Hogwarts e o Fundador Esquecido escrita por PandoraDePopo, Soyer


Capítulo 21
Capítulo Vinte e Um - Revelações


Notas iniciais do capítulo

GENTE!!! Desculpas por não ter postado mês passado, mas Fevereiro foi muito curto para tanta coisa que eu tinha para fazer. POR FAVOR ME PERDOEM :'(

Enfim indo ao que interessa o capitulo esta ai. Acho que vai ser o mais longo da Fic e é reta final espero que gostem..

~TiaPand



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/521925/chapter/21

POV - Heloíse Bennett

Estava saindo da enfermaria, cantarolando uma das minhas musicas favoritas do The No Future, feliz por Bryan finalmente ter ganho alta.

Já estava próxima da entrada do meu salão comunal, quando ouvi o inconfundível som de uma vassoura se aproximando. Só tive tempo de olhar para trás antes de Ethan cair praticamente em cima de mim.

Ethan parecia um amontoado de panos embolados no chão. Corri para perto dele e vi que tinha sangue saindo de alguns machucados em seu rosto. Havia um corte fundo em sua testa. Seu braço direito estava muito inchado e roxo, uma de suas pernas estava no mesmo estado.

Meu amigo estava muito mal e eu sabia que precisa levá-lo para a enfermaria, porém Ethan tinha me pedido justamente o oposto antes de desmaiar. Ele queria ir para a sala precisa, como não tinha muito tempo para pensar resolvi acatar o pedido dele.

Para poder movê-lo precisaria imobiliza-lo antes. Com a varinha em punho conjurei uma maca e algumas cordas. Com dor no coração e fazendo uma promessa silenciosa de comprar uma vassoura nova para ele. Quebrei a vassoura de Ethan ao meio e usei as metades para imobilizar seu braço e sua perna quebrada. Depois com um feitiço de levitação o coloquei sobre a maca. De dentro da minha mochila peguei a minha capa da invisibilidade cobri Ethan da melhor forma possível. Com mais um feitiço de levitação, estava pronta para levá-lo.

Ocultando como podia a varinha, mas sem deixá-la de apontá-la para a maca invisível, fui o mais rápido o possível para o sétimo andar. Fiz o caminho mais longo e menos movimentado, tendo que desviar uma vez ou outra para não esbarrar com nenhum auror ou professor pelos corredores, mas por fim consegui chegar ao meu destino.

Pedi a sala que me desse um lugar para cuidar de Ethan e recebi uma réplica exato do quarto dele.

O quarto era pintado com três paredes de um prata brilhante e vivo e a parede atrás da cama era verde. O resto era bem simples, uma cama preta de colunas adornadas, um pequeno sofá prata e uma mesa de estudos feita de mármore com adornos prata.

Tirei a capa de visibilidade de Ethan e com o máximo de cuidado o coloquei na cama, Ethan ainda estava apagado. Sentei na cama ao lado dele e fazendo-o gemeu de dor.

A Sala Precisa não me fornecia ingrediente e nem poções prontas, mas eu já tinha me arrebentado vezes o suficiente no campo de Quadribol para saber fazer um ótimo feitiço de remendar ossos.

Braquium Remendo! – falei apontando a varinha para o braço do meu amigo, que ainda inconsciente urrou de dor enquanto o feitiço colocava os ossos no lugar e os remendava. Senti meus olhos se encherem de lagrimas por ver meu amado amigo naquele estado, tudo que eu mais queria era descobrir quem tinha feito aquilo e acabar com a raça do Estrume de Unicórnio.

Apontando a varinha para perna de Ethan repeti o feitiço e mais um vez ele urrou enquanto algumas lágrimas escorriam de seus olhos fechados. Comecei então a fechar os cortes de seu rosto. Ethan murmurava alguma coisa. Me concentrei em sua voz baixa e fraca tentando entender o que ele dizia.

– Por… favor… Bi..an..ca… N-não.

As palavras dele me atingiram como socos e eu me senti confusa. Será que Bianca tinha alguma coisa a ver com o que tinha acontecido?

