Nas suas lembranças escrita por dayane


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Agradeço a todos que estão acompanhando e não deixe de comentar.
Antes, agradecimento especial à Anna, que deixou o primeiro comentário da estória.



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Cheguei em casa por volta das quatro da tarde. Minha mãe assistia um filme que passava e meu pai estava dormindo.

– Nossa, eu jurava que você ia chegar mais tarde! - Comentou minha mãe. - Está tudo bem?

Joguei meu corpo contra o sofá e suspirei.

– Cansei do evento. - Menti.

– Cansou ou se incomodou em ficar ao lado de tantas pessoas desconhecidas?
– Que filme é este?

– Não troque de assunto! - Minha mãe desligou a televisão. - Sabe, Paula, você tem que começar a se envolver mais com as pessoas.

– Sei.

O velho papo se iniciou. Por algum motivo, minha família nunca aceitou que eu conseguia viver bem sozinha. Este era meu mundo. O mundo dos isolados.

– Mãe... - Choraminguei.

– Se continuar assim, vai acabar sendo infeliz.

Nunca saberei o que se passa na cabeça dos pais. Eles realmente tentam utilizar nossos psicológicos para mostrar qual o caminho que precisamos seguir. Caramba, quantas vezes minha mãe havia utilizado o comentário de que necessito viver com mais pessoas ou eu seria infeliz?

– Eu já conheço este texto de trás para frente! - Resmunguei.

– E continua fazendo a mesma coisa!

– O que você sabe sobre ser infeliz? - Bradei. - Poxa, eu posso ser feliz estando só! Há pessoas que não conseguem viver com outras e a senhora já devia ter aprendido isto!

Minha mãe suspirou.

– Eu desisto de você. - Falamos juntas, fazendo com que ela arregalasse os olhos.
– Não é sua culpa. - Sussurrei. - E nem mesmo é a única que desistiu.

Minha mãe demonstrou ter desistido. Ela sacudiu a cabeça e voltou a assistir o filme. Em seus olhos, as lágrimas começavam a se formar e eu não queria vê-la chorar.

Me perguntava se eu seria capaz de viver como todas as pessoas. Se eu conseguiria sair deste mundo depressivo onde eu tinha me prendido e viver no mundo que Carlos viva.

– Carlos... - Sussurrei enquanto ia ao meu quarto. - Será que ele ficou irritado por eu ter ido embora?

Quando entrei em meu quarto, joguei a bolsa em algum canto e liguei meu computador. Enquanto trocava de roupa, uma mensagem chegou no celular e dois e-mails no computador. Sentei na cadeira e verifiquei os e-mails, depois a mensagem.

No computador verifiquei o andamento do meu TCC¹ e no celular a mensagem de Carlos. Antes de abrir a mensagem, senti meu coração doer. Não viria coisa boa.

“Devo te perdoar?”

Mordi meu dedo mindinho.

“Desculpe.” Escrevi e enviei.

Aguardei cerca de dez minutos, olhando a todo momento para a tela do celular, mas nenhuma outra mensagem dele chegou. Coloquei o celular sobre a mesa, pus uma música relaxante e me dediquei ao TCC.

Quando terminei mais uma etapa do meu projeto, o relógio marcava duas horas da manhã. Em poucas horas eu teria que ir ao estágio e, provavelmente, teria muito sono. Espreguicei o corpo e coloquei o celular para carregar, antes de cair na cama e adormecer.

– Bom dia filhota! - Murmurou minha mãe. Eu tomava o café da manhã com muita pressa.

– Bom dia. - Retruquei um pouco animada.

– Teve bons sonhos?

– Não tive pesadelos – Coloquei a xícara na pia. - O que já está de bom tamanho. Adiós mama!

Era uma belíssima quarta-feira onde a quinta seria feriado. Saí de casa e corri até o ponto de ônibus. Já faziam duas semanas que Carlos não me enviava nenhuma mensagem ou me ligava. Semanas que não tivemos nenhuma comunicação e que, graças ao meu coração apaixonado, me deprimia. Olhei a nossa troca de mensagem e o anuncio da data em que havia sido enviada minha última mensagem.

Ameacei escrever uma mensagem, mas apaguei. Não queria ser a primeira a puxar assunto.



As cinco da manhã, de quinta-feira, meu celular me despertou. Primeiro foi o vibrar fraco sobre a mesa de cabeceira, depois o brilho forte da tela e por fim a música animada da abertura do meu anime favorito.

Irritada, estapeie a tela e arrastei o dedo por cima do botão de recusar a ligação. Suspirei e tentei dormir novamente, mas o ser infeliz, que me ligava, era insistente e voltou a a me atormentar.

Peguei o aparelho, atendi a ligação e deixei o aparelho cair perto de meu ouvido.

– Quê? - Gemi em meio ao sono.

– Bom dia gata!

A voz de Carlos soou diferente pelo telefone, mas sua forma de falar me fez reconhecê-lo. Faziam duas semanas que não nos falávamos. Duas semanas que nem mesmo uma palavra era trocada, fosse por ligações ou mensagens.

Ah, saber que ele ainda tinha algo para falar comigo era tão bom!

Ele continuou a falar e eu fui, gradativamente, adormecendo.

E nunca tive tamanha paz.

Mesmo que eu possa me sabotar, ainda assim, não consigo desistir.


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Notas finais do capítulo

1. TCC - Trabalho de conclusão de curso.



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