Lágrimas de sangue escrita por Gothica


Capítulo 11
A morte.


Notas iniciais do capítulo

No último capítulo Dhuly e seu pai sairam de casa.
O quê os espera agora?
Espero que gostem :)



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Mais um dia amanhece. Acordo e dou uma bela espreguicada, ainda deitado. Bocejo, estalos os dedos e enfim abro os olhos.

– Booom dia papai!

Dhuly dá um pulo na minha cama e se joga em cima de mim. Logo atras dela vem Tutu, que repete o mesmo que Dhuly fez. Ela, ainda de pijama, pantufa de ursinho e toda descabelada, ria e rolava de um lado pro outro na minha cama.

– Posso saber o motivo de tanta alegria, mocinha? – eu disse fazendo cócegas em sua barriga.

– Motivo nenhum papai! Eu só acordei feliz.

Depois de alguns minutos de brincadeira, nos levantamos e voltamos a mesma rotina. Eu fui para a cozinha preparar o café da amanhã e Dhuly foi brincar com Tutu na sala para esperar o café ficar pronto.

Comecei a relebrar de alguns acontecimentos. A bomba da cidade, a morte de minha mae, as covinhas de Dhuly, suas novas habilidades... Eu não sabia se ela estava indo no caminho certo. Eu comecei a ficar confuso sobre o que eu realmente achava certo e errado.

Deixando esse pensamento de lado, assim que as panquecas ficaram prontas e espalhando um delicioso cheiro pela casa, chamei Dhuly.

– O café está pronto! – eu gritei.

Esperei um tempo e Dhuly não veio. Eu sabia que ela estava na sala com Tutu ainda, porque eu a ouvia rindo. Chamei mais uma vez e ela nem se mexeu. Resolvi ver se tinha acontecido alguma coisa.

– O quê houve para a esfomeadinha não correr pra cozinha hoje?

O silêncio ecoava no ar. Não tive resposta.

Dhuly estava sentada no chão em frente a parede de cabeça baixa. O único som que ela emitia era sua risada pavorosa, bem baixinho.

– Dhuly? – eu perguntei para ver se estava tudo bem mesmo.

Ela começou a rir mais alto e seu pescoço começou a tremer e dar leves eestalos.

– O quê foi? – ela respondeu depois de uns segundos com uma voz que não era a dela.

Seu corpo começou a se contorcer de um lado ao outro, mas ela não levantava a cabeça. Podia-se ouvir o barulho de algo pingando no chão na frente dela. Eu tinha que saber o que estava acontecendo.

– Dhuly, olhe já pra mim!

Me obedecendo como sempre, ela começou a virar o pescoço lentamente, ainda com a cabeça abaixada. Seu pescoço foi virando de uma forma anormal, num ângulo de 90 graus, até que ela estivesse somente com a cabeça virada pra trás. Aquilo não era algo comum nem mesmo pra mim. Dhuly nunca tinha feito aquele tipo de coisa.

– O que tá havendo com você filha? – perguntei assustado.

–Comigo? – ela respondeu com uma voz bem grossa. – Nada. Só estou com... FOME!

Nesse momento ela levantou os olhos. Pude ver sua face totalmente desfigurada. Seus olhos não estavam em seu rosto. Sua boca estava gigante e seus dentes tão pontiagudos quanto antes, porém maiores e com pedaços de carne no meio. Seu rosto estava coberto de sangue e rasgos. Havia pele pendurava e os pingos eu estava ouvindo vinham de seus olhos que pareciam que foram arrancados a força.

Eu fiquei completamente paralisado. Não sabia o que pensar, muito menos o que fazer. Há pouco tempo estávamos brincando normalmente na cama. Eu a fazia cócegas e ela gargalhava lindamente. Suas covinhas ficaram mais visíveis do que nunca. Estava tudo bem. Como isso mudou tão rápido?

Sem ter tempo de dizer ou pensar algo, Dhuly partiu pra cima de mim. Com um jeito feroz e violento, ela prendeu suas garras em meus braços com toda a força pra que eu não fugisse.

– Dhuly, sou eu, seu pai! - eu comecei a gritar desesperado.

Ela nem me deu ouvidos. Me deixando imóvel no chão da sala, Dhuly fincou aqueles dentes podres e horríveis que não eram dela em meu braço esquerdo. Eu gritei ainda mais, pedindo pra ela parar, mostrando que eu era o pai dela.

Vendo que eu não pararia de gritar, ela largou meu braço e enfiou a boca inteira na minha cabeça.

Senti os dentes entrando em meu pescoço com força.

Senti e vi cada movimento como se estivesse em câmera lenta.

Senti minha própria filha arrancando minha cabeça.

O pavor tomou conta de mim. Aquilo era real. Eu não conseguia imaginar minha querida filha fazendo algo desse tipo... Comigo! Ela estava fora de si. Seu rosto estava desfigurado, medonho. Eu queria saber o que tinha acontecido, mas não tive tempo.

Apaguei.


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