Dinastia Tera escrita por Kia Nikol, Angelicca Sparrow, Micaela Salvya


Capítulo 2
Quando os mortos não querem morrer...




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Missao transmitida do Planeta Kavanar – Altamente Confidencial.

000.501xp – Futuro Distante

As três figuras masculinas sujas, arrastavam correntes grossas ao chão do palco de mármore nobre que contrastava zombeteiramente à imundície dos prisioneiros. Estes, permaneciam de pé no centro das atenções como se fizessem parte de uma atração macabra de morte, vestiam roupas puídas e encardidas encobertas por uma longa capa púrpura de capuz ainda mais rasgada e velha, cobrindo seus rostos inteiros, que sinalizava ao público quais almas traidoras seriam punidas e levadas naquele dia.

Um sol tímido ameaçava aparecer no horizonte escuro da madrugada, em meio a um mar violeta denso e infinito que preenchia os arredores do pequeno porto. O tablado principal se elevava como em um espetáculo ao público estranhamente atraído ao evento macabro. Os prisioneiros pareciam flutuar acima da superfície da água enquanto uma também redonda plataforma permanecia logo abaixo do nível do mar onde os espectadores aguardavam o julgamento dos réus pelos reprodutores tridimensionais em seu habitat natural, a água.

Kavarinos eram bem conhecidos pela arquitetura gótica, a visão seleta de apenas cores frias, os cassinos submersos e as marmorras tenebrosas, mas o que os faziam distintos de qualquer outro planeta era a colonizacão não acima da linha do mar, mas abaixo dela, sendo assim denominados de nação submersa. Parte de um tratado de paz estipulado logo após o término da Grande Guerra Universal, Kavanar declarava não mais manter prisioneiros nas masmorras reclusas ao fundo do mar turqueza, desde então o governo decidira estabelecer uma cerimônia de julgamento na Plataforma da morte - na superfície - onde a unidade de paz poderia teoricamente monitorar seus passos prevenindo assim mais uma guerra sangrenta.

Um homem de meia idade com uma peculiar pedra esmeralda polida incrustada em sua testa então, se aproximou das figuras púrpuras no meio da Plataforma, vestido em um traje marinho justo e maleável que aderia ao seu corpo inteiro exceto sua cabeça.

– Reo Nuvac, Lor Hasttr e Aello Izar declaro eu, Esxo Tulloch - Governante Supremo do povo Kavanar - que traíram sua nação em um crime lamentável e por esse motivo perderam a voz em meio aos seus antigos irmãos e o direito de serem chamados Kavarinos neste dia e em todos os que ainda virão. Sustento a palavra de que foram acusados pelo crime de serem cúmplices e ajudarem na morte de meu antecessor e pai, e de colocar em risco a vida de seus próprios irmãos em mais de uma maneira. Diante das provas incontestaveis de 34 testemunhas, declaro seus vereditos. Reo Nuvac, Lor Hasttr e Aello Izar são considerados por mim e por meus conselheiros, culpados. Morrerão sem honra, por traição. – Terminou o governante com a voz forte e cortante, silenciando todos os espectadores abaixo de si.

Uma mulher se destacava no palanque público. Antagônica ao físico normal dos locais, Ciana Kapoveric, Marechal do exército, se elevava consideravelmente em altura, pele queimada de sol, cabelos prateados atados em um rabo de cavalo prático e ossos de um metro de altura que brotavam de cada um de seus ombros musculosos juntamente a outras duas mulheres tão imponentes quanto, á serviço da Unidade da Companhia Pacifica.

Micaela Salvya, Marechal aérea, olhava os prisioneiros quase alheia ao fato de que estes seriam decepados ao término da cerimônia. Seus cabelos negros soltos que geralmente voavam constantemente em seu rosto em meio as missões, permanecia parado no ar concentrado e sem brisa da bolha de ar do palanque. O sobretudo azul marinho puído cobria parte das diversas fitas vinho que haviam sido amarradas há muitos anos atrás em sua terra natal, A-13.

– Detesto relações públicas. – Bramou Micaela descontente entredentes– E insano imaginar que alguém considere isto uma missão. Sua Majestade poderia ter mandado qualquer pessoa em nosso lugar, mas não. O meu tempo poderia ser melhor gasto lavando o meu caça do que olhando o horizonte.

– Ordens são ordens marechal Salvya – Disse Ciana sem se sequer se abalar com os comentários indiscretos usuais da marechal.

