Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 10
The only one.


Notas iniciais do capítulo

Gente, primeiramente, eu quero agradecer mais uma vez todo o carinho e admiração que vocês têm demonstrado pela fic desde que eu comecei a escrever e postar. Na verdade, eu já tinha ela toda na minha mente, e nunca pensei em postar ou em desenvolvê-la algum dia.
Espero que não briguem comigo por conta do flashback. Eu compenso vocês com outras cenas que virão, prometo.
Ontem recebi a primeira recomendação que já escreveram nas minhas fics, e tenho que dizer, obrigada especialmente pra ti, Lizzy. Por ter criado uma conta só para indicar a fic. Fico feliz que tenha mesmo conquistado vocês.
Beijo!
Enjoy.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520858/chapter/10

Clara e Marina deixaram um galpão de um jeito estranho, enquanto todos os outros conversavam entre si, as duas estavam totalmente caladas. Nenhuma palavra desde o beijo no pescoço de Marina.

–Eu vou passar em casa com a Clara, e depois vou para lá, ok amor? –Disse Felipe.

–Mudança de planos. –Clara se manifestou. -Eu vou pra casa da Marina. Então eu pensei que talvez a Vanessa possa te dar uma carona.

–Você vai fazer o quê lá? –Felipe levantou uma sobrancelha. –Desde quando vocês começaram a sair, sozinhas?

–Desde que a Marina começou a me ajudar com o planejamento da despedida de solteiro e também do chá de panelas. E também, nós ficamos bem próximas nos últimos dias. Não é, Marina? –Ela virou para encará-la.

–É. –Ela gaguejou. –Claro. Nós somos amigas. Amigas que são próximas.

–Ok. –Disse Felipe, que virou-se para Vanessa.

–Está tudo bem mesmo ou você não quer mais me fazer nenhuma pergunta sem sentido? –Insinuou Clara.

–Quer saber, Clara? Foi exatamente isso que eu quis dizer quando disse que você tem ficado bem estranha nos últimos meses. Eu só te fiz uma pergunta simples, não precisa ficar tão brava por isso. –Ele retrucou.

–Nada nunca é tão simples assim quando se trata de você, Felipe. Tudo que você tem feito no último mês é me questionar. Me desculpe por cansar disso.

–Clara, está tudo bem se nós assistirmos o filme outro dia. –Ela disse, antes que Felipe tivesse a chance de abrir a boca para rebater Clara novamente.

–Não, Marina. Nós combinamos, e eu não vou desmarcar com você porque meu irmão é um controlador ridículo. –Ela se arrependeu no momento que as palavras escaparam de sua boca, quando virou-se novamente para Felipe e podia, claramente, ver a mágoa em seus olhos.

–Claro, Marina, não se preocupa com isso. Vocês duas, se divirtam. Eu vou... Vou embora. –Ele disse, antes de virar as costas e caminhar até o carro de Vanessa.

–Eu vou... Vou levá-lo pra casa. Vejo vocês depois. –Vanessa correu atrás de Felipe, deixando Clara e Marina logo atrás.

Marina e Clara caminharam silenciosamente até o carro. Quando Clara sentou-se no banco do motorista, ela começou a prestar atenção em cada detalhe que estava do lado de fora da janela. Clara colocou a chave na ignição, mas não deu partida no carro. Ela abraçou o volante e fechou os olhos. Queria esquecer tudo.

–Vocês vão ficar bem? –Perguntou Marina, passando a mão pelos cabelos de Clara.

–Vamos. –Ela respondeu, sentindo que Marina a observava de um modo gentil e suave. Sua pele queimava. –Acho que o estresse de todo o planejamento do casamento têm tomado conta da gente, e precisamos de um tempo separados. Não se preocupa com isso. –Ela explicou. Marina ficou em silêncio.

Ela deu partida no carro.
A viagem foi tão silenciosa quanto á saída do galpão. As duas mal fizeram contato visual. Mas desviavam o olhar quase sempre, por pegarem-se olhando uma para a outra.

–Você sabe chegar na minha casa? –Perguntou Marina.

–Acho que eu me lembro o caminho, sim. –Ela respondeu, antes do silêncio voltar a tomar conta dos ares.

Era engraçado. Marina não precisava perguntar para saber que Clara estava decepcionada com a discussão que teve com Felipe. Seus olhos lhe diziam, como se sua boca se abrisse para cada sensação de culpa que seu corpo a fazia sentir. Ela deslizou uma mão para o rosto de Clara, e acariciou-o. Clara inclinou a cabeça na direção de sua mão, como se pedisse mais. Ela quase desviou a atenção da estrada, e por isso achou melhor se afastar dos toques de Marina.

