Então naquela tarde eu cheguei sorridente ao lugar que nós enrolávamos para terminar, ela riu arrumando algo na cozinha, agora já estava tudo pronto, só faltavam alguns detalhes que Rosalie providenciava dia após dia, como tapetes e almofadas, coisas básicas.
Ninguém conhecia a casa ainda, mas ela havia assegurado à senhora Hale que estava ficando incrível e tudo mais, então ela só opinava e ajudava Rose a lembrar do que não poderia faltar.
Nessa tarde Rosalie havia acabado de desembrulhar alguns copos e os estava guardando no armário quando eu cheguei.
- Precisa de ajuda? – eu perguntei vendo como ela ficava na ponta dos pés para alcançar a prateleira um pouco mais alta.
Ela resmungou revirando os olhos e eu me aproximei pegando os copos de sua mão para guardá-los mais em cima, era na verdade algumas taças dessas de champanhe, mas isso era só um detalhe.
- Prontinho – eu disse e ela mostrou a língua como uma criança pequena faz, e isso me fazia rir. – Vem – eu estendi uma mão para ela e sorri. – Estou com saudade!
Ela gargalhou me dando um tapa no braço enquanto eu a abraçava para logo minha boca ir de encontro a sua.
Eu estava mesmo com saudade, porque vê-la a manhã toda e não poder ficar com ela era injustiça. Um motivo a mais para eu fazer alguma coisa.
- Vem – eu disse a puxando para o lado de fora.
Uma rede havia sido posta ali, e eu me sentei a puxando para o meu colo enquanto ela ria.
- Nós vamos cair! – ela disse e eu revirei os olhos. Nós nunca havíamos caído antes, então não seria agora.
- Eu quero falar com você – eu disse tentando parecer sério e ela me encarou imediatamente.
- Qual o problema? – ela perguntou franzindo o cenho.
Era 15 de outubro... Nosso “aniversário de amizade” que havia ficado para trás.
- Eu não quero mais ficar me escondendo com você – seus olhos brilharam na hora. – Não dá! Não dá pra ficar nessa de somos apenas amigos... – ela sorriu segurando meu rosto, e antes que eu terminasse seus lábios já estavam sobre os meus.
- Eu achei que você nunca ia dizer isso – ela disse com aquele sorriso nos lábios enquanto se aconchegava entre meus braços, o lugar de onde ela nunca deveria ter saído.
Agora, oficialmente, ela era minha.
- Porque você acha que eu chamei você pra vir pra cá me ajudar? Pra escolher tudo e blábláblá – ela revirou os olhos enquanto eu gargalhava.
Eu, definitivamente, deveria ter entendido a indireta desde o início, o problema é que Rosalie tudo é imprevisível... Poderia ser apenas na inocência para depois ela vir pra cá com outra pessoa.
Se ela fizesse isso eu, sem dúvidas, enlouqueceria.
Então ali estava o começo da nossa felicidade.

Tudo parecia tão mais simples, e realmente me lembrava dos tempos de criança em que não tínhamos preocupações e podíamos passar o dia todo juntos, porque agora continuava sendo assim. Tudo definitivamente de volta aos eixos.
E nós estávamos felizes assim.
Não havia mais segredos e podíamos andar juntos por qualquer lugar sem que ninguém ficasse especulando alguma coisa, nem havia comentários maldosos e todos pareciam felizes com a ideia desse relacionamento, mas, como nós sabíamos que teria, tinha aqueles que ainda lamentavam a partida da família King e tentavam entender porque Rosalie deixara passar tão bom partido. Ah se eles soubessem.