The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 3
Haunt


Notas iniciais do capítulo

SIM, MAIS UM!
Dois dias seguidos porque essa fic



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Blaine se sentia sozinho, sem dúvidas. Ver os olhos azuis de Kurt pelo monitor como eles faziam quando um dos dois viajavam... era devastador. Porque agora era permanente. Um bom tempo, pelo menos. Ele arrumava a mochila para o dia seguinte calmamente. Blaine não queria ver o colégio sem Kurt, ele não queria viver num mundo sem Kurt. Quando ele colocou o livro de Literatura na mochila e fechou a mesma, batidas foram ouvidas na porta de seu quarto.

– Entra. – Ele disse, e lentamente a porta branca de abriu, revelando sua mãe. – Oi, mãe.

– Blaine, agora que Kurt se foi, você deveria arranjar uma namorada, não é? – Ela sugeriu. Amanda, sua mãe, pensava que Blaine não seria gay se não fosse por Kurt... mas realmente, não era. Sua sexualidade era apenas uma mísera característica para Blaine. – Digo... ele não vai mais voltar, certo?

– Eu espero que volte, mãe. Sinceramente, é melhor ser gay com ele do que viver desse jeito com uma namorada. – Ele cuspiu as últimas palavras com desgosto. Sua própria mãe... Naquele momento, a mulher se levantou e ajeitou o vestido que usava. Ela caminhou até a porta e se virou.

– Se você encontrar com esse menino novamente... eu conto a seu pai. Você tem muita sorte de eu não ter contado que você é gay, ouviu bem? – Ameaçou Amanda, batendo a porta. Blaine se jogou na cama e pegou o celular, discando de uma vez o número familiar de Kurt afim de chamá-lo para ver um filme, até que...

Oh.

Kurt estava em Washington, não na casa da outra rua. O moreno percebeu e remoeu a informação na cabeça, cobrindo-se após colocar o celular para carregar na mesa de canto do quarto. Aquilo não seria fácil...

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Follow me down to the river, drink where the water is clean...

Seu despertador tocava, e Blaine for forçado a se levantar. Ele tropeçou seu caminho até o banheiro e escovou os dentes, passando uma água no rosto para acordar... ou tentar, pelo menos. Ele pegou uma quantia generosa até demais de gel e aplicou no cabelo, formando o capacete habitual que domava seus cachos negros todas as manhãs.

Ele pegou uma camiseta polo branca, listrada com azul marinho de mangas curtas, uma calça vermelho-claro e um sapatênis marrom. Após checar o celular para ver se havia alguma mensagem de Kurt, ele desceu as escadas e pegou uma tigela de ceral e leite, como sempre. Depois da refeição, Blaine pôs a mochila nas costas e partiu para o ponto de ônibus.

Ele ficou surpreso ao não encontrar Kurt no veículo. O castanho entrava no ônibus antes dele todos os dias... Oh. Novamente, o moreno percebeu que Kurt não estava ali. E não estaria por um bom tempo. Ele se sentou ao lado de Mercedes, do clube Glee, e começou a conversar amigavelmente com a negra.

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O moreno ajustou as alças da mochila pesada na cadeira de sua mesa na sala de aula. Era a terceira aula do dia e Blaine havia virado para falar com Kurt umas... vejamos... inúmera vezes. Ele andava pelos corredores sozinhos, abraçando os livros apertadamente contra o peito. Havia um nó em sua garganta que insistia em permanecer ali...

A professora de química entrou, com a mesma cara amarrada de sempre. Ela colocou a bolsa na mesa e sentou-se na cadeira, pondo seus óculos em forma de meia lua. Seus cabelos eram brancos e ela usava sempre um vestido longo e meias brancas acompanhados de um cardigan. Srta Garret era seu nome, e ela não gostava de nenhum aluno.

– Bom, turma, hoje eu vou entregar as provas de vocês. Vamos começar. E se eu ouvir um pio ou ver um celular, estão expulsos de sala. – Ela alertou, apertando os olhos enquanto lia um nome na prova. – Anderson! – Ela chamou, e Blaine se levantou nervosamente para pegar a prova. Ele tinha certeza que havia ido bem, mas agora, com os olhares sobre ele... – C menos. Abaixo da média, mas passou. – A professora disse, entregando-lhe a folha de papel com um C- circulado em vermelho no canto superior direito.

Blaine afundou na cadeira e quis tanto, tanto que Kurt estivesse ali...

