Somebody To You escrita por CarolHust


Capítulo 29
O Caso de Juvia Lockser. - Desculpe-me.


Notas iniciais do capítulo

Gruviaaa! TAN TAN TAN!
Vamos ver o que vocês acham. Dessa vez, não tenho muuuuito a dizer, só três coisas:

1 - Eu achei muito interessante o fato de que dois comentários me fizeram pensar em alguns detalhes do que vinha por aí, ambos referentes ao capítulo 26. MissHook (Spirit) e Deliorati (Nyah!), eu vou tentar esclarecer melhor algumas coisas, ok?! Basicamente, vou fazer questão de enfatizar alguns pontos que... Talvez eu não fosse?
Comentários podem fazer a diferença, estão vendo?! o/ kkkkkk Sério, tem umas sacadas que vocês me dão sem nem perceber...

2. Os agradecimentos habituais a todos os que comentaram e especialmente a Nanami e Dama Azul, por favoritarem/estarem acompanhando a história. Bem-vindas!

3. Eu criei um tumblr!
Aí vem as perguntas: "Nossa Carol, você é uma artista?" Não, sou terrível desenhando.
"Então você vai mexer com photoshop?" Não.
"É ao menos boa com computação?". Não, sou uma tragédia. Além de não ter facebook, não sou muito boa com essas coisas. Adoraria saber colocar todos aqueles trequinhos legais...
Enfim, o objetivo do tumblr é basicamente ser um modo de vocês puderem enviar e eu responder a qualquer pergunta a respeito da fanfic (ok, qualquer uma não, mas enfim), e é lá que eu posso colocar, por exemplo, notícias de alguma importância. Anônimos, apareçam lá!
O link está no meu perfil, mas é basicamente meu nome de usuário (não tive a criatividade para inventar algo legal). Vou reblogar também, então de qualquer jeito vai ser um blog cheio de fanarts boas *v*.



Boa leitura ;).



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Meu maior problema, durante as semanas que se passaram antes das nacionais, foi a impaciência. Saber exatamente o que fazer, mas ter que esperar, preparando o território, era agoniante. Ainda mais quando eu tinha que esconder esse sentimento de todos os meus colegas.

Ou quase todos.

Gajeel, é claro, não tinha como ser excluído da trama. Ele me ajudou a inventar uma desculpa, quando, depois de terem presenciado meu quase ataque ao membro da Phantom na saída das estaduais, a maioria dos nadadores da Fairy Tail ficou curiosa. Não era todo dia que se via algo do tipo, principalmente vindo de alguém que não tinha o histórico ruim. No fim, os fizemos acreditar que ele era simplesmente um estudante de outro colégio que direcionara xingamentos a mim.

Foi por isso, também, que Aquarius fez um discurso antiviolência em uma tarde:

− Eu sei que a juventude é um período em que as emoções estão à flor da pele. Mas isso, de nenhum modo, justifica ceder à barbárie apenas por causa de pequenas provocações. – ela repetia as anotações que fizera em um caderninho.

Em certo momento, atirou o objeto para longe, escolheu um estudante aleatoriamente e o puxou pela orelha.

− Não quero nenhum dos meus nadadores parecendo descontrolados. – ela sussurrou raivosamente em seu ouvido.

Meredy, ao meu lado, quase engasgou prendendo a risada.

− Com certeza ela é um exemplo de comportamento. – a rosada ironizou e todo o grupo à nossa volta riu baixinho.

Com o “nosso grupo”, eu me referia à Freed, Cana, Gray e mais alguns outros. Inesperadamente, nós descobríramos, o Justine não conseguia resistir a rir em momentos como aquele. A impressão que nós tínhamos dele, de sério e composto – exceto quando Laxus estava por perto –, foi se desfazendo.

Alguém está com vontade de dizer mais alguma coisa em voz alta? – a treinadora olhou para Meredy sugestivamente.

− Não, não! – nós negamos em conjunto.

Com um “Hunf” que falhamente disfarçava um sorriso, ela se afastou. Eu começara a perceber que parte dos exageros dela tinha um propósito de divertimento, como se ela gostasse de provocar, mas também quisesse nos ver rindo. Bem, exceto se o estudante em questão fosse Lucy. Aí era um caso diferenciado.

− Eu acho que lá no fundo ela adora a gente. – Cana disse.

− Quem sabe. – o resto dos adolescentes deu de ombros.

