Small obsession escrita por Rafa


Capítulo 28
Capítulo 28 - Mas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!!
Eu sei que demorei.
Esse capítulo é da Dani tbm, meio atrasado, mas é dela....
Boa leitura



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— Rukia —

A semana passava rapidamente e eu simplesmente observava o tempo correr em frente a meus olhos. O trabalho e o dia-a-dia não tinham mais graça. Meu único momento de paz era quando estava sozinha na quietude de meu apartamento, assim como estava agora em pleno anoitecer de quinta feira.

Observava a parede, sentindo-me ainda menor em meio a toda aquela grande solidão que me assolava. Um mundo vazio existia fora daquelas barreiras que me cercavam. A saudade que sentia de Ichigo me corroía e me deixava assim... incompleta.

Pensei em ligar varias e varias vezes, mas o que eu lhe diria afinal?

Nada.

Eu não tinha nada a dizer a não ser implorar por sua volta. Sabia que isso era egoísmo, mas desejava no mais profundo de meu ser que ele estivesse pensando em mim assim como eu pensava nele a todo instante desde sua partida.

É claro, quem havia pedido o tempo era eu, mas agora já não queria mais aquela distancia nociva que existia entre nós.

O silencio, mesmo que fosse reconfortante em alguns momentos, agora era cruel e a única coisa que me deixava um pouco melhor era o felino que se esfregava em minha perna, miando manhosamente.

— Está com fome, bebê? — falei um pouco mais animada vendo o Kon miar andando apresado em direção a cozinha, logo após eu me levantar.

Suspirei acompanhando-o, parando em frente ao armário para pegar o recipiente onde deixava a ração de gato.

— Merda! — praguejei balançando a vasilha que estava vazia por sinal. — Não acredito que vou ter que sair comprar comida para você a essa hora?! — indaguei irritada olhando o relógio, ainda não era muito tarde, afinal, não passava das sete da noite e ainda tinha vários mercados abertos.

Coloquei a vasilha no lugar e voltei para o quarto pegando a carteira. Já que teria que ir ao mercado faria a compra da semana.

Sai do apartamento com isso em mente, deixando Kon miando para trás.

— Ahh! Para de me morder, seu gato louco! — ouvi a voz inconfundível de meu vizinho soar pela porta aberta de seu apartamento. — Não. Não arranha ai não! — exclamou mais uma vez.

— Parece que o Blueberry está com problemas. — sussurrei rindo de meus pensamentos bobos antes de ouvir um miado agudo e raivoso soar acompanhado de vários palavrões de baixo calão. — Grimmjow? — indaguei caminhando rapidamente pelo curto corredor, para logo empurrar a porta, que já mostrava um pouco do interior do apartamento 416.

— Rukia? — perguntou ele andando desajeitado com um pequeno gato preto raivoso em seus braços. — O que faz aqui? — completou tentando manter o gato sob controle.

— Ah, é que eu ouvi você gritando e depois ouvi um miado e fiquei preocupada. — confessei olhando para o gatinho assustado.

— Ficou preocupada comigo, né baixinha? — questionou sorrindo desdenhoso.

— Claro que não, eu estava preocupada com o pobre bichinho. Pensei que você estava torturando o animal. — rebati com o mesmo tom do homem a minha frente.

— Eu torturando o animal?! — repetiu indignado. — Era esse demônio que estava querendo me matar! — exclamou irritado. — Olha o que ele fez comigo. — Falou mostrando os vários cortes e marcas de mordidas que tinha pela face e pelos braços.

— Você levou uma surra de um gatinho. — falei rindo logo em seguida.

— Não é bem assim, sua maldita! — exclamou ele irritado.

— Certo. Certo. — falei tentando conter o riso. — Mas me diga: Onde você encontrou essa fofura? — questionei voltando ao normal.

— Ah, eu estava me exercitando como sempre faço e o encontrei miando sozinho aqui nas redondezas do bairro, então resolvi traze-lo, mas o bicho endoidou ao chegar aqui. — explicou ainda segurando o gato, que tentava se sair de seus braços fortes.

— Me dá ele aqui. — falei caminhando até eles ao ouvir os miados desesperados do gatinho.

— Tem certeza? Esse bicho é doido. — avisou ele meio preocupado.

— Tudo bem. Tenho experiência com gatos. — respondi lembrando de Kon, que estava com fome em casa.

— Certo. — disse ele meio hesitante, mas entregando-me o felino que chiou bravo mostrando as pequenas unhas afiadas. — É um filhote ainda. — falei acariciando-o, vendo o gato preto se acalmar aos poucos. — Qual o nome que você vai dar... Para ela? — perguntei chegando o sexo do bichinho notando se tratar de uma fêmea.

— Para ela? — questionou abobado. — Tem certeza? — e eu apenas acenei positivamente. — Pensei que era um macho. — resmungou sem responder minha pergunta.

— Pois é, pensou errado. — debochei vendo Grimmjow me lanchar um olhar raivoso. — Vamos lá. Qual o nome? — insisti ignorando-o.

— Pantera. — resmungou tomando a gatinha que o arranhou irritada novamente. — Porra, essa gata me odeia. — reclamou com ela em seus braços.

