Oque Cato faz aqui? Viro-me e começo a caminhar na direção oposta do grupo.

– Clove! Espera! Me deixe explicar as coisas!- Cato berra as minhas costas e escuto seus passos acelerarem. Começo a correr- CLOVE!

Braços fortes me prendem e eu caio de bunda no chão. PORRA! QUAL O PROBLEMA DESSAS PESSOAS!?

– Me larga caralho!- berro e o ogro me levanta, virando-me para si. Percebo que é Peeta quem me segura- PORRA PEETA! ME LARGA AGORA!

– Desculpe Clove, mas é melhor você ouvir o Cato. Se você se arrepender de ouvi-lo, pode... pode... pode me socar até eu ficar inconsciente.

É realmente uma proposta tentadora...

– Okay! Nao tenho escolha mesmo, não é?- ele nega com a cabeça e me arrasta em direção a Cato. O mesmo me olha triste. É impressão minha ou ele esta pálido? Sem contar as olheiras profundas em baixo dos olhos azuis.

– Clove... - ele começa, respira fundo e prossegue- Tenho que lhe contar algumas... coisas. Primeiro, eu me apaixonei por você no momento em que a vi. Tao bonita, tocando meu violão com perfeição e com uma voz maravilhosa. Com o tempo esse sentimento só aumentou. mas você não me olhava da maneira que eu desejava. Pelo menos era isso que eu pensava- ele sorri de canto e sinto minhas bochechas erubescerem- Segundo, oque você viu naquele maldito quarto não era oque parecia. Eu estava fazendo um favor para Katniss e a garota começou a tirar a roupa do nada, ela estava bêbada e... pra falar a verdade nem eu sei oque ela estava fazendo para a Kat.

Todos os olhares recaem sobre Katniss e ela revira os olhos.

– Madge estava bêbada, talvez até meio drogada, começou a se jogar em cima do Peeta e antes que eu arrastasse a cara dela no asfalto, pedi para Cato leva-la para o quarto de hospedes e coloca-la para dormir. Oque aconteceu lá não é responsabilidade minhas. Vocês que se resolvam.- ela fala e da de ombros.

Volto minha atenção para Cato.

– Bom... continuando... levei Madge para cima, virei-me para fechar a porta e quando voltei a olha-la ela estava seminua, me olhando de um jeito estranho. Peguei ela pelo braço e a arrastei até a cama, deitei-a e ela se agarrou em mim, desgruda-la é que estava sendo pacas! Ai você chegou com o Jonathan e viu a cena, que devo admitir devia parecer bem estranha, saiu correndo e eu não te achei depois disso. Jonathan ficou "cuidando" da Madge- percebo um tom de nojo em sua voz ao pronunciar o nome de Jonathan.

Ele me olha esperançoso e eu apenas o encaro, sem saber oque dizer, afinal agi como uma estupida, uma criança chorona.

– E ai?- ele questiona franzindo o senho.

– Quer que eu diga oque?- respondo.

– Nao sei. Que me perdoa?

– Perdoar pelo que? Nao sou nada sua para fazer algo do tipo.

– Pelo contrario Clove. Você é tudo para mim e mesmo essa confusão por sua causa ter me custado uma costela quebrada, por você vale a pena. Vou lhe perguntar mais uma vez. Você me perdoa?

O encaro e faço algo inesperado, me jogo entre seus braços e selo nossos lábios.

Ele corresponde prontamente, pedindo permissão com a língua, roçando-a em meus dentes. Sedo e o beijo que antes era calmo, se torna voraz e necessitado.

Alguém força uma tossidinha ao fundo e tenho certeza de que Marvel não esta gostando do espetáculo. Sorrio contra os lábios de Cato e ele ri baixinho. Nos separamos e eu encaro aquela imensidão azul que eu tanto amo e nem sabia.

– Quer namorar comigo?- Cato pergunta e eu engasgo com o ar.

– Co... como!?

– Quer ser minha namorada? Deixa eu ser a pessoa que vai te chamar de minha?

– Nao- respondo prontamente.

– Nao!?

– Nao.

– Você ta fazendo psicologia reversa ou algo do tipo?- ele pergunta.

– Talvez.

Ele sorri e volta a me beijar.

– PARO DE AGARRAR MINHA IRMA SEU PANACA!- berra Marvel e eu me afasto antes que ele mate Cato de vez.

– Vai ter que se acostumar comigo ao lado de sua irma a partir de agora Marvel.

Marvel murmura alguma coisa e ruma para dentro da casa do tio Maiky.

–Acho que ele não gostou de eu ser seu novo namorado.

– Primeiro- corrijo.

– Primeiro!?- ele pergunta assustado.

– Sim.

– Mas é Jonathan?

– Amizade colorida- falo dando de ombros.

– Huum- ele me olha de canto e enlaça minha cintura- Vamos entrar? Seu tio disse que pediu pizza.

– Pizza!?

– Pizza- ele confirma e eu saio correndo como uma retardada para dentro da casa bege a minha frente.- ESFOMEADA!- escuto carro berrar, mas eu já estou entrando e ignoro, afinal é PIZZA!

A unica parte ruim disso tudo é que eu não poderei socar Peeta, realmente não me arrependo.