Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 109
Capítulo 109




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/52310/chapter/109

Acredito que ainda era de madrugada, pelo menos o céu estava escuro e eu me sentia cansado, sonolento, mas a mão de Rose sacudia meu ombro, até tentei me revirar na cama, talvez encontrar alguma outra posição e continuar dormindo, mas a voz de Rose em meu ouvido me fez abrir um olho, depois o outro, e suspirei vendo-a sentada na cama.

- Emmett – ela murmurou baixinho e me sentei também, meus braços arrepiados pelo frio.

- Oi – murmurei a primeira palavra que consegui formar.

Ela piscou os olhos rapidinho com um sorriso frouxo nos lábios, as mãos naturalmente apoiadas sobre seu ventre.

- Qual o desejo? – eu quase ri vendo o céu ainda escurecido e ela ri baixinho negando com a cabeça.

- Dessa vez não é desejo – ela murmurou e eu franzi o cenho, o estado de sonolência ainda não me permitia pensar muito claramente.

- Então? – toquei sua mão, meus dedos roçaram em sua barriga, sentindo a região contraída, e meu peito bateu mais forte.

- Está na hora.

Quando as contrações começaram na gravidez do Victor eu não estava presente, ela havia se sentido incomodada durante a noite e tudo mais, mas acontecendo mesmo foi quando eu estava no trabalho, e ao chegar em casa metade do processo já havia passado.

Bom, naquele momento eu desejei estar no trabalho novamente. Homens realmente não foram preparados para isso, e ao primeiro gemido pela dor da contração que Rose soltou, eu senti minhas pernas estremecerem e já não sabia mais o que fazer.

Tinha de deixá-la calma, relaxada, mas como poderia se eu não conseguia deixar nem eu próprio calmo?

Olhei no fundo dos olhos de Rose e ela me sorriu, isso fez com que eu me acalmasse um pouco, sabendo que ela conseguia com isso, ela já havia passado por isso uma vez e passaria de novo. Foi nesse momento que eu pensei que éramos melhor não termos mais filhos, porque era bárbaro demais o nascimento e tudo em si, mas algo em meu interior dizia que Rose não se importava com esse ponto, ela era fascinada por crianças e mesmo que doesse muito, eu sabia que se ela quisesse parar em dois não seria só pela dor.

- O que eu posso fazer? – perguntei ficando de pé.

- Ajuda aqui – ela me deu a mão para que eu a ajudasse a levantar, e vi como os lençóis ainda estavam secos, sinal de que a bolsa não havia estourado.

Quando outra contração a atingiu, Rose fechou os olhos, suas mãos apoiadas contra meu peito.

- Deitada não é melhor? – perguntei pondo seu cabelo para trás da orelha.

Ela deu de ombros, e depois de dar alguns passos pelo quarto – porque ela também estava inquieta – deitou novamente na cama. Sabíamos que ainda demorariam longas horas até que o bebê estivesse conosco, e ajudei Rose a se ajeitar melhor na cama, cercando-a com travesseiros e cobrindo seu corpo, só a luz do abajur ficou acesa e o silêncio ajudava a relaxar. Era bom que ela se mantivesse relaxada enquanto as dores ainda não eram tão fortes e estavam mais espaçadas.

Pensar nisso fez algo em meu interior se contrair, droga, as dores aumentariam e tudo mais.

Nós cochilamos por alguns minutos, que para mim pareceram vários, mas para Rose acredito que nem tanto. Ela estava inquieta, mesmo que as contrações estivessem espaçadas, e depois de poucas horas era como se não houvesse posição em que ela conseguisse ficar.

Agarrando minha mão, ela resmungou alguma coisa quando outra contração a atingiu, beijei suas bochechas coradas pondo novamente seu cabelo para trás, e deixei que ela se apoiasse em mim enquanto a dor persistia.

Quando acalmou um pouco, deixei-a sozinha por alguns minutos enquanto verifica se Victor continuava dormindo, e ali estava ele, ressonando baixinho e tranquilo em sua cama. Agora começava a amanhecer, e estava um pouco frio, assim que o cobri melhor e deixei o abajur aceso. Logo sai para ligar para a minha sogra, e depois para a minha mãe, que iria ligar para minha sogra e as duas viriam juntas; mentalmente agradeci quando minha mãe disse estar sozinha em casa, pelo visto os negócios com o governo ainda não haviam terminado essa semana, e isso era bom, pelo menos assim eu não precisava ficar imaginando que besteiras meu pai diria quando o bebê nascesse. Se fosse outro menino, ah, eu já podia até ouvir todas as besteiras sobre como seria um desperdício não criá-los para serem soldados e toda a ladainha que nunca me convenceu.

Claro que seria escolha de Victor o caminho que ele iria seguir, mas eu pedia todas as noites para que não tivesse nada a ver com guerras e ser soldado.

Meu sogro foi o primeiro a entrar no quarto, dando um beijo em Rose e aproveitando as contrações espaçadas, ela se abraçou a mim novamente, estando de joelhos na cama e eu em pé, ao pé da cama. Rose mordeu a língua para não falar o que não devia, e quando a dor passou um pouco, ela apoiou o rosto contra meu pescoço e suspirou.

- Vem filha – a mãe dela a chamou, querendo levar Rose para tomar um banho.

- Eu levo ela – eu disse e a peguei no colo. A água da banheira estava quente e Rose pareceu relaxar, enquanto ela estava lá comigo, seu pai foi ficar com Victor e minha mãe trocou as roupas de cama, colocando uns lençóis que Rose já havia deixado separado, e todo o forro que iria por baixo e tudo mais.

- E você dizendo que o bebê iria atrasar – Rose riu ouvindo a voz de seu pai vindo da porta do banheiro, ela maneou a cabeça depois da onda de dor que a havia atingido e sorriu para ele.

Em seus braços estava Victor, ainda sonolento e coçando os olhinhos. Embalando o neto, ele fez com que Victor ficasse quietinho, mas não havia voltado a dormir.

- Você também foi assim – ele continuou falando e Rose pareceu relaxar, como se a voz de seu pai ajudasse a acalmá-la, ou desse mais certeza de que tudo daria certo.

Creio que a presença de todos nós ali com ela lhe dava essa certeza.

- Esse é o seu modo de dizer que o bebê vai puxar a mim? – ela perguntou com uma mão sobre a barriga, e eu sorri beijando seu rosto. Eu queria que fosse, assim, exatamente igual a ela.

- Eu espero que não – seu pai riu se aproximando um pouco, e mandou um beijo para ela enquanto Victor se mexia em seu colo. – Dois já é o suficiente, não?

Ela maneou a cabeça e eu ri, talvez fosse, mas eu não me importava se viesse uma terceira criaturinha igualzinha a Rose.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n/a: desculpem pela demora, mas dessa vez não foi minha culpa! era para o post ter saído no feriado, masss eu fiquei sem internet '-'
só dava pra entrar uns minutinhos e nem era no meu pc.
mas agora estou de volta em casa, e logo tem mais post!

espero que gostem, o momento começou 'hihi
e não esqueçam os reviews, viu?

beijos.