vidente. - Diana sorriu.

– E sou, mas nem sempre elas estão certas e nem sempre elas acontecem. - Lilah se defendeu. - Maison e Luke... Ela é muito teimosa pra admitir que gostou dele desde a primeira vez que o viu. E ele é atirado demais. Pensa que tudo se resume nela ser bonita, o coitado. Não acreditam no amor, idiotas.

– E você acredita? - Diana perguntou, com as sobrancelhas arqueadas.

– As maiorias das guerras que hoje falamos em história começaram por causa do amor, como pode ser que eu não acredite nisso? Quando se diz que esse é o maior poder que um ser humano pode ter, acredite. Coisas loucas acontecem quando você está apaixonado. - Lilah se encostou na parede.

– Sua... Sua safada! - Diana percebeu o que a amiga queria no mesmo momento. - Você quer juntar eles fazendo ela pensar que você quer Luke!

– Psicologia reversa. Funciona melhor do que você pensa. - Lilah sorriu. - Tava indo muito bem até ela morder minha mão, que no momento está latejando.

– Você é a segunda pior loira maquiavélica que já encontrei! - Diana deu um abraço na amiga.

– E quem ganharia o troféu de loira maquiavélica? - Lilah perguntou.

– Desculpe, não posso dizer. - Diana respondeu.

– Vaca. - Lilah empurrou Diana de brincadeira.

– Oxigenada. - Diana empurrou Lilah também. - Vou tomar banho, não deixe ninguém te morder enquanto eu não estiver com você.