Por mais egoísta que fosse queria saber o que estava acontecendo. Por isso apontei a varinha para Ethan e murmurei um feitiço revigorante.

Ethan acordou assustado e com um pulo se sentou na cama. Parecia perdido e desorientado, respirou fundo varias vezes enquanto olhava de um lado para o outro.

– Ethan, calma está tudo bem - falei tentando acalma-lo. Ele me encarou por um segundo e então me puxou em um abraço apertado. Ele me envolveu em seus braços de uma forma que nem mesmo pude retribuir o abraço. Com o rosto enterrado na minha clávicula senti as lagrimas de Ethan escorrendo.

– Eu pensei que fosse morrer - ele disse em meio as lágrimas.

– Es...tá… Tu...do bem - falei sem folego - It… Não… con..si...go res..pi..rar…

Assim que acabei de falar Ethan me soltou.

– Sinto muito - falou limpando o rosto na mangá da casaco.

Fiz um gesto indicando que estava tudo bem, enquanto continuava tentando recuperar o folego.

– O que houve? - consegui perguntar por fim.

– Onde está Bryan? - Ethan falou.

– Ele recebeu alta. Deve estar no Salão Comunal. O que houve? - insisti.

– Você tem que ir chama-lo agora!

– Ethan, o que houve? Me fale.

– Heloise, vá chamar o Bryan. Agora! Precisamos salvar Bianca - falou Ethan com uma seriedade que eu nunca tinha visto antes.

Quis discutir com Ethan, fazer ele falar o que tinha acontecido, que história era aquela de salvar Bianca, e desde quando ele se importava com a Bia. Mas ao invés disso resolvi mais uma vez acatar seu pedido.

Sai da sala precisa, me transformei no cisne e imediatamente me senti livre. Desde que eu tinha voltado ao normal, ainda não havia tentado me transformar completamente, pois sentia medo de não conseguir, então por um segundo deixe a felicidade por ter conseguido me invadir e afastar todo o resto, mas como disse isso só durou um segundo, pois logo já estava voando pelo céu frio da noite até a janela que ficava no dormitório de Bryan.

Ao chegar na janela vi que Bryan estava deitado em sua cama e que o dormitória estava vazio. Agradecendo a Merlin por isso, fiz o melhor que pude para pousar na janela fazendo barulho para que Bryan me visse. Deu certo.

– Heloise? - falou Bryan enquanto abria a janela. Assenti de leve e fiz um gesto com a cabeça para que ele me seguisse. Sem esperar uma confirmação dele, levantei vôo e rumei para a janela por onde tinha saído.

Pousei no corredor do sétimo andar e corri para a Sala Precisa, ouvindo os passos de Bryan atrás de mim.

– O que está havendo? - perguntou Bryan assim que paramos ao lado da cama de Ethan.

– Também, gostaria de saber - disse encarando Ethan.

Ethan se sentou na cama e fez uma careta de dor.

– O que houve com você? - perguntou Bryan analisando Ethan.

– Fui atacado - ele explicou - Consegui fugir graças a um feitiço silencioso, mas isso não é o mais importando. O que importa é que eu vi o rosto de uma das pessoas que me atacaram.

– Uma das? - perguntou Bryan - Quantas foram?

– Cinco ou seis - murmurou Ethan, mas eu já não estava muito interessada no quantas, mas sim no quem.

– Quem te atacou, Ethan? - perguntei temendo a resposta.

– Bianca - ele murmurou.

Escutar aquilo foi pior do que levar um Crucius. “Bianca” o nome dela ficou ecoando em minha mente. Tive que me apoiar na parede para não cair.

Bianca tinha tentado matar Ethan. Minha mente virava, aquilo parecia impossível.

Claro que eu sabia que os dois não se davam, mas dai a matá-lo. Não podia acreditar naquilo, pois parecia errado e sem nexo. Foi ai que uma pequena luz se acendeu em minha mente.

Ethan tinha dito que 6 pessoas, ou seja Bianca não tinha agido sozinha, e provavelmente não era a cabeça, pelo menos eu não queria acreditar que era. Alguém estava por trás daquilo.

