Confiance escrita por ColorwoodGirl


Capítulo 9
A hundred jewels on throats




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Na noite anterior à viagem de Davi e Megan, o rapaz recebeu uma visita em seu quarto na garagem. Desde o dia das compras ele estava, inconscientemente, esperando. Manuela não havia aparecido na casa dele, não atendia suas ligações, estava distante na empresa.

Então, quando a pernambucana entrou em seu quarto com uma caixa na mão, ele já esperava o que viria com certo alívio.

“Você tem certeza?” Foi a única coisa que perguntou, enquanto ela colocava suas coisas em uma mesa.

“Você escolheu.”

“Eu escolhi? Não me lembro de ter falado: ‘Hey, Manu, quero terminar com você’. Foi você quem se afastou, não atendia minhas ligações...” Ele pulou das escadas, caminhando até a engenheira. “Você sabe que eu te amo.”

“Eu sei que você está confuso.” Ela suspirou. “Você negou, negou... Mas a gringuinha mexe contigo, Davi, não tente negar. Vocês dois formam um belo par, as moças da loja e todos os sites de fofoca possíveis também. Tem até uma torcida para vocês dois, as ‘Megavis’.”

“E desde quando você liga para o que os outros dizem?” Ele colocou as mãos no rosto dela, a encarando de maneira séria. “Eu não te disse que, se algum dia eu não quisesse mais ficar com você, eu diria?”

“Mas eu sei que tu é íntegro e correto demais para isso, Davi. já caiu na rede da Megan faz tempo, mas tá muito confuso sobre o que sente por ela, e o que sente por mim.” Manu suspirou, se afastando para ele. “Se quiser, não veja isso como um término, veja como um tempo. Se rolar algo entre você e Megan lá em são Francisco...” Ela coçou os olhos. “Boa viagem.”

“Manu... Manu, vem cá.” Mas ela já havia saído da garagem, deixando-o sozinho. Ele suspirou, subindo as escadas e se deixando cair na cama. Fechou os olhos, apanhando o celular. Havia a mensagem de sempre de Megan.

Ansioso para amanhã?”

“Com um frio no estômago.” Não era mentira, ele nunca tinha viajado para fora do país.

“Relax, vai dar tudo certo. Nos vemos de manhã?”

“Claro... Dorme com os anjos Megan.”

“Você também, Davi.”

Ele sorriu para a última mensagem, pensando no que Manuela havia lhe dito.

Cê já caiu na rede da Megan faz tempo, mas tá muito confuso sobre o que sente por ela, e o que sente por mim.”

Seria isso mesmo? Estaria afim de Megan? Tinha certeza do amor que sentia por Manu, havia lutado muito por ele. Mas havia um sentimento muito forte que Megan despertava nele, algo que foi aos pouquinhos se alojando em seu coração, como a luz do sol vem surgindo na manhã.

Se rolar algo entre você e Megan lá em São Francisco...

Lembrou-se da hora do foto na loja, quando enlaçou a cintura dela, aquele corpo delicado contra o seu. Lembrou do dia que ela invadiu a festa do reality, o toque dos lábios dela no seu, o arrepio que o toque dela causou quando invadiu seu camarim e o flagrou só de toalha. Mas já estava apaixonado por Manuela naquela época. Teria estado sempre dividido, confuso? Havia escolhido ir pelo caminho mais seguro, conhecido, ao invés de entrar de cabeça naquela aventura que seria se envolver com Megan?

“Que merda, eu preciso dormir.” Ele se espantou ao olhar o celular e constatar que quase duas horas haviam se passado desde que recebera a mensagem de Megan.

Tinha certeza que estaria um lixo no outro dia, morrendo de sono.

Mal sabia ele que a loirinha se encontrava na mesma situação, se revirando na cama e pensando em como seriam os dias com Davi em São Francisco. Havia se proposto a respeitar o namoro dele e de Manu, apesar de estar cada vez mais difícil.

Mas não quebraria sua palavra: queria ser alguém melhor e se esforçaria ao máximo para isso. Mesmo que isso signifique longos banhos gelados e drinques fortes após cada encontro, mesmo que rápido, com Davi.

“Baby girl, você vai precisar dar sua cartada de mestre.” Lhe disse Pamela, enquanto as duas conversavam sobre a viagem.

Mom, eu prometi que não iria fazer nada contra o namoro. Não sou destruidora de lares, please.”

“Oh honey, você nem precisa destruir nada. Seu daddy disse que os dois estão se estranhando há dias. Uma posada para as fotos, e Davi estará te carregando nos braços para nossa mansão.”

Será que queria isso? Ser o prêmio de consolação, a ‘outra’, aquelas que ele iria recorrer já que seu namoro estava fracassado? Havia acreditado que podia conquistá-lo, fazer com que ele deixasse a nerdestina...

“Será que eu quero ficar com Davi, sem ele me amar?” Pensou alto, observando as fotos que ambos haviam tirado nos últimos dias. Se deteve na foto mais curtida e compartilhada nas redes sociais, a que a Hugo Boss postara com ela e Davi no provador. A cada dia, a torcida para que eles se acertassem aumentava.