— Ela deve estar com fome e com medo dessa sua cara feia. — declarei. — Suponho que você não tem ração para ela aqui, então eu trago, já ia comprar para o Kon mesmo. — falei caminhando para fora do apartamento de Grimmjow, que vinha logo atrás de mim.

— Não precisa.... — começou ele.

— Deixa de ser orgulhoso, Blueberry. — cortei-o apertando o botão o elevador que logo chegou.

— Certo, mas vou ficar te devendo essa. — resmungou contrariado.

— Relaxa. Eu cobro, pode ter certeza. — falei adentrando a grande caixa de metal que me levaria ao térreo.

Não demorou muito para o elevador abrir suas portas.

Apressada, sai e acabei dando de encontro a um rapaz de estatura baixa, que parecia tão ou mais afobado que eu.

— Desculpa. — sussurrou ele sem se virar para logo adentrar o elevador.

— Estranho... — resmunguei comigo mesmo, mas ignorando o acontecido, segui meu caminho.

O supermercado não era tão longe, por isso em menos de vinte minutos já estava dentro da enorme caixa de metal do prédio, vendo os andares passar um por um, para logo descer no vigésimo.

Caminhei lentamente em direção a porta de madeira grande de Grimmjow, vendo-a fechada, estava prestes a tocar a campainha quando a porta se abre bruscamente.

— Vai embora! — exclamou Grimmjow exaltado.

— Grimmjow... — ouvi uma voz grossa soar. — Irmão, me escute. Fugir não é o certo e além de tudo, o nosso avô esta doente. — declarou ele calmamente, como se tentasse convencer uma criança de seu erro.

— N-Não me interessa. — falou Grimmjow com a voz falha. Estava claro q ele se importava, só não queria admitir. — Vai embora, Toushirou. — falou ele notando a minha presença.

— Eu vou, mas saiba que se arrepender depois não vai adiantar. — disparou a rapaz saindo do apartamento olhando por uns instantes antes de entrar no elevador.

Não havia duvidas: Aquele era o rapaz que trombara comigo mais cedo.

— Você estava há quanto tempo ai? — perguntou ele adentrando desanimado pela porta aberta.

— Não muito. — confessei. — Eu cheguei quando você abriu a porta. — continuei incerta. — Grimmjow? — chamei vendo-o pegar a gata, que já parecia mais familiarizada com o ambiente. — Você está bem? — questionei.

— Ahhh, agora esta preocupada comigo, nanica-chan? — perguntou desdenhoso.

— Apenas responda minha pergunta, babaca. — resmunguei sem receber resposta. — Quem era aquele rapaz? — insisti

Ele havia sido meu ombro amigo nos momentos difíceis e eu queria fazer o mesmo por ele.

— Isso não é assunto seu. — declarou ríspido.

Um momento de silencio se fez entre nós

Eu não sabia como reagir.

— Certo. — falei por fim deixando a saco com a ração no chão próxima ao sofá. — Nós vemos por ai. — feclarei dando-lhe as costa para sair dali e voltar para minha própria residência.

— Meu irmão... — falou ele segurando minha mão ao levantar rapidamente do sofá. — Aquele rapaz é meu irmão, Rukia. — repetiu sem me soltar.

— Grimmjow?! — indaguei surpresa.

— Fique aqui hoje... — pediu gentilmente.

— E-Eu.... — gaguejei sem saber o que responder. — Não posso... — continuei ao lembrar-me de Ichigo, sabia que isso não era o certo. — Eu tenho que levar comida para o Kon... — falei soltando levemente a minha mão da sua.

— Entendo... — sussurrou ele.

— Até outra hora. — falei caminhando até a porta novamente. — Tchau Blueberry. Tchau Pantera. — me despedi sorrindo fracamente.

— Ei Rukia. — chamou ele parado na porta aberta. — Não esquece que amanhã é o lançamento do meu livro e não adianta vir com desculpa nenhuma, porque você prometeu. — afirmou ele.

— Claro, eu não me esqueci e você disse que eu podia levar uma pessoa, certo? — questionei ansiosa.

— Claro. Espera ai. — mandou ele correndo apartamento adentro. — Toma os dois convites. — falou ele entregando-me dois pequenos pedaço de papel com caligrafia elegante.

— Obrigada. — agradeci sorrindo.

— Disponha, vou te esperar por lá ansiosamente. — declarou sorrindo sacana.

— Pode deixar. — respondi acenando em despedida transvasando o corredor destrancando a minha porta. — Boa noite. — desejei olhando-o uma ultima vez.

— Boa noite, Chbi-chan. — respondeu ele fechando a própria porta.

" Chibi-chan"

Aquela palavra ressoava em minha mente.

" Ichigo"

Só Ichigo me chamava assim.

" Ichigo"

Eu precisava dele, mas...

" Mas ele precisa crescer"

"Mas ele precisa estar com a família dele"

"Mas... Mas... Mas..."

Tantos empecilhos nos separavam, mas eu ainda o esperaria e também cresceria para enfim poder estar com ele até o fim.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam????



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