Por um acaso escrita por Madu Kordei


Capítulo 20
Capítulo 19- Is real?




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/527952/chapter/20

– Ah, oi Camila, tudo bem?

– Tudo. – Ouvi uma risada fraca – Então... To indo pra ai, já sabe né?
– Sim.
– Onde eu te encontro?
– Bom... Sei lá, faz assim nós combinamos algo pra se identificar. Tudo bem?
– Claro, mas o quê?
– Ah, sei lá... Uma placa? Uma placa escrita bem grande “Bem vinda Camila” – Bizarro, eu sei. – E uns foguetes. – Pior ainda.
– Foguetes? – Ela riu.
– Seria diferente, e mais fácil de identificar... – Ri fraco – Mas aí, se prepara.
– Porquê?
– Você vai conhecer três idiotas, pensa em três idiotas, isso mesmo, três retardados.
– Quem são?
– Maxi, Marcp, e Le... – Ela me interrompeu
– Aquela banda??? Sério? Você é fã deles? Minha amiga é louca por eles, calma, você é fã?
– Vamos dizer que... – Ela me interrompeu novamente.
– Ou, vou salvar seu numero aqui no meu celular... Olha, vou chegar aí de shorts jeans rasgado, e blusa do bob esponja, ta? A gente se encontra pela placa, quando chegar aí, te mando uma mensagem. Tchau, beijos até logo!
– Ok, tchau, até mais! – Ligação encerrada.

Sentei na cama, separei uma roupa, uma legguin e uma blusa cavada, joguei o celular na cama, peguei a toalha, e fui pro banheiro. Eu estava muito ansiosa, não tive tempo de pensar em nada mais do que a minha vida daqui pra frente com uma... Poderíamos dizer que irmã. Mas ainda sim... Algo mexia comigo, muito. Era como se eu estivesse feliz, muito feliz, e algo estivesse fazendo de tudo pra acabar com a minha felicidade. Sensação ruim, pior sensação que já tive. Será que algo iria acontecer comigo? Não... Pensamento positivo, atrai coisas positivas, eu acho... Os pensamentos se aprofundaram, cada vez mais, era uma um pior que o outro, sai do banho, me sequei e coloquei a roupa... Deitei e fiquei olhando pro teto durante alguns minutos, enquanto pensava coisas sem sentido. Levantei, me olhei no espelho, passei delineador, e um batom, bem fraquinho. Só, nada de mais. Fui até o computador, onde ficava a impressora, fiz uma coisa bem simples escrito “Bem vinda Camila” Com alguns foguetes do lado. Pelo jeito, não ia ser difícil de encontrar ela. Depois de terminado, sentei na cama, e liguei para um taxista...
(...)
Ouvi uma buzina, olhei pela janela, era o táxi. Desci as escadas, e entrei no táxi.
– Onde vai ser o destino? – O taxista perguntou
– Aeroporto.
Fomos a viagem toda em silencio, sem perguntas, sem nada. Eu fiquei quieta no meu canto, apenas mexendo no celular, e vendo o twitter, como sempre nada de bom. Apenas pessoas chatas, perguntando sobre eu e o Maxi, coisas da cabeça deles. As horas se passaram, rápido. E já tinha chegado.
– Ei, já chegou – O taxista disse.
– Ah ta, desculpa. Você pode esperar? – Dei uma risadinha
– Claro.
Demorou uns 20 minutos, e a Camila me mandou uma mensagem:
Camila: Psiu, to indo pro desembarque.
Violetta: To aqui esperando.
Cami: Tudo bem, levanta a placa

Vilu: Vai demorar?

Cami: Não, dois minutos e já estou aí.
Vilu: Ok, to aqui com a placa, vem logo, não quero parecer uma retardada.
Cami: Hahahaha, calma menina! To indo.

