E nós não estávamos errados, e eu não poderia estar melhor, pensei exatamente nisso duas semanas depois, ao acordar sentindo Victor batendo as mãozinhas em meu rosto – porque ele nunca gostava de ver a gente dormindo quando ele já estava de pé, e tendo Rosalie sorrindo do meu lado.

            Beijei as bochechas gorduchas do meu rebento e o deitei na cama, ouvindo-o rir mostrando os dentinhos que cresciam, e depois beijei a boca de Rosalie, dedilhando suavemente sobre seu ventre.

            - Como você está? – perguntei, como fazia nos últimos dias, vendo seu rosto um pouco pálido.

            - Bem – ela respondeu com um sorriso fraco.

            - Levantaram cedo hoje – disse ainda dedilhando seu ventre.

            - Eu estava com sede – ela deu de ombros. – Depois fui ao banheiro – eu franzi o cenho – e não, eu não passei mal. Fui ver como Victor estava, e ali estava ele, com os olhinhos abertos choramingando por estar sozinho.

            Sorri vendo a semelhança entre os dois, porque Rosalie também odiava permanecer sozinha. Apesar de que Victor, nos últimos dias, vinha agindo bem melhor quanto a isso, ao acordar e estar sozinho ele já não chora tanto, fica mais resmungando em seu berço até que venhamos atendê-lo.

            Beijei seus lábios outra vez e voltei a olhar para Victor, que estava todo esticado no colchão entre nós dois.

            - Ele já mamou? – perguntei vendo como Victor ainda parecia sonolento, e era cedo da manhã.

            - Ele não quis – ela murmurou chorosa, e eu a abracei. – A semana toda ele tava mamando menos, e hoje não quis nada.

            Suspirei sabendo que para Rose isso era difícil, ela adorava amamentá-lo, e acho que nesses momentos eles estavam ainda mais juntos, e ela não se sentia pronta para abrir mão disso.

            - Ao menos agora você vai sentir menos dor – eu murmurei a abraçando. – E não é por não estar mamando que ele vai ficar menos apegado a você.

            Ela assentiu tentando concordar, mas eu sabia que levaria algum tempinho para Rose se acostumar a não acordar todas as manhãs pronta para colocá-lo contra seu seio e ficar acariciando suas bochechas enquanto Victor mamava. Beijei sua testa e levantei, porque precisava de um banho depois da noite de amor que havíamos tido.

            - Mama – Victor murmurando abraçando seu pescoço, mostrando que ele também não queria ficar sem os momentos junto com ela.

            - Depois, se você quiser, nós vamos ver o médico dele – eu disse, sabendo que poderia não adiantar muito, mas que, mesmo assim, daria um pouco de conforto a Rosalie. – Não é por algum dentinho? – eu não entendia metade dos assuntos de bebês, e de porque eles não querem algo, nem nada assim, mas, quando os primeiros dentinhos de Victor começaram a nascer ele também não queria mamar direito, o que deixou Rose abalada a semana inteira, então, dessa vez poderia ser algo assim.

            E pensar que era por um dentinho, outra vez, faria Rosalie se sentir melhor, eu sabia disso.

            - Vem – eu a puxei pela mão e beijei seus lábios, olhei sobre seus ombros para ver que Victor já fechava os olhinhos sonolento, ele provavelmente dormiria por alguns minutinhos.

            Afastei-me uns passos de Rosalie, para por travesseiros ao lado dele na cama, e sorri malicioso puxando-a para o banheiro comigo.

            - Vem, eu vou dar banho em vocês – sussurrei em seu ouvido para depois puxar sua camisola para cima.