Os treinos tinham seguido mais rígidos do que nunca, tanto no Casarão quanto no colégio. Meredy, no entanto, estava um pouco desanimada: as cartas de convocação para as nacionais haviam chegado, e, como esperado, ela estava fora da competição. Iria nos acompanhar na viagem até Crocus – a sede tinha sido finalmente escolhida −, mas participaria apenas como um membro da torcida. Ainda por cima, ela dizia ter notado que eu estava um pouco diferente, o que provavelmente a fazia duvidar da história inventada por mim, assim como aqueles mais próximos.

“– Ah, Juvia. – Ur me chamou assim que estávamos saindo da piscina. – Eu sei que eu te expus a oportunidade de protegê-los, mas... Você sabe que vai precisar de alguém para ajudar, não é?

Eu parei onde estava, enxugando meus cabelos.

− Como assim?

− Só não... Se meta em grandes problemas. Se estiver sozinha, não lide com eles diretamente. E seria mais fácil se você tivesse alguém que ao menos tivesse uma noção do que você fará.

Eu hesitei antes de lhe contar parte do que eu planejava:

− Eu tenho uma pessoa assim por perto. Pode deixar que não vou me meter em nenhuma roubada.”

O Redfox passara noites me ajudando a tentar eliminar qualquer risco que poderíamos ter caso seguíssemos adiante com o planejado. Mas ele não estaria por perto. Eu chegara à conclusão de que talvez precisaria de mais alguém e Meredy parecia ser a única opção viável, dentro de tudo o que eu precisava considerar.

Isso era um assunto complicado para mim, o que me fazia, mais uma vez, tentar pensar em tudo menos meu problema. Eu não podia envolver mais ninguém. Eles eram meus amigos, e por isso não queria que nada os ferisse.

...

Com o passar do tempo, o nível dos jogos foi evoluindo, e, como previsto, não tínhamos mais como assistir a todas as competições que desejávamos. Dei então prioridade aos jogos de baseball de Laxus (se eu não o fizesse Mira me levaria para lá de todo modo), ao time de basquete e às lutas de Gajeel.

Quando as estaduais chegaram, até Ultear se animou para ir assisti-lo no tatame. Segundo ela, enquanto ela não encontrasse seu “treinador-mais-velho-porém-em-ótima-forma”, ficaria satisfeita em observá-lo.

− Como eu disse antes, aquele sim é um cara para impressionar. – ela mantinha a seriedade, por mais engraçada que sua expressão e sentença fossem.

− Você acha mesmo? – eu franzi as sobrancelhas.

− Bem, sim. Mesmo que ele, Gajeel, não seja uma opção. Seria meu tipo, se eu fosse definir um. Mas apesar disso... – ela suspirou. – Eu sempre acabo pegando os magrinhos. Eles me atraem bem mais do que o meu próprio “tipo”.

Nós estávamos sentadas na arquibancada lateral, juntamente com Levy, Meredy, Lucy e Erza. A pequena, por algum motivo, exibiu um sorriso de satisfação, no lugar da sua anterior expressão irritadiça. Ela estivera a tarde toda mais alegre que o normal.

Quando as lutas começaram, imediatamente percebemos os colégios que tinham vantagem: além da Fairy Tail, havia a Sabertooth, chamada de “Gigante do Oeste”, e a Blue Pegasus. A Saber vinha se tornando cada vez mais forte ao longo dos anos, e estava designada a jogar com nossa escola no basquete também.

Talvez aquilo nem fosse tão interessante, não existissem algumas exceções entre os lutadores de nível médio, em especial um destaque entre os pesos médios. O garoto, que tinha tremenda técnica, não chegara a lutar com Gajeel, mas também acabou por passar para as nacionais.

O evento, em si, durou cerca de cinco horas, e quando acabou estávamos todas esgotadas. Ultear, surpreendentemente, estivera vidrada nos acontecimentos após certo momento. Quando descemos para encontrar nosso colega e parabeniza-lo, ela mantinha os olhar na multidão, com uma feição esperançosa.

− E aí? Fui bem? – o moreno nos perguntou ao se aproximar.

− Deu para o gasto. – eu abusei-o.

Ele repetiu a frase com sua suposta imitação de uma voz feminina irritante e rimos enquanto nos direcionávamos para a saída.

Quando passamos por um grupo que estava provocando tumulto, tentando andar mais rápido, notei ele colocar um de seus braços em torno da cintura de Levy. Isso atraiu minha atenção imediatamente: ele vinha a evitando até pouco tempo, era estranho terem contato físico.

Antes que eu pudesse perguntar-lhe do que aquilo se tratava, Ul colocou suas mãos sobre o meu ombro direito, me parando e nos deixando um pouco atrás do grupo.