...

Clara entrou no apartamento atrás de Marina, em silêncio. Ela olhou em volta: tudo era tão familiar, como se ela estivesse ali presente todos os dias.

–Você tá bem? –Perguntou Marina, vendo que Clara se perdia em seus pensamentos distantes enquanto observava cada centímetro da sala bem decorada.

–Flashback-

–Sua casa é bonita. –Disse Clara, enrolando-se na fala. Marina lhe virou de frente para ela, dando um beijo de tirar o fôlego na morena. Clara não perdeu tempo, e suas mãos adentraram a camiseta preta de Marina, fazendo com que seus dedos tocassem a pele que ela havia desejado a noite inteira. Não podia negar. O beijo de Marina fez com que os sentidos de Clara fossem perdidos por alguns minutos, e ela estava praticamente sem nenhum vestígio de fôlego.

–Você é tão linda. –Marina sussurrou, assustando-se com a própria fala. Ela sempre foi á favor do sexo calado, onde os gemidos eram a prioridade de qualquer coisa. Mas, por algum motivo, tinha vontade de dizer á Clara o quanto seus olhos a encantaram.

–Flashback-

–Uhum. –Ela murmurou, mal abrindo a boca. –É que isso aqui me traz algumas lembranças... Daquele dia. E eu ainda não me perdoei. –Ela sussurrou, como se estivesse contando um segredo.

–Podemos ir pra outro lugar, se você quiser. –Marina tentou ser gentil.

–Nem pensar! –Ela exclamou. –Você prometeu que assistiria o filme e eu não vou permitir que você se safe dessa.

–Ok. –Ela riu, vendo que, pelo menos, havia conseguido fazer com que Clara sorrisse e dissesse mais do que seus pensamentos podiam lhe contar. –Liga o Netflix na televisão, que eu já volto. –Ela disse, enquanto ia em direção ao banheiro.

–Respira fundo, Marina. –Ela disse para si mesma, enquanto enchia as duas mãos de água e esfregava-as no rosto.

O que tá acontecendo comigo? Eu estou me apaixonando por uma garota hétero que está num relacionamento sério e que deixou claro desde o início que não está interessada.

–Flashback-

Marina guiou Clara até o quarto enquanto as duas tropeçavam os beijos ferozes pelo corredor do enorme apartamento. Ela nem sequer se preocupou em fechar a porta, estava com a atenção cem por cento virada para Clara que, no momento, trabalhava duro ao tentar retirar a própria blusa. Marina lançou-lhe um olhar subjetivo. Clara, então, imediatamente retirou a mão dos botões que a blusa estampada continha.
Marina resolveu ir com calma, quando tinha impressão de que seria a primeira mulher com quem Clara se deitaria. Seus dedos serenos foram parar nos botões da blusa de Clara, onde ela se concentrava para fazer um jogo de sedução impecável. Marina estava sentada sob o colo de Clara, com uma perna para cada lado da jovem. Quando o sutiã preto de Clara ficou expressamente visível, Marina não conseguiu desviar a atenção dos seios bonitos. Ela, ao contrário de Cadu, não teria problema nenhum em tirá-lo. Marina passou a mão por cima do mesmo, acariciando Clara enquanto a mesma fechava os olhos e desejava que aquele momento durasse para sempre. Ela colocou as mãos por cima das de Marina, fazendo com que a jovem intensificasse os toques, apertando os seios dela com força.
Clara sentia um quatro de julho em Nova Iorque no meio de suas pernas.
Seus olhos se reviravam quando Marina finalmente lhe tocou com os lábios, que foram do pescoço ao busto, do busto aos seios, já á mostra, e dos seios até a barriga nua e gélida.

–Flashback-

–Tá pronto. –Gritou Clara.

–Você quer beber alguma coisa? Água, cerveja, vinho? –Ela gritou de volta, enquanto terminava seu copo d’água apoiada no balcão da cozinha.

–Não, obrigada. Agora vem logo. –Ela chamou-a.

Clara se sentou em uma das pontas do sofá, e assistiu quando Marina se sentava na outra ponta, com quase dois assentos separando as duas. Seus olhos se viraram para Marina. Ela estava de brincadeira, não estava?

–Porque você tá sentada tão longe? –Perguntou Clara, enquanto seu dedo já estava pronto para dar play no controle remoto.

Marina engoliu seco. –Eu sempre sento aqui. É meu lugar favorito. –Ela mentiu.

–Ah. –Ela suspirou. –Mas não é assim que se faz, você não pode assistir um filme com alguém sem nem ao menos um cafuné. Isso tá errado. –Ela bufou.