A Almirante Alina Lieselotte permanecia quieta e rígida em seu lugar, encarava diretamente o palanque principal onde os homens eram colocados em seus lugares para a morte e mesmo por entre sua controlada expressão, Micaela viu em seus olhos azuis nublados, um pequeno brilho de sentimento verdadeiro ao assistir a atrocidade, Alina não estava acostumada a esse tipo de julgamento mesmo depois de anos à servico da UCP. Seu vestido-uniforme branco mostrava-se conservador e acompanhava sua esguia figura desde o pescoço aos pés em uma saia leve, em vários tecidos. O cabelo azul, permanecia trançado às suas costas como de costume.

Conforme os raios da manhã avançavam preguiçosamente pelo horizonte, algas daninhas se aninhavam no palanque da morte. Tais plantas que pareciam ser controladas pelo governante, evitavam-no, mas cresciam vorazmente em busca dos traidores, como se chamadas por seus pecados.

Assim, o que antes não passara de um inofensivo emaranhado de algas azuis, passou em um piscar de olhos a uma esfomeada vegetação que os consumiu em segundos. Nem seus olhos intranquilos e desesperados, entre os ramos e folhas móveis, pertubaram seu avanço carnívoro.

O próprio Exso Tulloch então, se aproximou do trio e desembainhando suas duas espadas finas e angulares, decepou-os em um só golpe certeiro como um x com ambos os braços.

Um burburinho incessante acompanhava os Kavarinos as saidas do porto submerso como em uma deixa ao final do espetáculo. Alguns nadavam a seus lares, de volta a vida cotidiana, outros – não habituados ao ambiente aquático – saiam em pequenos jatos e submarinos compactos de unidade individual.

Micaela levantou seu olhar á tela de transmissão e perguntou em voz alta. – Eu esperava mais dessas alguinhas rastejantes nojentas.

Ciana respondeu com experiência – Esses homens serão digeridos pelas enzimas tóxicas das algas e ficarão dias e dias ai servindo de atração principal.

– Nao teria jeito de eu levar umas para casa? – Inquiriu Micaela repentinamente interessada. Olhando ao lado percebeu a Almirante Naval quieta com pensamentos a mil em devaneios. Ela não parecia nada bem.

– Alina? – Indagou preocupada com a falta de vida da mulher.

– Sim, sim...acho que estou sim. – Afirmou ela recompondo lentamente a expressão de tristeza.

– Bem, a parte de relações públicas acabou, agora precisamos checar os calabouços, não vejo a hora, eu ouvi tanto sobre eles. – Continuou Micaela ainda olhando ao redor da bolha gigante de ar em meio a água que já não abrigava quase nenhum Kavarino. – Ja falei o quanto eu odeio água? Se não tivesse tanto por todo lugar, eu iria até la.

– Vamos Micaela, quanto antes terminarmos por lá mais cedo você para de reclamar – Prosseguiu Ciana andando em direção as portas dos fundos.

– Eu posso estar errada, mas tinha tido a impressao de que o Calabouco ficava para esse... – Antes que esta terminasse a Marechal das Forcas Armadas respondeu rapidamente – Precisamos tirar o Cinzento de dentro da nave, ele deve estar enlouquecendo lá.

A parte traseira da bolha de ar acompanhava um pequeno e simplificado porto de mármore onde o contato com a água era evitado ao maximo, já que dava preferência aos visitantes do planeta.

A nave Séculos se destacava em meio aos outras pelo porte em vantagem e o maquinário de metal em tom cobre vibrante. A linda obra mecânica fora desenvolvida na lua terráquia e se resumia na convergência entre o essencial de um tanque terrestre, um submarino, uma nave espacial e um caça de guerra. A tecnologia de ponta e o design A-13 do norte garantia uma carapaça extremamente resistente e uma pequena amostra das engrenagens polidas e douradas na parte externa que reluziam em seus encaixes perfeitos.

Ciana abriu com um comando de voz, a passagem na rampa de embarque, formalmente convidando Cinzento a sair, o mascote, uma gigante besta de selvagens pelos negros, com ossos pontudos como de sua dona que saiam de seus ombros; de uma das raças primordiais de Sinark, os Barien, se animava visivelmente com a possibilidade de sair daquele buraco de metal com o qual olhava desconfiado como se o fosse devorar a qualquer momento. Se olhar matasse, Ciana com certeza nao teria nem uma chance de sobreviver ao seu amado companheiro.

Alguns centimetros maior que sua dona, o mascote, bufou divertido e roçou sua grande cabeça esquecendo-se rapidamente da irritacao anterior. Esta sorriu aliviada por ter seu amigo por perto, acariciando seu focinho preto.

