Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 52
Capítulo 21 - O Vale da Perdição. Parte III




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Não tardou para o sol percorrer toda a extensão do céu, o dia estava chegando ao seu final e a noite não tardaria a chegar. Kitrina piorara muito, não conseguia mais andar sem a ajuda de Cassi. Tiror estava ao lado das duas, procurando apoiá-las quando precisasse.

-Arão! Chamou Tiror. -Ela não passará desta noite.

-Filas precisamos parar.

O sábio concordou com eles. Mais uma vez o fogo aquecia o início da noite que chegava rápido. Cassi e Dafne estavam com Kitrina, enquanto os outros se reuniam do outro lado da fogueira. Entreolhavam-se quietos. Tinham que descobrir quem era o Ente da Noite, para o bem de Kitrina e deles próprios, afinal estavam sendo caçados um a um.

-O que faremos? Perguntou Bal.

-Nada... Ele se tornou mais inteligente do que nós.  Respondeu Filas erguendo seu bastão. -Logo vai nos sobrepujar.

-Deve haver alguma coisa que possamos fazer, não é possível ficarmos aqui assistindo a morte dela.  Explodiu Arão.

-Estamos de mãos atadas. Disse Filas

-Ele precisa morrer... Sussurrou Odrin.

-Não podemos só ficar ao lado do fogo parados.  Afirmou Arão.

Filas fez um sinal de positivo com a cabeça, seu olhar estava distante enquanto proferia as palavras.

-Se quisermos sobreviver, por motivo algum devemos sair de perto da fogueira.

-Nnnãããoooo! O grito de Cassi fez as palavras no grupo se calarem.

Dafne voava pouco acima das duas, as mãos apertadas sobre seu peito, estava apreensiva.

-Kitrina! Fale comigo! Vamos fale comigo.

Cassi deitou a cabeça  sem vida de Kitrina.

Todos a observavam, ela ergueu o rosto entre lágrimas, os olhos mostravam uma fúria crescente. Abandonou o corpo da amiga pegando seu bastão de  energia e se dirigiu ao grupo.

-Seu covarde! Por que não se mostra. O Bastão tremia em suas mãos. -Eu sei que você está aí. Apareça.

Ninguém ousava responder. Ela virou-se começou a andar para longe do  grupo.

-Cassi aonde você vai? Perguntou Arão apreensivo. -Não podemos sair de perto do fogo. Ou ele poderá nos pegar.

Tiror deu um passo à frente, em direção a ela.

-Não se aproxime de mim. Nem você nem ninguém.

-O que você vai fazer?  Fique conosco. Tiror praticamente implorava. -Por favor.

-Você não vai mesmo se mostrar. Suas palavras eram dirigidas a todos.  -Pois bem covarde. Vou dar-lhe a chance de realizar seu desejo. Venha me pegar.

-Cassi você está ficando louca.  Murmurou Bal.

-Calem a boca! Estou cansada, não agüento mais isso. Você me quer? Pois bem, estou lhe dando a chance.

A garota correu, seu corpo sumiu  dentro da densa névoa...

-Cassi! Dafne deu um grito de espanto.

Odrin pegou seu bastão foi mais rápido que todos e partiu  atrás da garota.

-Ele vai pegá-la. Alertou Filas.

-Droga!  Grunhiu Arão, correndo para acompanhá-los.

Todos saíram,  em pouco tempo se viram  separados, perdidos mais uma vez no meio da névoa.

Dafne acompanhava Bal pela névoa.

-Para onde foram todos, não consigo ver ninguém.

-Arão! Cassi!

-O que você está fazendo? Bal repreendeu Dafne.

-Eu só estava tentando encontrar alguém.  Respondeu ela.

- Chamando assim você irá atrair o Ente até nós.

-Desculpe. Disse ela sem jeito. -Já sei!

Dafne dera um grito de alegria.

-O quê?

-Vamos criar uma redoma para nos proteger. Eu havia comentado com Mary sobre isso, ela é poderosa. Até pensamos em usar para proteger a todos, mas nossa força não seria suficiente.

Os dois se concentraram e após algumas palavras de Bal, uma semi-esfera surgiu, um campo de energia os protegia. Estavam distraídos quando algo bateu na esfera.

-O que foi isso? Dafne levou um susto.

-Não sei, mas olhe. Bal apontava para alguém que tinha acabado de encostar-se ao campo de energia. -Não consigo ver seu rosto, mas parece que esta lutando contra alguma coisa.

-É Filas!  Exclamou Dafne.

-Precisamos ajudá-lo. Bal desfez o campo para que Filas entrasse, refazendo-o logo em seguida. O sábio estava ferido.

-Ele está aqui perto, eu o vi, lutei contra ele, mas ele é muito forte. Vejam é ele.

A atenção de todos se voltou para uma parte do campo. Onde Arão estava parado gritando para todos, mas não podiam ouvi-lo. Começou a bater com o  bastão na redoma.

-O que ele está querendo fazer?  Bal o olhava espantado.

