– Pensei que não viria. – disse o garoto acanhado, aparentemente tão envergonhado quanto á menina que estava a sua frente.

– Eu nunca deixaria uma oportunidade dessas passar.

O garoto respondeu apenas com um movimento de cabeça, sentia muita falta da garota, mas não pretendia demonstrar, afinal, ainda restara um pouco do seu estilo bad boy em si. Ele deu espaço e a garota adentrou ao apartamento mediano o qual o garoto passou a ocupar, deixara o colégio do pai para tentar uma vida independente, isso claro, assim que se formara.

Tamanho foi o espanto da garota ao ver que o mesmo estava completamente escuro, não havia luz alguma, apenas a lua que refletia na janela da sala. O garoto soltou uma leve e rápida risada e se direcionou ao meio da sala.

Ele se abaixou, mas logo se pôs de pé novamente e se virou para a garota que ama.

– Feche os olhos!

A garota no inicio achou estranho, tanto que arqueou uma das suas sobrancelhas, mas logo depois deu de ombros e fechou seus olhos. O garoto logo se abaixou novamente e fez o que tinha de fazer.

– Pode abrir!

E quando a menina abriu os olhos seu coração foi tomado de gigante espanto, seus olhos se arregalaram, suas pernas tremeram e suas mãos foram parar em sua boca a tampando.

O garoto estava de pé ao lado de uma mesa posta para dois, sua roupa social combinava perfeitamente com o clima, e com o que rolava. O cômodo inteiro se acendeu devido ás duas velas colocadas entre os pratos, que eram tampados por tampas gigantescas escondendo a comida, que deveria estar deliciosa supôs a garota.

– Você... eu... hãn... e-eu não acredito! – o garoto soltou uma gargalhada.

– Poderia se direcionar á esta cadeira, por favor, senhorita Housten? – disse puxando uma das cadeiras para que a garota se sentasse.

– Claro senhor Lengston. – o garoto franziu o nariz em chateação e a menina soltou uma gargalhada gostosa que o encheu de alegria. O rapaz se sentou em seu acento e logo a moça se pronunciou – E eu posso saber o que teremos hoje para o jantar meu bom senhor?

– Claro, senhorita, pode tirar a tampa. – os dois livraram-se da tampa a qual escondia a comida e o garoto não tirou seus olhos da garota esperando aprovação, conseguiu tão facilmente que logo esbanjou um enorme sorriso.

O espanto e a admiração estavam estampados claramente no rosto da moça que ali se encontrava.

– Foi você quem fez isso? – ele assentiu. – Está maravilhoso! – exclamou olhando o prato e sentindo sua boca salivar.

– Pode comer!

– Itadakimasu! – ela olhou pro seu rosto e viu confusão nele, logo entendeu o que estava havendo. - Quer dizer: Obrigada pela comida, em japonês. – a expressão não mudou. – Coisa de otaku, nerd.

Só então o garoto pareceu entender e soltou uma risadinha acompanhada de um tisc-tisc.

– Só você mesmo amor.

E foi a última frase dita até eles terminarem a refeição.

Assim que acabaram o menino se levantou para pegar a sobremesa, e então quando a garota provou-a que o assunto retornou.

– Está delicioso! – o garoto a encarava com atenção, como se tentasse gravar suas feições. Ele tomou a mão vazia da garota e a olhou no fundo dos olhos.

– Eu senti muito a sua falta! – admitiu o que tanto guardava para si.

– Eu também. Esses três meses foram longos.

– E só em pensar que vamos passar mais tempo longe.

– Pois então, - ela soltou a mão dele e o garoto já esbanjou um olhar confuso – preciso falar com você sobre isso.

– Eu sabia que isso ia acontecer! – se jogou em sua cadeira.

– O que?

– Era óbvio que você conheceria outra pessoa, como eu fui burro...

– Chris! – ele continuou a ignorando.

– Por que você esperaria por alguém como eu que já te fiz tanto mal...

– Chris.

– Que zoou tanto de você antes...

– Chris eu vou me mudar de volta pra cá caramba! – a garota gritou assustando o garoto. - Eu nunca te deixaria imbecil! – ela falou rindo do olhar espantado do garoto que depois de um tempo meteu um tapa em sua própria testa e começou a rir de si mesmo. – eu comprei um apartamento aqui na cidade hoje de manhã.

– Ah, é mesmo! - disse retornando a sua lembrança o presente em seu quarto e o porquê do jantar. Tudo não era por se encontrarem, também, mas não só por isso, mas também porque era o aniversário de Emily.

O garoto saiu e logo voltou com uma caixinha quadrada de tamanho médio.

– Feliz Aniversário de 18 anos!

A garota sorriu e logo abriu o presente. Uma linda gargantilha.

– Eu amei! – falou levantando-se e o abraçando.

– Me permite? – perguntou pegando o colar em mãos. A menina apenas assentiu e virou as costas segurando os cabelos. O garoto colocou a gargantilha e logo depois virou a menina pela cintura a colando em seu corpo. Ele juntou sua testa á dela e seus olhares se conectaram automaticamente. – Você está linda! – suspirou - Eu te amo!

– Eu também te amo Chris! – e se beijaram sem nem mesmo perceber que a música que tocava ao fundo no aparelho de som era sua música.