“Talvez as gemeas?” perguntou uma Voz na minha mente, a voz era feminina, mas parecia muito diferente da minha. “Não” neguei internamente “é alguém mais influente”. “O mesmo que mandou atacar os outros?” insistiu a voz. “Acredito que sim” argumentei. “E o que você fará? O que quer que seja faça rápido. Sua amiga esta em perigo” continuou a voz me fazendo voltar ao presente.

Quando reabri os olhos vi que Bryan estava com o rosto a um palmo do meu, seguindo meus ombros e me chamando. Ele estava pálido e parecia assustado.

– Você está bem? - ele perguntou me encarando.

– Sim - respondi me desvincilhando de suas mãos e me levantando - Temos que ir. Bianca esta em perigo! - falei pegando minha varinha.

– O que? Como você sabe? - perguntou Bryan, porém também sacou a varinha.

– Não sei, só sei que sei - falei, pois por algum motivo desconhecido sabia que podia confiar na tal Voz.

Caminhei com passos firmes até a porta.

– Eu vou com vocês! - falou um Ethan moribundo tentando se levantar para nós seguir.

A urgência de salvar Bianca se tornava cada vez mais forte em mim, sabia que precisa agir rápido. Por isso simplesmente virei para encarar Ethan.

– Sinto muito - disse antes de lhe acertar com um feitiço estuporante. Ethan caiu com um baque. Ignorando a culpa que me invadia fiz um sinal com a cabeça para que Bryan me seguisse. Um misto de emoções passou pelo rosto do Corvino antes dele vir.

Assim passamos pela porta da sala precisa, Bryan virou o falcão e eu o cisne. Saímos voando por uma das janelas, Bryan me seguia, porém eu não tinha a minima ideia de onde estava Bianca.

“Onde se escondem os perigos de Hogwarts?” perguntou aquela estranha Voz em minha mente e eu soube de imediato que deveria ir para a Floresta Proibida.

Fiz uma curva curta e fui praticamente em queda livre até a orla da Floresta onde pousei com Bryan logo ao meu lado.

– Heloise, como…? - começou Bryan, mas eu o silenciei com um gesto e apontei para dentro da floresta. Eu tinha escutado alguma coisa.

– Andem rápido, mas tomem cuida por onde pisam! - falava alguém com uma voz baixa e abafada e logo foi seguindo por som de passos.

Olhei para Bryan que me encarou de volta. Coloquei o dedo no lábio indicando que deveríamos fazer silencio, o corvino assentiu.

Peguei a mão de Bryan e a apertei de leve. Bryan retribuiu. Apontei a varinha para minha cabeça própria cabeça e fiz um feitiço silencioso de desilusão, não era o meu melhor feitiço, mas iria servi já que estava escuro. Bryan também fez seu próprio feitiço e juntos, ainda com as mãos dadas, fomos nos aproximando dos sons de passos.

Eu e Bryan caminhamos por entre as árvores, o que não foi muito fácil, já que estávamos com a varinha em uma das mãos e nos segurando com a outra, mas mesmo assim conseguimos chegar a trilha de onde o som de passos vinham.

Na trilha havia pelo menos umas vinte pessoas. Todas estavam com longas capas branca de capuz preto. Eles também usavam mascaras, as mascaras pintadas com uma metade preta e uma metade branca e para completar todos estavam com varinhas em punho.

Apesar do grupo grande e da escuridão da Floresta, uma figura em particular me chamou a atenção. Era uma das pessoas mais baixas do grupo, estava mais ou menos no meio da fila, andava com a cabeça baixa e sua varinha balança visivelmente em sua mão trêmula.

O silencio da Floresta era torturante e enlouquecedor. Não havia som nem dos animais nem das criaturas magicas que ali habitavam. Isso fazia com quer qualquer barulho parecesse estar mil vezes ampliado por um Sonorum.

Graças a todo aquele silencio, foi possível ouvir quando a pessoa que me chamou atenção fungou em um choro reprimido.

– Pare já com esse maldito choro! - repreendeu uma das figuras com raiva - É culpa sua a gente estar aqui.

– Fique quieto - falou o primeiro da fila num tom calmo e frio de voz - afinal você também falhou.

