Ciclo Vicioso escrita por Lady


Capítulo 4
Princípio.


Notas iniciais do capítulo

Yo.... *cara de pal*.
Eu sei que demorei, tipo, muito, MUUUIIIIITO mesmo, mas foi por que minha mente deu uma travada com o fim de Lost In Paradise, e também com a ruma' de idéias que eu tenho, sem contar nos capitulos que tenho que fazer e nas ones que preciso terminar..... Dx.
Vida cruel, mente cruel.... Imaginação... Descontrolada.... ç.ç.
Enfim, o capitulo é dedicado a minha linda flor, Soph, que recomendou a fic, não tenho ideia do por que ela fez isso tão cedo, mas... Obrigado querida



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Ato I

Princípio.

~~

Segunda-feira, 27 de julho de 2024, 09:55 AM

Localização: Roma, Itália – Mansão Vongola.

Nota: Às vezes eu fecho meus olhos e finjo que está tudo bem, mas nunca é o suficiente.

Seguiu em passos calmos e silenciosos pelo corredor, seu rumo era único; o escritório de seu chefe, Vongola Décimo. Carregava consigo uma pasta amarelo com vermelho onde documentos e relatórios – todos com referencia as ações do lado americano dos empreendimentos Vongola – deveriam ser entregues diretamente a Tsunayoshi. Tinha a face lívida de emoções, mas seu interior era tão caótico quanto o ápice de uma tempestade de verão.

Após mais alguns minutos de caminhada, parou frente a porta do escritório de seu precioso e amado chefe. Ergueu a mão em punho parando antes mesmo da pele tocar a madeira escura e tal reprimenda fora apenas o reflexo do tormento repentino que o atingira. Um mal pressentimento apossou-se de seu corpo, pode sentir o coração pulsar mais forte e rápido em sua caixa torácica e, por fim, a mão erguida apertava-se mais, deixando os nós dos dedos brancos como papel. Engoliu em seco, tomando uma respiração profunda e abalada. Tinha de acalmar-se, afinal, sequer sabia por que estava assim, então não poderia dar motivos para que seu querido patrão se preocupasse com bobagens supérfluas. Após uma inspiração profunda e concentrada, Hayato já se sentia – ou ao menos tentava convencer-se de – em paz, e isso bastara para que tornasse a aguçar os sentidos dormentes assim tomando consciência do que lhe acontecia nos arredores.

– Isso foi absolutamente desnecessário! – a afirmação veio a si num tom venenoso e absurdamente coberto num temor que o albino desconhecia. – Eu sabia que não deveria ter escrito aquilo. Sabia que não deveria ter lhe ouvido! – anunciou novamente, e então pode-se ouvir o som de algo indo contra o chão... Ou talvez tivesse sido contra a parede, estilhaçando-se. – Não vejo bem nenhum. Nada mudou!! Nada vai mudar!! – e os gritos mudaram-se para frases e divagações baixas, estas que Gokudera quase não pode ouvir através da porta. – Essas... Coisas... – e o guardião da Tempestade nunca ouvira tanto repudio a uma palavra. - Não vão mudar. E você não podia ter feito isso... Interferir dessa forma... – e então o silencio foi a deixa para que o albino recuasse os passos.

Havia algo de errado com seu amado chefe? Algo havia acontecido?

Balançando a cabeça o homem recuou outro passo. Não seria bom interromper Tsunayoshi naquele momento. Se havia algo errado... Se havia acontecido algo que estava atormentando seu querido e doce patrão, era o dever de Hayato – como braço direito do Décimo Vongola e como amigo de Sawada Tsunayoshi – descobrir o que estava acontecendo e abster-se de todos os meios necessários para resolver aquele problema, ou problemas.

Afastando-se da porta, tornou a seguir seus passos pelo corredor largo. Seguiria para seu quarto, de lá trabalharia a respeito de tudo o que estava acontecendo, iria descobrir tudo o que estava a atormentar seu patrão e, também, descobrir quem era a pessoa com a qual o castanho estava conversando no telefone – por que obviamente seu chefe não estava falando sozinho.

E enquanto seguia seu caminho o albino não percebeu uma presença ambígua o observando, mas, talvez, se houvesse parado e virado-se, teria visto um homem ruivo de pé frente a porta do grande Décimo Vongola. Um cigarro encontrava-se entre seus lábios e a tatuagem vermelha que subia pelo lado direito de sua face destacava as belas feições. Mas nem mesmo a elegância póstuma do primeiro guardião da Tempestade era capaz de encobrir a tristeza avassaladora que era transmitida por aqueles olhos tão opacos que fitavam Hayato afastar-se.

(...)

Domingo, 27 de julho de 2014, 08:43 PM

Localização: Roma, Itália – Mansão Varia.

Nota: O ódio tem o poder de transformar as pessoas.

Rodou os olhos enquanto seguia seu caminho pelo corredor parcialmente escuro. Estava cansada daquele total desperdício de dinheiro que a Varia causava a cada reunião, mesmo que para um simples almoço ou jantar eles chegavam a destruir tudo; e as coisas só pioravam quando o candidato a Décimo era citado entre o falatório. De fato, falar sobre Tsunayoshi era quase um tabu ali, mesmo que já fizesse mais de um ano da derrota dos assassinos de elite contra reles crianças.

