Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 110
Capítulo 110




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52310/chapter/110

Ver Rosalie sentindo tanta dor me dava vontade de nunca mais ter filhos, mas uma suave voz me dizia que Rose nunca concordaria com isso, que ela não se importava e tudo mais; mas naquele momento eu estava me importando. Sua barriga contraía a todo instante e ela gemia pela dor e pelo desconforto, e a hora final parecia nunca chegar.

De joelhos sobre a cama, ela apoiou os braços em meu pescoço e arqueou para frente quando outra onda de dor a atingiu. Minhas mãos estavam em sua cintura, como que para mantê-la erguida, enquanto ao meu lado minha mãe ia dizendo palavras que deveriam tranquilizá-la – mas que eu acho que não funcionavam tão bem assim – e secava o rosto suado de Rosalie.

No andar de baixo, meus sogros tentavam distrair Victor para que ele não ouvisse os gritos de dor de Rosalie, mas depois de um certo ponto, ela não tinha mais como não gemer e gritar pela dor. Mas segundo a minha mãe isso só era sinal de que o bebê estava cada vez mais próximo.

Rose arqueou novamente e a porta se abriu, sua mãe entrou rapidamente tentando me afastar de Rose, porque os homens não deveriam presenciar nem o primeiro instante, e eu estava ao lado dela desde que tudo havia começado. Mas na minha concepção, apesar de ter muito sangue e dor – e muitos homens serem fracos para isso – não era justo deixá-la sozinha, afinal parte da culpa era minha também.

Abracei o corpo suado de minha mulher, enquanto minha mãe me olhava reprovando, ela também estava tentando me expulsar do quarto há vários minutos.

- Não vai demorar muito, filho – ela disse pousando a mão sobre meu ombro e eu revirei os olhos.

Eu provavelmente iria para guerra, ver um pouco de sangue ali não iria me fazer desmaiar, mas elas pareciam não entender isso.

Ou talvez não fosse por isso.

- Querido – Rose murmurou tocando meu rosto e eu fechei os olhos, porque esse era um daqueles momentos em que Rose me olha com seus olhos pidões, e mesmo que ela me quisesse por perto, esse negócio de tradições e costumes a fazia repensar e pedir para que eu saísse.

Beijei seu rosto demoradamente, afastando-me quando as unhas dela cravaram em meu ombro, seu semblante novamente sendo contorcido pela dor. Esperei aquela onda de dor passar e beijei seus lábios, rapidamente, enquanto a mãe dela a segurava por uma das mãos, dizendo que iria ajeitá-la melhor na cama.

Apesar de eu duvidar que pudesse ter uma posição confortável quando um bebê está prestes a ser expelido... Tudo bem, eu preferia não pensar nisso.

Beijei o rosto de minha mãe, enquanto minha sogra parecia ocupada demais com Rose e eu preferi não atrapalhar, foi com o coração apertado que eu sai do quarto. Descendo as escadas, encontrei meu sogro sentado no sofá da sala, Victor brincava com seus blocos coloridos no chão, enquanto meu sogro segurava duas taças com vinho do Porto, estendeu-me uma e eu ri maneando a cabeça.

Ainda era de manhã e nós já estávamos bebendo...

- É melhor isso a ficar andando de um lado para o outro – ele disse dando de ombros, então se recostou no sofá parecendo despreocupado, o que só me deixava mais nervoso.

Eu nunca fui bom em esperar, não importava o que fosse, eu nunca gostei de esperar, e agora se tratando de Rose e nosso bebê, eu definitivamente não queria ficar só ali esperando.

- Até parece que você não estava aqui quando Victor nasceu – ele comentou com um sorriso nos lábios, e eu soube que de algum modo ele estava tirando com a minha cara.

- Eu só não queria que ela tivesse de passar por tanta dor – eu disse relaxando os ombros, meu olhar centrou na taça em minha mão enquanto Victor seguia empilhando e derrubando blocos coloridos, entretido naquilo.

- Assim parece que você não conhece a minha filha – eu ri maneando a cabeça, não deveria ser só uma conversa para passar o tempo? – Rose desde pequena queria ter um monte de filhos – foi ele que riu – ela podia não brincar muito de boneca, mas sempre que fazia um desenho ela se imaginava com um “pai”, daquelas brincadeiras infantis de papai e mamãe, e alguns bebês...

- Depois de um tempo foi com o Royce que ela sonhou que isso acontecesse – eu despejei revirando os olhos, e vi como meu sogro suspirava.

- Royce e Rose nunca dariam certo – ele deu de ombros. – Eu a apoiei com esse romance, é claro, em parte também porque a mãe dela achava que Royce seria o par perfeito para Rose... Mas eles eram diferentes de mais, Royce tinha manias que eu, por trabalhar com a família dele, conheci e em nada me agradaram...

Ouvi-lo falando assim fez com que eu me perguntasse se o pai de Rose sabia do que havia acontecido com Royce e ela, o que ele havia tentado fazer... Nunca me passou pela cabeça, digo, eu cuidei dela, e a mãe dela também soube de tudo, mas e o pai dela?

De algum modo, talvez por estar me tornando pai novamente, eu pus numa balança e talvez fosse melhor não saber, porque senão eu provavelmente tentaria acabar com a raça do desgraçado... E o pai de Rose, sendo tão teimoso e intenso quanto a filha, provavelmente não pensaria duas vezes antes de ir atrás de Royce.

- Não digo só por beber e fumar – ele revirou os olhos bufando – apesar de odiar isso, mas não, Royce gostava de coisas piores. Apostas. Dívidas. Que futuro ele poderia dar a minha filha?

- Mas mesmo assim você a apoiou quando ele a pediu em casamento? – pisquei os olhos repetidas vezes, porque, para mim, isso seria difícil de aceitar.

Com um suspiro, ele se ergueu e sentou ao meu lado, batendo com a mão livre em meu ombro.

- Um dia você vai aprender Emmett, vocês dois ainda são novos e o dia que tiverem uma filha, e ela crescer, ah, ai você vai saber... Rose parecia feliz com ele, e ele parecia gostar dela, mesmo com todos os defeitos, ele parecia gostar dela e se para Rose isso era suficiente, como eu poderia me por entre eles? Então eu preferi apoiá-la, mesmo que não fizesse gosto da relação, a perdê-la por tentar separá-los...

- Mas... – eu nem sequer sabia o que falar.

- Você aprende a aceitar – ele deu de ombros.

Isso me fez pensar pelos próximos minutos, eu nem sei quanto tempo foi, só sei que quando estive de volta “ao normal” minha taça estava vazia, e Victor espalhava seus brinquedos para todos os lados, enquanto no andar de cima eu podia ouvir os passos de um lado para o outro, acompanhado de alguns gritos de Rose... Até que ouvi aquele chorinho precioso.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n/a: oba nova recomendação *-* adoro quando vocês recomendam a fic!
hoje quase que o post não sai, porque o nyah ficou fora do ar, mas já que voltou ao normal, ai está! e não sumam meninas, quero reviews viu?

beijos.