Jovens – Interativa / Capítulo 17 – Convites?

*-*

POV Christopher Logan Jackson

– Vocês não estão indo um pouco rápido demais? - Genevieve se remexeu desconfortável no banco do passageiro - Está praticamente amanhecendo e daqui a pouco a movimentação começa, e não acho que deve ser emocionante bater o carro – Apontou para a pista vazia a nossa frente se não fosse pelos carros de Helena e Keira.

– Ninguém viaja para Thomasville na quinta feira, já fizemos isso antes, não tem com que se preocupar. –Eu procurei relaxa-la.

Ela olhou para trás, onde Israel e Brandon trocavam farpas pelos capacetes.

– Não é de certa forma injusta eles estarem de moto e nós de carro?

– A gente não liga pra isso – Dei de ombros, apesar de Brandon e Israel terem protestado uma ou duas vezes sobre isso e Keira e eu aproveitamos para zoa-los. Ela respirou fundo, voltando a olhar pra frente. Eu ri outra vez.

– O que foi?

– Você está muito nervosa, precisa relaxar, eu vou passar a frente da Keira e você diz alguma coisa quando ela olhar ok?

– Como assim?

– Tipo um recado, é uma tradição nossa – Eu sorri e ela suspirou. Segurou mais firme no banco quando ficamos ainda mais rápidos, Keira nos olhou abismada enquanto eu abaixava o vidro de Genevieve.

– O que eu falo? – Franziu o cenho, revezando olhares

– Qualquer coisa! Rápido! – Ela ameaçava acelerar.

– Tchau! – Genevieve berrou e Keira começou a praguejar quando eu entrei na frente e ela foi obrigada a desacelerar. Eu gargalhei alto.

– Tchau? – Ergui uma sobrancelha, Helena mostrava a língua pelo retrovisor – Foi a melhor coisa que conseguiu pensar?

– Você não especificou nada, e já que íamos entrar na frente, por que não se despedir?

Aquilo me fez rir outra vez.

– Logan?

– Eu – Eu não podia olha-la já que Lena insistia em me fechar. Eu a vi brevemente, apontar para a minha janela.

Israel sorriu e eu abaixei o vidro.

– Bom dia pombinhos – Indicou com a cabeça o som que começa a nascer no horizonte, olhar foi a distração dele para ultrapassar a mim e Lena logo em seguida. Eu me xinguei mentalmente. Genevieve riu.

– “Bom dia”, essa foi boa.

– Eu devia ter previsto isso sim.

– Ele estava muito atrás não dava pra adivinhar – Abriu um meio sorriso enquanto olhava para trás – Brandon e Keira estão em uma disputa acirrada lá trás, acho melhor você acelerar mais.

– Acelerar mais? Estamos progredindo.

Ela riu

– Mesmo que eu ache tudo isso perigoso não significa que eu quero perder.

Houve uma alegria mutua. Eu coloquei a cabeça pra fora quando alcancei Israel

– Porque não vai fazer companhia a Brandon e Keira? Eles precisam de alguém neutro lá trás.

Ele cerrou os olhos, mas não lhe dei a oportunidade de responder, eu o passei.

– Não dá pra ouvir! – Berrei, voltando para dentro – A gente se fala quando você chegar lá! – Helena voltou a me fechar

– Ta bom, eu preciso me distrair pra não pensar que se alguém resolver desacelerar sem aviso prévio todo mundo aqui morre – Genevieve passou as mãos pelo cabelo – Você faz uma pergunta e eu faço outra.

– Pode começar – Keira se aproximava cada vez mais

– Por que essa implicância com o Israel? Às vezes penso eu se odeiam, e as vezes parecem que são amigos.

– A gente se atura. Israel não é do tipo sociável, mas eu tenho que deixar a minha implicância às vezes de lado por causa da amizade dele com Lena.

– Eles são só amigos?

– Até onde eu sei sim, o problema mesmo não é nada grave, só não fomos um com a cara do outro desde principio.

– Bem maturo – Ironizou cruzando os braços.

– Devo me preocupar com Raymond?

– Como assim?

– Algo me diz que Helena vai fazer as pazes com ele quando voltarmos, e eu convidei você pra ir comigo no baile, o que tecnicamente tem duas preocupações em uma só pergunta.

Ela sorriu.

