Small obsession escrita por Rafa


Capítulo 9
Capítulo 9 - Tons


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora gente..
Boa leitura...



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— Ichigo —

Andava despreocupado pelo terreno onde ocorria a obra da mais nova escola de Karakura. Observa tudo com atenção. Não tinha como negar, Rukia era ótima em tudo o que fazia; desde o planejamento de um simples jardim até projetos grandiosos como de uma escola.

No último ano quando ela lhe disse que queria fazer Arquitetura riu. Riu não, gargalhou, afinal como uma pessoa que faz desenhos tão feios daqueles malditos coelhos Chappy poderia fazer plantas e mais plantas de casas ou qualquer coisa que fosse? É claro que depois de gargalhar levou uma bela surra da baixinha que não mudou de ideia. Então, para que pudesse ficar perto dela escolheu fazer engenharia civil e hoje os dois trabalhavam juntos na mesma construtora e ela, com seu esforço, conseguiu ser a arquiteta principal da construtora fazendo-o morder a língua.

Olhou a escola já quase finalizada. Os tons das paredes lembravam a cor dos olhos de Rukia, azuis quase violeta. Olhos nos quais se perdera mais cedo. Será que deveria tê-la beijado? Essa pergunta não saia de sua cabeça desde a hora do almoço. Havia ido almoçar sozinho e ficou a pensar no que deveria fazer. E então, depois de pensar muito havia resolvido que, quando fosse levar o lanche para ela, a beijaria sem se importar com mais nada; entretanto, teve seus planos frustrados por Byakuya que conversava com a irmã. Para não atrapalhar somente entregou o lanche e saiu.

Precisava ter calma. Sabia disso, mas já não aguenta olhá-la e não tê-la. A queria mais que qualquer coisa, mas aquela nanica não estava facilitando nada.

— Ei Ichigo. — ouve Ikkaku chamando. — Você está muito calado hoje. O que houve? — perguntou andando ao meu lado.

— Ah, nada não. — respondi. Não é que não confiasse nele, mas não estava a fim de falar sobre Rukia naquele momento.

— Eu tenho um palpite. É a Kuchiki não é? — perguntou sério. Ikkaku era meu amigo desde a faculdade e já sabia de tudo o que eu sentia em relação a Kuchiki. Então esse palpite certeiro não me surpreendeu. Permaneci em silencio, realmente não estava a fim de falar sobre aquilo no momento.

Ikkaku não obtendo resposta alguma continuou olhando para frente.

— Sabe, Ichigo, eu acho que você devia ter mais atitude e falar para ela o que você sente. — diz de repente me surpreendendo.

— Eu já falei. — respondo baixo, não queria que minha declaração chegasse aos ouvidos de Byakuya, irmão superprotetor de Rukia.

— Ah, cara, você levou um fora…. — diz rindo alto chamando a atenção de algumas pessoas.

— Cala boca, maldito. — sussurro de modo ameaçador e ele me olha tentando conter o riso. — Bem, na verdade eu levei mesmo um fora dela, mas ela aceitou sair comigo amanhã. — digo olhando em volta notando que mais ninguém nos observava.

— Finalmente. Mas então por que essa cara de bunda? — perguntou debochado.

— Ah seu, maldito…. — sibilo olhando mortalmente. — A gente quase se beijou ainda apouco, mas ela se afastou. — continuo, agora olhando os pintores que ainda trabalhavam nas paredes da escola.

— E você não fez nada? — perguntou me olhando indignado e eu simplesmente concordei em silencio. — Mas você é um frouxo mesmo. Se fosse eu já a teria beijado.

— Cala boca seu maldito. Você fala, mas está enrolado com a irmã do Keigo desde o colegial, então, não vem me dar lição de moral. — digo olhando o relógio.

— Eu já vou indo. Finaliza o dia de hoje com os pedreiros e pode ir também. — digo andando até a saída.

— Ei, seu viado, vê se pega ela de jeito na próxima vez. — grita gargalhando chamando a atenção de todos que ainda trabalhavam. Simplesmente entrei no carro a fim de sair o mais rápido possível dali.

Por mais que eu odiasse admitir aquele maldito do Ikkaku estava certo. Eu estava sendo frouxo demais. Precisava agir o mais rápido possível. Caso contrário, Rukia poderia se interessar por outro qualquer e isso estava fora de cogitação.

Dirigi apressado até a empresa; já eram cinco da tarde e Rukia já deveria estar impaciente com minha demora. Estacionei o carro e corri até minha sala pegando minhas coisas. A encontrei no corredor em frente a porta da sala dela.

— Que demora, Ichigo. Já estava quase pedindo carona para o Nii-sama. — diz irritada.

— Já estou aqui. Vamos logo sua azeda. — respondo bem-humorado. Ficar ao lado dela me deixava feliz.

— O único morango azedo aqui é você não eu. — responde ainda com a cara fechada.

— Ok. — digo encerrando o assunto. Não queria discutir com ela agora.
Andamos em silêncio até chegar ao meu carro. E o mesmo silêncio se estendeu durante o trajeto inteiro da empresa até o prédio onde ela morava. Passei o caminho inteiro pensando no que fazer e no que dizer. Mas foi só quando ela estava preparada para descer do carro que algo me veio a mente.

