Cerrei os olhos e encarei Geovanna

— Se você acha que estou com medo, ah você está muito enganada! – falei fuzilando ela com o olhar.

— Ah é? Vamos ver o que os outros alunos vão achar de você agora – ela disse e abriu um sorriso cínico. – Se enxerga Collins, você achou mesmo que poderia ter os dois Lancaster? Primeiro que o Harry nem queria você, ele só estava naquela lengalenga porque o Bruno gostava de você e ele sempre é melhor do que o Bruno, o Harry é um de nós, o Bruno é um qualquer e você é um nada – ela cuspiu as palavras em cima de mim e eu sorri.

Ah sinto lhe dizer, mas essas ameaças não me afetam mais.

— E você? – perguntei e ela franziu o cenho. – Você não acha que é metida demais não? Sabe de uma coisa? Ninguém liga se você usa esse cílio não! – falei e derrubei um pacotinho de cílio postiço da banqueta dela.

— As pessoas não te respeitam Geovanna! Elas têm medo de você só porque você é popular! Elas têm medo que você faça isso - falei e peguei alguns daqueles panfletos e coloquei na frente dela – Isso é o máximo que você consegue? Humilhar as pessoas?! Não entendo como essas pessoas ainda tem medo de serem mal faladas pelo colégio, mas se você tentou me colocar medo, desculpa mais não funciona comigo não, eu não me importo com isso, eu tenho amigos que  vão falar mal de mim, por isso estou pouco de danando para as pessoas que vão falar mal de mim –

Ela olhou para mim e me fuzilou com o olhar.

— Como você consegue ser assim? – ela perguntou com o maxilar trincado. – Você não tem medo de estragar o seu ensino médio não? –

— Tenho medo de não ser quem eu sou - falei - O resto, quero que exploda -

— Você não tem é coragem de ser algo mais, sabe que tem capacidade para isso, sabe que pode, mas prefere bancar a santa, tentou mesmo fazer o teste para personagem principal? Que peninha que eu ainda sou melhor – ela disse

— Será que eu não consegui? – falei e encarei o rosto dela ficar pálido e dei uma gargalhada – Own acho que até meio minuto atrás tinha uma loira oxigenada aqui que não estava com medo, mas agora só tem uma loira oxigenada medrosa! –

— Você é ridícula – ela disse e eu dei de ombros e sorri abertamente para ela – Aqueles seus amiguinhos não gostam de você de verdade - ela falou como se estivesse apelando pelo último argumento.

— As pessoas não vivem de popularidade ou fama, elas vivem de amizade e felicidade, pequenas coisas que aparecem do nada e se transformam em algo importante, e se eu precisasse de popularidade para ter amigos eu não tinha nenhum, mas veja só, eu tenho! E se eles estão do meu lado é porque se importam comigo - falei e ela fungou e quando percebeu que não estava mais com as costas eretas, ela voltou a posição de antes.

— Eu te odeio Collins – falou de olhos cerrados.

— Sério? Eu não me lembro de ter te falado que eu me importava com a sua opinião -

Ela bufou e me encarou

— Você não é bonita, se é oque você está achando –

— Sinceramente, estou perdendo tempo aqui, será que você ainda não entendeu que eu estou pouco me ferrando para essa de beleza, eu não to nem aí para isso, é como popularidade, um dia vai acabar, e o o que vai sobrar? Caráter, uma coisinha que você não tem! -

— Você não ouse me criticar no meu dormitório! -

— E você vai fazer oque? Vai imprimir mais um panfleto desses e espalhar pelo colégio? -

— Isso vai ter volta sua vadia! Você não pode chegar no MEU colégio e tomar o MEU lugar nessa escola desse jeito! -

— Eu não o seu lugar, eu nunca quis e nunca vou querer. -

— Pois a única coisa que você esteve tentando fazer foi tomar ele -

— E você não tem garra para salvar ele? Ou tudo oque você fez até agora foi falsidade? -

— Não me provoque! - ela gritou e avançou em mim

— Vai me bater Geovadia?! - provoquei olhando para ela - Já sou imune as suas ofensas, isso não me afeta mais! -

— Eu vou estragar todos os dias da sua vida nesse ano! Seu ensino médio já pode se considerar arruinado Collins! SAI DAQUI – ela gritou e apontou para a porta

— Obrigado pela visita viu – falei e sorri vitoriosa, pisei no cílio postiço e caminhei até a porta, e quando cheguei à porta a encarei novamente. – Se eu fosse você eu fechava a janela quando fosse dormir, porque como você disse a guerra só começou – completei e sai do quarto, escutei a porta bater e caminhei até o meu dormitório pisando nos panfletos.

Os alunos me encaravam de queixo caído e eu fazia questão de sorrir para cada um deles e cumprimentar com um "Bom dia para você também".

Apertei a maçaneta da porta do meu dormitório e estava trancada. Bati duas vezes e escutei a voz da Sofia.

— Qual é a senha? – ela perguntou

— Que senha? –

— É, essa é a senha – Jason falou atrás da porta e disse e Sofia abriu a porta segurando um pacotinho de cookie, soltei uma risada e ela estendeu um daqueles panfletos para mim.

— É, eu já vi - falei

— Rogalam dibaxu da pota - ela disse com um cookie na boca

— Voz de bebê - Jason falou e depositou um beijou estalado na bochecha da Sofia.

