Tobias ficou paralisado no mesmo instante. Marcus olhou para Tobias surpreso. Ia falar algo, mas meu pai falou primeiro:

– Beatrice? O que faz aqui?

– Eu só quis ver como vocês estavam. Mas agora já temos que ir - disse, querendo tirar Tobias logo dessa situação.

Fui até ele e segurei sua mão.

– Mas já vai Beatrice? - minha mãe perguntou - Ficou tão pouco.

Suspirei. Queria ficar mais. Mas não podia deixar Tobias daquele jeito. Ele estava paralisado de medo.

– Deixa Natalie. Acho que ela tem coisas mais importantes para fazer - meu pai falou friamente.

Olhei para ele e vi em seus olhos que ainda não tinha me perdoado.

– É. Eu realmente tenho coisas importantes para fazer - disse encarando meu pai - É bom saber que estão bem. Não se esqueçam, amo vocês.

Minha mãe me deu um abraço e quando estava prestes a sair, Marcus falou:

– Esperem. Não vai falar comigo, filho?

Não acredito! Como ele teve a coragem de se dirigir a Tobias dessa forma, depois de tudo que ele fez?! Não deixei Tobias falar qualquer coisa. Respondi por ele:

– Ele não é mais seu filho! E acho melhor nunca mais falar com ele! Seu monstro!

Não esperei para ver a reação de Marcus e dos meus pais. Puxei Tobias para fora e bati a porta com força.

Caminhamos em silêncio até o trem. Subimos nele e nos sentamos no mesmo lugar onde viemos.

– Sinto muito. Não queria que você passasse por isso - falei baixinho.

– Tudo bem - ele disse - Obrigado por estar comigo e me defender. Acho que não teria coragem de falar com Marcus. Obrigado por fazer isso por mim.

Sorri e disse:

– Faço tudo por você, Tobias.

Ele me abraçou e ficamos assim até chegar ao Complexo da Audácia