Maga, Bruxa ou Semideusa? - 2 escrita por Marina Leal
Notas iniciais do capítulo
oi gente, faz tempo né, bom, não sei se ainda vou postar regularmente, mas pretendo pelo menos terminar essa fic
beijos
– Nat, obrigada por vir. – Carter falou e eu concordei levemente. – Aragorn, Arwen, esta é a Natália, a mais recente a chegar aqui na mansão antes de vocês.
– Há quanto tempo ela está aqui? – A menina perguntou, sua voz ainda estava abatida, mas ela estava claramente desconfiada.
Empinei o queixo levemente antes de responder, ela sendo mais velha que eu ou não, não tinha o mesmo treinamento que eu.
– Estou aqui há exatamente uma semana.
Sadie deu uma leve risada, mas disfarçou com uma crise de tosse.
– Vamos deixar vocês sozinhos, tudo bem? – Carter murmurou já indo na direção da porta.
Concordei na direção dele e Sadie.
Os gêmeos olharam meus professores saírem, e apesar de relaxarem um pouco ainda estavam tensos. Nesse momento a garota irrompeu em altos soluços e o garoto veio confortá-la mesmo que em seu rosto escorressem lágrimas.
Senti-me uma intrusa, e meu peito parecia dilacerado ao sentir a angústia deles. Fui sentar na poltrona onde Carter se sentava há poucos segundos e esperei enquanto os ouvia murmurarem entre si, com soluços e lágrimas em vários momentos.
Olhei para o corte na bochecha do garoto, estava assumindo um tom assustador de amarelo e as mãos da garota pareciam estar inchando.
– Vocês precisam de ajuda! – Exclamei assustada erguendo as mãos para canalizar alguma magia de cura, mas as afastei rapidamente, eu não era muito boa em curar, podia acabar piorando a situação deles. O que é um fato estranho já que meu pai é o deus da medicina.
– Se você pode curar faça alguma coisa! – O garoto pediu e eu sacudi a cabeça, assustada.
– Não sou boa em magia de cura, esperem vou chamar alguém! – Falei saindo do quarto rapidamente. – JAZ!!!!
Saí correndo pela mansão até a enfermaria, onde dois iniciados ajudavam alguns amigos em deveres de tradução e ingredientes para remédios.
– Algum de vocês viu a Jaz? – Perguntei com urgência.
Antes que algum pudesse responder ela apareceu com uma expressão confusa no rosto.
– Estou aqui Nat, o que houve?
Expliquei rapidamente para ela o que estava acontecendo e saímos em disparada para o quarto onde novos magos ficavam.
– Espere aqui fora, eu cuido deles. – Ela falou fechando delicadamente a porta.
Esperei pelo que pareceu meia hora, então Jaz abriu a porta, estava um pouco pálida e parecia cansada, mas bem.
– Eles vão ficar bem. – Ela murmurou e eu olhei para dentro do quarto, eles estavam conversando, cada um deitado em uma cama.
– Eu acompanho você até a enfermaria. – Murmurei e ela sacudiu cabeça dando um leve sorriso.
– Fique com eles.
Hesitei, depois assenti e voltei para o quarto. Os dois me olharam assim que passei pelo portal.
– Quantos anos você tem? – O garoto perguntou quebrando o silêncio que durou por alguns minutos.
– Fiz 11 semana passada. – Eles pareceram surpresos.
– Você parece mais velha. – A menina comentou estreitando os olhos e eu me senti desconfortável ao perceber que ela não parecia disposta a confiar em mim e fiquei preocupada com a possibilidade dela começar a chorar de novo.
Suspirei, por onde começar?
– Meu pai é um deus. – Dei de ombros para suas expressões de choque. – Acho que é por isso.
– Qual deles? Rá? Hórus? Set? – A menina listou e eu estremeci no último. – Ok, já sei que Set não é.
Dei um sorriso meio sem graça.
– Meu pai é Apolo.
O queixo dos dois caiu.
– Mas ele é um deus grego! – Me encolhi para o tom deles, era como se ele fosse um alienígena.
