P.O.V Charlotte

Depois daquela inteira verdade para Elena, depois de todos os escândalos e verdades ditas, ela adormeceu, em meu colo, nem parecia que tinha acontecido todas as coisas que aconteceram, coitada. Eu sentia pena de si mesma, de mim, mas principalmente de Jeremy, eu precisava tira-lo de lá, onde é que “lá” fosse, Jonh ainda não entrou em contato comigo, mas eu Iris caça-lo até meu último suspiro, eu precisava achar meu irmão. Elena me contou de cada momento, me contou detalhes íntimos da casa que ele estava instalado, era igual a um quebra cabeça que eu não conseguia decifrar onde era, eu precisava de mais detalhes, eu precisava saber, Elena me contou também como eles o confrontou no supermercado, todos os detalhes, todas as palavras, era um enigma mas a vida do meu irmão dependia daquilo, eu não iria perde-lo, eu me recusava a isso! Ele era um bom garoto, ele era um... Ele iria viver, Charlotte, ele iria viver, eu precisava ser persistente dessa vez, eu precisava colocar na minha cabeça, no meu coração, eu precisava pensar, manter Jeremy comigo! Eu precisava de preferência dar um jeito daquele Jonh falar comigo, eu não sei o quão duro irá ser essa batalha entre mim e ele mas eu precisava ganhar.

Vi Damon chegando na sala, ele tinha dado para mim e Elena um tempo para pensarmos pensando sobre essa situação de Jeremy, ele viu ela adormecer, vi que ele olhou para ela, acho que tinha amor ali dentro, eu não queria e queria ao mesmo tempo ele ali, mas com ele e ela no mesmo lugar apenas trazia sentimentos que eu não queria sentir mais! Estou triste, eu estou confusa apesar de tudo.

– Você quer que eu a coloque no quarto? – Ele perguntou se referindo à Elena, ele falar comigo me trazia aqueles sentimentos de volta e aquele típico embrulho no estomago.

– Eu acho que sim – Falei tirando a cabeça de Elena da minha coxa, então senti as mãos de Damon antes de tirar as minhas mãos logo de Elena, as mãos deles estavam ali nas minhas, eu sentia de novo seu toque e era tão bom...

Tirei minhas mãos das deles e da cabeça de Elena e me levantei, Damon pegou ela no colo, Elena me parecia tão cansada que nem abriu os olhos, ela apenas colocou as mãos em volta do pescoço de Damon e ficou assim, Damon começou a andar até o quarto que iria colocar Elena, ele não sabia em qual quarto então eu fui o guiando.

Ele levou ela entre o corredor e eu abri a porta do quarto, eu fiquei olhando da porta, o carinho que ele tinha por ela, ela abriu os olhos e começou a falar com ele quando ele a colocou na cama, ela meio que chorava, e ele a abraçou. A enlaçou. Ele estava abraçando com ela, a consolando, eu não conseguia ver aquilo como algo normal, eu simplesmente não conseguia. Eu os via como um casal, eu via, eu enxergava que ela gostava dele e vice-versa, vai que tudo que eu e Damon passamos juntos não passassem apenas de mentira, era um medo meu aquilo, mas eu precisava seguir em frente, erguer a cabeça, sorrir e ser forte, ser dura, foi assim que a vida me ensinou.

Eu decidi sair dali, fui andando até que vi a meia porta aberta era Tate e Violet aos beijos no seu quarto, eu decidi sair dali rápido, fui até uma sala discreta que tinha naquela casa, eu amava aquela casa porque tinha varias entradas discretas, eu entrei e comecei a beber o velho Whisky que se encontrava a cada sala daquela casa, eram muitas almas torturadas para pouca bebida para amargurar ainda mais.

Coloquei um pouco de bebida e me sentei sem ao menos um pouco de modo, a bebida era pouca para eu ficar sentada então eu resolvi e me levantei irritada pegando logo a garrafa inteira, gemi um pouco baixo de raiva que eu estava sentindo. Eu não conseguia de modo alguma descobrir esse enigma, mas por que eu não conseguia?

– Droga – Reclamei baixo enquanto eu me sentava tomando fortes goladas da garrafa.