Apesar de abafada pela mascara, reconhecia a voz do suposto líder, porém por mais que tentasse não conseguia associar a quem ela pertencia.

Como não podia me comunicar com Bryan, simplesmente apertei novamente sua mão e acelerei o passo, sentindo ele me seguir com dificuldade.

Logo chegamos a uma pequena clareira no meio da Floresta. O grupo parou, mas ninguém fez a menor menção de retirar a mascara.

– Alequim, pegue as vassouras - ordenou o mais alto.

Um dos encapuzados caminhou para o meio das arvores mais afastadas.

Bryan apertou minha mão e eu soube que ele queria agir, entretanto aquela estranha voz falou comigo novamente. “Espere, a algo que vocês precisam ver” falou.

O menino que tinha saído antes, voltou com varias vassouras. Quase todas eram velhas e mal cuidadas. A não ser por uma que eu soube na hora que pertencia a um jogador de Quadribol, afinal ninguém cuidava tão bem de uma vassoura, a não ser um jogador.

– Obrigado Alequim. Volte a formação. - falou o mais alto. Alequim colocou as vassouras no centro do circulo e se encaixou entre duas pessoas. O líder puxou uma mochila das costas e de dentro pegou um livro totalmente preto com uma aparência velha.

Todas as pessoas do circulo se mexeram desconfortáveis e pareceram incomodadas, como se o livro as deixasse com mal-estar.

O líder abriu o livro e o apoiou em uma das mão, com a outra sacou a varinha. Então começou a murmura, porém baixo demais para que eu conseguisse entender.

Uma linha preta começou a sair de sua varinha, a linha foi escorrendo até o chão em um fluxo continuo, depois foi deslizando para trás da pessoa que estava a direita o Líder. E assim a linha foi seguindo por trás de cada pessoa até chegar na metade do círculo, onde alguma coisa deu errado.

A linha parou de seguir seu caminha, um grito agudo, que parecia ter saído do livro, ecoou por toda a floresta, o livro se fechou e caiu com um baque surdo no chão e o Líder caiu de joelhos. Sua varinha chiou alto e voou até o meio do circulo.

– Você está bem? - perguntou a menina, reconhecia a voz feminina, que estava a direita do Líder.

– Sim - respondeu o Líder ríspido balançando a mão com que tinha segurado a varinha. Ele pegou o livro e o enfiou com raiva na mochila.

– O livro não pertence a ele por isso o rejeita. - falou Bryan baixinho, porém sua voz parecia a um milhão de quilômetros dali. Me perguntei como Bryan sabia daquilo, porém não disse nada.

– Vamos - murmurei e puxei de leve a mão de Bryan, para nós aproximarmos mais do círculo.

Enquanto me aproximava do grupo, tentava desesperadamente pensar em como eu e Bryan sozinho iriamos neutralizar 20 bruxos. O pensamento incomodo de que eu tinha sido burra ao agir de uma forma tão inconsequente e implanejada me invadiu. Eu tinha colocado a minha vida e a de Bryan em perigo.

“Acalme-se. Você ainda tem o elemento surpresa” falei para mim mesma reprisando os ensinamentos do meu pai. “Geralmente, quando se derruba o líder, os outros ficam coagidos e sem ação” ele repetia para mim sempre.

Estava trançando a melhor maneira de tentar derrubar o suposto líder. Quando uma voz preencheu o silencio.

– BIANCA! - gritava Ethan como um louco. Os encapuzados olhavam de um lado para o outro. Mas a pessoa que eu tinha visto tremendo antes era a que mais parecia espantada e eu soube na hora que aquela era Bianca. - BIANCA! - gritou mais uma vez meu amigo.

– O que está acontecendo? - perguntou o Líder arrancando a própria mascara.

Quase cai para trás quando vi quem era o Líder. Nicolas, o apanhador da Grifinória. Por isso eu tinha reconhecido a voz. Nick não era bem meu amigo, mas nós nos conhecíamos desde o meu primeiro ano. Nick tinha até mesmo me ensinado uma ou duas coisas sobre Quadribol. Me senti perdida, mas não tive muito tempo para pensar pois logo os gritos de Ethan invadiram novamente a noite, só que dessa vez estava muito mais perto.