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Quando Blaine achou que o dia não podia piorar, o Glee Club havia sido cancelado porque as cheerios e os jogadores não poderiam participar, sobrando apenas Blaine e Tina, a asiática. Ele não queria ficar uma hora falando sobre absolutamente nada com ela, então foi para casa. A pé, já que os ônibus escolares já haviam saído.

Porém, no caminho para sua casa, ele sentiu mãos puxando o colarinho de sua camisa e olhou para um menino alto de olhos azuis esverdeados segurando-o contra uma lata de lixo. O moreno suspirou e tirou o cardigan e a mochila das costas antes de ser jogado na lixeira. Ele não sabe quanto tempo ficou ali, provavelmente uns quarenta minutos.

– Blaine! Arranjou uma bela namorada para nós? Nossa, que cheiro ruim. – Sua mãe perguntou, quando o filho passou pelas portas de casa. – Blaine, não me ignore! – Ordenou Amanda, com as mãos na cintura. Reunindo todas as forças para não mostrar o dedo médio para a mulher, Blaine seguiu seu caminho para o quarto. Ele não pensou duas vezes ao ligar o computador e clicar no contato de Kurt.

– Blaine, achei que você tivesse Glee Club hoje. – Atendeu o castanho, distraído com algo. – Você sabe alguma coisa sobre química? Eu não sei porque estou estudando células nessa merda. Não vou ser nenhum cientista nem nada... – Resmungou Kurt, apagando algo furiosamente.

– Eu tirei C menos em química. – O moreno suspirou, frustrado. – Mas passei. Creio que as coisas aí não estão indo muito bem?

– Não, elas não estão... tudo é um inferno e é pior do que aí. Tudo é pior sem você, para falar a verdade. – O castanho fez um beicinho, que não era inteiramente brincadeira. – Como vai Jeremiah?

– Ah, o de sempre. Você sabe que eu vou terminar com ele.

– É, há três semanas. – Um silêncio se estabeleceu entre os dois, Blaine pensando se Kurt estava com ciúmes e Kurt querendo saber se seus ciúmes ficaram muito envidentes.

– Karofsky me jogou na lixeira hoje. – Blaine informou, mudando de assunto, e Kurt, cuja cabeça levantou-se alarmada à menção do menino. Ele havia torturado Kurt por dois anos seguidos, parado apenas quando Blaine deu um soco no olho dele. Ok, três socos no rosto. Está bem, quatro no rosto e cinco na barriga. – Eu não tenho nada a perder, de qualquer jeito. Deixe que ele me bata... ou mate.

– Blaine! Não fale desse jeito. Por favor. – Pediu o castanho. – Escute, eu tenho que ir. Papai chegou do trabalho e está furioso. E lembre-se sempre de mim, Blaine. você tem tanto a perder...

– Obrigado. Eu te amo.

– Eu também te amo, Anderson. Nos falamos mais tarde. – Kurt disse, e a tela ficou preta. Blaine se deitou na cama e chorou, pensando no quanto doloroso era. Ele estava uma bagunça de sentimentos e pena de si mesmo.

Depois de um tempo, ele se levantou e ocupou a mente com seus deveres de casa. Ele não tirava Kurt da cabeça, e, pelo o que dizem, quando você não consegue tirar alguém da cabeça... Não, pensava Blaine, Kurt é meu amigo e eu não gosto dele., o moreno tentava dizer a si mesmo. Mas toda a vez que tentava, toda a droga de vez, ele sonhava acordado com os lábios de Kurt nos seus...

Blaine desistiu, então, secando um prato depois do jantar. Era oficial: ele gostava de Kurt, seu melhor amigo. Adorável, não? Ainda mais quando seu namorado pede para você tomar café com ele no dia seguinte. Bom, matar mais algumas aulas não faria diferença.

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– Blaine, cara, você tá legal? – Jeremiah, o namorado de Blaine, perguntou, quando os dois se encontraram para um café no outro dia.

– Estou, sim. Me desculpe, eu não dormi muito noite passada. Kurt está tão longe... – O moreno suspirou. O ruivo em sua frente na mesa estudava suas feições. – Mas, perdoe-me, o que dizia?

– ...Eu quer terminar, Blaine. – O ruivo disse. – Você não parece triste. Ou surpreso. – Constatou Jeremiah.

– Eu... meio que notei que isso não estava dando certo. S-só isso. – Mentiu Blaine, e Jeremiah assentiu. – Mas, ei, sem ressentimentos?