— Não molde meu percoço! - ela protestou risonha e acabou derrubando um cookie do pacote - NÃÃÃOOO Olha qui estago! -

— Mulher engole logo essa bolacha e fala direito - escutei Laura reclamando e percebi que ainda não tinha entrado no quarto

— Pronta para vingança? – Laura perguntou abraçada ao Matheus quando eu entrei no quarto.

— Pronta – falei

— E eu já nasci preta! – Sofia falou com um cookie na boca e depois bateu a mão na testa – Eu quis dizer pronta, tá gente? É que eu tenho tipo um corretor ortográfico na língua –

Laura soltou uma gargalhada e abraçou Sofia pelo pescoço. Jason sentou na cama da Sofia e ela disse algo como: Se tu desarrumar minha cama eu vou te bater.

— A Sofia parece àquelas menininhas do século dezenove – falei e Laura concordou com a cabeça.

— É, só em um em um estilo meio rock' n roll – Jason falou e Sofia apertou a bochecha dele, ele puxou Sofia pelo pulso e sentou ela nas pernas dele.

— Hoje de noite? – perguntei e as duas assentiram com a cabeça.

Já fazia um bom tempo desde que eu, Laura e Sofia estávamos planejando uma vingança contra a Geovadia, e hoje, finalmente estaria pronta.

Escutamos batidas na porta do quarto e Sofia revirou os olhos.

— Sinceramente, desde quando esse quarto é tão badalado? Eu hein! Bando de gente que não tem lugar para ficar! – Sofia resmungou e foi até a porta – Qual é a senha? –

— Que senha? – escutei a voz do Bruno do outro lado da porta e sorri

— É, essa é a senha! – gritei junto com Jason e Sofia abriu a porta.

Bruno entrou com o semblante confuso e risonho.

— Eu ia até perguntar, mas vai que é doença mesmo! – Bruno disse e Matheus riu

— E o Bruno está de volta minha gente! – Jason falou e puxou Sofia para ele novamente

— Vocês já viram isso? – Bruno perguntou e estendeu o panfleto.

— Sabe, eu acho que a escola toda já viu – Laura falou, pegou o panfleto e virou ele para o lado branco e pegou uma caneta. – E eu acho que todo mundo já sabe quem são as filhas de Afrodite, mas deixa para lá, eu a Sofi e a Fê somos as filhas de Atena e seria impossível a gente perder essa batalha – ela completou rabiscando o papel. – Olhem –

Ela estendeu o papel com uma lista de coisas.

Ovo podre

Tinta para cabelo (verde)

Spray (azul e preto)

Mini Câmera de teto( tem que ser muiiitoo pequena)

4 peixes

Chicletes (da marca Babaloo, por favor né '-')

Roupas de ninja (se vamos fazer isso, que seja com classe)

Corda ( a mais grossa que encontrarem)

Fones de ouvido (do tipo headfone com orelhas grandes)

Chave de fenda

— Que merdas são isso? – Matheus perguntou confuso

— São todas as coisas que vocês três vão ter que dar um jeito de comprar ou encontrar em algum lugar até hoje de note – Laura falou

— Nós três quem? – Jason perguntou se afastando

— O Bru, tu e o Matheus – falei sorrindo e o Bruno arregalou os olhos

— Mas de onde a gente vai tirar isso? – Bruno perguntou

— Meus negos tem um monte de lugares nessa cidade que vendem isso, e também tem o lixo, vocês vão achar em algum lugar – Laura disse.

— Ah, e mais uma coisa, a mini câmera tem que ter um dispositivo de ligação – falei

— Um o que? – Matheus perguntou

— Um dispositivo de ligação, é um troçinho pequeno que vai ficar dentro da câmera e vai conectar com o celular de alguém aqui – falei e troquei um sorriso cumplice com as meninas

— Então, basicamente essa é a nossa Operação Vingança - Sofia falou

— Todos concordam em participar? – perguntei e nós cinco nos juntamos em uma rodinha.

— Eu não entendo vocês, eu hein! Vocês obrigam a gente a achar esses troços para vocês e só depois vem perguntar se a gente quer ou não participar! - Matheus falou em um resmungo.

— Matt cala a boca meu amor! Quem manda em nós dois sou eu entao xiu! - Laura falou e depositou um tapinha na cabeça do Matheus.

— Matt? - Bruno perguntou risonho acompanhado de Jason.

— Olha quem fala, Bru. - Matheus respondeu fazendo Bruno revirar os olhos e Jason soltar uma risada.

— Pelo menos o meu apelido é o mais normal aqui - Jason falou

— É verdade, Jase é um apelido legal - falou Sofia.

— Minha namorada me defende olha! - Jason falou empurrando Bruno pelo ombro.

— Vocês querem calar a boca antes que eu acerte um tamanco na cara de vocês! - Laura ameaçou e os meninos se encolheram - Bom, meninos, só consigam isso que o resto da vingança é por conta minha e das meninas, nós damos cobertura na aula para vocês, vão, vão – Laura completou e entregou a lista para Matheus, mas ele puxou ela e roubou um selinho.

— Tchau – Matheus falou e saiu

Os meninos deram de ombros e saíram junto com ele sussurrando algo como: Essas meninas são loucas mesmo.

Olhei para as meninas e ambas sorrimos cumplices

— É, ela tem razão, a guerra só começou – falei e as meninas concordaram.