She asked me, "Son when I grow old

Will you buy me a house of gold?

And when your father turns to stone

Will you take care of me? "

House of Gold - Twenty Pilots 

Damon depositou um beijo na testa de Elena, ambos estavam no carro na frente do sobrado onde ela morava. Não queria a deixar em casa, queria a tirar daquele lugar e a levar para longe. Mas a morena definitivamente não sentia algo forte por ele; já havia errado demais com ela.

Elena o olhou fixamente por alguns, não entendia porque justamente ele se interessaria por ela. Era uma garota comum, que fora abandonada pela mãe, que não tinha praticamente ninguém no mundo; apenas as suas amigas — Vicki e Bonnie —, e suas vizinhas que eram um amor de pessoa; Liz Forbes e Caroline.

— Muito obrigada pelo dia, Damon.

Ele sorriu e flexionou o seu braço esquerdo no carro, mostrando seus braços fortes; ele fazia canoagem e era apaixonado pelo que fazia, por isso seu corpo sempre fora bem definido; e claro que Elena notara isso de primeira.

— Nos vemos? — Ele perguntou enquanto mexia no cabelo dela.

— Tchau, Damon. — Disse antes de sair do carro.

***

Grayson estava pensando no que faria para tentar achar sua filha perdida. Como faria? Ele não tinha a menor ideia. Isobel dissera que contratara os melhores Detetives da época e não acharam praticamente nada. Além de que um orfanato da época; teria pego fogo. E se sua filha estivesse morta? Definitivamente não; ele teria sentido isso.

Com esses pensamentos, foi interrompido enquanto estava no santuário.

— Senhor Grayson?

— Sim? — Ele perguntou.

— Tem uma criança... A menina Clara... Foi pro hospital.

— O quê? Por quê? — Perguntou meio aflito.

***

Elena adentrou a casa com um sorrisinho no rosto, encostou sua cabeça na porta e soltou um suspiro. Foi quando percebeu que as duas garotas estavam no sofá a espera dela.

— Suspiro de apaixonada. — Disse Vicki. — Vai dizer que é pelo Damon?

Ela sorriu; porém fechou a afeição após lembrar que estaria brava com Vicki. Não acreditaria que Vicki estaria se humilhando daquele jeito; ser amante de alguém.

— Ah, qual foi? — Revirou os olhos. — Eu amo Giuseppe, e ele vai dizer à mulher dele que estamos juntos.

— Você está louca? — Perguntou Bonnie. — É, você está louca, só pode ser isso!

— Estou apaixonada, o que pode significar a mesma coisa. — Vicki respondeu enquanto lixava as unhas.

— Terei que contar ao Damon, não quero segredos entre a gente.

— Você está maluca? — Levantou Vicki do sofá. — Não! Tem que esperar Giuseppe contar para a Isobel.

Elena revirou os olhos, não queria mentir para Damon; mas teria que esperar, afinal, não teria como Damon descobrir antes, teria?

***

Grayson caminhou até a casa de Elena, nunca havia ido lá. Porém precisava ir, a menina Clara ansiava pela presença dela; dizia que era como uma mãe. A menina estava muito mal, e necessitava de alguém ao seu lado que não fosse uma criança. Tocou a campainha da casa e esperou pacientemente; até a porta ser aberta por Elena.

— Padre Grayson! — Exclamou, logo o abraçando. Grayson retribuiu o abraço; sentindo algo estranho dentro de si.

— Boa noite, Elena Helpless.

Ela fez um sinal para o Padre entrar; logo após a entrada dele, ela fechou a porta e virou-se para Grayson, sorrindo.

— Quer algo? — Grayson fez que não com a cabeça. Então, ela sentou-se ao seu lado no sofá.

— Preciso te contar algo...

Ela franziu o cenho e logo se preocupou:

— O que aconteceu? — Perguntou aflita.

— A menina Clara, está com uma doença grave. E nenhum hospital da cidade tem o equipamento necessário para curá-la. Sinto muito — lamentou-se ele, — se continuar assim ela não...

Ela colocou a mão na boca e pediu para que Grayson não prosseguisse; os olhos dela encheram de lágrimas. Era muito apegada a garota por ter uma história parecida com a dela; tinha três anos e fora encontrada na rua abandonada; porém era loira dos olhos claros — parecia um anjo.

— Eu lamento... — Ela sentiu que não podia mais respirar; e começou a soluçar. Grayson a puxou para seus braços e tentou confortá-la.

— Ela quer vê-la. — Terminou ele.

— Eu vou. — Elena deu um sorriso fraco e Grayson sentiu-se quebrado por dentro; só não sabia o motivo.

***

Bernarda estava com a cabeça explodindo de tanto pensar. O que faria quando Isobel achasse a sua filha? E se envolvesse mais o Grayson nisso? Ela não poderia deixar. Teria que intervir nisso, achar a sua filha e impedir que a achasse; independente do método que usasse.

Ela se olhou no espelho e saiu de casa; entrou no táxi e caminhou-se até o Orfanato que um dia botara fogo. Arrumou o seu cabelo e adentrou ao lugar, foi até a Direção e entrou na sala.

— Boa noite. — Disse ela. — Gostaria muito de conversar com você.

— Claro, — disse a freira — sente-se, por favor.

Bernarda acomodou-se e foi logo ao ponto:

— Tem uma amiga minha que trabalhava aqui na época que pegou fogo, e gostaria muito de conversar com ela.

A freira concordou com a cabeça sorrindo;

— Claro. Qual o nome dela?

***

Era sete horas da noite quando a campainha de casa tocou, Elena levantou-se do sofá e atendeu a porta.

— Boa noite, Elena. — Disse Isobel ríspida, já entrando na casa.

— Não te convidei para entrar. — Disse a morena, já fechando a porta e cruzando os braços logo em seguida.

— Lamento pela maneira que te tratei, — definitivamente Elena não esperava por essa — se você quiser, você pode ter um futuro enorme naquela empresa. Você é perfeita para ser modelo, Elena. Posso te dar tudo...

— A troco de que? De mais humilhação? Não, não quero.

Isobel respirou fundo; a mulher era orgulhosa, mas estava cedendo de seu orgulho para chamar Elena de volta a sua empresa.

— Você quem sabe. Sabe que nunca terá uma chance igual igual a que quero te proporcionar.

Elena sabia que era verdade, mas era orgulhosa igual a Isobel para admitir aquilo em voz alta.

— Se retira da minha casa.

Isobel caminhou até a porta da casa.

— Você quem sabe. Se mudar de ideia, aparece lá amanhã.

E então ela saiu.

Será que Elena decidiria largar o orgulho para trabalhar para Isobel Salvatore?