Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2 escrita por Marina Leal


Capítulo 1
Capítulo 1 - Vigésimo Primeiro Nomo


Notas iniciais do capítulo

fic interativa, para mais informações mandem mp



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/523194/chapter/1

Livro 2 - Vigésimo Primeiro Nomo

Desculpem a interrupção brusca na narração da história, eu estive ocupada com alguns probleminhas envolvendo uma aranha gigante (medonha, acreditem em mim), um filho de Atena (assustado, nem preciso dizer o quanto), um seguidor de Rá (lindo, mas isso não vem ao caso) e mais uma série de monstros nojentos e desnecessários na minha existência.

A autora foi muito compreensiva quando expliquei tudo e disse que vai pensar em colocar outras aventuras minhas mais à frente (incluindo essa da aranha gigante), espero que me perdoem também por passar tanto tempo sem uma atualização do que aconteceu quando descobri sobre minha vida maluca.

Então, onde paramos?

Ah sim, eu e os outros estávamos atravessando um portal para irmos à mansão dos magos.

Houve o já costumeiro aperto na boca do estômago enquanto atravessava o portal, o que em outras situações seria tranquilo se eu não tivesse almoçado e sentisse a comida parecendo ansiosa para encontrar um caminho para fora do meu corpo.

O que não seria uma coisa boa se conseguisse alcançar seu objetivo.

A única coisa realmente boa foi o fato de não ter uma camada de areia sobre mim quando fui parar do outro lado e andei alguns passos. Olhei ao redor no mesmo momento que Sadie, o cara moreno que eu não havia entendido direito o nome dele, Zia e Carter saíam pelo portal negro.

Estávamos na frente de um terreno industrial cheio de pilhas de metal e equipamentos de construção abandonado. E entre o terreno e a água havia um grande galpão, talvez uma antiga fábrica, coberto com pichações e com várias janelas quebradas.

Ergui o olhar e meu queixo caiu. A mansão realmente fazia jus ao nome, mesmo que eu não houvesse colocado um pé dentro dela ainda, já podia imaginar quantos cômodos o local possuía.

Tinha fácil cinco, talvez seis andares e brilhava em um suave tom dourado, como se precisasse chamar atenção para si. Ao meu redor alguns semideuses já estavam se encaminhando para a escada que levava para o que só podia ser a entrada do lugar.

– Vamos, em ordem, por favor. – Carter pediu e eu fiquei me sentindo estranha, uma vez que todos pareciam bem familiarizados com o lugar ao subir a escada com Sadie e o outro cara os acompanhando.

– Não se preocupe, você se acostuma. – Disse uma voz atrás de mim, quando olhei notei que era Zia, seus olhos me fitavam com curiosidade e um pouco de compaixão.

– Hum. – Foi a minha resposta brilhante e ela sorriu. – Tudo parece tão estranho.

– Eu sei, mas logo vai melhorar, todos vamos ajudar você. – Prometeu e eu mordi o lábio ponderando se poderia contar para ela sobre Hogwarts e o quanto poderia ser difícil para mim.

– Zia? Natália? – Chamou Carter e Zia segurou meu ombro para me guiar.

Quando olhei pude reparar que ele estava a meio caminho de subida com todos os outros atrás dele, olhando para nós com preocupação. Senti minhas bochechas arderem.

– Tudo bem. – Ela murmurou para mim antes de gritar: – Já estamos indo!

Ficamos em silêncio enquanto começamos a subir, havia uma garota logo à minha frente, de costas o que eu podia dizer dela era que não era muito alta, tinha cabelos não exatamente pretos, mas escuros e parecia nervosa.

Eu não a culpava.

Atrás de mim eu estava bem consciente da presença de Zia, era estranho, mas de alguma forma eu sentia que podia confiar nela, não dizendo que não podia confiar em todos os outros, ela apenas parecia diferente.

Assim que chegamos ao topo da escada pude ver a mansão com mais detalhes, a casa tinha mais ou menos quinze metros de altura, feita de imensos blocos de calcário, com janelas emolduradas em aço. Ao longo de toda a construção havia hieróglifos, percebi que o brilho que a mansão emanava vinha de várias lâmpadas ao longo das paredes.

O lugar parecia um museu moderno e ao mesmo tempo um templo antigo.

Carter parou diante da entrada e os outros três se colocaram ao seu lado, me senti desprotegida quando Zia se afastou de mim. Olhei para o escuro quadrado de madeira que não parecia ter fechadura, maçaneta ou dobradiças, mas claramente estava destacada da parede e era uma porta apesar de também estar coberta de hieróglifos.

– Hum, Natália, você pode vir aqui? – Carter chamou e todos olharam novamente para mim.