Nick caminhou até a figura tremula e arrancou a mascara dela com violência, confirmando minha suspeita sobre aquela ser Bianca.

– O que ele esta fazendo aqui? - exigiu.

– Não sei - murmurou Bianca assustada.

– Sua idiota - murmurou Nick e levantou a mão, Bianca se encolheu esperando o tapa, mas antes mesmo que a mão de Nick encostasse em Bianca. Ethan apareceu na outra extremidade do círculo.

– Não encosta nela seu merda! - exclamou correndo na direção de Nick.

Nicolas não esperava a investida e saiu de costas no chão com Ethan em cima dele, lhe deferindo socos no rosto e nas costelas.

Os outros encapuzados, parecia em choque e olhavam atônicos para a cena.

– Me ajudem - exigiu Nick com dificuldade.

– Vamos, o ajudem - falou a menina que estava a direita de Nick antes, entendi que ela era a segunda em comando.

A menina e mais umas 5 pessoas apontaram suas varinhas para Ethan. O Sonserino parecia cego de raiva e continuava socando qualquer parte exposta de Nick, alheio aos acontecimentos a sua volta.

A vice-líder junto com outros 5 bruxos, lançaram feitiços estuporantes na direção de Ethan e Nick. Entretanto, em um timing perfeito, eu e Bryan lançamos um Protego na direção oposta.

O lado bom foi que salvamos nosso amigo. O ruim foi que também acabamos protegendo Nick e entregamos nossa posição.

Ethan pareceu finalmente perceber o que estava acontecendo e olhou ao redor de si. Nick aproveitou o momento de distração de Ethan e lhe deferiu um chute no diafragma o tirando de cima de si.

Nick rolou para o lado, pegou a varinha e levantou com um pulo. Apontou a varinha para Ethan.

Avata… – começou a dizer.

Expelliarmus - gritei antes que ele conseguisse completar o feitiço. Mais uma vez a varinha de Nick voou para longe, mas dessa vez veio para minha mão. Ele urrou de raiva.

Desfiz o feitiço de desilusão e Bryan também. Apontei minha varinha para a pessoa a minha direita e a de Nicolas para a minha esquerda. Bryan apontava a sua para frente e Ethan apontava a sua para Nick.

Nick olhou ao seu redor e abriu um sorriso de deboche.

– Parabéns, vocês me desarmaram - ele disse baixo ainda sorrindo - O que farão agora? Pois ainda estamos em maior número. Ou você não tinham percebi isso ainda? - vi o brilho da vitória transpassar nos olhos de Nick.

Ele tinha razão, metade dos bruxos apontavam suas varinhas para mim e Bryan e alguns outros para Ethan. Bianca também tinha a varinha em punho, e a apontavam vacilante para Ethan.

Ethan mantinha o olhar fixo em Nick e também abriu um sorrisinho, mas o sorriso de Ethan era de uma inocência fingida.

– Por que você não olha novamente ao seu redor Grifório? - falou Ethan.

Nick, eu, Bryan e mais varias pessoas do circulo olhamos para os diversos pontos da floresta.

Por entre as arvores, vários bruxos adolescentes com varinhas em punhos encaravam Nick e seus capangas. Pelas vestes, vi que a maioria era da Sonserina.

– Pois é Nick, os puros-sangue não gostam de serem atacados. Eu também pedi para que avisassem a diretora e aos professores, eles devem estar a caminho. Já era Sangue-Ruim - falou Ethan ainda encarando Nick.

Nick recusou intintivamente, ele parecia perdido e atordoado. Sorri não acreditando em toda aquela situação.

– Felícia , agora! - gritou Nick. Só então eu percebi que tinha sido enganada. Nick aproveito nossa felicidade por conseguir derrotá-lo e se aproximou de mansinho das vassouras. Assim que deu a ordem a vice-líder pegou de dentro da capa alguns frascos e os atirou no chão. Uma espessa nuvens preta preencheu o lugar cegando a todos.

