Uma Nova Chance escrita por Elvish Song


Capítulo 6
Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Ficou meio curtinho, mas é só para dar continuidade à história.



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Eragon procurou por Arya na casa dela, mas a jovem não estava lá. Imaginando aonde ela poderia ter ido, o Cavaleiro logo deduziu que só poderia estar no lugar do qual mais gostava: os jardins, em meio às flores negras que o elfo Faölin havia criado para ela. Entretanto, ninguém havia visto Arya nos jardins. Em meio a uma série de cumprimentos e saudações surpresas e alegres, ele passou a procurar pela elfa nas cercanias do castelo. Foi após passar por sob um arco florido ricamente trabalhado que ele encontrou quem, sem dúvida alguma, saberia onde se encontrava a rainha dos elfos: Elva. Ele não teria reconhecido a garota – que se tornara uma mulher alta e séria, de olhar astuto e malicioso como nenhuma jovem deveria ter – se não fosse pela estrela branca em sua testa, a bênção dada a ela por Saphira. Estava vestida com camisa e calça negras, ao estilo preferido por Arya para viajar e combater, e trazia um cinto ao qual se prendia uma espada, além de ossos de animais, ervas e bolsas misteriosas. Deitado em seus ombros estava Solembum, o menino-gato que sempre acompanhava Ângela, ronronando satisfeito enquanto a adolescente o afagava entre as orelhas. Mirando de alto a baixo aquele que a fizera ser o que era, a vidente deu um sorriso cruel, e comentou:

– Mal chegou à Alagaësia, e o Matador de Espectros já precisa de minha ajuda. Irônico, não é? – mas não lhe deu tempo de responder – Arya está na rocha em que Oromis o fazia meditar. – E tão logo disse aquelas palavras, enveredou pelas alamedas de árvores com a velocidade de um gato, desaparecendo das vistas de Eragon.

Ainda confuso com o comportamento de Elva, mas sem tempo e/ou vontade de questionar as razões que a motivavam, dirigiu-se apressado à rocha no meio da floresta em que se sentava para meditar, quando era aprendiz do Cavaleiro elfo. E ali, de pernas cruzadas, os olhos fechados em concentração profunda, ele viu sua amada. Usava uma túnica verde e simples, de corte reto, presa à cintura por um cinto decorado com folhas de álamo; os cabelos estavam soltos, caindo pelas costas e enfeitados com flores frescas. Ao redor da rainha havia algumas crianças - todas muito atentas e de olhos fixos num ponto à frente da mulher - e entre elas estavam Brom e Islanzadí.

Aproximando-se para ver o que faziam, ele pôde ver o que prendia a atenção dos jovens: numa esfera luminosa com cerca de dois palmos de diâmetro, formavam-se imagens consecutivas dos antigos dragões, da guerra entre estes e os elfos, da união promovida pelo primeiro Cavaleiro que existiu, e de como foi selado o pacto que criou os Cavaleiros de Dragão; foi mostrada a chegada dos humanos à Alagaësia, e como estes foram incluídos no Pacto dos Cavaleiros. Eragon pôde ver, naquela esfera, toda a história dos Cavaleiros de Dragão, desde seu surgimento até o presente momento, quando dez Cavaleiros treinados voavam com seus dragões pelos céus do continente.

Ao fim da história, a esfera se desvaneceu no ar como uma fina névoa dourada, e Arya finalmente abriu os olhos. De imediato, seu olhar penetrante se cravou no de Eragon, e seus lábios descreveram uma linha dura. Dirigindo-se às crianças, falou com carinho:

– Bem, meus queridos, chega de histórias, por hoje. Todos para casa. – e para os filhos – Vocês também.

Nenhum dos pequenos precisou de outra ordem: mal olharam para trás e divisaram o Cavaleiro, souberam que a rainha precisava falar a sós com ele. Em poucos segundos já não restava um único vestígio da presença de todos ali. Erguendo-se com seriedade ela o encarou inexpressivamente. Sem saber o que dizer, o Cavaleiro baixou os olhos até que ela perguntasse:

– E então?

Ele ergueu o rosto e a contemplou durante certo tempo, antes de perguntar:

– Pode me perdoar?

Um sorriso delicado e gentil se espalhou pelo rosto da mulher, que caminhou até Eragon e, tocando-lhe o rosto, respondeu:

– Só se você também puder me perdoar.

Os dois passaram vários segundos absolutamente imóveis, até que, simultaneamente, envolveram um ao outro com os braços, e trocaram um beijo cheio de saudades. Durante longos minutos ficaram abraçados, até uma nova presença fazê-los se afastar: Ângela, acompanhada dos quatro dragões.

Finalmente! – Exclamou Saphira – Já era tempo.

O casal ruborizou, mas a leve comicidade da situação desapareceu ao verem a expressão preocupada nos olhos da herbolária. Conhecendo a outra bem demais, Arya perguntou, de repente reassumindo sua postura de rainha:

– O que houve, Ângela?

– É ótimo que vocês tenham se entendido, porque a situação não está boa. Marroghr Argetlam enviou um pedido de ajuda urgente: um pequeno exército de surdanos e kulls montados em ursos Beorya marchou sobre as Beorn. Um dos clãs de anões, contrário aos acordos entre Orik e Nasuada, permitiu a entrada desse grupo nos subterrâneos.

– O quê?! – Eragon se atemorizou pelo irmão de clã, Orik.

– O que estou dizendo – repetiu a feiticeira, tensa - é que Farthen Dûr está sitiada.


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Notas finais do capítulo

UUHHH... Agora as coisas vão começar a esquentar. O que vocês esperam para os próximos capítulos? Deixem reviews, meus amores! (AMO Reviews, hahaha)