POV – Peeta

Três meses depois...

— Tem certeza disso? – Pergunto segurando sua mão, ela fecha os olhos e respira fundo.

— Estou pronta Peeta. – Ela diz e eu assinto. Pego a chave no bolso e coloco na porta, viro-a devagar e antes de abrir a porta eu a olho. – Pode abrir.

— Ok. – Digo e abro a porta do quarto. Está tudo lá, do jeitinho que deixamos... O papel de parede de aviões, cortinas zuis, berçinho branco com uma colcha azul de ursinho, almofadas pequenas, estantes com bichinhos de pelúcia por toda a parede... Sinto que vou desmoronar, mas não posso. Se eu fizer isso Katniss vai entrar naquela depressão outra vez, tenho que ser forte... Por ela! No mesmo instante sinto seu rosto se chocar contra o meu peito e então eu a abraço, suas lágrimas vão molhando a minha camisa enquanto eu passo a mão pelos seus cabelos. – Calma amor... Tá tudo bem... Respira fundo ok? – ela assente e respira fundo umas cinco vezes e em seguida ergue a cabeça, ela me olha e eu vejo dor em seus olhos. Coloco as duas mãos no seu rosto e enxugo suas lágrimas. – Vai dar tudo certo... – Ela assente e se solta de mim. Começa a andar pelo quarto olhando cada detalhe, ela passa a mão pela grade do berço lentamente e pega uma das almofadas, abraça carinhosamente e depois coloca no lugar. Ela olha as paredes, os bichinhos de pelúcia e em seguida vai até a cômoda. Abre uma das gavetas e pega um par de sapatinhos amarelos de tricô, provavelmente feitos pela Maria. Ela os encaixa nos dedos e encosta no nariz, em seguida os coloca de volta e fecha a gaveta.

— Amor, acho que já estou pronta. Você pede pra Maria? – Eu assinto e antes de sairmos do quarto ela o olha mais uma vez e uma lágrima escorre pelo seu rosto. – A mamãe sempre vai te amar Chris. – Ela diz e fecha a porta.

Um ano depois...

POV – Katniss

—Bom dia. – Peeta me dá um selinho e se senta ao meu lado.

— Bom dia amor. – respondo sorrindo.

— Muitos pacientes hoje? – Ele pergunta colocando café na xícara, apenas assinto. Tomamos nosso café da manhã falando sobre nossos trabalhos e em seguida ele pega o carro dele e eu o meu e vamos para o serviço. Peeta trabalha na empresa do pai e eu abri meu próprio consultório de pediatria á oito meses. Estou muito feliz fazendo o que faço, adoro crianças sem querer me gabar, elas também me adoram. Quando cheguei no trabalho já tinham três pacientes me esperando, eu entrei na minha sala e então minha secretária chama o primeiro, Sarah Anderson. A menina de seis anos entrou na sala toda contente e me deu um beijo.

— Oi tia. – Ela diz e me abraça.

— Oi Sarinha. – Digo retribuindo. – Como você está?

— Eu to bem. – Ela sorri e depois vai pro colo da mãe.

Sarah estava gripada esses dias e estava tendo febres altas, vomitando e com diarréia, a mãe parecia que ia ter um infarto. Mas agora vejo que ela está bem melhor.

— Ela tomou os remédios direitinho mãe? – Pergunto.

— Sim, ela tomou. – a mãe responde orgulhosa.

— Eu tomei sim tia Kat, sem fazer cara feia. – a menina responde toda cheia de si.

— Parabéns Sarah. Então a tia Kat tem um presente pra você. – Digo e um lindo sorriso preenche o rosto da pequena garotinha de cabelos pretos. Abro a última gaveta da minha mesa e pego uma pequena boneca de vestido cor-de-rosa e cabelos marrons em duas tranças. – aqui querida. – Digo e entrego para a garota que beija a boneca.

— Obrigada tia. – Ela diz e eu sorrio. – Olha mãe, ela não é linda? – Ela pega a boneca e coloca no rosto da mãe.

— É sim filha, ela é linda.

Minha manhã não podia ter sido melhor, crianças saindo contentes do meu consultório é o que dá mais certeza de que escolhi o trabalho certo. Na hora do almoço eu e Peeta fomos almoçar em uma restaurante italiano, conversamos mais uma vez sobre trabalho.

POV – Peeta

É tão bom ver minha Kat assim, contente. Os olhos dela brilham cada vez que fala de um dos pacientes, Sarah com certeza é a predileta dela. Ficamos conversando enquanto almoçávamos e então ela de repente ficou branca.

— Já venho. – Ela diz e sai correndo pro banheiro feminino. Alguns minutos depois ela volta mais branca do que quando saiu.

— Amor, você tá bem? – Pergunto preocupado.

— Estou. Eu só...

— Só?

— É a terceira vez essa semana Peeta. Acho melhor eu procurar um médico, devo estar com alguma virose. – Katniss está vomitando muito faz alguns dias, mas se recusou a procurar um médico antes, se ela propôs procurá-lo é porque realmente ela não está bem.

— Tudo bem amor. Quer que eu marque uma consulta?

— Não precisa amor, eu peço pra Rachel marcar pra mim. – Ela diz e eu assinto, Rachel é secretária dela.

Terminamos de almoçar e fomos cada um pro seu serviço, liguei umas quinhentas vezes pra Rachel pra saber se a Kat estava bem. Kat ia passar pelo médico no final da tarde mas disse que eu não precisava acompanhá-la, que eu não precisava me preocupar. Impossível não me preocupar com ela, mas tudo bem. Sai do serviço e fui pra casa, Kat ainda não havia chego então fui tomar um banho, minutos depois eu saio e vou até o closet, pego uma roupa de casa e desço para assistir TV quando ela chega.

— Oi amor. – Digo e vou até ela.

— Oi. – Ela diz e joga a bolsa no sofá.

— E então, como foi no médico? – Pergunto curioso e ao mesmo tempo preocupado.

— Ah, tudo bem. – Ela diz despreocupada. – Eu só estou grávida.

— Ah sim... Pera ai! Você tá grávida? – Pergunto sorrindo e ela assente. No mesmo instante eu a puxo pela cintura e beijo ternamente seus lábios. – Amor, eu não acredito. Você está falando sério mesmo? – Pergunto ainda sem acreditar.

— É claro! Porque eu brincaria com uma coisa dessas? – No mesmo instante eu me ajoelho no chão e beijo sua barriga, em seguida levo as mãos no mesmo lugar.

— Oi bebê. – sussurro com os lábios colados em seu ventre. – Sabia que eu te amo?