The Pain In Between escrita por bia souto


Capítulo 21
Light


Notas iniciais do capítulo

Feliz últimos vinte minutos de domingo! :D
Bom, essa é a primeira vez que não sei quando dessa semana vou postar o capítulo, mas acho que quinta estourando ;)



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— Sam Evans? — A loira estava chocada. O menino com qual ela havia namorado no colegial estava simplesmente parado em sua frente com uma espingarda apontada para ela. Deus, eram tantas as coisas que aconteciam.

— Eu não sabia que você era uma bruxa. — Ele disse, dando de ombros. — É tão bom te ver, Quinn. Você não tem ideia do que eu passei enquanto viajava por esse país.

— Eu- Sam! Como assim você é um caçador de bruxas?! Como assim eu sou uma bruxa?! Eu- droga, bruxas não existem! — Ela disse, encostando na parede e deslizando pela mesma.

— Eu deveria atirar em você agora. Foi a última coisa que meu pai me disse. “Não tenha piedade das bruxas, Sammy”. — O loiro disse, mas sentou ao lado da antiga amiga na parede cuja tinta descascava. Kurt e Blaine olhavam a situação tentando equilibrar o choque com a concentração de continuar invisível. Tate percebia que os dois estavam lutando – e perdendo.

— Temos que sair daqui. — Falou Langdon, e guiou o casal de volta para o quarto do mesmo. Imediatamente Kurt e Blaine suspiraram aliviados, segurando-se um do outro e nos móveis para se apoiarem. — Isso foi difícil. Temos que proteger Quinn agora, sobretudo. Sam pode parecer um coração mole e eu posso não conhecê-lo, mas caçadores de bruxas são criaturas impiedosas.

— Sam nunca mataria Quinn. — Blaine argumentou, e Kurt assentiu, concordando.

— Você não sabe disso, Blaine. Temos que pelo menos manter um olho nele, se ele resolver ficar por aqui. — Concluiu o espírito, com as mãos no quadril.

— Ele tem razão. — Kurt disse, e Blaine concordou. — Mas primeiro temos que falar com Sam, não? Quer dizer, e se ele resolver ficar aqui nessa casa? Todas as camas estão ocupadas e eu não vou sair do meu quarto, creio que nem você e Violet. — Ele gesticulou para Tate, que assentiu.

— Vamos falar com ele agora. Vamos lá. — Tate disse, e abriu a porta. Os dois loiros estavam no mesmo lugar, conversando sobre alguma coisa com as expressões neutras. — Olá, eu sou Tate. — Apresentou-se o menino dos olhos negros, e Sam levantou-se e apertou sua mão, hesitante.

— Sam? — Kurt chamou, timidamente, enquanto saía do quarto. Blaine sentiu uma pontada de ciúmes, mas deixou para lá. Os olhos do loiro se arregalaram, porém ele puxou o velho amigo para um abraço. — Eu senti sua falta, Sammy. — Blaine observava-os cautelosamente, enquanto os dois se entregavam – não muito – aos braços um do outro.

— Eu também senti sua falta, Kurtie. — Espera, pensou Blaine, só eu o chamo de Kurtie. Quinn reprimiu uma risada quando viu a expressão enciumada de Blaine, que a lançou um olhar flamejante. — E, ei, Blaine! Como vai? — Os dois presumiram que Sam não tinha muito acesso à internet ou se manterá conectado, pois a história de Blaine esteve em muitos jornais na maior parte do país. De qualquer forma, o moreno deu um high five no caçador e forçou um sorriso.

— Vou indo, cara, sabe como é. — O moreno respondeu, passando um braço pela cintura de Kurt e trazendo-o para perto de si.

— E vocês ainda são amigos ou finalmente ficaram juntos? — Perguntou Sam, sem se incomodar se os dois ficariam desconfortáveis se não estivessem namorando, o que não era o caso.

— Estamos juntos. — Kurt respondeu, beijando a bochecha de Blaine carinhosamente.

— E bem felizes. — Reforçou o moreno, apertando o braço na cintura do namorado. — E você, Sam, está com alguém? — Quis saber, torcendo para que a resposta fosse sim.

— Na verdade não, caras. Conheci uma menina bonitinha em Washington. — Kurt arregalou os olhos azuis.

— Eu morei em Washington! Até outubro desse ano! — Exclamou o castanho. — Mas conte tudo, quem era a garota sortuda?

— O nome dela era Rachel Berry. — Dessa vez foi Quinn quem teve os olhos duplicando de tamanho. Felizmente para a loira, ela estava atrás do amigo. — Ela tinha os cabelos morenos e um corpo irado, participava do coral da escola, mas ela era tipo a puta do colégio dela. Pelo o que me disseram, ela dormia com todo o mundo que quisesse, meninos e meninas. — Quinn engasgou na própria saliva e começou a tossir. Em alguns segundos Blaine estava batendo em suas costas gentil o suficiente para não machucá-la.