– Ele vai torcer o nariz quando eu contar pra ele, mas não acho que ele vai querer se intrometer. Já quanto a Helena não posso prometer nada, Raymond não é do tipo que se apaixona, eu nunca vi ele se apaixonar e acho que ela tenta evitar que isso aconteça.

– Normalmente as pessoas evitam se apaixonar, porque já aconteceu e não deu certo, porque elas tomaram a dor de alguém próximo, ou pelo simples medo de ser vulnerável. – Eu suspirei – Qual é o seu?

– Por que acha que eu não quero?

– Algumas pessoas deixam isso bem claro.

Bufou

– Vou ficar com a terceira

–Desculpe seu eu fui-

– Não, não foi – Sorriu, mas não era de verdade – É que pode ser que eu tenha medo, porque não me aconteceu ainda.

– Não leve pelo lado ruim se acontecer, a maioria se condena, mesmo que não de certo, ou que ele seja um cretino, a sensação é boa, não se arrependa por um todo.

– Você não se arrepende? – Ela lançou um olhar rápido a Helena, que parecia se divertir na liderança.

– Não totalmente.

– Como você sabe, quando acontece?

– Quando você se vê fazendo coisas que normalmente não faria

*-*

POV Raymond Goddard Steel

– Vocês viram Genevieve, ou Helena e o irmão dela? – Eu parei de frente a mesa na qual Josh estava com Dae e sei lá mais quem.

– Não – Balançaram a cabeça em negativo – Acho que nenhum deles vieram hoje.

Ótimo, sumiram todos levando Gê com eles, que também nem atendera ao telefone. As aulas acabaram, eu dei meia volta para sair do meio daquela gente até ser subitamente parado por Laura.

– Olá – Ela estava impecável, olhou a minha volta – Helena não está com você hoje?

Suspirei enquanto enfiava as mãos dentro dos bolsos.

– Pra falar a verdade não sei onde ela está

– É uma pena, eu precisava falar com ela, posso ter causado a impressão errada sabe?

– Sei – Eu cruzei os braços.

– Você também não deve ter visto meu irmão não é?

– Sinto muito

Ela deu a volta e se enfiou no meio das pessoas que entravam e saiam do refeitório que levava para a cantina e eu voltei a caminhar, aquele lugar parecia imensamente grande às vezes, foi um alivio chegar na calçada. Eu olhei para os lados, nenhum sinal de alguém conhecido, eu ignorava a sensação de que alguma coisa poderia ter acontecido. Eu comecei a caminhar, meio sem rumo, mas eu realmente não tinha para onde ir. Eu tirei o celular do bolso, o número de Gê na discagem rápida.

Uma, duas, três, quatro vezes. “ Oi, aqui é a Gê e se eu não atendi é porque eu realmente não posso falar agora, deixe o recado após o bip, se eu tiver com vontade eu vou ouvir ”

– Onde raios você está? – Eu resmunguei, olhando para os dois lados para atravessar a rua – Como de repente todos vocês resolvem sumir?

Eu desliguei levando de volta ao bolso.

*-*

POV Jellal Thor Killer

– Como é que é? – Eu massageei as têmporas, Kaike falava pelos cotovelos enquanto Merak ria. As meninas não estavam em casa.

– Como você não se lembra dela? Ficamos juntos por... Sei lá, um ano? Antes da Cris.

– Não sei, o nome é familiar, mas não consigo me lembrar do rosto dela.

– Ela é muito bonita – Merak sorriu – E simpática também.

– Pra você toda garota é bonita Mek – Eu revirei os olhos enquanto cruzava os braços – Como Cris reagiu?

Kaike sorriu

– Ela ficou desesperada.

– Isso é bom, pra você digo, significa que ela não desistiu de você totalmente

– É obvio que ela não desistiu – Ele se sentou – Ela só está sendo implicante.

– Essa implicância está maior do que das outras vezes – Merak suspirou e nós o olhamos, ele ergueu as mãos em defesa – Só estou dizendo.

– A diferença é que dessa vez eu não dei o braço a torcer – Kaike ficou sério de repente – Eu pretendo dar um fim a esse excesso de mimo da Cris de uma vez só.

– Vai convida-la?

– Não tenho certeza

Eu me virei para Merak

– E você e Cass?

Ele deu de ombros, Kaike suspirou

– Eles brigaram.