Rangeu os dentes apenas ao recordar-se da forma humilhante como perdera para Rokudo Mukuro. Era certo que tal homem – mesmo tão jovem – era um criminoso com nível o bastante para realizar a proeza de, quase, fugir de Vindicare; mas isso sequer deveria ser algo, ela era um Arcobaleno pelo amor de deus, era a maior ilusionista de todos os tempos... E aquela derrota fora um golpe cruel em seu ego, mas mesmo que estivesse profunda e silenciosamente almejando uma revanche, Viper – ou simplesmente Mammon – não se apegaria a tamanha banalidade, fora apenas uma batalha e seu dinheiro era, certamente, muito mais importante.

Imparcial adentrou em seus aposentos particulares logo notando uma pequena mudança no espaço que a rodeava. Parou de súbito ao centro do quarto, frente a grande cama luxuosa perfeitamente arrumada com lençóis e travesseiros em tons de negro e índigo-arroxeado; a sua direita uma mesa de mogno – que deveria estar perfeitamente arrumada – mostrava sinais explícitos de que alguém estivera em seus aposentos. Atrás da mesa, passando da poltrona alta, uma estante definitivamente – aos padrões da ilusionista pelo menos – desorganizada e meticulosamente remexida.

Vagou por cada parte milimétrica do cômodo sentindo o rastro de chamas da Tempestade e Nuvem envolta de sua mesa de trabalho, pela estante e por seu cofre particular. Numa busca mais meticulosa pode ter a certeza de que nada havia sido levado, mesmo seu dinheiro ainda encontrava-se completamente ali, dentro do cofre entreaberto. E aqueles simples detalhes afundaram a calma ilusionista da Varia num ódio absurdamente rancoroso, pois, se entraram ali e remexeram suas coisas, seus documentos a respeito da Vongola e das Famiglias, significava desvio de informações, invasores... Ou na pior das hipóteses... Traidores.

Traição.

Abaixando a cabeça um sorriso lhe veio aos lábios pequenos da forma infantil da Arcobalena da Nevoa. Aquilo lhe soava tão estupidamente familiar que ela mal conseguia por em palavras o desgosto das lembranças que lhe atingiam, mas ela era Viper naquela época, e aquilo não tornara a acontecer, porque agora ela não terá misericórdia de quem ousou lhe trair.

Repassando o que fora remexido pode identificar informações sigilosas trocadas recebidas diretamente do Nono, mas mesmo que tentasse com toda sua maça cerebral o bebê Arcobaleno não conseguia ver quaisquer conexão entre as possíveis informações levadas e, rangendo os dentes em contenção das emoções que descontrolavam-se a ilusionista virou-se, retornando os passos que dera anteriormente, mas, diferente de antes, em um vôo rápido que logo a fez chegar ao escritório de um furioso Xanxus.

Identificou primeiramente a figura do tubarão cujo cabelo longo e prateado encontrava-se pingando um liquido que Mammon facilmente identificaria como o whisky que seu chefe tanto apreciava; ao lado do albino Leviathan tremia enquanto fitava o seu precioso chefe exalando um ódio desumano enquanto mais atrás Lussuria sussurrava algo sobre rugas e ossos quebrados; por fim, mas não menos importante, a ilusionista talentosa encontrou o sorridente príncipe que, possivelmente, havia trazido consigo de sua visita a Mansão Vongola noticias bastante... Irritantes ao moreno de olhos scarlets.

– Chefe. – chamara, temendo por sua vida quando aqueles olhos sanguinários decaíram sobre si. Por mais que fosse forte no quesito ilusões, Xanxus ainda era inescrupuloso e temível o suficiente para fazer com que tremesse; talvez esse fosse um dos fatores que a levava a admirar e seguir o moreno com tanta devoção. – Eu... – travou a respiração, soltando-a tão levemente que os batimentos cardíacos em seu peito se aceleraram de forma semi-igual. Ela nunca havia se sentido daquela forma, não aquele tipo de medo de seu superior misturado a um ódio por ter sido enganada junto a maldita laceração da sua alma, de uma traição tão antiga e fatal que a ilusionista desejava fervorosamente esquecer. Respirou fundo, acalmando-se o máximo que podia, levando a face à pura e insaciável lividez, assim deu continuidade a informação tão crucial. – Alguém invadiu nossa base e levou informações sobre nós, os aliados e, principalmente, a Vongola. – engolindo em seco deu o veredicto final. – Há, possíveis, dois traidores dentro da mansão.

(...)

Terça-feira, 29 de julho de 2014, 04:13 AM

Localização: Sobrevoando o Mar Adriático.

Nota: Os sorrisos mais doces guardam os segredos mais sombrios.