– Para chegarmos ao fundo desta imensidao violeta, precisaremos... – Novamente a frase de Micaela foi interrompida quando cinco pequenas ‘’gosminhas flutuantes’’, como esta mesmo dizia, voaram em sua direção. Quase a atropelando em seu trajeto de alegria a dona, agua vivas azuis, se enroscavam em uma confusao de azul nos cabelos de Alina, em funcao da mesma tonalidade. As cinco Lulaas, emitiam barulhinhos animados ao reencontrarem com ela. - ... de Grênio.

Mox, a ave de rapina em suas asas douradas e peito astuto e púrpura, pousou em Micaela com leveza descansando em uma ombreira de metal; com ar quase imperial quase como se soubesse que acalmasse a companheira escandalosa.

Retirando uma maleta preta da Séculos, Ciana posicionou os pés afastados no piso de mármore e colocou-a no chão a frente de suas botas de combate negro em cadarços que ha muitos tempos permanecera fora do vocabular fashion universal. O formato estranho da mala chamou a atenção curiosa de uma das diminutas águas vivas que se aproximou para examinar, e em um fluido movimento, a Sinarkina torceu a grande chave de giro que em um mecanismo contínuo e um som de destrava, revelou quatro pequenas bolinhas metálicas descansadas em veludo, estas tão negras que pareciam ter sido queimadas em fogo ardente.

Alina afastou a mascote intrometida com toda a gentileza do mundo, retirou uma bolinha da maleta aberta e logo depois de depositá-la em sua palma, fechou-a com força. O metal negro de repente se envolveu em seu dedo mindinho como em uma placa negra e brilhante; a partir daí, a placa parecia multiplicar seu volume no ar e anexar-se moldado ao seu dedo vizinho. Em passos cada vez mais rápidos, as placas se levantavam e anexavam roboticamente, como escamas de metal inteligente. Logo todo o corpo da mulher era protegido pela armadura maleável e leve de Grênio.

– Estas belezinhas duram cerca de 25 horas seguidas antes que se tornem tóxicas e começem a corroer a pele. Encontradas somente em planetas de temperaturas extremas, como Sinark, Marte e Vênus, são resistentes a pressão e ao impacto e só são distribuídas aos agentes merecedores da UCP. – Tagarelou animada Micaela.

Seguindo o movimento, juntas depositaram a bolinha em suas mãos fechadas. Em menos de um minuto, três mulheres e um Barien estavam revestidos na armadura resistente a água e máscaras de ar adaptável à cada espécie. Os ossos de Ciana e Cinzento permaneciam fora do alcance do metal, já que não prejudicariam o nado nas profundidades do mar violeta.

– Cuide da nave enquanto estivermos fora, coma todos os que se aproximarem. – Despediu-se Micaela de seu mascote de penas douradas. A ave nao se habituaria ao ambiente aquático. – Bem, eu não nado, então acho que vou precisar de uma carona, alguém se habilita?

O mar violeta parecia clarear, o que seria impossível de explicar, nas profundas gargantas de Kavanar. As depressões rochosas abrigavam todas os resquícios das antigas celas da prisão mais temida do sistema. As gargantas, um eufemismo ao clima macabro de morte, possuiam inúmeras entradas aleatoriamente construidas através dos anos à encosta dos corais brancos do mar.

A Marechal das forcas aéreas, Micaela pousou montada na grande besta Barien que era impulsionado pelos propulsores incorporados as patas traseiras; logo atrás da Marechal Kapoverik, com seus próprios propulsores e a Almirate Lieselotte que nadava com destreza em seu próprio traje negro de Grênio seguida das cinco Lulaàs azuis.

A arquitetura extremamente gótica dava um toque macabro de beleza as celas iluminadas naturalmente pela água clara. Bolhas de ar permanentemente cheias haviam sido implantadas anos e anos atrás para complementar a experiência de tortura incessante, o mero fato de manter-se a um fio de morrer e ter de ser torturado novamente. As paredes dos cubículos pareciam gritar de dor, com arranhões e inscrições desesperadas nas paredes.

– Sangue Barien – Disse Ciana quase a beira de um rosnado, apontando ao único sangue, insolúvel, denso o suficiente para não se mesclar com a agua do mar.

– Esse lugar é bem pior do que o complexo carcerário de Marte – Comentou Salvya observando as mesmas algas azuis do julgamento, surgiam por entre as pedras e corais como uma erva daninha; provavelmente eram usadas como instrumento de tortura.

Prosseguindo pelos corredores serpenteados que chegavam a ser íngrimes nos improvisos de caminho, as quatro figuras e as aguas vivas foram gradativamente diminuindo o passo. Algumas bolhas de ar possuíam um mecanismo de ar menor por ali, provavelmente desenhadas para abrigar inimigos de estado, ou de guerra que segundo as antigas leis, deveriam ser torturados sem nenhuma piedade, fossem estes homens, mulheres ou crianças.