– Sempre brigam

– Dessa vez foi feio.

– Ah que ponto chegamos não é? – Eu ri – Nenhum de nós aqui te certeza se vai levar alguém! É a primeira vez que eu percebo que não estou de atrás de garota alguma em meses.

Merak riu

– Isso se chama seca Jellal, não sei se já ouviu falar.

– Não sou do tipo de cara que fica na seca Merak – Eu abri um sorriso perverso – Eu sempre tenho alguém, só que dessa vez eu me atrasei.

*-*

POV Keira Tanaka Lee

– Eu tenho 12 ligações perdidas do Ray – Genevieve comentou olhando para a tela do celular – e 5 mensagens de voz, provavelmente todas dele, ele vai ficar possesso.

– A diretora vai desconfiar – Brandon passou a mão pela nuca – Faltamos todos juntos, ela certamente vai mandar chamar todo mundo amanhã

– Não sei nem se vou amanhã – Logan riu – A minha vontade é emendar o dia de hoje até o fim de semana.

– Você adora vagabundar – Revirei os olhos – Eu ficaria surpreendida se estivesse preocupado com as faltas.

– Ei! A ideia foi sua – Sorriu – Nem vem com essa pra cima de mim

– Vocês me pagam – Israel se aproximou de cara fechada, colocando a carteira no bolso – Vocês bebem gasolina ou o que?

– Não se preocupe – Genevieve sorriu – Pense que , tudo o que vai, volta.

– Está do lado de quem? - Logan se fez de ofendido enquanto virava-se pra olha-la, ela riu.

– Todos os tanques estão cheios – Helena chegou com algumas sacolas na mão – Eu trouxe alguns salgados antes da gente voltar – As sacolas foram passando de mão em mão

Depois de atravessar a placa “Você está em Thomasville” a primeira coisa que fizemos foi procurar um posto, antes que começássemos a morrer pela estrada. Israel ficou discutindo com o frentista, Helena entrara na lanchonete e nós fizemos uma roda do outro lado da rua, no chão mesmo.

– Eu estou com sono – Genevieve piscou lentamente, a cabeça pendendo pra trás – Não sei como podem estar tão elétricos ainda.

– Não estamos – Brandon ergueu o enrolado de presunto e queijo nas mãos – Isso é pra acordar um pouco.

O celular de alguém tocou.

– Não é o meu – Eu ergui as mãos. Israel concordou, Genevieve tirou o dela do bolso e suspirou

– Lá vamos nós – Ficou de pé – Alô?

– Quem é? – Helena sentou entre mim e Brandon

– Raymond, com toda certeza – Logan afirmou enquanto Gê se afastava para falar melhor. – Ele tem ligado desde das nove da manhã

– E porque ela não-

– Ele quer falar com você. – Genevieve se aproximara por trás interrompendo o raciocínio de Brandon, Helena ergueu a cabeça confusa.

– Pra mim? – Pegou o celular receosa, todos mantínhamos os olhos fixos nela. Ela olhou em volta antes de levar o telefone a orelha – Alô?

Ela não se levantou pra atender, o que deixaria todo mundo ainda mais curioso, e por não ter percebido isso também, mesmo que ela fizesse provavelmente não deixaríamos.

– Ela contou, que bom – Lançou um olhar rápido a Gê que voltava pro seu lugar entre mim e Logan – Eu não – Ela franziu o cenho – Quem está ai? – Eu e Israel nos olhamos antes de voltar a Helena, ela tampou o outro ouvido – Ah que ótimo! Vocês são amigos agora – Ela balançou a cabeça de forma nervosa – Não me interessa – Suspirou – Logan não tem nada a ver com isso – Ela olhou para ele e revirou os olhos – Você não-

Ela ficou estática.

– O que foi? – Brandon sussurrou, mas ela não respondeu

– Mas porque você... Ela não... – Ela abaixou a cabeça, ela ficou vermelha. Genevieve riu

– O que ele falou? – Eu me virei pra ela e seu sorriso se expandiu.

– Ele tomou vergonha na cara pra pedir desculpas.

*-*

POV Cassandra Alexa Materazzi

– E como você pretende melhorar o clima entre vocês dois? Porque seja lá como for precisa ser rápido antes que ele chame outra pra ir com ele.