-Está querendo entrar, quer nos pegar.  Declarou Filas.  -Precisamos evitar que ele passe pela redoma.

-Não vai conseguir atravessá-la.  Afirmou Bal com firmeza.

Por alguma razão que o garoto não entendia a redoma começou a ficar fraca. Arão olhou espantado e atingiu a si próprio com seu bastão, aquilo tirou a concentração de Bal e a redoma sumiu. Arão levantou-se gemendo de dor, atirou o bastão na direção de Bal.

-Oh! Não, Filas tinha razão. O bastão passou-lhe raspando o rosto.  -Ficou maluco.  Gritou Bal, com espanto.

Ouviu um urro de dor atrás de si, quando virou-se... O bastão atingira o braço de Filas que estava com Dafne em suas mãos sufocando-a. Seu rosto estava todo deformado. Ele caiu gemendo de dor, um vulto pareceu sair de seu tronco e fugir. O corpo do sábio estava sem vida à frente deles.

Bal foi socorrer Dafne que estava caída, a ninfa levou as mãos ao pescoço, tossia bastante, e seus olhos encheram de lágrimas.

 -Você está bem?  Perguntou Bal.

 Ela continuou tossindo, mas fez um sinal de afirmação com a cabeça. Um grito não muito distante ecoou.

-Cassi!  Frisou Arão pegando bastão.

-Espere, Arão.  Pediu Bal, mas ele já tinha partido.

Tiror chegou rápido ao local.

-O que você está fazendo?  Perguntou ao ver Cassi com o bastão nas mãos apontando para Odrin.

-Nada. Respondeu ele com desprezo.

Cassi virou o bastão na direção de Tiror.

-Não se aproxime.

-Mas Cassi sou. Murmurou ele.

Arão também acabara de chegar.

-Eu já não sei quem é quem.

Suas palavras saiam com a voz trêmula. O bastão estava inclinado para Arão. Bal se aproximou  com Dafne, juntando-se ao grupo.

-Fique onde está.  Ordenou ela.

-Calma Cassi.  Pediu Dafne.

-Onde está Filas? Perguntou Tiror.

-Se foi. Respondeu Arão olhando para Cassi.

-Eu estou vendo todos caírem, acabei de perder minha amiga e sinto a presença dele entre nós.

Nesse momento todos empunharam seus bastões, não os apontavam para ninguém em especial, os olhares percorriam a todos.

-O que sugere que façamos? Perguntou Arão.

-Estou com medo. Cassi caiu de joelhos. -Não quero perder mais ninguém.

Dafne foi ajudá-la enquanto Tiror, Odrin, Bal e Arão se olhavam mutuamente. Odrin sorria.

-Qual é a graça?  Perguntou Tiror com raiva.

-Um de nós já era. Respondeu ele com sarcasmo. -Então...

Arão percebeu que ele estava preste a atacar, apertou com mais força seu bastão. Uma trombeta soou alto no vale, os garotos ficaram parados.

-O que foi isso?  Questionou Bal assustado.

-Olhem!

Dafne apontava para os lados. Inúmeros pontos luminosos sugiram entre a névoa junto com eles era possível ver muitas bandeiras, que esvoaçavam com o vento.

Nenhum deles tinha idéia do que poderia ser aquilo, mas os pontos vinham de todos os lados, foram se aproximando. De dentro da névoa pontas metálicas surgiram, formando um círculo ao redor dos garotos, estavam cercados. As lanças pareciam afiadas o suficiente para fazer um estrago considerável ao mínimo toque. Dafne voou para cima, conseguindo escapar do cerco.

Não conseguiam ver quem empunhavam  as armas, uma bandeira a frente com desenho de um cavalo alado vermelho tremulava. Uma parte das lanças se abriu, um ser vestido com um colete de malha dourada, trajando o mesmo símbolo da bandeira se postou à frente deles. Segurava um elmo em uma de suas mãos, uma espada estava presa na cintura e sua capa descia dos ombros até o chão. Possuía olhos não muito grandes, nariz levemente alongado, sobrancelhas delgadas e lábios pequenos. Seus cabelos eram longos e estavam presos as costas.

-Ora! Ora! O que temos aqui.  Falou com calma. -Espiões do leste.

-Não somos espiões. Retorquiu Bal.

Algo no olhar do ser disse a Bal que era melhor ficar calado.

-Joguem suas armas fora.

Todos obedeceram,  colocando seus  bastões no solo. Outro ser apareceu, igual ao anterior, as únicas diferenças eram o colete de malha que era da cor prata e suas ombreiras muito menores. Ele se aproximou e  prendeu os braços dos garotos com correntes. Fez sinal para eles o acompanharem. Cassi parecia assustada e impaciente, olhava para os lados, tremendo um pouco.

-Você está bem? Perguntou Arão.

Ela não respondeu, mas Arão pode ver entre seus cabelos duas pequenas saliências em seu pescoço.

 

 

 

 

 


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