Levantei a placa, e fiquei vermelha, realmente era muito vergonhosos e as pessoas olhavam pra mim tão naturalmente, vamos lá Violetta, finja que está em casa, esqueça essa timidez! Olhei pra baixo pra disfarçar a vergonha, enquanto uma mão encostou-se ao meu braço.
– Oi! – A mesma voz doce do telefone eu ouvi. – Menina! Você ta vermelha – Ela deu uma risada, e me abraçou.
– Camila? – Quis confirmar.
– A própria.
– Ah bem vinda! Que vergonha. – Comecei a rir feita retardada.
– Deu pra perceber – Ela sorriu – Vamos?
– Vamos, o táxi deve estar esperando - Disse e dei um risada fraca.

Ajudei ela com as malas, e fomos a caminho do táxi. Fomos conversando sobre a viagem, sobre os familiares que tenho la, chegamos e o taxista estava esperando. O taxista colocou as malas no porta-malas, e entramos no táxi.
– Mas... E sua mãe, como vai?
–Eu... Eu não tenho mãe!
– Ah... Ah ta, desculpa, sério, desculpa, mil desculpas!
– Não, imagina, relaxa!
– A minha vó disse que teve uma tragédia aqui, na casa dela, o que aconteceu?
– Ah... Eu prefiro não comentar sobre isso, mais tarde... Quando estiver pronta, te conto, fechado?
– Ok, bom... Isso ta parecendo um interrogatório.
– Hahaha, relaxa! Diz ai, eu respondo.
– Então, com quem você mora?
– Marco, León e Maxi, você conhece né?
– Sim! Já fui no show com a minha amiga, ela é MA-LU-CA! – Ela falou separando.
– Hahaha, o que ela fez?
– Ela seguiu os meninos! Maluca.
– Coisa de fã né, fazer o que.
– Você é fã deles?
– Sou... Era, sou...
– Vamos com calma, é ou não?
– É sou! Eles são maravilhosos.
– E como você conheceu eles? E como fez pra ficar mais próxima?
– A tragédia... De alguma forma me ajudou.
– É... Quando estiver pronta, pode falar, ok? – Assenti com a cabeça – Como é sua relação com eles?
– Ah... Bom, o Marco é um amor, pra mim ele é a melhor pessoa que pode existir, ele é um doce. O Maxi é o babaca mais simpático, e durão do coração mole, ele é muito babaca, mas eu amo ele. E o León, bom... O León é o León.
– Como assim?
– Não consigo definir, sabe? Ele é maravilhoso, muito insistente, é um doce! Ele é uma boa pessoa, as vezes ele não me entende. Na verdade, nem eu me entendo, mas... – Ela me interrompeu
– Não entendi essa parte do “Me entende, me entendo” vocês tem algo?
– Não, nada! Estamos chegando, se prepara ai. – Dei uma risada fraca.
– Nem to ansiosa! – Ela disse roendo a unha.
– Relaxa.
Chegamos lá, o taxista nos ajudou com as malas, e eu paguei ele, e ele foi embora. Entramos no prédio, acertamos as coisas com a mulher da recepção, pegamos as chaves e entramos no elevador
– Ta, mas aí, eles são gatos, né? – Camila me olhou e começou a rir.
– Gatos sim, meus também. – Ri junto com ela.
– Ih, qual foi, divide pô.
Chegamos no andar do apartamento, e entramos.
– Caralho! Que lindo velho! – Falei admirando o ap, era lindo, e mobiliado.
– Lindão né? Comprei mobiliado, to apaixonada.
– Estamos apaixonada, vamos trocar? Você mora com os meninos, e eu moro aqui.
– Ah, sonha! – Ela sorriu – Um dia te convido pra dormir aqui.
– Pode ser hoje? – Falei e ri.
– Demorou, mais tarde tu pega suas coisas – Ela disse, e deu uma piscadinha. – Onde seus amigos moram? Vou pedir uma xícara de açúcar
– Se depender do Maxi, desiste. Ele é doce como um limão! Hahaha, brinks! Com certeza ele vai achar você gata e tal... Mas o dono da casa é o León.
– Eles vão me negar? Aí que feio!
– Claro que não pô.
Conversamos de diversos assuntos... Até que ela chegou em um assunto, não muito agradável...
– Mas aí, agora é sério! Me fala sobre o León, porque você fica estranha quando eu falo dele? Ele te faz mal? Você sofre por ele? O que ele fez?!
– Uma pergunta de cada vez baby!
– É sério pô, me fala! To curiosa.
– Ah o León... Ele é encantador, e um pouco perverso. Você não conhece a peça, ta afim dele?
– Poxa, eu nem conheço ele direito cara!
– É... Mas não vai demorar muito pra conhecer. – Eu disse olhando pra baixo.
– Mas aí... – Ela ia falar, quando meu celular vibrou.
– Calma aí – Disse pegando o celular do bolso.
Peguei o celular, e desbloqueei a tela. Era notificação do Twitter, sempre quando um dos meninos tweetam, ele vibra. Dessa vez, notificação do León, e não era notificação de instagram, ou facebook. Apertei no link em que ele falava:
“ @LeonVargas: Meninaas, vim atender o pedido de vocês! que tanto pediram pra eu assumir, e to aqui... É um pouco desnecessário, mas gostaria que vocês soubessem, bom eu estou sim namorando. E olha, eu to muito feliz! Espero que vocês entendam, e shippem muito, Leonara ta assumido!”
E junto, uma foto, em que o León segura a Lara no colo. Aquilo foi o fim, talvez... Uma ilusão de que alguém realmente gostava de mim. Uma lágrima automaticamente se escorreu em meu rosto. Não foi legal aquilo pra mim. Ouvia a Cami falando enquanto eu olhava pra tela do celular, que as lagrimas tomaram conta.
– Cara, o que você tem? Porque está chorando? Violetta! Olha pra mim! – Ela falava preocupada – Foi alguma coisa com a nossa família? O que está acontecendo? Ei! Olha aqui.
Naquele momento, eu não estava em si. Infelizmente, não conseguia conversar. Joguei o celular no balcão, sem dizer se quer uma palavra.
Andei em um caminho sem rumo, estava frio, escuro... Ouvia buzinas de carros, e xingamentos do tipo: “Olha o farol, sua louca!” “Você quer morrer atropelada?” “Sai da frente garota” Subi em um ônibus, talvez esteja indo a um lugar... No lugar que mais me faz bem... Pensamentos me atacaram, eu estava acabada, maquiagem borrada, cabelo bagunçado... O que estava acontecendo comigo? Porque estou sofrendo? Ficou tudo escuro, e tudo aquilo tinha acabado pra mim (...)