– Eu sei – Suspirei – Mas se eu conheço Merak, e eu o conheço, ele vai querer bancar o difícil.

–É – Cris maneou a cabeça – Kaike não tem sido muito diferente.

– Acha que ele vai sair com Laura?

– Pra me provocar? Sim, ele vai querer me ver com ciúmes pra que eu peça desculpa e a gente volta.

– Isso não é bom? – Nós entramos no elevador. – Vocês se gostam, pra que ficar nesse joguinho se poder ter um ao outro quando bem entenderem.

– É claro! Como se eu fosse deixar que as coisas acontecessem do jeito que Kaike quer, só porque Kaike quer, ele não é nenhum Deus.

Eu voltei a suspirar.

– Eu realmente não sei o que fazer quanto a Merak – Olhei meu reflexo no espelho, descontente – Ele nunca me tratou com tão pouco caso antes.

– Peça desculpas – Cris deu de ombros – Não é isso que todos fazem? Como se fosse a solução para tudo.

Eu revirei os olhos e as portas abriram.

– Infelizmente.

Cris entrou primeiro, Jell estava deitado assistindo TV.

– Boa tarde – Eu tranquei a porta atrás de mim

– Tarde.

– Onde está Kaike e Merak? – Cris jogou a bolsa sobre a mesa de forma displicente.

– Kaike saiu a algumas horas, não lembro se ele falou onde ia. Merak está no banho

Cris se jogou na poltrona e eu me sentei no outro sofá, eu tinha que resolver as coisas entre mim e Merak o mais rápido possível.

*-*

POV Michelle Parker

A parte boa era que a arquibancada tinha cobertura. Tinha dois campos pro pessoal que jogava, o ginásio, totalmente coberto, e o campo mesmo onde uma parte das arquibancadas tinha cobertura me poupando de ficar no sol – que não estava muito forte, mas ainda assim – e era bem melhor quando não havia movimentação alguma por aqueles lados, era uma completa paz e tranquilidade.

Sem ninguém pra me criticar, eu deitei ali mesmo, com um dos meus cadernos em uma das mãos enquanto tamborilava com o lápis na outra. Inspiração pra compor estava em falta e isso começava a me perturbar, eu coloquei a bolsa como travesseiro, e mantive os olhos presos às poucas notas que e saíram na mente.

– Michelle? – Uma voz masculina veio ao fundo, eu estava muito concentrada pra ser interrompida.

– Hum – Murmurei em resposta, anotando uma ou duas notas.

– O que está fazendo?

Eu desfoquei do caderno, olhando para a figura sorridente de braços cruzados um pouco a frente. Eu demorei alguns segundo pra processar.

– Oi! – Minha voz soara mais exaltada do que realmente gostaria, quando procurei me sentar direito, ele riu. – Eu estou escrevendo.

Ele se sentou do meu lado, ótimo, ele estava perto, e eu já podia sentir minhas mãos começarem a transpirar.

– Escrevendo o quê? – Franziu o cenho, mas o sorriso não lhe abandonou. Ele levou os braços para o degrau a cima, ah meu Deus.

– Música – Eu mostrei vagamente os garranchos que acabara de compor, mas ainda não me era o suficiente – Ajuda a liberar a cabeça.

Nossa finalmente eu estava progredindo, eu conseguia falar sem gaguejar ou fugir. Um ponto pra mim.

– Eu não tenho talento pra música – Comentou de forma distraída – Mesmo que meus pais tenham insistido não deu muito certo, esse talento ficou pra Laura

– E que curso está fazendo?

– Contabilidade

– Eu com certeza não faria contabilidade – Fechei o caderno enfiando dentro da bolsa, ele voltou a sorrir – Exatas não é o meu forte.

Ele se aproximou mais quando eu me virei, meu coração pulou no peito

– Mas você não-

– Andrew! – Alguém berrou ao longe. Ele fechou os olhos enquanto suspirava, eu senti meu rosto queimar por isso ter acontecido de forma tão fofa. Ele umedeceu os lábios antes de se afastar e olhar para baixo. Laura colocou as mãos na cintura – Não vou subir ai se é o que pretende sugerir

– Eu estou ocupado agora Laura – Ele ficou sério – Seja lá o que for, pode esperar.

Ele voltou a abrir a boca na minha direção, mas foi outra vez interrompido.

– Você já a convidou?