Procurei o olhar de Zia, que fez um leve aceno com a cabeça. Respirei fundo e me adiantei.

– Sim? – Minha voz saiu baixa. Pigarreei. – Sim?

Ele apontou para a porta.

– Sempre que alguém vem pela primeira vez precisa resolver esse problema. – Falou, mas trocava um olhar brincalhão com a irmã, como se compartilhassem uma piada particular. – Não se preocupe, não é perigoso.

– Fale por você, morcegos comedores de queijo são sim perigosos. – Sadie retrucou franzindo as sobrancelhas.

Engoli em seco, eu não era muito fã de morcegos, mas olhei para a porta maciça sem saber o que fazer. Então algo estranho aconteceu, um dos hieróglifos gravados chamou minha atenção, como se houvesse um imã poderoso me atraindo para ele, um tanto insegura ergui o dedo, encostei nele levemente e uma descarga elétrica atingiu meu braço, mas não foi exatamente desconfortável.

Dissolver. – Comandei, mas minha voz saiu diferente, poderosa.

Um segundo depois a porta se dissolveu em fumaça.

Virei para olhar e todos pareciam chocados.

– Como? – Carter perguntou, mas Zia o interrompeu ao cochichar algo em seu ouvido. – Está certo, vamos, temos algumas coisas para resolver. Todos aos seus dormitórios.

Os outros passaram por mim lançando olhares confusos e até mesmo preocupados. Kevin veio até mim, não exatamente sorrindo, mas despreocupado.

– Não se preocupe. – Disse calmamente e me acompanhou para dentro da mansão. – Isso acontece sempre que alguém encontra um meio diferente de entrar.

– Diferente? – Perguntei e ele assentiu sem mais explicações. – Hum.

Fiquei em silêncio, constrangida.

– Imagino que você tenha se perguntado o motivo para ter falado com você naquele dia no acampamento. – Ele disse de repente mudando de assunto enquanto andávamos.

Dei de ombros, eu já havia quase esquecido aquilo.

– Sim. Eu e o acampamento inteiro, suponho.

Ele moveu o canto dos lábios em um quase sorriso e acenou levemente.

– Tem razão, mas a verdade é que eu não sei o motivo para ter falado com você. – Ele deu de ombros e completou em tom displicente. – Mas meu pai parece aprovar, não se engane, ele é bem seletivo quanto aos semideuses que cercam seus filhos.

Comecei a articular uma resposta, mas minhas palavras sumiram no meio do caminho e meu queixo caiu novamente.

– Oh! Deuses.

Kevin riu.

– Sim, mas não os do acampamento.

Entendi a piada e ri junto com ele.

– Tem razão. – Ficamos em silencio enquanto eu olhava o lugar.

– Este é o Grande Salão.

– Obviamente. – Murmurei.

O teto com vigas de cedro era bastante alto, sustentado por pilares de pedra com hieróglifos gravados, parece que a palavra de ordem para os egípcios era luxo, pois tudo ali gritava caro, do tapete de pele de cobra à enorme lareira do outro lado da sala.

Mas a peça que realmente me chamou a atenção foi a enorme estátua de mármore negro, estimei que tivesse nove metros de altura. Claramente era um deus egípcio, porque possuía corpo humano e a cabeça de um animal, uma ave com pescoço longo e bico bem comprido.

– Esse é Toth. – Kevin falou quietamente. – Deus do conhecimento, inventor da escrita.

– Interessante. – Comentei ainda analisando a enorme figura.

– Nat? – Chamou uma voz que eu reconheci como de minha amiga Liz.

Me voltei para onde ela estava. Liz parecia contente ao me ver ali enquanto descia as escadas, usava roupas de linho branco e segurava nas mãos do que parecia uma criança loira muito estranha com uma camiseta de basquete.

Foi então que eu percebi.

– Isso é um babuíno?!

Ela e Kevin riram do meu choque e assentiram para minha pergunta, então o filho de Hades ficou sério e aprumou o corpo.

– Bom, já que a sua amiga está aí acho que você vai ficar bem acompanhada. – Falou.

– Tudo bem. – Murmurei e ele começou a se afastar no mesmo instante que Liz chegou. – Por que ele se afastou?

Liz hesitou.

– O Kevin é um pouco antissocial, mas é uma pessoa ok. – Ela falou e me ofereceu um sorriso genuíno ao fazer um gesto ao redor. – Bem vinda.

– Obrigada. – Falei.

– Vem, eu e Kufhu vamos mostrar onde você vai dormir. – Liz emendou e começou a me guiar escada acima, parecia que conviver com ela seria bem mais turbulento que passar o tempo com Linda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.