Com pesar constatou que a hora corria e que, se não dormisse depressa, sequer cochilaria antes da grande viagem que poderia mudar sua vida. Tinha certeza que as coisas se definiriam em São Francisco, para o bem ou para o mal.

~M&D~

Megan abriu os olhos, tirando sua máscara acolchoada. Piscou os olhos, constatando que as luzes do avião estavam apagadas. Virou-se na cama, encontrando Davi adormecido ao seu lado.

Depois de alguma discussão, Megan conseguira convencer o rapaz a deitar-se ao seu lado, afinal, um voo de 15h era extremamente desgastante e eles já tinham compromissos assim que aterrissassem. Não seria nada bom que o representante de Jonas Marra estivesse dormindo de pé quando isso ocorresse.

A manhã havia sido um tanto tensa, já que os dois estavam caindo de sono. A primeira pergunta de Jonas foi ‘onde está Manuela?’, a qual Davi respondeu com certa falta de educação.

Já dentro do avião, o silêncio imperou por um longo tempo, no qual Megan ficou com as atenções voltadas a um joguinho do celular e Davi para alguma série em seu MarraBook. Depois de um tempo, Megan perdeu a paciência.

“Ok, você vai me dizer que bicho te beliscou?” Davi teve que rir do erro dela, típico de Pamela.

“É mordeu, Megan. E nenhum. Só não dormi muito bem.” Ele fechou o computador, o colocando de lado.

“Algo a ver com a Manuela?” O rapaz fechou a cara. “Ok, ok... Não está mais aqui quem perguntou.”

“A resposta é sim...” Disse ele, após alguns minutos. “Tem a ver com a Manuela. Nós terminamos.”

You what?” A voz saiu um tom mais alto do que o pretendido, assustando as aeromoças.

“Nós terminamos. Ou melhor, ela terminou.” Ele coçou a barba mal feita. “Na verdade, ela disse que é um tempo para pensarmos, mas qualquer um sabe que tempo é o mesmo que terminar.”

I’m so, so sorry.” Megan estava sendo verdadeira no que dizia, seu coração palpitando incontrolável.

“Não se preocupe, eu estou... Aliviado, sabe?” Ele encarou o lado de fora da aeronave, admirando o céu noturno. “Você viu aquele dia no shopping, estava ficando sufocante. Acho que passar um tempo afastados vai fazer bem.”

Yeah, yeah, of course.” As palavras tinham um gosto amargo e a feriam na boca do estômago. “Bom, eu vou dormir um pouco. Temos uma coletiva assim que chegarmos ao aeroporto. Sugiro que descanse também.”

“Claro.” Ele se acomodou à poltrona do avião, enquanto ela se deitava na espaçosa cama. O rapaz fechou os olhos depressa, mas Megan não se aquietava. Se perturbava estar na cama enorme e ver Davi espremido no sofá, todo torto.

“Davi?” Ela chamou algumas vezes até ele abrir os olhos, um pouco grogue. “Quer se deitar aqui?”

“Hã, Megan...”

Relax, não quero me aproveitar de você.” Ela riu. “É só que temos mais 10 horas de viagem pela frente, achei que poderia querer descansar melhor.”

Demorou alguns minutos para ele ceder, e Megan colocou um travesseiro entre eles, mais por brincadeira. Agora, não sabia onde o travesseiro estava, mas as pernas de Davi estavam maravilhosamente próximas as suas. Com essa visão e um sorriso travesso, logo a americana adormeceu novamente.

Passado algum tempo, quem acordou foi Davi. Ele se sobressaltou com uma leve turbulência, apertando o que abraçava com mais força. Se surpreendeu ao constatar que o que abraçava era Megan.

A loira estava adormecida, os cabelos espalhados pelo rosto. Davi riu, imaginando como as revistas e críticos pensariam ao ver a famosa Megan Lily Parker-Marra daquele jeito. Não condizia muito com a imagem dela, mas ele achou adorável.

Começou a tentar formular hipóteses e teorias de como teriam acabado abraçados, mas conclui ser inútil. Quando duas pessoas ocupam a mesma cama, em determinado momento elas tendem a se esbarrar, ou no caso deles, abraçar.

Achou melhor se desvencilhar, talvez até ir para a poltrona, mas quando tentou se afastar, ela resmungou. Por fim deu de ombros, ainda um pouco agitado pela turbulência ininterrupta, e tornou a fechar os olhos.

Se em algum momento tinham se trombado, acreditava que até acordarem novamente, teriam dado um jeito de se “desbater”.


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Notas finais do capítulo

É, dessa vez o trecho da música não combinou muito com o capítulo. Mas eu gostei bastante desse capítulo, em particular. A Manuela não vai sumir da fic e o casal não vai ficar as mil maravilhas, até por que, se fosse assim a história acabaria.
Peço que confiem na minha linha de pensamento.
Estou muito feliz em dizer que chegamos a 40 leitores. Não sei quem vocês são, mas fico feliz de tê-los aqui. Peço desculpas por não estar respondendo aos comentários, essa semana está bastante corrida no trabalho. Tentarei responder a todos nesse capítulo, ok?
Ah, e muito obrigada à Joicy Grey pela adorável recomendação, eu amei peanut.
Até breve peanuts.



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