– Nada, não tá acontecendo nada Leon! – Maxi disse.– Bom... Eu vou pro quarto, ta? – Fui em direção ao quarto. – Não! – Leon me segurou pelo braço.

– Não se mete meu! – Maxi falou baixo dando pra ouvir.
– Violetta, preciso falar contigo.
– Pô, deixa ela meu. – Maxi insistiu.
– Vem? – Ele me puxou.
Olhei pro Maxi, e ele fez “sim” com a cabeça, como se fosse um “Vai lá”.
Leon me puxou pra fora do apartamento, e foi até um certo lugar longe de lá. Fiquei encostada em uma parede com os braços cruzados olhando pra baixo.
– Ei, olha pra mim! Me explica porque você ta assim? – Ele levantou minha cabeça com os dedos no meu queixo. – Você não vai falar nada?
– Não aconteceu nada Leon.
– Desde quando você chora por “nada”?
– Desde que mostrei pra todo mundo que não sou forte o suficiente pra ver coisas, que não era necessário ver...
– O que você não precisava ver? – Eu encarei – Ah não!!! – Ele passou os dedos entre o cabelo. – Não acredito que você está assim por causa da Lar...
– Não, não termina a frase! – Falei quase chorando – Porque eu ainda to aqui falando contigo? Tchau Leon! – Fui saindo
– Ei ei ei – Ele me puxou pelo braço. – Que isso Violetta? Você nunca demonstrou nada pra mim! O que ta acontecendo? – Ele percebeu uma lágrima escorrendo.
– Eu também não sei Leon, não sei! – Limpei a lágrima.

Eu não conseguia acreditar em nenhuma palavra que saia da boca dele, nenhuma! Pra mim, não passava de uma das vezes que ele só queria me iludir, me deixar triste, me usar, e descartar como um nada, ele me machucava de certa forma, e não é culpa dele, eu sei disso, é culpa minha, nunca aceitei que estava me apaixonando, sempre evitei isso.

– Leon... – Eu falava enquanto ele se aproximava – Leon...
– Xiu! Não fala nada – Eu conseguia sentir o calor da sua boca.
– Não Leon, não! De novo não, eu não quero mais me iludir, e nem ser a outra, você já tem quem possa fazer o que bem quiser, eu respeito isso – Eu empurrei-lo e sai correndo pro apartamento da Camila.

Eu já estava decidida que iria esquecer tudo o que passou, iria parar de ver o Leon, por um bom tempo... Não ia mais entrar no twitter. Abri a porta do apartamento, sai correndo pro quarto, me tranquei sai correndo e deslizei pela parede com lágrimas no rosto, fiquei ali, encolhida chorando como uma criança.
– Violetta? O que houve? Você ta bem? – Ouvi a voz do Maxi.
(...)
Acordei no chão, já tava de dia, eu estava quebrada. Aquele chão não era bom de dormir. Lembrei da noite passada, e como prometi a mim mesma, vou esquecer tudo o que me fez mal.
Peguei umas roupas na mala, joguei na cama peguei uma toalha e fui pro banheiro, tomei um banho, fiz minha higiene matinal, voltei para o quarto, coloquei um shorts de cintura alta, e uma blusa cavada dos lados. Arrumei o quarto, que estava pouco bagunçado, penteei o cabelo, e sai do quarto fui até a cozinha e sentei em uma das cadeiras ao perceber Camila preparando algo.

– Oi! – Dei um mini susto nela.
– Nossa, que susto – Ela riu – Não faz mais isso! – Eu ri.
– Cadê o senhor Maximiliano?
– Foi embora
– Pra casa da mãe dele?
– Não, pra casa do Leon.
– Ah... Ah ta.
– O que aconteceu ontem?
– Deixa ontem pra ontem, vamos dizer que eu vou me distanciar de tudo que ta me fazendo mal... Eu tô melhor assim.
– Que bom né?
– Com certeza.
– Você ta com fome?
– Não... Vai se acostumando, eu sou sempre assim. – Peguei uma maçã, e mordi.
– Seu celular estava tocando, eu atendi e era um tal de Andres do parque, você conhece? – Abri um sorriso.
– Sim! Onde está o meu celular?
– Coloquei pra carregar, ta ali, naquela tomada. – Ela apontou, e eu achei. Peguei o celular, e retornei a ligação...
– Alô? Menino que me atropelou com o skate ontem?!
– Oi, eu mesmo” – Pude ouvir uma risada fraca – Cê ta melhor anjo?
– Aconteceram umas coisas contem, mas to melhor sabe... Prefiro esquecer tudo e só lembrar das coisas boas.
– Coisas boas tipo... Eu? – Ouvi uma risada.
– Coisas boas tipo... Hoje tem show do One Direction
– Ah não... Vai dizer que também curte o som deles?
– Você curte? – Ri.
– Mas aí, vamos?!
– Pô, demorou!
(...)
– E aí Camila, você vai mesmo?! – Eu disse encostada na porta já arrumada.
– Pô você acha que eu iria perder? Os caras são demais!
– Então vai logo ai – Ri fraco.
Meu celular tocou, em cima da estante, fui pegar, e atendi sem olhar o visor.
– Alô?
– Oi anjo.
– Andres?
– Quem mais? – Ele riu
– Ah, sei lá né.
– Desistiu de ir?
– Claro que não! É que tem uma enrolada aqui, vulgo Camila – Gritei.
– Pronto, to pronta! – Ela abriu a porta.
– Nossa, que gata, queria ser você.
– Então, eu to indo ta? A gente se encontra naquela praça.
– Beleza, até logo.