Passou o olhar pelas nuvens alaranjadas que se arrastavam pelo céu. O dia começava com um espetáculo surpreendente prometendo paz e alegria, e o próprio Don não conseguia conter-se em sorrir mediante aqueles que o acompanhavam naquela viagem. Respirando profundamente o adolescente desviou o olhar daquela maravilha disposta no céu naquela manhã, para a figura adormecida e calma que encontrava-se no confortavelmente adormecida acento a sua frente. Chrome nunca pareceu tão em paz como naquele momento e isso apenas fazia com que o sorriso do Sawada se alargasse ainda mais.

– Mukuro-sama... - O sussurro veio dos lábios delicados, tão suaves quanto às nuvens que pairavam naquele magnífico céu, e mesmo que tenha sido produzido de forma quase silenciosa, este não passara despercebido pela outra presença feminina na cabine.

– E pensar que alguém tão doce faz parte disso tudo... - sussurrou-a, procurando não soar tão ofensiva, apesar de que aquelas palavras tiveram um efeito desastroso no coração frágil do futuro chefe. Mas Tsunayoshi não demonstrou a dor daquela facada, ele nunca demonstraria essas coisas para os preciosos membros de sua família, ainda mais para aquela mulher que o surpreendera absurdamente ao resolver juntar-se a si, a Famiglia, a máfia.

Limitando-se a acenar em concordância com o que a mulher pronunciara, o adolescente movera-se sobre seu acento buscando um conforto que parecia ter fugido de si - diante do anuncio antes dado -, isso enquanto afrouxava a gravata que parecia lhe impedir de respirar normalmente. Não era estranho para si estar dentro de um jato particular seguindo para a Itália - fizera isso tantas vezes com a pretensão de visitar seu irmão, Dino, e Uni -, mas aquela seria sua primeira vez na mansão Vongola como o verdadeiro herdeiro de tal império; mais ainda sim esse sequer era o prelúdio daquilo que estava atormentando o castanho.

Engoliu em seco, tentando ignorar a pontada latejante em sua cabeça e em seus pulsos, tal como a vontade excruciante de encolher-se em posição fetal e chorar tudo o que tinha – e o que não tinha – em lágrimas, mas conteve-se. Conteve-se por que não poderia demonstrar fraqueza, mesmo que para amigos e entes queridos; conteve-se por que isso, esse calor que subia pelo peito o atormentando, era um assunto seu que ninguém conseguiria resolver - não sem machucar ao Sawada no processo -; mas conteve-se principalmente por que não poderia deixar sua querida mãe ver o quão fragilizado o pequeno Don se encontrava com tudo aquilo – com o que fora e o que não fora citado no silêncio incomodo que se apossou do local. E mesmo que reprimisse cada gosto amargo em seu paladar, o adolescente ainda sim sentia aquilo subir por sua alma e alojar-se em algum ponto de si, corroendo-o num medo esmagador que jamais poderia ser demonstrado ou descrito.

Remexeu-se sobre o acento por mais uma vez, e isso – claramente – o fez receber um olhar de curioso de sua progenitora, esta que se encontrava um pouco afastada de si. Nana não pronunciou-se diante do visível desconforto do filho, arrependia-se do que falara a respeito de Chrome – pois a mesma já havia lhe dito que nascera dentro daquele mundo obscuro -; mais arrependia-se não apenas por causa de como as palavras soaram, mas sim – após uns minutos pensando – sobre o impacto das mesmas sobre seu precioso anjo. Queria desculpar-se sobre isso, mas o que fora dito não havia retorno, ela dissera aquilo e isso afetara Tsunayoshi; o melhor seria apenas deixar o assunto de lado, mesmo que este houvesse causado desconforto no castanho.

Sorriu levemente, ato que prontamente fora devolvido pelo adolescente que acomodava-se buscando adormecer, afinal, o fuso horário entre Japão e Itália não era pequeno, e levaria algum tempo para que adaptassem-se ao mesmo. Levou uma mexa castanha para trás da orelha, seu cabelo já estava um pouco maior do que deveria – e a ex-dona de casa já cogitava a idéia de deixar o mesmo crescer – Nana tinha certeza de que seu marido se surpreenderia como nunca quando a visse, principalmente por estar na Vongola como parte da família, como parte do perigoso e obscuro mundo da máfia. E então veio o suspiro cansado enquanto apoiava o cotovelo sobre o braço do acento e, logo em seguia, apoiava o queixo sobre a palma da mão a fim de fitar o vazio azul-alaranjado que estendia-se mais e mais pela imensidão do céu sobre o mar Adriático. Lembranças amargas repassavam em sua mente como um filme – um filme de terror e muito sangrento, ao ver da matriarca Sawada. Queria poder esquecer toda aquela desgraça, mas seria impossível, aquilo tudo fazia parte do passado que a mulher – com todas as suas forças, capacidades e dispondo dos melhores companheiros que poderia ter – desejava esquecer; um passado que ela utiliza de toda sua força e capacidade para que seu marido e filho jamais descubram sobre; passado o mesmo que tinha de morrer, da mesma forma como Nanami Kasumi morrera.