– Ei! Garota? Acorda, está na hora de você descer do ônibus! Ta tudo bem?!
– Oi, ta sim. – Falei me despertando do sono e lembrando de tudo que aconteceu. – Onde estou?!
– Próximo ao parque!
– Muito obrigado. – Paguei a condução, e desci pela porta da frente mesmo.
Ventava, fazia barulho, chovia forte, o céu estava nublado. E o pior, é que a tempestade não era lá fora. Era dentro de mim.
Ainda estava muito acabada. O rímel se escorreu pelo meu rosto, e eu não parava de chorar de forma alguma. Andei em passos longos, até chegar no lugar, onde eu sabia que haveria paz.
Entrei no parque, todos mais próximos de mim me olhavam de uma forma estranha, como se eu fosse um bicho. Sentei em um canto. E cai em um poço fundo de pensamentos, soluçava de chorar, e ao mesmo tempo pensava:
“Respira fundo. Pela frente, ainda tem muito mundo.” E repetia baixinho: “Não fique triste, não fique triste...” Enquanto chorava, algo me fez parar de pensar. Talvez um barbeiro, com um skate.
– Poxa! Desculpa! Desculpa! Te atropelei... Foi mal mesmo!
– Tudo bem. – Tentei secar as lágrimas, mas a tentativa falhou!
– Ei, que isso? Você está chorando? – Ele se sentou ao meu lado com o skate no braço.
– Não estou, obrigado pela preocupação.
– Olha aqui, eu sou idiota, mas não sou cego! Qual é o motivo desses olhinhos molhados, e esse rimel borrado?
– Um idiota...
– Oi? Um idiota? – Ele disse olhando sem entender.
– Esquece, eu não deveria estar contando isso pra você, alias nem sei quem é você! – Me levantei, e ele segurou meu braço.
– Eu quero saber o que houve! Começou, agora termina.
– Quem se importa?
– Passei a me importar, nem sei quem é você, mas você ta mal pra caralho, olha pra mim mano – Ele falou sério, me olhando fixamente
– Eu sou chorona pra caralho, me faço de durona, só que na verdade sou apenas uma garotinha frágil, que corre pro quarto pra poder chorar, e dessa vez, to mal é... To mal por alguém que eu sonhei em tocar, ta feliz?
– Não desiste daquilo que você realmente quer, se você persistir ela ira acontecer, cedo ou tarde – Ele se levantou ficando de frente pra mim.
– Só que eu não quero, entendeu? Eu não quero! Parece algo dentro de mim, que não quer que eu não queira, entende?
– Você quer ir pra casa?
– Por mim eu ficaria aqui pro resto da minha vida – Ele me abraçou... E mesmo sem saber meu nome, eu tinha confiança nesse garoto. Eu mal sabia quem era, parecia um irmão de anos.
– Você vai ficar bem... – Ele sussurrou.
– Eu não devo confiar em você... Né? – Disse abraçada, e derrubando minhas lagrimas na sua camiseta.
POV’S CAMILA
Eu não entendi nada, ela saiu sem me explicar nada, algo naquele celular tinha magoado ela, pra onde ela foi? Porque não fui atrás dela? O que vou fazer agora?!
Olhei para os dois lados, corri olhei pela janela, e já não encontrava mais ela. Peguei o celular dela, e aproveitei da tela de desbloqueio, que era de deslizar.