A escuridão não durou muito e quando por fim a nevoa se dispersou, vimos que todos os encapuzados estavam, montados em suas vassouras prestes a levantar vôo. Bianca estava entre eles.

Os nossos aliados estavam preste a atacar, quando mais uma vez Ethan gritou.

– NÃO ATAQUEM! - ordenou.

Nick sorriu - Vamos! - ordenou levantando voou. Os outros também começaram a fugir, porém alguns não conseguiram ser tão rápidos. Dentre os remanescestes estava Bianca.

Desde que eu conhecia Bianca ela tinha medo de voar, apesar de ter voado uma vez com Bryan naquele ano, ela nunca mais havia tentado, ainda mais sozinha.

Bianca segurava firmemente a vassoura, sua mãos tremiam e ela chorava copiosamente.

– Bia, você não precisa fazer isso! - falou alguém e eu percebi que era Ethan, ele se aproximava corajosamente de Bianca.

– Fiquei longe de mim, MacMillian - falou Bianca apontando a varinha para Ethan.

Ethan parou por um segundo, mas logo voltou a se aproximar - Nunca vou ficar longe de você. Solta essa vassoura, você não precisa fugir.

– Preciso sim! - falou Bianca se desesperando - Se eu ficar, iram me mandar para Azkaban.

– Eu não deixaria ninguém fazer isso com você - falou Ethan, agora a menos de um metro de Bianca.

– Por quê? Por quê, você me protegeria? Por quê eu deveria ficar? Por quê você, vocês, me perdoariam? - Bianca ainda segurava a vassoura, porém olhava para baixo enquanto chorava.

– Porque eu te conheço de verdade. Porque eu sei que você está arrependida, porque eu não quero ficar nem mais um dia longe de você. Porque eu amo você, Bianca Stuart - Ethan estava parado a um centímetro de Bianca.

– Você me ama? - perguntou Bianca, olhando para Ethan.

– Sim - ele disse corando.

– Mas, eu tentei te matar...

– Aquilo? Fala serio, você já fez pior - Ethan estava rindo.

– Mas você sempre implicava comigo - ela insistiu.

– Eu queria que você me notasse e parasse de ficar com outros caras - ele explicou - Por favor, Bia fica comigo.

Bianca finalmente soltou a vassoura e começou a chorar ainda mais forte com o rosto enterrado nas mãos.

Ethan a abraçou e fez um leve carinho em seus cabelos.

– Os outros, se quiserem ficar serão perdoados, os que quiserem ir essa é sua ultima chance - falou Bryan.

Dos 5 encapuzados, além de Bianca, que tinham ficados 2 levantaram voou e foram embora, os outros 3 que ficaram largaram as vassouras e tiraram as mascaras e as capas.

Os três eram, Patty, Liz e um menino de uns 12 anos da Corvinal.

– Nick, vai matar a gente - falou o jovem Corvino, que depois descobri se chamava Logan.

– Vai ficar tudo bem - falou um garoto da Sonserina, que eu reconheci como sendo do time de Quadribol.

– Vamos sair daqui. Esse lugar me dá arrepios - falou Ethan. Ele pegou Bianca no colo, ela continuava chorando em seu peito e não protestou.

Saímos da floresta de modo lento e cauteloso, os ex-aliados de Nick estavam no meio da fila, sendo escoltados por 2 sonserinos e 2 corvinos.

Quando chegamos a orla da Floresta vimos alguns professores e a diretora se aproximando.

– Por Merlin! Oque houve? - falou Minerva assim que nós aproximamos.

Ethan sorriu de lado e apertou Bianca levemente em seus braços. A morena tinha dormido.

Depois de deixar Bianca no Salão Comunal da Lufa-Lufa, ele disse que a deixaria no Salão Comunal, mas eu tinha minhas duvidas se ele não a tinha levado para a Sala Precisa, Ethan se juntou a nós na Sala da Diretora.

Pelas minhas contas haviam 15 pessoas na sala, além de Minerva, Hermione, Rony, Harry, Gina e Fith

– Agora que o Sr. MacMillian voltou podemos saber o que aconteceu? - exigiu Fith, praticamente rosnando.