Respirando profundamente a mulher apenas deixou-se levar para o tempo em que trabalhava amando loucamente o perigo e correndo riscos e mais riscos; ela ainda podia recordar-se da sensação de adrenalina correndo em suas veias; do cheiro da pólvora e do sangue; ainda lembrava-se da sensação de matar alguém, de ouvir os gritos de misericórdia daqueles que ela torturava por informações. Ela não se arrependia do que fizera naquele tempo, era jovem, inconseqüente, apaixonada pelo perigo e pela ação; mas, acima de todas as coisas, ela adorava de forma incorrigível seu trabalho que lhe permitia conceber todos os seus desejos desumanos. Era inevitável, mas ela ainda lembrava-se perfeitamente de ter sido uma agente da KGB, de ter feito o trabalho sujo para os malditos do FBI, a e claro, não podemos esquecer-nos de seu período como espiã do MI6. E mesmo que ainda tivesse consigo cada lembrança, ela não desejava retornar a aqueles dias, não era mais a mesma jovem – na verdade, nem era tão jovem como antigamente – incontrolável e sanguinária que um dia fora; mas aquela coisa em que seu filho se envolvera era um mundo perigoso e Nana amava seu anjinho – mesmo que tal anjo tenha de se transformar num demônio para suportar tudo o que há pela frente - demais para simplesmente abandoná-lo aos lobos; e se a situação exigia que ela retornasse a seus dias de glória, então ela assim o faria pelo bem de seu amado filho. Ela traria das cinzas a serpente que deveria estar morta; e mostraria que o antigo Clã Kasumi não estava tão morto quanto se ouvia sobre.

(...)

Quarta-feira, 29 de julho de 2024, 14:58 PM

Localização: Roma, Itália – Mansão Vongola.

Nota: Algumas pessoas escondem muito bem a sua própria tristeza.

Bocejou antes de espreguiçar-se sobre sua poltrona no escritório. Os músculos de seu corpo repuxaram-se completamente num movimento relaxante e dolorido, as ataduras úmidas e rosa-avermelhadas tornaram-se parcialmente visíveis, mas o Don se quer ligou para aquele fato, encontrava-se sozinho de portas trancadas afinal. Um muxoxo baixo escapara de seus lábios enquanto as orbes castanhas sonolentas fitavam – numa mistura de alegria e cansaço – a recém organizada e assinada pilha de relatórios; Tsunayoshi já podia sentir a brisa contra a face e ouvir o canto dos pássaros que voavam pelo grande jardim da mansão, podia sentir a grama abaixo de si e degustar de um delicioso chá feito por Uni que tomaria naquela bela semana que teria de folga do trabalho. Mas como sempre sua sorte atuava contra si quando as batidas singelas dadas na porta ecoaram por todo o cômodo, sequer abriu a boca para uma resposta quando a voz grave de seu tutor lhe provocara calafrios cruéis – isso junto a sua intuição que repentinamente mostrava sinais de perigo.

Rapidamente ergueu-se e abriu as janelas, enquanto, ao mesmo tempo, indagava-se como diabos Reborn havia terminado sua missão em menos de uma semana. Pelo amor de deus, ele havia saído há quatro dias... Talvez até menos! E mesmo que referíssemo-nos a um ex-Arcobaleno, ainda sim era algo completamente inconcebível... Ainda mais com o nível daquela missão. Havia apenas uma explicação lógica para aquilo e Tsunayoshi tinha a plena certeza de que não estava pronto - e talvez nunca estivesse - para encarar o fato de que seu antigo tutor é, verdadeiramente, um demônio.

– Dame-Tsuna, o que pensa que está fazendo trancando a porta de seu escritório!? – e com um chute as portas abriram-se revelando a figura perigosa de terno e fedora, carregando um belo camaleão esverdeado sobre o ombro direito, esta que carregava uma carranca nos belos traços faceais, isso devendo-se não apenas ao fato de ter encontrado a porta do escritório de seu “chefe” bloqueada, mas também por ter encontrado esse mesmo “chefe” tentando fugir de si utilizando a janela grande do aposento.

– Desculpe, mas não assino mais nada essa semana. – e com tais palavras o castanho jogou-se pela janela do terceiro andar da mansão. Caiu de pé e suavemente, surpreendendo uma moça de cabelos curtos negros e ondulados que caminhava tendo ao lado um albino hiperativo, bem menos agora, e que carregava uma mochila e um par de luvas de boxe. Fora rápida, da forma como havia sido treinada para, mas Hana conteve-se ao identificar o jovem chefe a sua frente; já o homem ao seu lado apenas riu suavemente, o que levou a morena a indagar-se como ainda não se acostumara a aquelas bizarrices de seu superior.

– Deus, eu achei que fosse algum intruso Tsunayoshi! – reclamara a mulher devolvendo sua pistola ao coldre enquanto o homem ao lado desta, agora, gargalhava.

