Narração Laura - On

Saí do quarto das meninas e fui caminhando até o meu dormitório.

Desgraça de dormitório que fica longe, aqui fora está tão frio. Ah não diga Laura? você está no inverno e cogitou a ideia de que pudesse estar quente. Aff

Bati na porta do meu dormitório e ninguém abriu. Ah diacho, num pode ter sido da Bárbara sair e trancar esse quarto não!

Divido o dormitório com uma menina chamada Bárbara, ela é ruiva e tem os cabelos cacheados, mas coitada dela, a bichinha é burra que só Deus e todo mundo que fala com ela sabe!

– Droga - murmurei sentindo meu beiço tremer de frio. Essa menina sai daqui e não tem a consideração de deixar nem que fosse uma presilhinha de cabelo para eu arrombar essa porta. Vamos lá Laura, está na hora de finalmente usar os golpes de KUNG FU que a Sofia te ensinou, pelo menos até ontem você jurava que nunca iria precisar né, mas... ÍÁÁÁÁÁÁ

Chutei a porta do quarto que cedeu na maçaneta e abriu, empurrei-a e adentrei o quarto em camera lenta (tipo naqueles comercias de ração para cachorrinho, mas eu não me chamo pipoca.) e acabei me dando com a cena: Bárbara assistindo Pepa e rindo enquanto eu aqui toda suada e malhada (MENTIRA -_-) tive que arrombar a porta.

– Tu não me ouviu batendo? - perguntei

– Eu ouvi, mas eu tive que ajudar a Pepa a achar o irmãozinho dela - Bárbara respondeu sem tirar os olhos da televisão.

– Ah sua!... Olha a Pepa encontro o irmãozinho dela - falei me sentado ao lado da Bárbara

– Se eu tiver algum dia quatro filhos os nomes vão ser Eduardo, Erculino, Efigênio e Bob - ela falou e sorriu.

Eu hein, garota esquisita.

– Porque Bob? -

– Não grita comigo! - ela gritou e saiu do quarto gritando algo como: A CULPA É DAQUELE PEIXINHO! Mas acabou escorregando em um dos panfletos da Geovadia e caiu do chão, eu até achei que a doida ia se levantar, mas ela continua jogada lá até agora, acho que ela desmaiou ou morreu... Sei lá.

Olhei para o relógio e quase tive um treco.

Ah desgraça, to atrasada pra aula!

Corri para o banheiro e tomei um banho rápido, troquei minha farda e peguei a mochila e um papel branco e escrevi:

Não pise em mim, só estou dormindo .

E coloquei o papel na cabeça da Bárbara. Que foi? Eu me importo com ela tá bom! A coitadinha iria ficar tão triste se estivesse com a cara toda pisoteada...

Fechei o dormitório e caminhei (Mentira, quase que eu congelo no meio do caminho, aqui tá muito frio senhor!) até a sala de aula. Olhei pelo vidrinho da porta e era a professora de álgebra, ok, estou ferrada.

– Com licença professora - falei e pensei em uma desculpa, eu iria ter que encenar né. Suspirei pesadamente e olhei para ela - É que eu tive que ajudar uma senhorinha que estava se afogando na lama e nossa seu cabelo está lindo liso! - falei e ela me olhou e sorriu

Ava, eu hein! Parece até que resolver passar ferro nesse cabelo, mas deixa para lá.

Sorri angelicalmente para professora e me sentei no lugar do Emo, atrás da Fê.

– Oie - sussurrei e ela me olhou confusa - Depois eu explico - falei e ela assentiu.

O resto da aula se passou com a maior lentidão, parecia que quando acabou eu já estava no meu aniversário de 43 anos. Entrou o professor de história e a aula dele foi um tédio.

Olhei para o lado e vi o celular de uma menina vibrando.

– Ei psiu, ei menina! - chamei e ela me encarou - teu celular ta ligado - avisei e ela sussurrou um dane-se. - Eu hein, gentinha estressada esse povo -

Dei de ombros e olhei a cara do professor, ele estava parado olhando para gente quando uma mosca pousou no nariz dele. Cara, que chato, ia ser mais legal ter matado aula com os meninos, oque será que ela estão fazendo agora?

Eu estava perdida em meio á alguns pensamentos quando uma música no último volume começou a tocar: Avoa Avoa Brabuleta! Avoa Avoa Brabuleta! Avoa Avoa Brabuleta.

Olhei para o lado e o celular que estava tocando era o celular da menina que tinha acabado de sussurrar o dane-se .

– Eu disse miséria! Eu disse que esse celular tava ligado! Eu sabia que ia tocar! Eu sou muito espert... - antes que eu pudesse terminar minha fala o MEU celular começou a tocar:

Because some happy, clap along if you feel...

Antes que alguém pudesse olhar para mim (como eu sou a The Flash de tão rápida) eu peguei *lê-se arranquei* o celular do bolso e joguei na mesa da menina que estava atrás de mim.

– Já chega! - O professor gritou, nossa, eu nem sabia que esse tio falava... - As duas meninas que estavam com o celular saim, agora! - ele completou e a menininha que estava atrás de mim saiu junto com a que estava do meu lado.