–Mas eu prefiro continuar aqui. –Ela contemplou. Clara assentiu, e então pulou os dois assentos entre as duas, e quase se jogou sobre Marina, delicadamente. Seus braços se encolheram, e ela deitou a cabeça no ombro da mulher ao seu lado. Marina sentiu os arrepios tomarem conta de seu corpo. Porra.

Clara deu play no filme, que começou com uma de suas cenas favoritas. Uma pena que Clara tinha uma coisa a mais para prestar atenção, e essa coisa lhe parecia um pouco mais interessante que um simples filme. Seus olhos foram parar nos dedos de Marina, que acariciavam a pele de Clara com um toque sereno e suave, doce.

–Você tá bem? –Perguntou Clara.

–Eu... Tô. Por que?

–O seu coração tá disparado e eu não sei por quê? –Disse Clara, enquanto olhava para Marina e esperava por uma resposta sólida e convencível.

–É que... Eu bebi muito café hoje. Sempre que eu bebo muita cafeína, ele fica assim. –Ela mentiu, sem saber para onde correr.

–Ah. –Ela respirou fundo. –Entendi. –E voltou seus olhos para a televisão novamente.

O filme já estava quase na metade e os olhos de Clara lutavam muito para continuarem abertos. Enquanto isso, os batimentos cardíacos de Marina haviam, finalmente, a deixado relaxada, por mais que fosse difícil se concentrar no filme á sua frente. Quando os olhos de Clara estavam para se fechar, ela sentiu os dedos de Marina deslizarem novamente sobre a extensão de seu braço. Ela sentiu o arrepio correr por todo seu corpo.

–Flashback-

Marina e Clara já estavam nuas quando Marina finalmente percebeu o erro que estava cometendo. Seus olhos se abriram e ela viu a realidade contida em sua situação: Clara estava bêbada e nada daquilo parecia certo.
Ela se distanciou de Clara, fazendo com que a morena franzisse as sobrancelhas, sem entender nada.
Marina deitou-se ao lado dela, e lhe deu um beijo na bochecha.
–Me desculpa por isso. –Ela disse, sabendo que Clara não se lembraria de nada na manhã seguinte. –Eu sou uma idiota. Você... Você merece mais que isso. –Ela sussurrou, e por mais que a vontade de beijá-la fosse maior do que qualquer outra coisa, Marina fez questão de se controlar. Elas estavam tão perto... Tão vulneráveis e tão frágeis.

Marina embrulhou-se nas pernas de Clara, que a abraçou de volta, e continuou em silêncio.

Sim, Marina havia mentido quando disse para Clara sobre o orgasmo, ou sobre todas piadas que ela teve de inventar para que sua pose e posto não fossem perdidos. Marina prezava seus direitos, e não saberia o que fazer se acordasse na cama de alguém, nua, sem saber ou lembrar de qualquer coisa que havia acontecido no dia anterior.
Ela observou a respiração de Clara fazer com que suas costas fossem para trás e para frente. Lhe deu um beijo na testa, e viu seus olhos se fecharem pela primeira e última vez, em seus braços.

–Flashback-

Clara deu um pequeno sorriso quando sentiu aquela sensação tomar conta de seu corpo. Ela, sem nem ao menos pensar, talvez aquilo seja apenas força do hábito, ou talvez ela quisesse fazer aquilo por um bom tempo, pegou a mão livre de Marina e entrelaçou seus dedos nos dela.

Marina engoliu o nó que tomava conta de sua garganta quando viu os dedos de Clara se fecharem sobre os seus, como se fossem feitos para aquele encaixe perfeito.

Lá se vai o coração novamente...

Marina tentou o máximo que pôde prestar atenção no filme. Ele era realmente interessante e, se Clara não estivesse fazendo o que estava fazendo, ela teria realmente gostado de assisti-lo.
Clara mal percebeu quão rápido o tempo havia passado, até ver Jennifer Grey e Patrick Swayze se beijando no meio da pista de dança.
O filme havia terminado, e isso queria dizer que o momento delas também.
Clara deslizou os dedos para longe dos de Marina, e desligou a televisão. As duas se sentaram direito no sofá, enquanto encaravam algum lugar que as duas não conseguiam descobrir onde era. Na verdade, não estavam olhando para nada em particular, e sim tendo seus pensamentos confundidos e misturados enquanto nenhuma das duas ousava se distanciar da outra.

–Drinks. –Foi tudo que Marina precisou dizer.

–Eu aceito. –As duas se levantaram do sofá.

–Eu conheço um lugar aqui perto... Podemos ir lá, se você quiser. –Ela deixou a possibilidade no ar, enquanto encarava Clara, esperando por uma resposta.