– Desculpe Hana, Ryohei. – pediu o Don num único fôlego antes de sair correndo com sua capa negra ondulando atrás de si. Passou por vários seguranças que rondavam pela mansão mantendo a ordem no local. Cruzou caminho com Takeshi, que rira quando o castanho pedira para que, caso ele visse Reborn, não dissesse que direção tomara, obviamente logo depois o Don desapareceu em uma direção qualquer logo após acenar para o sorridente guardião da Chuva e desviar da frágil e confusa Nevoa feminina. – Hayato!! – chamara em alto e bom som logo quando avistara o prateado descendo a escadaria central do grande salão principal. – Me empresta a chave da sua moto, por favor? – implorara o castanho sabendo que seu braço direito sempre carregava a chave da moto consigo; era uma relíquia, como o próprio prateado dizia. Uma relíquia que Hayato Gokudera tinha um ciúme absurdamente cego, claro que este não superava o ciúme por seu amado chefe.

– C-Chefe...? – indagara, surpreso, diante da forma abrupta como o Don o abordara. Recompondo-se, puxara as chaves do bolso da calça e a estendera para o castanho que tomara rapidamente o molho de chaves em mãos antes de abraçar o homem a sua frente, este que arregalara seus olhos esverdeados de forma surpreendente, e antes que pudesse pronunciar qualquer outra coisa, o Vongola já correra para longe, largando sua capa e o blazer em algum lugar no processo, enquanto para trás a obediente Tempestade buscava arduamente entender o que acabara de acontecer.

Piscou três vezes antes de perceber que Tsunayoshi parecia bem, não parecia nada com a pessoa que ouvira dois dias atrás. E assim um sorriso fácil se espalhou nos lábios do guardião de cabelos prateados, isso, é claro, antes de o mesmo bater a mão na própria testa por ter, mais uma vez, esquecido de informar sobre o relatório da última missão.

– Droga. – resmungara, isso antes de sorrir novamente, desta vez mais largamente. Ignorava o fato de ter emprestado sua preciosa Harley Davidson Breakout customizada. Seu chefe estava bem, estava feliz, isso era o que importava. Com isso em mente o prateado continuou seu caminho, iria para o jardim tomar um ar e, tentar, descansar um pouco enquanto planejava algo para seu patrão tão querido, quem sabe não poderia pedir para Kyoko e Haru fazerem um bolo grande de morango especialmente para o Sawada...

Enquanto vagava por pensamentos e seguia seu caminho, o homem se quer notou, mas no anel Vongola que carregava na mão direita, o mesmo que lhe sustentava o titulo de guardião da Tempestade da décima geração, uma chama vermelha se acendera pura e orgulhosa, prometendo força e, ao mesmo tempo, muitos problemas.

Uma tempestade se aproximava sorrateiramente no horizonte não demonstrando nenhum sinal de que poderia ser contida a princípio.

(...)

Terça-feira, 29 de julho de 2014, 14:53 PM

Localização: Roma, Itália – Mansão Vongola

Nota: Quanto mais perturbadora a lembrança mais persistente é a sua presença.

“Caro Tsunayoshi,

Pode estar surpreso em saber disso, mas eu sei o que está passando. Não leve tais palavras de forma leviana, eu realmente o compreendo, muito mais do que qualquer outra pessoa, ou qualquer um de seus guardiões. Não ache que isto, que esta carta, será usada para te ameaçar, não; muito pelo contrario, Tsuna, eu quero lhe ajudar, sei como se sente durante cada dia; sei de seus tormentos mais profundos e compreendo cada um deles.

Quando receber esta mensagem provavelmente já estará na Mansão Vongola com Nanami, Irie e Chrome. Possivelmente, ainda neste dia, ocorrerá uma reunião organizada pelo Nono e que você terá participação essencial, pois será a primeira vez sendo ouvido como o verdadeiro Décimo.

Tsuna o que lhe informarei deve ser mantido apenas entre nós, pois, por maior segurança que seja oferecida na mansão, nesse momento paredes possuem ouvidos e quanto menos souberem sobre isso mais puro será seu julgamentos, pois isso afetará não apenas o seu futuro e o futuro da Vongola que você comandará, mas sim ao futuro de todos aqueles que estão próximos a você e todos que forem aliados a Famiglia.

O futuro para o qual você havia viajado você deve ter notado que uma das organizações que disseram depositar toda sua fidelidade sobre a Vongola havia sido uma traidora inesperada; isso deveu-se não há algo acontecido naquele tempo, mas há algo que já acontecia desde dez anos, no seu tempo Tsunayoshi.

Não posso dizer a quem me refiro, mas você já deve saber de quem falo, afinal seus guardiões tiveram a vida ameaçadas por elas.

Pense bem nas suas decisões e faça aquilo que julgue ser o melhor.

Atenciosamente,

Natsu."

Respirou profundamente antes de desviar o olhar da bela e curvilínea – e talvez um pouco familiar – letra que bordava o papel branco de listras avermelhadas. Tal folha chegava até a ser um tanto quanto familiar para si, mas de forma alguma Tsunayoshi identificava onde havia visto aqueles detalhes.

Suspirando, largou a folha sobre o envelope de onde a retirara, encontrava-se sozinho em seu aposento particular e estava deveras cansado – fisicamente devido a viajem, e psicologicamente devido a surpresa que tivera ao encontrar o envelope dourado no interior de sua mala de viajem. No começo havia cogitado que aquilo fora coisa de seu braço direito, Gokudera Hayato, mas logo quando tomara o envelope em mãos pode sentir que sequer havia algum toque do prateado naquilo. Definitivamente vinha de alguém conhecido pelo castanho, mas o problema único e que, até então, lhe dava dor de cabeça, era descobrir quem era seu remetente particular.