– Que feio meninas, com o celular ligado! Que feio! - falei enquanto elas saíam da sala.

Puxei meu celular que tinha ficado em cima da mesa de volta para o meu bolso e desliguei-o.

O resto do dia se passou rápido. Graças á Zeus, porque né... (ou pelo menos eu acho que se passou rápido, eu nem lembro das três últimas aulas, acho que eu dormi) e o fim do dia finalmente chegou.

A campa bateu e eu me dirigi ao meu quarto, eu tinha que me trocar rápido para encontrar as meninas e os meninos e por em prática a Operação Vingança.

Passei pela porta do quarto, mas antes olhei no corredor e Bárbara ainda estava lá jogada, meu Merlim, acho que essa menina está morta '-'

Adentrei o quarto e fui até o banheiro, tomei um banho meio demorado e depois coloquei um short jeans branco curto e uma camisa amarela de mangas que dizia: I ♥ Mickey

Me joguei na minha cama e peguei meu celular, nenhuma mensagem do Matt... Nossa, eu passei mesmo o dia todo longe dele?

– Pensando em que? - uma voz conhecida me fez pular da cama

– Ah seu doido! me assusta mais uma vez que você vai acabar igual a ruivinha ali no corredor! - falei para Matheus que agora gargalhava

– Sou doido, mas sou o doido de quem? - ele perguntou e eu revirei os olhos.

– De uma garota muito linda e esperta - falei e joguei o cabelo que estava sob meu ombro para trás.

Ele sorriu e passou um dos braços pela minha cintura me puxou para ele, selando nossos lábios em um beijo. Os beijos do Matheus eram tão... diferentes, era calmos, mas ao mesmo tempo necessitados. Ele passou os beijos para o meu pescoço e eu arfei baixinho.

– Se você morder o meu pescoço eu... -

– Ah menina difícil! Sou teu namorado oxe! Que parar de me ameaçar por um instante! - ela falou e soltou uma risada logo em seguida, mordendo meu pescoço.

– Não Matt, vai ficar a marca... -

– E daí? É a minha marca - ele falou e me beijou novamente.

– Chato -

– Mandona -

– Irritante -

– Teu irritante -

– Sim, meu irritante - falei e passei as mãos carinhosamente pelos fios loiros do cabelo dele.

– Gosto quando faz isso - ele disse e se sentou na minha cama cruzando as pernas.

– Isso oque? - perguntei me sentando na pernas dele

– No meu cabelo -

– Isso? - perguntei e passei novamente as mãos pelos fios de cabelo dele, fazendo leves cafunés de vez em quando.

– Isso - ele disse e deitou a testa no meu ombro enquanto eu continuava fazendo o carinho na cabeça dele. - E então? Como foi o dia com os meninos? -

– Divertido, a gente teve que pular o muro e o Jason acabou derrubando o Bruno no lixo -

– No lixo? - perguntei risonha

– Aham, mas foi até bom porque o Bruno achou os ovos podres que estavam na lista - ele falou e eu soltei mais uma gargalhada que fez ele acabar rindo também.

– Malucos - falei e ele concordou com a cabeça e começou a me encarar.

Senti o peso do olhar dele sobre mim por alguns instantes e acho que acabei corando porque ele riu.

– Você é tão linda - ele falou e por incrível que pareça eu corei ainda mais.

– Matt eu... - Tentei formular alguma coisa para falar, mas ele não desviava o olhar de mim e eu não consegui falar nada, então ele apenas se aproximou de mim e me envolveu em mais um beijo.

– Eu te amo - ele disse e meu coração acelerou, ele já tinha dito isso várias vezes para mim, mas sempre era a mesma reação, coração acelerado. Sempre.

– Eu também, muito. - falei e ele sorriu e me beijou mais uma vez.

– Eu já vou, tenho que tomar um banho, daqui á pouquinho eu volto aqui e a gente vai para o dormitório da Fê e da Sofia - ele disse e se levantou de surpresa, oque me fez soltar um grito rápido, mas ele não me soltou, segurava minhas pernas com as mãos.

– Menina assustada, eu não sou doido de levantar e ti derrubar - ele falou em meio a uma risada e me sentou na cama.

Soltei uma risada e ele se despediu com um selinho e saiu pela porta.

– Tchau Matt - gritei e ele estalou os lábios em um beijinho distante.

Suspirei feliz e me joguei na cama novamente.

Talvez eu tenha tido a sorte de encontrar alguém tão perfeito para mim como ele, alguém que me acompanharia nas minhas loucuras e me apoiaria nas minhas decisões sérias... Sem dúvida eu amo ele.

Sorri e peguei meu celular.

Marcava 19;45 , digitei uma mensagem para Fê e ela logo respondeu:

* As oito em quinze, em ponto eu vou estar aí com o Matt Okay? Beijins Lala *

* Ok, estamos nos arrumando também, o ponto de encontro é aqui mesmo, essa noite promete Lala! ;) Bjs Fê*

Sorri e bloqueei a tela do celular.

Sim Fê, essa noite promete!

Narração Laura - Off