– Será que você pode dividir um pouco ou apenas me deixar entrar? – Uma voz surgiu de Deus sabe onde, eu sabia que era Damon, sua voz para mim era irreconhecível. Dei de ombros e me afastei um pouco de lado do sofá e ele se sentou, eu ofereci a bebida para ele e ele aceitou. – Eu consigo me lembrar claramente o último dia que estive aqui – Ele comentou, eu não sabia aonde ele queria chegar com tudo aquilo mas eu ficaria feliz se fosse sobre o que eu pensava. Ele continuou calado, pensativo e continuava lá bebendo, mas estávamos tão próximos.

– Sobre o que é tudo isso? – Perguntei.

– Eu fui embora porque você pediu, porque você quis – Ele falou.

– Meu irmão está em constante perigo, a mulher que você está apaixonado no quarto ao lado e você está falando que foi embora por que eu quis? – Perguntei exaltada, me levantei e ele se levantou também impedindo minha saída.

– Eu fui embora para te mostrar uma coisa, você ainda não entendeu? – Ele perguntou.

– Bom, se você quis mostrar alguma coisa, eu ainda não vejo nada, está tudo muito claro para mim, você foi embora porque quis, essa é a única coisa que você conseguiu me mostrar – Falei, talvez, essa fosse aquela tal de hora que falamos aquelas verdades.

– Eu fui embora para te mostrar que você que pediu por isso, que eu fui embora porque você pediu! Que eu fui tudo isso porque você pediu – Ele falou quase gritando.

–Eu não consigo entender. O que diabos você quer dizer com isso? – Perguntei irritada.

– Eu quero dizer que aquele momento foi o momento mais doloroso da minha vida – Ele falou e eu resolvi me calar. – Eu morreria mil vezes por você! – Ele falou e me deixou sozinha. Havia apenas eu e o meu Whisky. Meu telefone começou a tocar e eu resolvi o atender.

– Você apenas encontrara suas respostas quando sentir falta de sua infância – Era uma voz, provavelmente computada, o que isso queria dizer, Deus! As coisas estava tão difícil, o que aquilo queria dizer? Desliguei o telefone e fiquei pensativa.

Segurando meu telefone na mão, eu precisava descobrir aonde isso iria, o que isso significava, eu acho que iria demorar para descobrir.

De repente, algumas vozes de coisas vieram em minha cabeça, Elena falando de seus momentos perto de Jonh, meus momentos perto de Jonh, imaginei Jeremy em minha cabeça e de repente, a conclusão veio em minha cabeça, eu sabia onde ele estava, onde meu irmão estava, sai correndo, acordando provavelmente a casa toda então nos reunimos lá em baixo, Elena ainda estava com cara de sono, era meio engraçado aquilo e eu estava animada para contar o que eu tinha descoberto.

– Acho que descobri onde o Jonh pode ter escondido o Jeremy – Falei, todos me encaravam. – Vai ser um pouco difícil, Elena. Principalmente para nós que somos as mais velhas, não deixa as lembranças levarem você para o pior, Ok? Então... Vocês estão comigo? – Perguntei.

– Vamos salvá-lo, não vamos? – Perguntou Elena chorando, eu concordei e ela me abraçou, ao começo, eu não tive reação foi como em câmera lenta, só tivéssemos nos duas ali, apenas eu e ela, nenhuma memória ruim ou erro de nós duas, somente nos duas.

– Vamos para a estrada – Falei, subimos e nos arrumamos, pegamos mantimentos, roupas, essas coisas para a viagem, colocamos tudo no carro, Violet parecia perdida, não sabia de nada e olhava para minha cara.

– O que está acontecendo? –Violet me perguntou.

– Preciso achar o Jeremy, ele está longe, ele deve estar sofrendo, e...

– Eu entendi – Ela me interrompeu, ela não tinha raiva, ela não tinha nada desse tipo de sentimento, ela tinha lágrimas aos olhos e com certeza, esperança. – Apenas volte, viva, bem! E traga seu irmão de volta – Ela falou. Eu concordei a abraçando.

– Eu irei, Vi... Eu vou – Falei abraçando fortemente ela, depois de um tempo ela conseguiu me deixar ir, falei com Tate antes de ir embora e Violet me deu um abraço novamente quando finalmente conseguiu me deixar ir, entrei no carro sendo seguida por Damon e Elena, eu estava dirigindo, apenas eu sabia o caminho verdadeiro, Damon ao meu lado e Elena no banco de trás.

– Está pronta? – Damon sussurrou ao meu lado.

–A pergunta deveria ser direcionada a vocês – Falei e ele olhou para mim como se falasse, “você está falando sério?”, ri daquela careta dele e vi que Elena olhava assustada. – Vamos para a estrada, temos um longo caminho pela frente.