Soltou um resmungo, isso seguido de um gemido agoniado diante das palavras que ainda rolavam por sua mente. Já tivera problemas o bastante no futuro e, pelo visto, não teria descanso tão cedo, ao menos de acordo com a carta misteriosa. Fez uma careta antes de jogar-se sobre a cama e abafar outro gemido nos travesseiros macios; todas as cenas da batalha do futuro eram repassadas em sua mente, como um filme, e logo pararam quando a imagem de duas mulheres piscou em sua mente. Ambas de cabelo rosa e utilizando mascaras negras enquanto as roupas brancas, puras de qualquer sujeira, indicavam a quem estas serviam diretamente. Viu-as e as ouviu novamente ameaçar seus guardiões, e não conteve-se em amaldiçoá-las de todas as formas possíveis, imagináveis e inimagináveis. Viu-as sorrir e o chantagear, pondo a vida de seus preciosos amigos em suas mãos, depositando o peso de uma escolha que nunca deveria ter sido tomada, sobre seus ombros.

Cervello. – o rosnado fora abafado pela seda vermelho-sangue da peça macia na qual afundava a face. No peito o coração pulsava cada vez mais rápido liberando uma adrenalina que o fazia afundar as unhas no tecido suave e delicado.

Tsunayoshi não queria que aquilo acontecesse, não queria e nem poderia perder seus guardiões, seus melhores e mais preciosos amigos. Sua família. Mas ele também não queria ser um monstro. Não queria ter de tomar medidas drásticas, mas sabia que era necessário, que tinha de o fazer, não poderia, injustamente, encolher-se e deixar que seu avô tomasse providencias quanto a isso. Tinha de tomar a frente, por que isso dizia respeito somente a Décima geração, e como chefe que seria em breve, tinha de começar a encarar os problemas de frente e ignorar alguns critérios que havia definido para si, isso é, o faria apenas quando fosse pelo bem de sua família; e nesse momento, o bem de sua família era o que mais lhe importava.

Poderia ser considerado uma abominação por seus amigos, mas isso era para o bem deles; de todos eles. Mas eles não precisavam saber, sim, eles não precisavam saber, e quanto mais rápido tomasse providencias quanto aquilo, menos seria ouvido por aqueles que eram o motivo de tal escolha, e menos ainda seria as explicações que daria.

(...)

Terça-feira, 29 de julho de 2014, 18:27 PM

Localização: Roma, Itália – Mansão Vongola

Nota: A gente nunca conhece as pessoas o suficiente para saber quem elas são de verdade.

Respirou profundamente, contendo a irritação que se espalhava por suas veias e instalava-se - como uma dor de cabeça preocupante - em seu cérebro, quase podia sentir seu crânio ser rasgado com sua intuição lhe alertando algo logo quando deparou-se com a mascara negra - que ocultava os olhos -, o cabelo rosado longo, o tom de pele mais escuro e as roupas confortáveis que as Cervello usavam cotidianamente. Cravou o olhar sobre a figura da mulher, aparentemente, líder daquele grupo "fiel" a Vongola; e não pode conter o brilho alaranjado que tomou seus belos olhos castanhos, nem mesmo o rosnado baixo que ecoara por sua garganta.

Tsunayoshi não era assim, muitos daqueles que ali se encontravam sabiam disso; apesar de que haviam ali, também, Famiglias que nunca tinham se encontrado com o jovem herdeiro, mas sabiam sobre o mesmo, e sobre sua benevolência, casualidade e timidez, através de informantes que os notificava o quão poderoso, também, o pequeno Don poderia ser. Alguns chefes recuaram, o próprio Nono parecia relutante diante da ação de seu querido neto, ninguém compreendia o que era aquilo, e talvez se alguém não se erguesse para intervir sobre o que estava acontecendo com o mais novo ali presente, uma atrocidade poderia vir a acontecer.

– Boss? – fora a angelical voz de sua doce Nevoa feminina que o contivera, mas mesmo isso fora capaz de plantar alguma paz no recinto, cuja tensão se espalhava rapidamente por entre o ambiente refinado e pelas faces series, que encobriam o temor, dos chefes presentes.

– O que pensa que está fazendo moleque? – curto e grosso como Xanxus sempre tendia a ser, mas mesmo a figura bruta do líder da Varia parecia confuso diante da figura menor, Squalo ao seu lado, então, erguera a guarda e a atenção sobre o dito “moleque”; por que ele sabia, talvez não melhor do seu chefe, mas sabia, o quão perigoso Sawada Tsunayoshi poderia ser quando estava serio.

– O que elas fazem aqui? – e então ele quebrou o silencio, sua voz surpreendendo Reborn diante de toda autoridade que pode passar apenas no indagar de uma simples questão. – O que fazem aqui? – o indagar veio novamente, desta vez, voltado para a mulher de cabelos rosados, onde duas outras de mesma aparência e roupas postavam-se próximas.