Fiz menção de começar a falar mais Ethan se antecipou.

– Antes disso quero que o Ministério decrete clemência a Bianca Stuart, Patrícia e Elizabeth Gulheman e Logan Calvino. - Ethan parecia muito determinado.

– E quem você pensa que é para exigir isso? - perguntou Fith.

Ethan deu de ombros - Se não fizer o que estou pedindo nem eu nem ninguém aqui falaremos nada.

Fith fez menção de retrucar, mas Bryan interferiu.

– Eu prometi que eles não sofreriam represarias, a culpa foi mim, assumo total responsabilidade - falou Bryan.

Fith engoliu em seco e fuzilou Bryan com os olhos - Comecem logo a falar.

Ethan se jogou em uma cadeira acolchoada e começou seu relato, contou sobre o ataque que sofreu no campo de Quadribol e como conseguiu escapar e me encontrar. Nesse ponto parou e disse que havia desmaiado.

Assumi a narrativa, contei que havia levado Ethan para um sala vazia, ocultando a Sala Precisa, Ethan e Bryan não me desmentiram, contei como cuidei de Ethan e como fui atrás de Bryan depois, ocultando o fato de eu e Bryan sermos animagos, e concluí falando sobre a revelação de Ethan.

Foi a fez de Bryan assumir a história. Ele disse que assim que Ethan falou eu desmaiei, o que me surpreendeu, não sabia que tinha desmaiado. Também contou que logo eu acordei dizendo que Bianca estava em perigoso.

– E como a senhorita sabia disso? - perguntou Fith me encarando.

– Eu só sabia - falei como se não fosse nada demais, mas no fundo me perguntei que voz era aquela que tinha falado comigo.

Fith não pareceu satisfeito com a resposta, mas não disse nada. Sendo assim o relato continuou.

Contei que saímos para procurar Bianca e fomos para a Floresta.

– Como saíram do Castelo? - perguntou Fith.

– Andando - menti.

– E não foram parados por nenhum auror ou professor? - ele insistiu.

– Não fomos os únicos a conseguir essa proeza não é? - o desafiei - Afinal, o grupo de Nicolas saiu antes de nós e depois Ethan com boa parte da Corvinal e da Sonserina.

Fith fechou ainda mais a cara, o que parecia impossível, notei que Harry, Rony e alguns dos outros alunos estavam reprimindo o riso.

– E como Ethan saiu se supostamente estava Estuporado? - perguntou Fith.

Olhei para Ethan, aquilo não tinha me ocorrido até aquele momento, mas era um ótima pergunta.

– Quando vi que Heloise ia me derrubar fiz uma proteção silenciosa, mas fingir ser atingido me jogando para trás.

Por fim terminei o relato contando sobre a fuga de Nick e sua turma e a rendição de Bianca e os outros.

– E vocês os deixaram fugir? Por quê fizeram isso? - rosnou Fith.

– O que você queria que fizéssemos? Prendê-los não é trabalho nosso - rosnei de volta.

Estava cansada e com sono e Fith já estva começando a me irritar de verdade.

– Heloise tem razão. Eles não podiam começar um duelo no meio da Floresta Proibida - falou Harry. Fith não respondeu.

– As crianças estão cansadas. Vamos deixá-las irem. Elas já fizeram o que puderam. - falou a diretora McGonagall.

– Minerva tem razão. Devemos deixar as crianças dormirem - completou Hermione.

– Vamos - chamou Gina já esperando com a porta aberta - Vou escoltar todas até suas respectivas casas.

Um a um todos foram saindo. Bryan, Ethan e eu fechávamos a fila.

– O que o grande auror Bennett acharia da filha dele deixar o vilão fugir - murmurou Fith quando passei por ele. Resolvi não responder, mas confesso que fiquei chateada.

Acordei com um barulho de algo batendo insistentemente na minha janela. Abri os olhos e vi que ainda estava bem escuro lá fora. Olhei para a janela e vi um falcão bicando minha janela.