− Eu encontro vocês mais tarde. – ela exibiu um sorriso voluptuoso e deu uma piscadela. − Acabei de achar uma coisa interessante.

Tentei ver para onde ela ia, mas logo estava longe demais. Ao encontrar Meredy, quando os outros já haviam partido, expliquei-lhe o porquê do sumiço da morena.

− O que era a “coisa interessante”?

− Acho que vamos ter que esperar para ver.

...

− Meninas, o que vocês acham de relações entre pessoas com diferença de idade? – Ul perguntou a mim e à rosada algumas horas mais tarde.

Nós estávamos no quarto da mais velha, deitadas no chão e cama. Verdadeiramente, eu e Meredy estivéramos esperando ela tocar no assunto da sua “saída” de mais cedo durante a noite toda, e mal conseguíamos conter a curiosidade. Infelizmente, ela demorou bastante para falar, e ficara um bom tempo encarando uma única página de uma revista, como se considerando opções:

− Como assim? – tentamos ser cautelosas.

− Vocês sabem. – ela escondia o rosto por trás da capa da revista. – Eu e...

A ficha caiu, para mim, imediatamente.

− Espera... Eu sei que você tinha falado antes sobre namorar um treinador, mas eu achei que era brincadeira.

Fiquei espantada pela possibilidade que surgia na minha cabeça, e, ao que parece, a rosada também.

De quantos anos de diferença nós estamos falando aqui, exatamente? – Meredy questionou-a. – Você não acha que esse cara pode estar só brincando com você por ser mais nova?

− Como? – ela franziu as sobrancelhas. – Não... Na verdade... – ela fez uma pausa. − Eu sou a mais velha.

Ultear finalmente mostrou seu rosto. Igualmente a no momento que observava as lutas, ela mantinha um pequeno sorriso de canto, bochechas coradas, os olhos brilhantes e um olhar quase que... Encantado.

Ai meus deuses.

− Ah, se você for a mais velha, não tem problema. – nós afirmamos.

− Sério?

− Nós meio que estávamos imaginando um velho abusando de você, então... – eu admiti. – Agora que você está “segura”, não tem problema nenhum.

Ela caiu na gargalhada, e a acompanhamos.

− Mas ele é da onde? E qual a idade? Qual o nome? Como você o viu ou o encontrou? – Meredy a bombardeou de perguntas.

− Ele... É um segundo anista assim como você, Juvia. E ele estava lá, competindo. Foi meio que instantâneo da minha parte. Aí eu fui atrás dele.

− E...? – esperamos por mais respostas.

− O resto eu conto se a coisa der certo. Marcamos de sair próximo sábado. – ela murmurou sorridente.

Mais uma vez, fomos deixadas no abismo da curiosidade.

...

Uma semana analisando os futuros oponentes. Uma semana melhorando os tempos. Uma semana trabalhando e tentando convencer Mirajane a desistir da ideia de me vestir de boneca. Mais de dez dias ajudando Ur a melhorar sua coordenação. Um dia em que Ultear virou a treinadora da equipe. Em uma sexta feira.

Fim do treino.

− Vocês... Sempre fazem isso antes de uma nacional? – minha voz saiu esganiçada quando tentei controlar a respiração pesada.

− Nem sempre. Só quando ela fica inspirada. – Gray me respondeu. – Ou especialmente perversa.

− Acho que um pouco dos dois.

Ele riu, enquanto ofegava, e apoiou a cabeça pilastra na qual estávamos encostados. Ambos ficamos suados depois de corrermos mais tempo do que eu me atrevera contar. Meu coração doía devido ao esforço tremendo.

Ul se candidatara para “nos ajudar”, e a mãe deixou que ela assumisse tudo por uma tarde. Isso fez com que todos tivessem que, mais até do que nadar: correr, pular, agachar, fazer musculação. E, quando acabamos tudo isso (o treino ocorrera em uma academia conhecida), tivemos de voltar a pé. Segundo ela, nós já tínhamos ficado na água por mais tempo do que o suficiente, e o que nos faltava era a resistência e um pouco de determinação.

Ótima justificativa.

Fomos os primeiros a terminar, e, consequentemente, a voltar até o Casarão. Ur provavelmente não gostaria se entrássemos lá naquele estado, estão por isso (e pela fadiga), nos sentamos lado a lado perto da porta dos fundos.

Eu tinha a impressão que Ul iria aumentar o treino dos outros só para nos deixar sozinhos por mais tempo. Para isso, eu tinha como base a “boa sorte” que ela me desejara, para então começar a gritar com Freed, quando que eu lhe informara do meu término.