– Décimo... Nós... – e a mulher relutou. Por mais velha e experiente que fosse, e talvez houvesse sido exatamente isso que a fez relutar, ela sabia, sentia, que não poderia enfrentar o menino, nem que quisesse.

– Tsunayoshi-kun. – murmurara o mais velho ali presente e também o de maior poder, Vongola Nono, mas mesmo com o chamado de seu avô o castanho movera-se, preso sob o suave toque de sua guardiã em seu ombro. – Creio que conheça a Cervello. – pigarreou o velho erguendo-se de seu acento enquanto seu braço direito, Coyote Nougat. – Esta é...

– Louise Di Caprio, líder das Cervello. – cortou o mais novo. - Li sobre ela antes de vir para a reunião, vovô, mas ainda não confio na presença delas aqui. – continuou, e logo Chrome aproximou-se de si para lhe sussurrar algo que apenas aguçou a curiosidade de muitos ali, que apesar de abismados, queriam saber o por que de o Don estar indo contra uma organização que serviu a Vongola por tanto tempo. – E isso se deve ao fato de que, quando fui para o futuro, tive o desprazer de saber que foram elas quem causaram a queda da Vongola.

– F-Futuro? – gaguejou a mulher de cabelos rosados, atônita.

Xanxus apenas restringiu-se a afastar sua cadeira antes de depositar os pés sobre a mesa, obviamente Nono não aprovava aquela ação, mas nada disse a respeito.

– Por mais que odeie admitir isso. – resmungou o homem de cicatrizes cruzando os braços frente ao peito. – O moleque tem razão.

– Eu me lembro de que fora por causa delas que o Tsuna morreu... – suspirou Don Cavallone, agora compreendendo a linha de raciocínio de seu irmão menor, enquanto, ao mesmo tempo, questionava-se como pudera esquecer-se de tal detalhe.

A tal ponto Louise já desesperava-se, não compreendendo como, ou mesmo por que, trairia a Vongola. Dedicara sua vida, desde a juventude, por aquela Famiglia, jamais trairia quaisquer chefes daquela organização; perderia a vida antes de tamanha abominação.

E os burburinhos se espalharam diante da afirmação baixa de Dino.

Tsunayoshi morto? Era o que muitos se questionavam. Que tipo de futuro devastador era o que os esperava?

Quieto em seu lugar mais ao canto, entre as sombras, Reborn puxou a aba de sua fedora, a fim de esconder o brilho de seus olhos. Havia deixado aquela informação passar? Não, mas deixara aquilo para ser resolvido em outro momento; entretanto parece que seu aluno havia mostrado-se muito mais hábil desta vez, tomando a frente daquele caso sem sequer lhe consultar, ou pedir ajuda.

– Quietos! – fora a voz do Sawada, esta que viera tão venenosa que quase era palpável, e esse simples timbre fez muitos daqueles que conheciam o menor duvidar de quem estava ali com eles. Talvez aquela fosse a verdadeira face do Don que sucederia a Vongola, e se assim fosse, talvez muitos daqueles chefes deveriam se preparar e ter a certeza de nunca irem contra o Décimo, ou desrespeitar quem ele considerava Famiglia. – Chrome, diga o que descobriu.

E assim a dita garota deu um passo à frente, logo ficando lado a lado com seu precioso chefe.

– Existem em torno de dez a vinte espiões infiltrados divididos para cada uma das Famiglias mais importantes dentro da aliança Vongola. – anunciou-a. – Fiz uma busca mental e descobri que há cinco dentro da Vongola, enquanto o restante espalha-se pelo restante da aliança; não consegui buscar mais a fundo, Mukuro-sama tomou a iniciativa para isso, mas notei que dois, dos cinco estão dentro da Varia, outros dois na Cervello. – e assim a adolescente recuou, só então tendo as bochechas um tanto avermelhadas pela atenção que recebia.

Ainda de pé, Timoteo apoiou-se sobre a mesa, desconcertado por tal informação.

– E o último que está na Vongola? – fora um homem de cabelos escuros e olhos tão negros quanto os mesmos, quem indagara, ainda era jovem, talvez na casa dos dezenove, mas não aparentava ser menos sábio ou forte do que qualquer outro chefe ali presente.

– Está preso nas celas subterrâneas sendo interrogado pela minha mãe, Nanami Kasumi. – e apenas no pronunciar daquele nome, os mais velhos que detinham o conhecimento sobre a infame serpente americana, tremeram.

Como o garoto havia obtido aquela informação? Isso era um mistério, pois tudo relacionado a aquela mulher havia desaparecido e, por um segundo, muitos ali perceberam que, apesar de admirarem a força daquele garoto e o aprovarem como herdeiro, eles – mesmo Reborn poderia estar incluso nessa equação - não detinham conhecimento algum sobre quem o menino poderia ser diante de certas situações, ou mesmo como este obtinha tais informações perdidas. Sawada Tsunayoshi era um mistério perigoso que, aparentemente, levaria a Vongola e todos aqueles com um laço próximo, a um patamar ainda mais alto dentro da cadeia de teias que a máfia havia se tornado.

