My sister, my queen escrita por Annary Morgensterse


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Uhul, 10º capítulo!!
Uhul, novo recorde: Annary posta em 3 dias!!!
Okay, fiquei um pouco magoada por só 3 terem comentado no último capítulo, mas mesmo assim aqui estou eu, postando mais um pra vocês! Espero que gostem!
PS: Leitores novos, eu sei que vocês estão aí, agora é só comentar e deixar uma garota feliz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/526749/chapter/11

PoV Sebastian

Minha irmã me olhava. Em seus olhos estava claro que ela sentia medo pela primeira vez assim desde quando entrou nesse reino. Igualmente, eu, pela primeira vez não sabia o que fazer.

–O que foi isso? -Ela perguntou novamente, como se quisesse ter certeza do que ouvira.

–Essa foi a terceira vez em que isso aconteceu -respondi, olhando paras minhas unhas na tentativa de passar tranquilidade. Esperava que estivesse funcionando com Clary, porque comigo já tinha simplesmente fracassado. -É sempre nessa ordem: tremor, barulho, luz. Fica assim três minutos e depois fica parado por mais uns sete antes de recomeçar.

–Você contou os minutos?!

–Eu não! -Me defendi. -Um dos Crepusculares fez isso por mim.

–Por que será que não me surpreendo -murmurou. -Bem, então como sabe que é o demônio desse reino se voltando contra nós?

Nós? Pensei, mas nunca falaria.Lancei-lhe um olhar que eu esperava que fosse de impaciência, na pior das hipóteses de indignação, mas pelo olhar confuso dela provavelmente não foi o que saiu.

–Embora eu tenha inúmeras pessoas como inimigas, apenas duas têm acesso a esse reino, irmãzinha. E, mesmo que não duvide da capacidade da Corte Seelie de apenas causar pânico, estaria certo em dizer que eles estão guardando forças para a batalha.

–Err...Duas coisas: primeiro, você está se sentindo bem?

–Estou -respondi, após ter estranhado por alguns segundos. -Por que a pergunta?

–Ora, você não era meu "querido e amado irmão" por quem eu devia me preocupar e dar todo o meu amor pelo resto da eternidade?

–Na teoria sim, mas a ironia na sua voz diz que você não pensa nada desse tipo.

–É, eu não penso.

Ficamos em silêncio por um tempo, olhando um nos olhos do outro, até que ela desviou os olhos para a cama. Continuei olhando, mais tentando decifrar sua expressão do que esperando que ela me contasse o motivo de ter perguntado como eu estava.

Na verdade, eu estava bastante curioso quanto a essa segunda parte, mesmo sem saber ao certo o motivo. Mas, parando para pensar, há algum tempo eu estava pensando-barra-falando-barra-agindo sem saber as causas. É, eu estava mesmo enlouquecendo. Apesar da curiosidade, algo na minha mente me dizia que ela não me falaria o motivo, mas não custava tentar.

–E...

–“E” o que, majestoso irmão?

Ela estava me desafiando. Ela sabia que estava me desafiando. Ela sabia que eu podia fazer qualquer coisa com ela ou com os outros por isso. E ela não estava dando a mínima para isso. A cara que ela estava fazendo me fez sorrir.

–Como duvido que vai me contar, qual era a segunda coisa?

–Que segun...Ahhh, tá. –Me respondeu, fazendo um pouco de força para se levantar um pouco. - Não estávamos tendo uma discussão antes de eu dormir?

E é assim que você se arrepende imediatamente de ter feito uma pergunta para alguém com uma memória extremamente grande para coisas desagradáveis.

–Acredito que sim.

–E...

–“E” o quê, linda irmã? –Respondi sarcasticamente, arrancando um sorriso tímido da boca dela, antes de uma expressão de raiva.

–Não teve graça, meu imponente irmão. Quero saber o que está escondendo de mim.