— Me desculpe. — Ela disse, com a voz rouca. — Acho que tinha um mosquito aqui, não sei. Kurt, posso falar com você à sós? — Ela perguntou retoricamente, já puxando o amigo pelo braço de volta para o quarto. Lá, ela se sentou na cama mais uma vez, e Kurt reprimiu uma risada. Era engraçado que Quinn sempre pagava a durona, mas ele se lembrava das Nacionais do coral em Nova York quando ela absolutamente surtou porque Finn havia terminado com ela e ela “apenas queria alguém para amá-la”. Mesmo assim, não era legal ver a amiga triste daquela maneira. Kurt se sentou ao seu lado e afagou suas costas em meio aos soluços de Quinn. — Eu juro que vocês estão querendo confundir minha cabeça! Deus, primeiro Rachel é linda, e santa, e participa do coral, depois ela é uma puta que também dorme com garotas?! Eu desisto! Meu Deus, por que as coisas são tão complicadas?!

— Acalme-se, querida. Ficar histérica assim não vai te levar a lugar algum. Eu sei que pode ser confuso, eu me lembro disso. Mas você não precisa definir sua sexualidade. Você não é uma palavra, Quinn. Há tantas coisas que você pode ser: Gay, Bi, Pansexual... Não se resuma a esses termos. Eles são apenas uma palavra que você usa para descrever quem você ama, mas nem sempre são fiéis a você. Se lembra de quando Blaine achou que fosse bi? Ele ficou maluco. Tudo por causa daquela Sunshine Corazon... não sei porque Mercedes cedeu o lugar de solista para ela, honestamente. O que eu quero dizer com isso é que independente de ser hétero ou gay, você ainda é você, mesmo que ache que você seja gay ou até mesmo indefinida, se se sentir mais confortável com isso, você ama quem você ama, e não é uma opção apenas não sentir o amor. Algum dia, Q, você vai ser amada tão profundamente...

— Mas... se eu não sei quem eu amo... como vou amar? Como vou deixar alguém me amar, Kurt? — Ela perguntava, e as lágrimas não paravam de descer suas bochechas. — Merda, eu sou uma droga de bruxa e ainda não sei o que diabos eu sou! Meu deus, isso nem faz sentido!

— Se você parar para pensar, nada faz sentido, Q. Tenho certeza que a pessoa certa vai te amar, linda. Não se preocupe.

— Eu só... é confuso. É mais confuso do que álgebra!

— Vamos lá, Q, álgebra é fácil.

— Ok, é mais confuso que geometria.

— Eu sei que é, mas tudo vai dar certo. — Kurt suspirou, e Quinn recostou-se contra o peito do melhor amigo, deixando que os braços do mesmo a envolvessem e que ele pressionasse gentilmente os lábios em seus cabelos loiros.

— Deus, aonde eu estaria sem você?

— Provavelmente comendo Finn em algum lugar. — Zombou o castanho, e Quinn lhe deu um tapinha brincalhão. — É a mais pura verdade, ma chérie. — Kurt colocou uma mecha de cabelo da loira para trás de sua orelha. — Agora que você controlou minha mente e quase foi morta por um caçador de bruxas, nós devíamos ver o que você pode fazer.

— Eu posso fazer você pegar uma água para mim. — Ela disse.

— Ok, eu já sei disso e não quero tentar novamente, muito obrigado. — Recusou Kurt, e Quinn se levantou. — Vejamos... uh, tente ir para lá sem andar. Tipo, desapareça e apareça lá. — E Quinn fechou os olhos, concentrou-se e, de repente, ela apareceu no outro lado do quarto. Nossa, ela é boa mesmo. Kurt pensou.

— Sim, eu sei que sou muito boa, obrigada, obrigada. — Quinn falou, e fez uma reverência. Kurt a olhou com olhos arregalados. — O que foi?

— Quinn, eu nunca realmente disse que você era muito boa. Eu só pensei isso.

— Eu ouvi você. E agora você está pensando “Deus, como ela está fazendo isso, Quinn, ai meu deus!”. — Ela disse, e Kurt ficou boquiaberto.

— Jesus, Quinn. Vamos- vamos voltar para lá.

— Está bem. mas eu poderia talvez voltar amanhã para ver o que posso fazer?

— Ok, ok. Agora eu só- eu quero conversar um pouco com Sam.

— Eu te assustei! Ha! — Quinn disse, cutucando as costelas do castanho, que a lançou um olhar firme. — Ok, vou parar de ler sua mente, fique tranquilo. — Os dois saíram do quarto e encontraram Blaine e Sam conversando.

— Para onde Tate foi? — Kurt perguntou, indo para o lado de Blaine.

— Violet veio aqui e disse que eles precisavam conversar, porém acho que não é conversar o que ela quer. — Blaine disse, e Kurt assentiu. Não era como se fosse nenhuma novidade.

— O que vocês fazem por aqui para se divertir, caras? — Sam perguntou, tirando o chapéu marrom que usava. — Podemos jogar alguma coisa, tipo charadas, ou mímica. O que acham?

— Por que não? — Quinn sugeriu, e desceu as escadas, sentando-se no sofá.

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Finn terminou de comer seu sanduíche e ligou o computador, pronto para entrar no Skype com Rachel. Ele estava preocupado sobre aonde Quinn havia ido, mas Brittany havia provavelmente precisado dela às pressas. Então ele aproveitou para conversar com a morena dos olhos castanhos.