E por um segundo a Dokuro fixou seu olhar em seu querido chefe, e através de seus olhos Mukuro viu que Sawada Tsunayoshi era a luz dentro da escuridão da máfia; e por um segundo pode sentir uma espécie de gravidade ao redor do castanho, esta que puxava o Rokudo, fazendo-o ansiar pela liberdade para que assim pudesse tocar verdadeiramente aquele menino e jurar a ele, de joelhos, que o seguiria eternamente.

(...)

Quarta-feira, 29 de julho de 2024, 20:06 PM

Localização: Roma, Itália – Piazza Novana.

Nota: Seus olhos eram tristes, mesmo quando sorria.

Tomou uma respiração profunda e calma, antes de erguer o olhar para o grande céu escuro – enfeitado por diversas singulares e brilhantes estrelas juntas a uma lua nova, que muito se assemelhava ao sorriso de um gato – e sorrir, de forma um tanto quanto singular para si, mas ainda sim refletindo o ato que aquele belo astro prateado estava a lhe oferecer. O vento frio bateu em seus cabelos castanhos, mas isso não incomodou o Don que apenas limitara-se a fechar os olhos e aproveitar daquela brisa noturna.

Muitos que por ali passavam – a maioria estrangeiros afortunados – deliciavam-se naquela bela noite, tal como o homem de cabelos acastanhados sentado a borda de seu local preferido em toda Roma, Fontana Dei Quattro Fiumi, um local popular em grande parte da Itália, o mesmo que possuía uma gama de historias e contos que se perderam no tempo; mas grande parte dos espectadores que não se perdiam nas belezas daquele lugar, que apreciavam cada detalhe do mesmo de forma pura, não puderam deixar de se encantarem com a bela cena daquele homem de cabelos castanhos trajando sapatos negros, lustrosos, uma calça risca de giz de grife, uma camisa social branca cujas mangas dobravam-se até os cotovelos e por fim, sobre a camisa, um colete negro que delineava tórax bem formado; quem o via, não poderia deixar de imaginar que ali, em carne e osso, era um anjo que descera dos céus, tudo o que lhe faltava, possivelmente, era o par de asas brancas e puras, pois mesmo o sorriso que aquele jovem estampava encantara a todos que o observavam.

E mesmo que Tsunayoshi pudesse sentir todos os olhares sobre si, ele não se incomodou, no passado, onze ou doze anos atrás, talvez houvesse se incomodado e encolhido-se diante da atenção demasiada, mas não agora, talvez nunca mais, assim o faria novamente; pois a atenção de meio mundo era voltada a si devido a seus status como Décimo Vongola.

Quando abrira os olhos mais uma vez, poucos minutos depois – estes que foram facilmente confundidos pelo Don com horas -, o Sawada pode ver, parado entre um grupo de visitantes americanos, uma cabeleira vermelha parada, esta que destacava-se mais do que qualquer outra coisa na noite. Piscou, e quando repetiu tal ato pode identificar melhor a figura, cujos olhos rubros o fitavam de forma seria e até ameaçadora. Trajava nada mais do que calçados simples, uma calça de tom amadeirado, uma camisa social creme e um colete aberto, enquanto mantinha as mãos dentro dos bolsos da calça. Sua face, sua postura ao ficar parado em pé, as linhas faceais... Nada havia mudado desde a última vez em que haviam se visto. Apenas o olhar diferenciava-se do passado onde este odiava apenas uma pessoa, agora ele odiava a todos, incluindo aquele que seria capaz de perdoá-lo por tudo o que fizera. Não que Tsunayoshi perdoasse a todos, como seu eu do passado fazia, mas essa pessoa era um caso especial.

Enma era diferente.

Então ele sorriu para a figura que lhe ameaçava, em seguida ergueu o olhar, novamente, para o céu e sabendo que seu querido espectador ruivo, juntamente com a sombria figura loira ao seu lado, ouviria, sussurrou:

– Pior é ter essa sensação de que você não sente a minha falta.


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Notas finais do capítulo

Hohoho, espero que tenham gostado.
Respondendo a algumas questões.
1) Sim, o começo é assim meio confuso mesmo, mas logo compreenderão.
2) Sim, foi insinuação de Fon x Viper mesmo. Tenho tara por eles juntos, mas não mais do que o Fon com o Tsuna, obvio.
3) A, Piazza Novana realmente existe em Roma, e sim é um belissimo ponto turistico onde residem tres fontes, a do meio sendo conhecida como Fontana Dei Quattro Fiumi (Fonte dos quatro rios)... E é nela (ou proximo, nao me recordo bem) onde se encontra a embaixada brasileira.
4) A figura loira sombria que é citada bem ao final logo será apresentada devidamente, e vocês compreenderão bem como o Tsuna recebe essas cartas.
Espero que tenham gostado do capitulo.
Infelizmente não poderei dar previsão sobre o proximo devido aos capitulos de muitas outras fanfics que terei de escrever, mas tentarei ser o mais rapida possivel, pois eu nunca abandonaria essa historia.
Ela não é apenas o vicio de vocês, é o meu também, principalmente o final e o Ato II.
Até o proximo, Lady.



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