Lágrimas de sangue escrita por Gothica


Capítulo 27
A revelação




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Acordei completamente perdido, sem saber onde estava, que horas eram e o que tinha acontecido. Sem abrir os olhos, ainda sentindo fortes dores na cabeça e o sangue escorrendo pelo meu rosto, a lembrança da pancada foi levemente voltando. Me lembrei que estava tudo normal, quando de repente fui apunhalado.

Tentei descobrir onde eu estava, mexendo os braços e as pernas. Pude perceber que estava em pé preso em alguma coisa, com os braços algemados na parte de trás.

Eu me sentia fraco demais. As tentativas de sair dali ou me mexer, falharam. O que fiz, foi abrir o olho com muita dificuldade por causa da claridade. Era como se eu estivesse muito tempo desacordado.

Observando com calma o lugar a minha volta, ainda com os olhos ardendo muito, percebi que eu estava em um local totalmente diferente da minha casa. Não havia nada que pudesse me dizer onde eu estava. Era apenas um local muito branco, claro e sem nada. Completamente vazio.

Respirando com um pouco de dificuldade e tentando me manter quieto, ouvi passos próximos a mim. Olhei para a direção de onde vinha e somente vi alguém usando uma roupa comprida e completamente preta. Não podia se ver seu rosto, seus olhos, nem seu corpo.

– Quem está aí?

– Eu que pergunto.

Fiquei ali parado observando a pessoa se aproximar cada vez mais. Eu não consegui decifrar se a voz era masculina ou feminina. Ela carregava consigo uma espada.

Pensei logo que fosse Dhuly, em mais uma de minhas alucinações.

– Dhuly? É você, não é?

– Não.

– Me mostre seu rosto então!

Naquele momento eu senti como se todos meus poderes de demônio tivessem sido absorvidos. Eu me sentia uma pessoa normal. Frágil. Sem poderes.

– Adivinha só... - a pessoa gargalhou e depois continuou. - Não sou a Dhuly... mas sou sua filha!

– O quê?

Dizendo isso, a pessoa se pôs á minha frente. Eu levantei o rosto e olhei atentamente para descobrir quem era. Meu esforço não foi necessário. Ela tirou a roupa.

– Olá pai! Sou eu, a Toly!

A roupa preta caiu no chão completamente branco, e dali saiu uma mulher. Uma mulher linda, alta, magra e bem vestida. Seus dentes afiados brilhavam em um sorriso lindo. O mesmo sorriso de Toly, a mãe de Dhuly.

– O quê?!

Eu, além de confuso, fiquei assustado. Toly havia morrido no parto. Eu me lembrava muito bem de ter a sentido gelada. Lembrava de ter pego Dhuly nos braços, e ver seu corpo caído na cama, com um sorriso no rosto, mas morta.

– Não! Você não é real! - eu comecei a me remexer e percebi que havia algo mais naquelas algemas, que queimavam minha pele. - É só mais uma alucinação!

– Está enganado.

Toly começou a me rodear, com a espada bem firme em sua mão.

– Eu estou bem aqui! Linda, magra e poderosa! Depois de anos, quem diria que descobririam o que fiz, hein?

– O quê fez? - eu não sabia que ela tinha feito algo. No momento eu já não estava sabendo de nada. Minha cabeça parecia que ia expludir de tantos pensamentos confusos. - O quê você fez?!

– Ah, papai! Você é tão ingênuo!

Levantando a espada, ela posicionou em meu peito, bem em meu coração. Estava apoiada sobre ele. Qualquer movimento errado poderia fazer a espada atravessar e me matar.

– Tão ingênuo que chega a ser idiota!

Numa gargalhada alta e apavorosa, senti a espada penetrar em minha pele. A dor era insuportável. Minha morte estava breve. A lâmina da espada foi cortando e queimando meu peito até chegar no final, encostando no que eu estava algemado, que parecia ser uma tora de madeira.

– Percebe? - ela perguntou com um sorriso gigante nos lábios.

Eu me corroia de dor e não conseguia pensar em nada. Até que me caiu a ficha...

Eu estava vivo.

– Como isso é possível?

Mais gargalhadas soltas, enquanto meu sangue escorria e a dor ia amenizando lentamente.

– Bem vindo de volta, Ghirf.


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