– Claro. Eu posso te deixar na escola se você quiser.

– Não, obrigado. O último lugar que eu queria estar é lá. – O moreno deitou a cabeça na mesa de leve. Logo depois, levantou-se junto com o ruivo. Os dois trocaram um abraço estranho e seguiram seus caminhos. Blaine saiu e foi para a praça que havia na frente da loja de café. Ele se sentou em um banco de madeira e terminou sua bebida ali mesmo, olhando e ouvindo pombos e pássaros.

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Se Blaine achou que terminar o namoro era razoavelmente ruim, era porque ele tinha esquecido o quão pequeno a Alabama era. Karofsky e sua gangue saíram da escola e seguiram Blaine até o shopping, onde ele tinha combinado de encontrar Brittany para ajuda-la com física. Era uma das poucas matérias no qual o moreno era bom e distrair-se seria uma boa ideia.

Mas nada, repetindo, nada pareceu uma boa ideia quando Blaine sentiu o líquido gelado adocicado entrando por suas roupas. Ele imediatamente tirou o casaco branco e deixou que a blusa polo preta manchasse. Brittany o ajudou a ir até o banheiro e se limpar. Mas não eram as mãos da líder de torcida que ele queria em seu rosto.

Quando os dois acabaram, saíram do banheiro, estudaram física e Brittany convidou Blaine para ver um filme na casa dela. A loira disse que um amigo estaria lá, que ele não podia ficar triste porque Kurt se fora para sempre.

Então ele foi.

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Um grande erro, um erro gigantesco! Blaine pensava, ao sentir uma mão tentando pegar a sua. Ele estava sentado no chão de Brittany, em frente ao sofá, aonde a loira e Santana, sua namorada, se beijavam sem dar a mínima para os meninos. Brittany eventualmente parava os beijos para ver alguns minutos de “A Noviça Rebelde”, mas não duravam mais do que alguns segundos.

O menino que sentava a seu lado se chamava Eli, Eli... Collins? Algo do tipo. Blaine nem havia olhado em sua cara direito, só sabia que o menino estava dando desesperadamente em cima de Blaine. Mas corresponder parecia errado. E era. Lá no fundo, Blaine sabia que era. Então o moreno se levantou e foi para casa, passar mais uma noite derramando lágrimas saudosas por um certo castanho.

Mas Blaine não conseguiu nem chegar ao carro. Vamos lá, aquilo estava começando a ficar ridículo! Ele se sentia uma adolescente de 14 anos depois de ser rejeitada por um menino bonito. Tudo era horrível e Blaine queria escapar. Ele secou as lágrimas e dirigiu de volta para casa, imediatamente ligando para o castanho por Skype. Mas Kurt não atendeu.

Ele ligou mais uma vez. Kurt deve estar jantando, ou algo assim., Blaine repetia para si mesmo. Mais uma vez, o moreno apertou o botão. E de novo, e de novo, e de novo... Ele tentou uma última vez, e na terceira chamada o amigo atendeu. Só que não era o amigo, era Finn.

– Blaine, Kurt está com um cara. Elli, Elliott... algo assim. Eles estão- uh- meio ocupados lá na sala. Você quer que eu chame ele? – Kurt havia continuado sua vida. Ou melhor, começado uma nova. Blaine havia ficado para trás... mas não era como se o moreno não esperasse aquilo. – Blaine?

– N-Não precisa chamar seu irmão, Finn. Eu falo com ele outro dia... – Blaine murmurou, desligando após ver Finn dando de ombros. Ele não deveria sentir tudo aquilo! Era uma bagunça.

Toda a sua vida, Kurt fora quem precisava de Blaine. Para resolver desde problemas matemáticos quanto para ajuda-lo em relacionamentos. Agora... agora Blaine era a pessoa carente e solitária... quando Kurt havia virado aquela pessoa? No dia anterior, mesmo, Kurt lhe dissera que o amava. Como amigo, claro. Sempre era... nunca algo mais, nem mesmo um beijo. Bom, não antes de Kurt deixar Blaine sozinho com seus pensamentos e o gosto do castanho em seus lábios.

E aquele gosto, de um pouco de morango com café e baunilha, era um que Blaine nunca, nunca esqueceria... aquilo iria assombrá-lo da forma mais prazerosa por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem quaisquer erros! Como eu disse, quero atualizar quarta, mas, caso isso não aconteça, sexta NO MÁXIMO sai o 4º capítulo! :3
Beijos