— Finn! Oi! — Rachel disse, seu rosto aparecendo na tela. — Como estão as coisas aí?

— Meio paradas, como sempre. Estou entupido de dever de casa, mas nem começo a entender essa droga de revolução verde, então meio que desisto.

— Oh, eu estou estudando isso agorinha! Uma amiga minha vai dormir aqui hoje, seu nome é Tábata. Tati, venha dizer oi à Finn! — Pediu a morena, e uma garota de olhos cinzas e pele pálida apareceu ao lado de Rachel. — Tati, este é Finn. Finn, esta é Tati.

— Oi. — Ele disse, timidamente.

— Beleza? — Ela perguntou sua voz grave.

— Beleza...

— Vou deixar vocês à sós. Se incomoda se eu pegar algo para comer, Rach?

— Claro que não, amor. Pode ir na dispensa, sinta-se em casa. — Rachel disse, e saiu da tela para fazer algo. Finn pensou ter ouvido um beijo, mas deveria ser só impressão. Ele voltou a brincar com o fio do headset que usava e esperou Rachel voltar. — Pronto, me desculpe a demora.

— Tranquilo. Bom, uh, não tem ninguém em casa hoje. Quer dizer, tem sido eu me minha mãe novamente por alguns dias, mas eu não consigo me acostumar.

— É realmente uma pena, Finn.

— Não tem problema. Quando mamãe foi trabalhar hoje, ela disse que o testamento de Burt seria finalmente julgado uma última vez e talvez aquela casa que eu te falei tenha energia elétrica hoje mesmo.

— Que ótimo! Acho muito legal essa coisa de seu padrasto abastecer uma casa para os moradores de ruas. — Eles então engataram uma conversa firme que parecia durar, até que a tal amiga de Rachel voltou e ela teve que desligar.

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— Tem certeza que você ficará bem, Quinn? Você pode dormir no sofá se precisar. — Kurt perguntava, enquanto a loira arrumava as roupas que ela carregava na mochila para dentro da bolsa novamente.

— Pare de se preocupar tanto, K. Eu vou ficar bem, vou dormir na casa de Brittany e quem sabe eu vejo um filme com ela e Santana? Preciso me distrair e ficar com Finn não ajudaria. Agradeço sua preocupação, porém. — Ela disse, e colocou a mochila nos ombros. — Acho que te vejo amanhã.

— Até amanhã, então. — Kurt se despediu, e levantou-se para abraçar a amiga. — Veja se você não abusa dessas suas novas... habilidades, está bem? Não custa nada para que um abanar de mãos dê errado, e você sabe bem disso.

— Não vou abusar de nada, mamãe. — Ela beijou a bochecha do castanho e se dirigiu até a porta depois de acenar para Blaine. Entretanto, quando ela estava apenas abrindo a porta, ouviu-se um barulho estranho como um zumbido, e as luzes que por muito tempo ficaram apagadas se acenderam, iluminando a casa. — Burt. — A loira sussurrou baixinho.

Blaine e Kurt se olharam, confusos. Sam não estava entendendo bulhufas do porque gente ensanguentada estava saindo do porão em uma fila desorganizada e gritando, e aquele menino loiro de mais cedo, Tate, dançava escada abaixo com uma menina loira. Ele olhava para Quinn, que tinha a mão na maçaneta e o olhar perdido em seus pensamentos e concluiu que a loira sabia como se cuidar, mesmo depois de um ano sem vê-la, Quinn continuava uma das meninas mais lindas.

Pouco a pouco, as pessoas ensanguentadas (nenhuma bruxa, pelo o que o radar de Sam indicava) foram se instalando no sofá e no chão, alguns permanecendo encostados na parede ou apenas de pé. Kurt e Blaine ainda estavam imóveis, e Quinn sacudiu a cabeça. Ela parecia atordoada, e bateu a porta com força.

— Vocês pensam muito alto! Parem! — Ela pediu, em um tom de voz extremamente alto. Lentamente, as vozes de todos os espíritos em sua mente cessaram. — Pelo o que ouvi, muitos de vocês querem saber por que diabos a luz voltou. Quer dizer, três meses inteiros sem luz e agora ela volta? Não o governo não é tão legal assim. — Ela explicou, e ouviu uma vozinha pequena perguntando a si mesmo “O que é um governo?”, e sorriu. — Burt Hummel escreveu em seu testamento que deixaria mais da metade do dinheiro para restaurar as necessidades dessa casa. Temos luz, gás e água até que o dinheiro se acabe, e, pelo o que entendi, isso vai demorar. — Kurt finalmente se moveu, escondendo o rosto que brilhava com novas lágrimas no peito de Blaine, que passou os braços ao redor do namorado. — Podem retornar às suas atividades.

Assim, a loira saiu. Ela parou no caminho para fora da casa e olhou para as janelas acesas. Se você não conhecesse a casa, pensaria que era o lar de alguém... e era. Agora, sim, era um lar.


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Notas finais do capítulo

Que fofo, lar dos mortos :3 ownt
Besitos :*



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