–Por mim, tudo bem.

...

Marina e Clara se sentaram na mesa enquanto esperavam o garçom atendê-las.

–Então... Para o chá, eu estava pensando em marcá-lo para dois meses antes do casamento. O que você acha? –Os olhos de Clara continuavam focados no cardápio enquanto ela falava com Marina.

–Acho que assim é melhor. Quem vamos convidar? –Ela questionou, tentando encontrar o rosto de Clara por detrás do cardápio.

–Bom, todo mundo da família do Felipe, e a família da Vanessa também, colocando foco na mãe dele, e nas irmãs também. –Ela continuou a não fazer contato visual com Marina.

–Irmãs? –Marina engoliu seco.

–Bom, sim. Eu estava pensando que você pudesse falar com elas, já que você deve conhecê-las melhor que eu. –Ela sorriu, finalmente olhando a outra mulher nos olhos.

–Ah... –Ela abaixou o rosto, encarando a mesa.

–O que foi? –Perguntou Clara.

–Nada. –Ela respondeu, tímida.

–Não minta pra mim, por que você ficou assim depois que eu comentei sobre convidar as irmãs dele? –Ela perguntou.

–Bom, o problema não são as irmãs, e sim... Uma irmã. –Ela murmurou.

–O que você quer dizer com isso? –Ela levantou uma sobrancelha curiosa.

Marina suspirou. –Bom, eu e uma das irmãs dele quase namoramos, uma vez. Eu não falo com ela desde a última vez que nós saímos, então vai ser meio estranho vê-la novamente. –Ela explicou.

–Ah... –Disse Clara, que mal pode terminar. Finalmente, uma garçonete lhes atendeu.

–Oi, meninas. Meu nome é Nancy e eu vou servir vocês hoje. –Uma mulher de cabelos castanhos claros com um tom dourado sorriu para elas. –Hoje nosso prato especial é... Marina? –Ela perguntou, mal podendo acreditar no que seus olhos lhe diziam.
Os olhos de Marina se estreitaram enquanto ela tentava reconhecer o rosto tão familiar, até que ligou uma coisa na outra e seu sorriso foi enorme quando ela percebeu com quem estava falando.

Você só pode estar de brincadeira comigo.

–Meu Deus, é você mesmo? –Perguntou Nancy, surpresa.

–Não acredito! –Ela se levantou imediatamente e envolveu Nancy num abraço caloroso.

–Nem eu! Eu não te vejo há... Oito anos? –Ela perguntou, realmente surpresa. –Mal posso acreditar que é mesmo você.

–É, mundo pequeno. Então... Como você tá? –Ela voltou a se sentar. Oito anos e bastou um sorriso para que Nancy fizesse com que Marina esquecesse de tudo o que ela já havia feito com ela.

Clara observou o jeito com que as duas conversavam, e o jeito com que o rosto de Marina se encheu se felicidade e encantamento quando elas se viram. Ela realmente não conseguia entender como duas pessoas conseguiam se tratar tão bem depois de tudo que haviam passado. Quer dizer, Nancy quebrou o coração de Marina e o deixou quebrado por todos esses anos.

–Essa é sua namorada? –Nancy questionou, apontando para Clara, que sorriu para ela. Marina imediatamente negou com a cabeça.

–Não, ela é minha amiga. –Ela respondeu.

Só minha amiga.

–Ah, é um prazer de conhecer. Eu sou Nancy. –Ela estendeu uma das mãos para Clara, que lhe segurou e balançou com um sorriso educado no rosto.

–Clara. –Ela apresentou-se.

–Bom... Se você tiver um tempo sobrando, nós definitivamente devíamos sair e fazer alguma coisa. O que você me diz? –Ela voltou a encarar Marina, com um sorriso no rosto.

–Claro, e antes que isso aconteça, você pode nos trazer dois Screw Drivers? –Ela perguntou.

–Claro, eu já volto. –Ela disse, enquanto se virava de costas e caminhava até o balcão. Ela parou por alguns instantes e encarou Marina novamente. –Ah! Marina... Você tá linda. –Ela disse, sorrindo. Marina lhe deu um sorriso de orelha á orelha.

O sentimento que Clara estava agora experimentando era uma coisa diferente de tudo que já havia sentido com Cadu, ou com qualquer outra pessoa.
Estava com ciúmes. Talvez porquê Nancy e Marina estavam visivelmente flertando, ou talvez por tudo que Marina havia lhe contado. Quando parou por alguns segundos, ela não pôde evitar perguntar á si mesma:

Se Nancy foi a única mulher que Marina já amou, o que aconteceria se ela voltasse de repente para a vida de Marina?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

merda, é claro.