– Como?
Franzi a testa, não queria ter que explicar que a minha mãe, uma poderosa maga egípcia, se apaixonou por meu pai enquanto fazia faculdade de medicina aqui nos Estados Unidos antes de voltar para o Brasil quando a minha avó adoeceu.
– Os deuses gregos assim como os egípcios ainda vivem. – Dei de ombros novamente. – Minha mãe é uma maga, mas nem ela nem meu pai sabiam da identidade um do outro... Até que eu nasci.
– Que confusão. – O menino murmurou.
– Existem outros iguais a você? – Ela perguntou.
– Que são tanto magos quanto semideuses? – Questionei e ela assentiu. – Alguns. Além disso, vocês nunca verão um filho legítimo de nenhum deus egípcio.
– Como assim?
– Hum, como posso explicar... – Meditei enquanto me sentava. – Eles não tinham relações diretas com o ser humano, exceto quando tomavam como hospedeiros, então quando filhos de uniões de mortais que estavam hospedando deuses nasciam, a criança era mortal também.
Eles franziram a testa, mas pareceu que tinham entendido. Até que o menino perguntou:
– Então seu pai é Apolo... e seu pai egípcio é...?
Eu suspirei.
– Sou seguidora de Rá, não sua filha, tecnicamente falando. Ele está mais para um pai adotivo que me empresta sua força e seu poder quando eu preciso.
O menino ergueu uma sobrancelha.
– Ainda não entendi.
Certo, eu era uma péssima professora.
– Vejam, eu como filha de Apolo tenho alguns dons que meu pai me deu, sei que horas são em qualquer lugar que tenha sol, tenho uma mira perfeita com arco e flecha, entre outras coisas. O mesmo serve para os outros semideuses que também são magos. – Pausei para que eles pudessem entender tudo, quando eles acenaram eu continuei, tentando não parecer muito brusca com o que eu ia dizer em seguida. – Ele é meu pai, isso eu não pude escolher, ou ele a mim.
– Então Rá te escolheu e você escolheu ele? – Arwen perguntou. Concordei levemente.
– Ele não é meu pai, por assim dizer, mas eu o respeito como se fosse. Eu sigo o caminho dele, mas tem muitos outros. Set, Toth, Anúbis, Hórus, Néftis, Sekhmet... – Deixei minha voz pairar para que eles vissem que havia mesmo muitas opções.
– Então qual caminho nós vamos ter que seguir? – O menino perguntou.
– Hum, Aragorn, é esse seu nome não é? – Ele concordou. – Eu não sei dizer, os deuses nos escolhem de acordo com o que somos mais aptos a fazer, se gostamos de curar escolhemos o caminho de Sekhmet, se queremos ser guerreiros, Hórus está sempre disposto a novos seguidores. Vocês vão aprender sobre os deuses e sua esfera de controle, seu caminho vai aparecer na hora certa, mesmo que eles não apareçam em seus sonhos seu coração vai dizer se o caminho que escolheram é o certo para vocês.
– E será que poderemos escolher o caminho de Rá? – Aragorn perguntou.
Mordi o lábio, esse era um assunto complicado.
– O que foi? – Arwen disse ao ver minha expressão.
– É meio delicado esse assunto sobre o caminho de Rá. – Murmurei querendo mudar de assunto.
– Como assim? – Ela pressionou e eu suspirei.
– Porque em todos os nomos que existem atualmente na Casa da Vida apenas três magos seguem esse caminho.
Os dois me olharam com descrença.
– Rá escolheu pessoalmente os seus seguidores. – Se é que se pode chamar de pessoalmente através de sonhos. Pensei confusa. – E vocês já conheceram duas seguidoras.
– Você e quem?
– Zia. – Eles não pareceram surpresos.
– E quem é o terceiro?
– O nome dele é Richard. – Um sorriso apareceu nos meus lábios e eu o reprimi rapidamente. – Vocês vão conhecê-lo amanhã, agora está tarde, boa noite.
– Boa noite Nat. – Os gêmeos responderam.
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