Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2 escrita por Marina Leal


Capítulo 2
Capítulo 2 - Mamãe vem me visitar


Notas iniciais do capítulo

desculpem a imensa demora



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– Qual é mesmo o nome dele? – Perguntei à minha amiga enquanto subíamos as escadas e olhando significativamente para o babuíno que segurava firmemente a mão de Liz.

Ele mostrou os dentes como se estivesse sorrindo e eu recuei.

– Esse é Khufu, hum, um membro desse nomo, longa história. – Ela mordeu o lábio como se lembrasse de algo desagradável. – Ele é bem legal, não se preocupe.

– Agh! – Fez o babuíno e Liz bateu na própria testa e eu me encolhi, aquilo devia ter doído já que uma mancha vermelha surgiu no meio da testa dela.

– Tem razão Khufu! – Ela exclamou e eu fiquei confusa.

– Você entendeu o que ele disse? Como...? – Perguntei.

– É uma das coisas que a gente aprende a lidar por aqui, mas Khufu tem razão, você tem uma visita. – Liz respondeu, mas novas perguntas surgiram.

Apertei a alça da mochila e ergui uma sobrancelha.

– Visita? Quem? – Questionei, mas ela não respondeu imediatamente.

– Você já vai descobrir. – Disse quando paramos na frente de uma grande porta de madeira maciça e (adivinhem) coberta de hieróglifos. – Aqui está o seu quarto.

– Meu quarto? Como assim? Ninguém vai dormir aqui além de mim?

– Hum, como você ainda não sabe qual caminho divino vai seguir Sadie e os outros acharam melhor não colocar você em um dormitório com os já iniciados para que nenhum influencie sua escolha. Desculpe. – Ela murmurou.

– Tudo bem, eu entendo. – E eu realmente entendia (afinal a própria Liz tentou, indiretamente, me fazer seguir o caminho de Ísis), mas isso não impedia a minha chateação crescente.

Ela abriu a porta e eu entrei tentando expulsar o sentimento de solidão que com certeza iria se apossar de mim, mas o lugar não estava vazio e isso afastou meus pensamentos deprimentes, pois sentada em uma das camas estava:

– Mamãe! – Exclamei e corri até ela que sorriu e me abraçou.

– Vamos deixar vocês a sós. – Liz falou às minhas costas e antes que eu pudesse responder ouvi a porta bater e um resmungo vindo do babuíno.

Mamãe usava roupas de linho e seu cabelo estava amarrado, ela parecia bem, só um pouco preocupada, eu sabia por que suas sobrancelhas se franziam levemente a cada poucos segundos.

– Está tudo bem? – Perguntei largando a mochila nos pés da cama mais próxima.

– Sim meu bem, não se preocupe. – Ela respondeu e ajeitou meu cabelo.

Resolvi deixar aquela questão de lado, tinha uma pergunta mais importante para fazer.

– A senhora vai ficar aqui? Durante o tempo que eu ficar, quero dizer. – Perguntei e recebi a resposta instantaneamente vinda dos seus olhos.

– Só vim para uma visita, estou acompanhado o Sacerdote Leitor Chefe. – A expressão dela se fechou antes de murmurar. – Ou ele está acompanhando os meus passos enquanto o ano da minha punição ainda está em vigor.

– Como assim? – Perguntei, mas ela me ignorou.

– Senhor Amós, venha conhecer minha filha. – Mamãe ergueu a voz e eu franzi a testa.

Um segundo depois a porta se abriu e um homem entrou no quarto, era gordo, com pele da cor do café torrado, usava um terno risca de giz vermelho com uma capa de pele de leopardo sobre o ombro. Os cabelos longos estavam presos em tranças com contas.

– Peço desculpas Marcela, não era minha intenção interromper vocês. – A voz dele era grave e firme e parecia sincera ao pedir desculpa.

Mamãe estreitou os olhos e acenou uma vez com a cabeça, mas não disse nada.

– Esta deve ser sua filha, eu presumo. – Ele continuou ao voltar seus olhos para mim.

– Sim senhor. – Mamãe disse. – Mas senhor, tem uma coisa que preciso lhe contar sobre ela...

Ele ergueu a mão e mamãe ficou em silêncio enquanto ele olhava para mim.

– Sei o que você é pequena. – Falou depois de alguns segundos e os pelos da minha nuca se arrepiaram, algo me dizia que ele sabia sobre Hogwarts. – Você tem um deus grego como pai, – Amós acenou para minha mãe – uma maga egípcia como mãe e abençoada pela deusa grega da magia.