–Onde você aprendeu todas essas palavras? –Perguntei, segundos antes de perceber que ela deveria ter aprendido com todos os jogos de palavras de Jace nos últimos meses. A maioria das pessoas falaria que eu estava com muito mais ciúmes de Jace, mas não estou; ele não é nada.

Já ia voltar a falar de qualquer bobeira para fugir do assunto inevitável, quando ouvi um barulho vindo do corpo de Clary, o que acabou por me lembrar que ela já não comia nada há um bom tempo e devia estar sobrevivendo só a base de adrenalina.

– E há quanto tempo você não come nada?

–Meus hábitos alimentícios não vem ao caso agora, Sebastian. Quero saber.

–Mas que coisinha irritante que você é, viu? De verdade, não tem nad...

Aparentemente, ou o cálculo do Crepuscular foi muito ruim ou eu não tenho a menor noção de tempo, porque os tremores tinham recomeçado, interrompendo minha frase, e dessa vez mais forte. Os sons começaram a se unir com os tremores, ainda piores. Antes de as luzes começarem, eu já tinha me apoiado no encosto da minha cama, enquanto Clary apertava as mãos sobre o colchão enquanto tentava se virar para o lado da janela.

Conseguiu fazer isso justamente quando as luzes vermelhas começaram a invadir toda a região com muito mais vigor, me cegando momentaneamente, mas a tempo de ver minha irmã perdendo o equilíbrio e caindo da cama. Não pensei. Simplesmente usei meus poderes para pular e chegar ao chão mais rápido que ela, que caiu em cima de mim milésimos de segundo depois de eu ter estendido os braços para pegá-la.

–Como você...? –Perguntou, baixo ao meio de todo barulho de fora.

–Eu tenho alguns poderes extras agora, lembra? –Respondi, tirando um dos seus cachos da frente do rosto ruborizado.

Não sei quanto tempo passou conosco assim, segundos ou minutos, mas logo antes de tudo lá fora parar de novo, Clary fez algo que jamais imaginaria presenciar. Ela olhou para mim, abaixou seu rosto na minha direção e encostou seus lábios nos meus. Encarei-a, pasmo por tudo, mas seus olhos estavam fechados, o rosto tranquilo.

Não demorei a voltar a me concentrar. Clarissa estava me beijando. Estava me beijando e não tinha sido forçada a isso. Era como uma realização de um sonho que era tão bom que nunca tinha imaginado que ia acontecer para uma pessoa como eu.

Mesmo assim devolvi o beijo, primeiro devagar, depois com mais intensidade. As mãos dela estavam apertadas em meus cabelos, fazendo força, mas não de forma agressiva. Minhas mãos que antes estavam na cintura dela apenas para amenizar a queda agora a puxavam para mais perto, tanto que eu já podia sentir seu coração bater acelerado.

Enquanto nossos primeiros beijos foram de susto e raiva, podia sentir algo diferente nesse. O corpo dela prensava o meu ao chão com delicadeza, fazendo movimentos suaves e não invasivos. Embora isso fizesse meu desejo por ela aumentar ainda mais, algo em minha mente dizia que isso era mais do que eu merecia, e estranhamente eu concordava com ele.

Continuamos com os beijos, cada um diferente do outro, cada vez mais me fazendo sentir mais próximo dela, cada um transmitindo palavras que não seriam ditas: como ela sentia medo e era recíproco, como ela sentia felicidade e era recíproca e como ela sentia a única coisa que diferenciava os humanos da minha espécie, o que tinha deixado um vazio em mim por toda minha vida: amor.

Tudo parecia um sonho para mim, estava bom demais para ser real, bom demais para ser para um demônio sem coração como eu, e então acabou se revelando mesmo um sonho: depois de tudo ter terminado lá fora, Clary se distanciou da minha boca e de mim, com o rosto estampando de surpresa e arfando. Se levantou antes mesmo que eu recuperasse o que quer que tivesse dentro do meu peito para falar alguma coisa, e correu para fora do quarto, me deixando sozinho com meus pensamentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários para mim?