Ele voltou a fechar os olhos e suspirar, eu me controlei para não rir.

– Você me dá um minuto? – Ele ergueu o dedo indicador, se levantando. Ele pulou alguns degraus com pressa antes de chegar ao chão e ela começar a gesticular. Eu já não conseguia ouvir daqui. O celular vibrou ao meu lado me assustando.

– Alô?

– Onde você está? – Era Onix, com as risadas de Dae e Josh no fundo.

– Eu não posso dizer não – Sussurrei, um medo absurdo de que ele pudesse ouvir, mesmo estando longe.

– O quê?

– Eu não posso dizer não Onix – Eu fiquei de pé, andando de um lado pro outro – Ele está conversando com a irmã dele agora, e tem sido muito educado, eu não sou capaz de dizer não.

– Me da um minuto – Ela afastou o telefone, mandando Dae e Josh calarem a boca, eles conversaram, teve um chiado estranho, e era a voz de Dae

– Você tem que dizer não, se não ele vai te julgar muito fácil.

– Já parou pra pensar que talvez eu seja muito fácil? – Eu me sentei, Laura estava vermelha e Andrew negava fielmente. – A gente pode pensar em alguma outra coisa depois.

Josh esbravejou alguma coisa, outro chiado e era ele no telefone agora.

– Onde você está?

– Eu estou na arquibancada.

– O campo aberto?

– É

Ele xingou, eles discutiram do outro lado da linha

– Olha só, você vai fazer o seguinte-

– Tarde demais, ele esta subindo – Eu desliguei mesmo com os protestos de Josh

Ele parou na minha frente e passou a mão pela nuca

– Eu não posso deixar Laura sozinha por muito tempo que ela já quer ferrar com a vida de todo mundo que passeou perto dela. Já que ela entrou os pontos – Abriu os braços de forma inconformada me fazendo sorrir – Você já tem par?

Eu neguei. Ele olhou para baixo algumas vezes, ah meu senhor ele estava nervoso.

– Talvez seu eu te convidasse você diria sim?

Eu dei de ombros

– Talvez sim

Ele voltou a sorrir largamente.

– Bom, então – Cruzou os braços – Talvez eu convide – Um sorriso divertido brincando nos lábios.

– Está bem - Eu passei a alça da bolsa pelo ombro, ficando de pé, Onix apareceu mais a baixo olhando para os lados, provavelmente a minha procura. Eu estendi a mão – Até logo Andrew

Seus olhos brilharam e ele pegou minha mão com as duas mãos, avançando outro passo, estávamos a milímetros de distância e ficou difícil respirar. De canto de olho Josh apontou na nossa direção, ótimo nós tínhamos plateia.

– Pode me chamar de Andy se quiser – Ele levou minha mão aos lábios, eu fechei os olhos, minhas pernas iam ceder a qualquer segundo.

– E se eu não quiser?

Ele ergueu o olhar surpreso, eu controlei meus nervos pra não ficar vermelha. Ele sorriu de forma divertida outra vez, beijando a minha mão outra vez.

Eu não estava nada bem

– Nesse caso então, você pode escolher.

– Eu vou pensar então – Eu me afastei, o mais decidida que eu consegui. O sorriso de Onix quando eu finalmente cheguei a terra era gigante.

– Você vai me contar – Colocou as mãos em meus ombros – Detalhe por detalhe

*-*

POV Israel Davis Callen

– Eu estou destruído – Brandon passou a mão nas costas – Mas tenho que passar na sala da diretora pra justificar a falta. Você vem?

– Talvez mais tarde – Eu prendi o capacete a moto – Eu tenho que falar com meu professor, ele detesta quando eu falto sem aviso.

– Falo, a gente se vê – Se afastou acenando. Eu entrei caminhando na direção contraria, estava quase escurecendo, Logan fora pra casa com Genevieve e Keira, Lena disse ter que passar em outro lugar antes. Brandon e eu voltamos para a universidade, resolver infelizes imprevistos de um dia de falta. Eu virei um corredor sem me dar conta de que poderia ter outras pessoas, esbarrei em uma figura feminina pequena que derrubou uma serie de folhas no chão.

– Olha só o que você fez! Seu idiota! – Berrou a plenos pulmões, o cabelo caindo de forma que me impossibilitava de ver quem era. Ela começou a juntar tudo de forma desajeitada.