− Quer? – ele me estendeu a garrafa de água mineral que tinha em mãos.

Gray tinha comprado a bebida na nossa caminhada de volta, enquanto eu, sem dinheiro, ficara apenas encarando-o. Gotículas escorriam pelas têmporas dele, o que mostrava que ele só estava me oferecendo aquilo porque notara o meu estado. Por mais mal educado que fosse, eu queria arrancar o objeto das mãos dele.

− Obrigada. – eu tentei me manter o mais delicada possível ao pegar o objeto que ele me estendia.

Quando eu já tinha bebido metade do conteúdo que ali ainda havia, foi que me dei conta.

Beijo indireto.

Ok, eu sabia que essa história de “quase toque de lábios” era coisa de mangás shoujo e histórias com garotas (em geral) surrealmente inocentes. Ainda assim, aquele ato demonstrava certa intimidade entre nós dois. Ao menos na minha concepção.

− Pode beber o resto. – depois de quase engasgar devido aos meus pensamentos, tentei entregar a garrafa para ele.

Derrubando todo o conteúdo em cima do garoto.

− Me desculpa! – eu, freneticamente, encarava os lados tentando arranjar algo para enxugar suas roupas.

A água tinha molhado tanto sua blusa quanto bermuda, mas ele não parecia irritado ou incomodado.

− Tudo bem. – ele riu, quase que caçoando de mim. – É bom para refrescar.

“Seria melhor se você tivesse feito isso quando quisesse, não porque uma garota louca provocou mais um acidente.”

− Eu vou tentar te arranjar uma toalha... – eu me levantei e tentei abrir a porta.

Sem sucesso. Procurei nos meus bolsos pela chave que eu podia jurar que tinha levado, não a achando. Gray, eu lembrava, não estava com mais nada além de dinheiro. Por que eu estava levando as chaves, então não era necessário.

− Gray-sama, Ur está em casa?

− Não. – ele negou, enquanto espremia a camisa. – Por quê?

...

A demora do resto dos moradores fez com que eu desistisse de ficar em pé esperando. Ficar trancada do lado de fora não era lá muito confortável. Com o passar do tempo, o cansaço tomou conta de nós dois, e o sono começou a pesar. Inconscientemente, começamos a pender um para cima do outro, e tudo o que me lembro é de que, quando recobrei a consciência, ele estava deitado sobre o meu colo e eu apoiada sobre o seu tronco.

Por mais que a situação tivesse me surpreendido, evitei movimentos bruscos, com medo de acordá-lo. O sentimento tinha dois motivadores: o fato de que Gray estava (assim como o esperado) extremamente fofo dormindo e a questão de como seria constrangedor ter que explicar nossa posição para ele.

Quando finalmente me senti segura o suficiente para relaxar, sentada, sua cabeça ainda estava sob as minhas coxas, e eu tentava me opor ao desejo de tocá-lo. Fiquei parada, esperando que algo acontecesse para acordá-lo naturalmente.

Ao carro da correspondência passar, no entanto, esse meu desejo sumiu. O entregador não nos viu, já que estávamos perto da piscina, e esperei que ele fosse embora. Desde alguns dias antes, eu vinha checando o correio da casa antes de qualquer outro morador. Não por medo de algo, mas sim por esperança. E para evitar que os outros vissem algo desnecessário.

Com cuidado, coloquei a cabeça de Gray sobre o chão e me levantei, correndo até a entrada. Lá, retirei as contas e caixas de objetos comprados, me interessando apenas pelas cartas. Lendo a parte frontal de cada uma delas, cheguei a uma específica: o papel era de um tom claro de cinza, e as iniciais TWSM estavam em negrito.

“Endereçado à Srta. Juvia Lockser.”

Não precisei abri-la para saber do assunto do qual tratava.

Definitivamente, a partir daquele momento, só me restava esperar.

Guardei todas as outras correspondências no seu devido local e voltei para onde Gray estava. Ele continuava dormindo, tranquilo.

Escondi a carta no bolso de trás do short e me agachei de frente para ele. Acariciei os cabelos espetados no centro de sua cabeça. Ele fez uma careta, o que provocou em mim um riso triste. Além de me relembrar do sentimento de raiva.

− Desculpe-me por ter te envolvido nisso... E por não estar contando nada.

Para a minha fala, a resposta foi algo que se assemelhava a um ronco.


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Notas finais do capítulo

Hehe, duas coisas:
— Não pude proporcionar O momento gruvia, mas ainda foi um momento, né?
— Quem é o cara da Ul? Tan tan...
(incitando a curiosidade...)


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