Engoli em seco, ele sabia.

– Como...? – Mamãe começou, mas não parecia encontrar as palavras.

– A diretora da escola me mandou uma carta, assim como deve ter mandado para o acampamento. Todos os futuros responsáveis já estão cientes sobre sua filha Marcela. – O homem parecia um pouco preocupado, mas tentava disfarçar. – Os outros líderes de nomo não sabem sobre a terceira característica peculiar sobre Natália, fiz o possível para abafar essa parte e mandá-la para cá, com Carter, Sadie e Zia, que já lidam com outros iguais a ela e sabem que é necessário manter sigilo.

Meu queixo caiu e mamãe recuou com a surpresa.

– Existem outros que também são três coisas? – Consegui perguntar apesar do choque.

O homem concordou, mas não parecia disposto a me dizer os nomes.

– Tem sido cada vez mais complicado escondê-los, seus poderes são mais fortes e mais imprevisíveis que o de magos comuns. – Ele olhou para mamãe. – Acredito já ter comentado que muitos deles não gostam da ideia de magos com filhos ligados aos deuses gregos.

Mamãe assentiu rigidamente e eu desabei na cama, em parte em choque em parte aliviada, eu não era a única.

– Mas porque não contar sobre a escola? – Mamãe questionou.

– Muitos ainda não aprovam o caminho dos deuses, junte isso ao fato de alguns dos novos iniciados também serem semideuses e eles podem argumentar que não possuo a força necessária para comandar a Casa e defendê-la de um possível ataque de outros deuses, meu posto como líder e conselheiro é frágil, se descobrirem sobre as crianças iguais a Natália, deixarei de ser o Sacerdote Leitor Chefe e provavelmente serei banido. – Amós parecia verdadeiramente angustiado antes de murmurar: – E se isso acontecer não vou mais poder proteger Carter e Sadie.

– Eu não sabia que as coisas estavam tão complicadas. – Mamãe falou quando ele ficou quieto, o rosto do homem pareceu ter envelhecido anos em segundos.

– Quando você fugiu Desjardins ainda era o líder do Per Ankh. – Amós disse. – Faz sentido que não saiba do que tem acontecido desde que ele morreu e eu assumi, ele teria te banido no exato momento em que colocou os pés no Salão das Eras, sabe disso.

– Sim, eu sei, fui esperando por isso, fico feliz por ser você lá, não ele. – Mamãe concordou e sorriu para ele. – Sei que você não teria me punido tão severamente se não tivesse sido pressionado.

Amós concordou com um aceno de cabeça, mas não parecia exatamente contente.

– Mas você sabe que muitos magos ainda não estão satisfeitos com a punição que você recebeu, preciso me manter alerta para alguma possível retaliação e vocês duas precisam manter o segredo sobre a escola de bruxaria o mais oculto possível.

Mamãe acenou e olhou para mim.

– Tudo bem, não vou contar para ninguém. – Falei e Amós sorriu.

– Muito bem, acho que agora é hora do almoço, vamos para a piscina, acho que você tem algumas pessoas para conhecer. – Falou e começou a se dirigir para a porta. – Mas antes eu sugiro que troque de roupa para ficar pronta para magia.

Olhei confusa para mamãe quando ele saiu.

– O que ele quis dizer com isso?

Ela suspirou.

– Que você tem que colocar uma roupa igual a minha, de linho ou algodão, uma vez que fibra animal interfere na magia. – Ela franziu a testa quando bufei.

– E onde vou arrumar roupas assim?

Mamãe sorriu e apontou para o armário no canto e uma porta abriu revelando vários pijamas iguais aos que Liz usava quando treinávamos juntas.

– É preciso meu bem. – Mamãe murmurou. – Com a arma que seu pai te deu pode até não ter problema, mas com os materiais que os magos vão te dar, roupas de linho são as mais indicadas, como maga você tem que começar a seguir essas regras também.

– Tudo bem. – Falei e troquei de roupa rapidamente, coloquei os óculos de sol que papai me deu sobre meu cabelo e guardei a blusa do acampamento.

Mamãe notou minha chateação, mas sabia que eu não falaria a respeito então saímos do quarto e fomos em direção ao Grande Salão.

Contive um suspiro durante a descida das escadas. Aquele ia ser um longo mês.


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Notas finais do capítulo

gente não me matem, eu estive passando por uma série de problemas que não posso expor aqui, mas saibam que quase desisti de continuar a fic (para ver quão séria está a situação), espero que não me matem, vou postar o próximo em breve
beijos
e desculpem novamente



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