– Bryan? - perguntei me levantando e abrindo a janela. Bryan acenou positivamente com a cabeça e depois apontou para fora. - Quer que eu te siga? - perguntei sonolenta. Mais uma vez ele confirmou com a cabeça.

Com sono e sem paciência para discutir resolvi ir logo ver o que Bryan para poder voltar a dormir. Olhei para o dormitório vazio, Bianca, Patty e Liz tinham ido dormir na enfermaria, aparentemente Nick tinha torturado elas quando soube da falha em matar Ethan.

Assumi a forma de cisne e segui Bryan. A principio pensei que ele fosse para a Torre de Astronomia, mas ele me levou para a janela do 7º andar. Ele pousou em frente a parede que levava para a Sala Precisa. Voltamos a forma humana e Bryan fez a Porta aparecer.

A sala tinha assumido a forma de uma, bem de uma sala, com dois sofás pretos e confortáveis e uma lareira. Em um dos sofá estava duas pessoas que eu conhecia bem. Ethan e Bianca conversávamos aos múrmuros.

– Run run! - pigarreei para anunciar minha presença. Ambos olharam na minha direção. Ethan sorriu, mas Bianca apenas abaixou a cabeça como se sentisse culpada. Sentei no sofá livre em frente aos dois. - Oi - disse baixo.

– Oi - ela respondeu também baixo.

– Como você está? - perguntei.

– Bem… - Bianca parecia envergonhada.

– Bia você não disse que queria conversar com a Helô - incentivou Ethan.

Bianca concordou com a cabeça e respirou fundo. Olhei para Bryan apreensiva. Ele tinha sentado ao meu lado.

– Heloise, eu queria te pedir desculpas por tudo que fiz. Eu sei que me desculpar não vai mudar o que eu fiz e sei que você não tem motivo nenhum para me perdoar, mas eu realmente sinto muito. Eu estava fora de mim - Bianca falou tudo isso de uma única vez sem pausa para respirar.

– Acabou? - perguntei.

– Sim - ela respondeu ainda baixo e sem me olhar.

– Tudo bem. Você pode olhar para mim? - perguntei e esperei Bianca me olhar antes de continuar - Obrigada. Bianca, você é minha melhor amiga e é óbvio que eu posso e vou perdoar você não importa o que você tenha feito. Eu te amo. Só por favor não tenta mais matar o Ethan - falei sorrindo com a ultima parte.

– Mas… mas - ela tentou falar.

– Hey, eu sei que foi você que… ahn… Você sabe. Eu te perdôo por isso também.

– Helô - ela murmurou enquanto pulava no meu colo e me abraçava.

Ficamos as duas ali abraçadas por vários minutos chorando e nos reconciliando.

– Só tem uma coisa que eu não entendo - disse por fim - como você pode se unir ao Nick depois do que ele fez ao Bryan? Você não gostava dele na época?

– Nick jura que nunca fez nada na vassoura de Bryan. Obvio que ele deveria estar mentindo - ela falou me encarando.

– Hmm, ahn, ele não estava - falou Bryan corando - Nick não mexeu na minha vassoura. Eu mexi.

Encarei Bryan fixamente. Ele corou ainda mais e começou a mexer na barra da camisa nervosamente.

– Explique - exigi.

– Bem, eu quis turbinar a vassoura para poder ganhar de você. Então fiz alguns feitiços para modificá-la, mas não deu certo.

– Você podia ter morrido - falei furiosa com Bryan.

– Poderia, se você não tivesse me salvado - falou Bryan. Senti meu coração amolecer um pouco, mas não demonstrei.

Assim passamos o resto da noite, conversando e nos conhecendo novamente. Bianca contou sobre o quinto fundador e sua casa para mestiços e nascidos trouxas. Bryan e Ethan contaram sobre a poção que fizeram para reverter a minha loucura e mais uma vez tive a sensação de que eles não contaram a história toda.

Eu não comentei sobre a voz misteriosa que me alertou sobre o perigo que Bianca corria, pois tinha a sensação de que aquela ainda não era a hora deles saberem. Mas talvez logo fosse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!

Mais uma vez sinto muito!!!

Comentem por favor e não me abandonem!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hogwarts e o Fundador Esquecido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.