— Ei, Rukia, você esqueceu de me pagar pelo lanche que eu te comprei. — digo puxando-a pelo braço impedindo-a de sair do carro. Rio de sua expressão indignada.

— Ah sim, pão-duro. — respondeu abrindo a bolsa para pegar a carteira, mas antes que ela notasse segurei seu rosto fazendo com que olhasse para mim. — O que foi?! —indagou olhando me nos olhos.

— Shiiii. Quem disse que eu quero seu dinheiro? — sussurro unindo nossos lábios de vez sem esperar por qualquer reação por parte dela.

A beijei com vontade, puxando-a pela nuca. Senti ela rodear meu pescoço com os braços, puxando-me os cabelos, intensificando ainda mais o momento. Não sei quanto tempo se passou, mas aquilo estava melhor do que eu imaginei. Não queria que aquele momento acabasse rápido, então, me afastei demoradamente dando-lhe pequenos selinhos antes de soltá-la de vez.

— Achei que você tivesse dito que tinha paciência? — perguntou baixo com a testa colada a minha.

— E eu tenho mesmo, mas sei que você queria esse beijo tanto quanto eu. — respondo ainda de olhos fechados.

— Uau você acertou. — respondeu se afastando. — Mas não espere que as coisas fiquem mais fáceis daqui para frente. — sussurrou rindo baixo.

— Eu já esperava por isso. — digo abrindo os olhos e vendo-a abrir a porta do carro. —Te vejo amanhã? — pergunto ansioso.

— Ah claro, mas você não vai subir pra pegar as pastas com as plantas dos próximos projetos que o Nii-sama falou mais cedo? — pergunta olhando-me indignada.

— Ah, é mesmo. — Sorrindo sem graça.

Andamos lado a lado ate o elevador sorrindo um para o outro feito dois bobos. Uma alegria imensurável tomava conta de mim. Alegria essa que evaporou ao ver quem entrava no elevador junto de nós.

Grimmjow, o maldito novo vizinho de Rukia entrou sorrindo para ela que correspondeu cumprimentando.

— E ai Nanica? Como foi o dia de trabalho? — perguntou me ignorando e apertando o botão que nos levaria até o vigésimo andar.

— Cansativo, mas bem produtivo. — sorriu para mim de um modo sugestivo e não pude conter o grande sorriso que ficou estampado em minha face antes emburrada.

— Ah que bom. — disse fechando a cara ao notar nossa troca de sorrisos. — Então semana que vem vai ter a festa de lançamento do meu novo livro. Está a fim de ir? —perguntou mudando de assunto. Então aquele maldito era escritor?

— Ah, claro. — respondeu Rukia corando. “Corando? Ela corou e aceitou um convite desse cara?" Gritei internamente me contendo.

— Tudo bem então. — disse o maldito sorrindo malicioso para ela.

O elevador finalmente abriu suas portas e Rukia foi a primeira a sair.

— Rukia, pega as pastas que eu espero aqui. — digo irritado.

— O que foi? —pergunta abrindo a porta.

— Nada, só estou com pressa. — respondo encarrando Grimmjow que ainda saía do elevador.

— Tudo bem então. — disse entrando no apartamento deixando a porta aberta.

— Grimmjow certo? — pergunto vendo-o virar-se para mim. — Fique longe dela. — digo em um tom ameaçador.

— Ei como é seu nome mesmo? — pergunta sério me encarrando de volta.

— Kurosaki Ichigo. — respondo iniciando uma intensa guerra de olhares raivosos.

— Então, Kurosaki, quem tem que me pedir para ficar longe é a Rukia-chan e ela ainda não fez isso, ao contrário ela já até aceitou minha companhia. — responde em um tom baixo porém firme.

— Bom esse foi apenas meu primeiro e último aviso. — digo ouvindo os passos de Rukia.

— E essa foi também minha resposta final. — diz virando as costas abrindo, enfim, a porta de seu apartamento.

— Aqui esta, Ichigo. — diz Rukia me entregando as três pastas onde estavam os novos projetos da construtora. — Até mais tarde, Grimmjow. — diz ela acenando para ele que entrava porta a dentro.

— Até, Nanica-chan. — responde-lhe lançando um sorriso, entrando e fechando a porta atrás de si.

Andei apressado até o elevador sem me despedir. O ódio e o ciúme me consumiam e eu não queria descontar nela. Precisava me afastar.

— Tchau para você também, Ichigo. — disse irritada.

— Até amanhã, Rukia. — respondo simplesmente vendo o elevador fechar suas portas escondendo, aos poucos, a imagem de uma Rukia irritada e confusa com minha atitude repentina.

Esqueci do beijo, dos sorrisos e dos olhares dela. A única coisa que ocupava minha mente naquele momento era encontrar maneiras de tirar aquele maldito escritor de meu caminho, para enfim ter Rukia definitivamente para mim. Poderia, então, olhar para aqueles olhos de um tom tão incomum, de um azul quase violeta, e dizer “minha”.


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Notas finais do capítulo

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Até o próximo o/



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