“ @LeonVargas: Meninaas, vim atender o pedido de vocês! que tanto pediram pra eu assumir, e to aqui... É um pouco desnecessário, mas gostaria que vocês soubessem, bom eu estou sim namorando. E olha, eu to muito feliz! Espero que vocês entendam, e shippem muito, Leonara ta assumido!”

Então era isso! Ela tava me escondendo, ou ainda não aceitou que está apaixonada, mas... O que eu faço? Ouvi o barulho de passos, e de alguém batendo na porta, sai correndo pra atender, e sem olhar quem era, já fui diretamente falando:
– Violetta! Eu tava preocupada com voc...
– O que aconteceu com a Vilu? – Os três falaram em coro.
– Não... Espera... Meninos??
– Fala logo, você é a Camila, prima da Vilu né? O que aconteceu com ela? Eu pensei que ela estava aqui – León disse demonstrando preocupação
– Caralho, fala logo! O que aconteceu com a Violetta? Fala! – Caíque disse aumentando a voz
– Vilu? Você ta se escondendo? – Maxi disse, e León deu um tapa na cabeça dele.
– Para de ser babaca!
– Bom... A Vi-Violetta– Falei gaguejando.
– Diz! – Marco falou.
– Eu preciso falar com algum de vocês! Só um! – Marco e Maxi olharam para o León.
– Não! Menos o Leon, o melhor amigo, ou quase melhor amigo da Violetta?! – Leon olhou para Marco, e deu dois tapas leves, e depois piscou empurrando-o para dentro do AP.
– Vocês podem me dar licença? – Falei ainda na porta.
– Você que manda! - Maxi disse puxando Leon.
– Não mas... – Maxi o interrompeu.
– Mas nada Leon, vamos logo!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não liguem se tiver alguns erros de ortografia, fiz correndo, e não reparem que não deixei nada em negrito, ou itálico. Fiz pelo celular, não tenho paciência para editar o texto, é isso, beijo! Até logo, e não me abandonem 💜