– Deixa que eu ajudo você – Eu me abaixei, mas foi mais por educação porque ela ainda praguejava.

– Não preciso de ajuda! – Ergueu o rosto vermelho pra me encarar. Laura estava chorando. Será que eu a tinha derrubado com tanta força? – Tinha que ser você não é? – Sua voz soou carregada de desprezo, ela passou as mãos no rosto com violência, secando as lagrimas que insistiam em cair – Pode sair daqui, eu me viro muito bem sozinha!

Ótimo, eu não era do tipo que sabia consolar pessoas. Eu voltei a ficar de pé, mas algo me fez ficar parado. Ela fungou uma ou duas vezes, jogando todo o cabelo para só um lado enquanto voltava a ficar de pé, me encarou com fúria.

– O que ainda está fazendo aqui? Saia da minha frente!

– Me desculpe

Ela revirou os olhos, passou as costas das mãos pelos olhos bufando.

– Não preciso das suas desculpas!

– Você está bem?

– Eu pareço bem?

– Não.

Sua careta se converteu em dor e ela voltou a chorar. Droga, eu deveria ter ido no primeiro cai fora.

– Saia da minha frente, por favor – Evitou me encarar. Eu recuei assustado e ela passou quase correndo. Tinha coisa errada ai

*-*

POV Helena Patterson Jackson

Eu esfreguei uma mão na outra, nervosa. Raymond estava sentado no muro baixo entre um dos corredores e o campus e ainda não tinha me visto, se eu ia me explicar, tinha que ser de uma só vez. Eu passei a mão no cabeço respirando fundo.

Eu parei a alguns passos, e pigarreei quando ele não me notou.

Virou-se devagar, e quando abriu a boca pra falar alguma coisa eu comecei primeiro.

– Meu pai tinha duas esposas – Eu olhei pra cima, respirando fundo outra vez – E ia se casar com outra mulher se não tivéssemos descoberto antes.

Ele permaneceu calado. Eu coloquei as mãos na cintura.

– Não tinha como desconfiar, porque ele conseguiu esconder desde o inicio do casamento com a minha mãe. Que na verdade, ele se casou com a mãe do Logan em uma semana, e com a minha na outra, e temos só um ano de diferença. Ele pode ter sido um traste, mas ele amava as duas

Eu o encarei, ele não se prontificou a dizer alguma coisa e eu me aproximei sentando do seu lado.

– Levou muito tempo pras duas se aceitarem, e agora com os dois divórcios, e o fim de um noivado, ele namora elas.

Raymond ergueu as sobrancelhas e eu sorri.

– A lei não permite poligamia, então se você diz que é mentira e eu também ninguém pode nos acusar. Todo mundo finge que não sabe de nada.

Ele riu, eu suspirei.

– A segunda parte ruim é que também não foi fácil, quando meu pai nos colocou cara a cara na sala e explicou que éramos irmãos e que independente dos erros que ele cometeu não deveríamos descontar isso um no outro e sim nos aceitarmos como uma família.

Ficamos em silêncio durante alguns minutos.

– Eu gostei da ideia de ter um irmão – Eu fechei os olhos, sentindo a exaustão pesar sobre meus ombros – Sempre fui filha única e a ideia de que eu teria um amigo que não ia me virar às costas nunca foi muito boa. Então as vezes eu acho que comecei a tratar Logan bem demais de uma hora pra outra, porque quando eu me toquei ele dizia que tinha se apaixonado e vinha com ideias loucas sobre o fato de não termos a mesma mãe não ser um problema.

Ele se remexeu incomodado, o sol começa a se por.

– Você se apaixonou por ele?

– Eu tentei – Abaixei o olhar pras minhas mãos – Mas não dá pra escolher não é?

– Acho que não.

Voltamos a ficar em silêncio. Eu apoiei a cabeça em seu ombro inconscientemente e ele me abraçou

– Pare de implicar com Logan

– Eu vou tentar

Eu fechei os olhos, sentindo o sono chegar.

– Já tem par Helen?

Eu murmurei alguma coisa em resposta.

– Podemos ir com ninguém juntos?

Eu dei de ombros, e não soube se ele sorriu, ele disse mais alguma coisa, mas sua voz estava muito longe e não fiz esforço para escutar, eu só apaguei.