Dentro do Espelho escrita por Banshee


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey peoples, Skyfall falando. Fiquem com o primeiro capítulo de Hope, espero que curtam e me deem sua opinião.



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Era o mesmo cômodo com pouquíssima claridade, impossível se ver algo a mais de um metro de distancia. O chão parecia estar molhado, se movimentando graciosamente como um lago exposto aos suaves ventos noturnos.
Dei um giro de 180 graus, tentando encontrar algo ou alguém. Sem resultados.
Meus cabelos tremulavam com um vento sinistro que não sei de onde vinha.
–– Socorro. –– Alguém cochichou.
Virei-me para onde havia vindo o som, mas não havia nada.
Calada por instantes, observei ao meu redor. Tive a impressão de ter visto um vulto uma ou duas vezes. Meus batimentos cardíacos eram os únicos sons emitidos agora.
–– Socorro. –– Ouvi novamente.
Sem pestanejar saí correndo no escuro, com o estrondo dos meus pés em contato com água. Vi o vulto de novo e cheguei conclusão de que não era coisa da minha cabeça.
Ele estava aqui.
Acelerei meus passos o mais rápido que podia até chegar a um ponto onde se ouvia o choro de uma criança. Uma garotinha.
Interrompi para recuperar o fôlego, sentindo o oxigênio entrando e saindo dos meus pulmões, aguçando os sentidos para poder localizar a pobre menina.
Após segundos, respirei o mais forte que pude, saindo em disparada para o sentido oeste, de onde ouvi o choro. Uma sombra passou ao lado do meu braço esquerdo, veloz como um relâmpago e independente da pouca claridade pude ver seus olhos cor de sangue.
O choro da criancinha ficava cada vez mais alto até se tornar um grito agudo de dor.
De olhos fechados, acelerei mais, mais e mais, sem ligar pra distância, sem ligar para o cansaço. Se a sombra chegasse antes de mim, aconteceria tudo de novo, exatamente igual às outras inúmeras vezes.
Apressei meus pés, mais forte do que meu corpo podia ir... Até cessar junto com os gritos.
Lentamente abri meus olhos e a vi completamente nua, encolhida em posição fetal soluçando. Seus cabelos loiros, quase brancos, caindo molhados sobre seus ombros e pele translúcida que faiscava com a pouca claridade.
–– Oi. –– Disse, ajoelhando-me –– Meu anjo, por que choras?
Erguendo sua cabeça então vi seus olhos. Um verde e outro azul.
–– Mate o palhaço... –– Sua voz era distorcida, fria, demoníaca –– Ele é tão falso.
Minha alma ameaçou sair do meu corpo quando ouvi uma gargalhada vinda das minhas costas, e me virei.
Era ele.
Alto, com cabelos escarlates como o pecado e completamente bagunçados, olhos cor de sangue e pele pintada de branco... O maldito palhaço.
Estava prestes a gritar, porém foi mais rápido, agarrou meu pescoço e ergueu-me. Dei-lhe chutes e socos, mas de nada adiantava. Senti meu pulmão se esvaziando enquanto observava seu sorriso diabólico e a amarga graça de roubar uma vida.
–– Mate o palhaço, ele é tão falso! –– A garotinha continuava gritando como se nada estivesse acontecendo.
Senti o sangue escorrer pelo nariz e meus pulmões arderem. Estava morrendo, iria perder de novo e após tantas e tantas tentativas frustradas eu iria me render. O demônio colocaria suas mãos imundas sobre a garotinha e eu não poderia fazer mais nada.
Usei o meu último suspiro pra tentar gritar. Gritar por socorro. Gritar para que ela fugisse. Gritar qualquer coisa que terminasse aquele ciclo macabro que repetia-se dentro do meu ímpeto. O grito era pra que tudo parasse, porém foi substituído pelo som do despertador tirando-me do meu pesadelo.


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