Todas, trilhas abandonadas, sem vida, apenas com restos de morte e sangue.

Cinzento se mantinha em posição de alerta, observando qualquer movimento entre os vultos que surgiam assustadoramente no caminho.

Ao final da trilha superior, o Barien rosnou por trás da máscara de ar e avançou em direção à ultima cela do andar. Seguindo seu passos, Ciana percebeu um brilho roxo distinto de qualquer coisa que já vira em sua vida.

Uma estátua, mármore puro e nobre, quase intacta se elevava majestosamente dentro da única cela aberta. A escultura retratava um deus magenta, esculpido com bracos e pernas fortes e musculosas. Um jovem segurando em cada mão uma espada curvada, fina e delicada, quase real. Os olhos petrificados refletiam glória e fitavam o nada acima de sua cabeca. A luz na câmara refletia e dava um ar místico à pequena pedra também magenta no meio de sua testa.

As três mulheres entraram na cela.

– Quem é este? – Indagou Micaela cautelosa.

– Este homem foi Sua Alteza Suprema de Kavanar durante os tempos da Grande Guerra. Este foi Ikero Tulloch. – Respondeu Ciana olhando pesarosa a estátua.

– O Homem que matou a primogênita da Casa Accentare de governo em Edyla, Aleska Cebaar. Ela foi uma das mulheres mais corajosas que conheci em minha terra natal – Terminou Alina quase que rispidamente ao lembrar-se do acontecido. – E esta é a cela onde ela ficou.

O clima de pesar desceu sobre elas pela segunda vez naquele dia, mas diferente da última vez, Alina aparentava estar prestes a retirar sua arma de sopro de entre suas saias e acabar com a imagem do homem em um piscar de olhos.

Tentando tirar o foco da mulher, Micaela olhou ao seu redor analisando se as paredes, por obra do destino, teriam alguma resposta. Curiosamente próximo a pequena bolha de ar, inscrições riscadas à grosso modo na parede de pedra chamaram sua atenção.

LAIHA SIÈQ.

– O que isso significa? – Perguntou Micaela para si mesma em voz alta.

– SEMPRE SUA – Traduziu Alina com um olhar intrigado sobreposto a raiva anterior.

– Então alguem morreu aqui pensando em um companheiro, um amor? – Indagou Ciana enquanto investigava algo no chão da cela.

– Não. – Disse a Almirante agora bem preocupada – Significa que Aleska se casou aqui.

– O que você quer dizer com se casou? Como sabe que foi Aleska? – Perguntou Micaela espantada – Quero dizer, quem se casaria em uma cela, e neste lugar!

–Querendo ou não, estamos em sua cela, onde podemos ver um voto na lingua primordial. Quando um casal troca votos em Edylah, existem duas cerimônias distintas: Quando se trata de um contrato de conveniência, os dois declaram cuidar e proteger o conjuge, Sahani siè - cuidado meu. Quando o casal troca votos de amor concreto e incondicional, os dois declaram pertencer ao outro até o fim de suas vidas e além, sendo assim, Laiha siè – sempre seu. O que realmente me intriga nisso tudo é que é extremamente raro um casamento de amor nos dias de hoje; mesmo em sua época Aleska raramente teria se casado com laços afetivos com um homem, já que em nossa cultura não é muito fácil expressar sentimentos assim. – Disse Alina pensativa.

– Acho que achei algo aqui também – Declarou Ciana agachada no chão de pedra escura. – Esses tecidos são nobres e são meio... marrons?

– São de cor bronze, a cor da Casa Accentare. Somente os membros da família podem usar esta cor. O que realmente faz sentido considerando que ela foi levada logo depois da celebração dos 50 anos de paz, onde se é tradicional o uso das cores da família.

– Vamos analisar então: Aleska foi capturada, presa e possivelmente torturada, se casou com um ser sobre o qual não sabemos e morreu declarando seu amor em sua língua natal em uma parede de pedra tentando respirar em uma minúscula bolha de ar? Não faz sentido algum! – Micaela declarou frustada.

– Bom, algo me diz que tem mais nessa história do que nos deixaram saber. – Terminou Ciana se virando para sair da cela.

– Humm... meninas? Algo me diz que os homens que vimos morrer hoje na Plataforma da Morte ainda estão vivos e estão envolvidos nesse mistério todo. – Disse a Almirante com certeza.

– E como sabe disso? – Questionou Ciana, parando seus movimentos diante da porta da cela estreita.

– Ah... Acho que é porque eles estão armados; estão vivos; e parecem querer nos matar!

Ao final de sua ultima palavra, as três mulheres se viraram instantaneamente, a postos.

– Finalmente alguma diversão. –disse Micaela sorridente.


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